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NEUROFARMACOLOGIA E

PSICOFARMACOLOGIA
Especialização em Farmacologia Clínica e Prescrição
Farmacêutica - TURMA 1
PSICOFARMACOLOGIA

DOENÇAS MENTAIS
DOENÇAS MENTAIS

• Doenças Neurodegenerativas:
– Mal de Alzheimer
– Mal de Parkinson
– Doença de Huntington
– Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
• Doenças não Neurodegenerativas:
– Psicoses  Esquizofrenia
– Depressão
– Transtorno bipolar
– Epilepsia
MAL DE ALZHEIMER
MAL DE ALZHEIMER

• Em 1950, havia 214 milhões de pessoas com


60 anos ou mais e as estimativas indicam que
serão 1 bilhão em 2025.
• Perda de neurônios no hipocampo e no córtex
– Perda de neurônios colinérgicos no núcleo da base
MAL DE ALZHEIMER

• Comprometimento da memória e cognição:


– diminuição da memória
– dificuldade no raciocínio e pensamento
– e alterações comportamentais.
MAL DE ALZHEIMER

• Sintomas
– Primeira manifestação clinica: perda de memória
recente - perda gradual da memória
– declínio no desempenho para tarefas cotidianas
– diminuição do senso crítico
– desorientação temporal e espacial
– mudança na personalidade
– dificuldade no aprendizado
– dificuldades na área da comunicação.
MAL DE ALZHEIMER
MAL DE ALZHEIMER

• Tratamento:
– Inibidores da acetilcolinesterase
• Tacrina
• Donepezil
• Rivastigmina
• Galantamina
– Inibidores da BACE - bloqueiam a ação de enzimas
proteolíticas envolvidas na clivagem amiloidogênica
da proteína precursora do amiloide.
– Antiagregantes
MAL DE PARKINSON
• Perda de neurônios dopaminérgicos na
substância negra.
• Comprometimento do controle dos movimentos.
MAL DE PARKINSON
• Sintomas
– Tremores em
repouso
– lentidão de
movimentos
– Rigidez muscular
– Desequilíbrio
postural
– Supressão dos
movimentos
voluntários
– Alterações na fala e
na escrita
MAL DE PARKINSON
• Tratamento
– Levodopa
– Agonistas dos receptores dopaminérgicos
• Bomocriptina
• Ropinirol
• Pramipexol
– Antagonistas dos receptores muscarínicos
• Mesilato de benzotropina
• Cloridrato de difenildramina
Doença de Huntington
Doença de Huntington
• Se manifesta por volta dos 40 anos de idade.
• O acometido perde progressivamente a coordenação
dos movimentos voluntários, a capacidade intelectual e
a memória.
• Causado pela morte dos neurônios do corpo estriado.
Pode ser hereditária, causada por uma mutação
genética.
Doença de Huntington

• Caracterizada por
movimentos coreicos
indesejados, alterações
comportamentais e
psiquiátricas e
demência.
Doença de Huntington

• Tratamento
– Agonistas dos receptores dopaminérgicos
• Bomocriptina
• Ropinirol
• Pramipexol
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

TERMINOLOGIA
Esclerose -
Endurecimento

Lateral - Endurecimento
da porção lateral da
medula

Amiotrófica - A = não
Mio = musculo Trófica =
alimento
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

INCIDÊNCIA

• UM EM CADA CEM MIL HABITANTES


• 50 ANOS
• RAÇA BRANCA
• HOMENS
• 5% A BAIXO DE 40 ANOS
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
ETIOLOGIA

• DOENÇA AUTOIMUNE

• PESTICIDA AGRÍCOLA

• PROCESSO INFLAMATÓRIO

• INFECÇAO VIRÓTICA
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

• Sinais e Sintomas
– Fraqueza progressiva;
– Atrofia muscular;
– Diminuição da força muscular;
– Cãibras musculares;
– Tremor involuntário das mãos;
– Perda de equilíbrio;
– Fasciculação (pequena contracção involuntária e descoordenação dos
músculos)
– Hiperreflexia (reflexos muito activos/reflexos exagerados)
– Disartria (dificuldade de articular as palavras de maneira correcta)
– Disfagia (dificuldade na deglutição – engolir a saliva e os alimentos)
– Perda de peso;
– Paralisia da função respiratória, que poderão levar a queixas de
cansaço.
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA

• Tratamento:
– O único fármaco aprovado para tratamento de ELA, é
o Rilutek (Riluzol), que apresenta um preço muito
elevado.
– Atualmente, o emprego do Rilutek tem aumentado a
sobrevivência de pacientes com ELA entre 3 a 5
meses, em média.
– Este medicamento atenua a morte neuronal,
diminuindo a produção de glutamina e atrasando a
altura em que é necessário utilizar o ventilador ou
efetuar uma traqueotomia
ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA
DOENÇAS NÃO NEURODEGENERATIVAS
PSICOSE

E se tudo o que você acreditasse, pensasse ter vivido ou ser real


não fosse fato ou fosse improvável?

Pensamento + Ação = FATO!

História – FATO = Inverdade, Mito, Mentira


PSICOSE
Quando a função mental de racionalidade e lógica
não são executados o indivíduo delira pelos mitos,
inverdades e mentiras.

A PSICOSE é um estado de funcionamento


psíquico anormal
PSICOSE
Sintomas
DELÍRIOS: Ideias/Crenças inabaláveis e
irremovíveis, contrariam quaisquer argumentos
lógicos que se possa oferecer em contrário.
PSICOSE

O psicótico perde o contato com a realidade

Modificam-se os planos, as atitudes, as ideias devido a coisas absurdas.

São criadas relações com coisas que não existem.

Pode, repentinamente, sentir-se perseguido, em perigo, como se o


mundo conspirasse contra ele.
PSICOSE
ALUCINAÇÕES:

Tudo que pode ser percebido pelos 5 sentidos pode ser


“alucinado”.

Percepção “real” de um objeto inexistente.

Envolvimento psíquico é contundente

Acompanhadas por delírios


PSICOSE
PENSAMENTO DESAGREGADO:

Identifica-se no discurso

Não apresentam linearidade

Mistura de vários assuntos

Demostram desconexão, incoerência


PSICOSE
AFETO:

Embotado Entristecido

Inadequado Rígido

Expansivo Plano

Exaltado Irritável

Indiferente
PSICOSE
SINTOMAS MOTORES:

Pode ir da total apatia com ausência de


movimentação, comunicação, interação de
qualquer tipo
até...
Franca e severa agitação motora com descontrole
de impulsos.
PSICOSE
Exemplos de transtornos psicóticos
Transtorno delirante
Transtorno psicótico breve
Psicose puerperal
Induzido por substâncias

Esquizofrenia e seus subtipos


ESQUIZOFRENIA

É a doença psiquiátrica mais angustiante e


incapacitante de todas elas. Geralmente começa
na adolescência ou no início da idade adulta,
podendo se manifestar desde a infância até os 40
anos.
Quanto mais cedo se apresenta, pior o
prognóstico.
ESQUIZOFRENIA

Seu início pode ser lento (meses, anos) ou


abrupto (dias, semanas.)

Suas causas não estão estabelecidas, acredita-se


em fatores genéticos e ambientais.

A intervenção no primeiro episódio é


fundamental no prognóstico do paciente.
ESQUIZOFRENIA
Cada novo episódio faz com que o paciente
fique cada vez mais desorganizado e cronificado.

Nos homens costuma ser mais precoce do que


nas mulheres.

Difícil diagnóstico (exclusão)

Necessário presença de sintomas por 6 meses,


no mínimo.
ESQUIZOFRENIA
TIPOS

Paranoide: Delírios tipicamente persecutórios ou


grandiosos, ou ambos.
Os delírios podem ser múltiplos.
As alucinações são relacionada ao tema do delírio.
A pessoa apresenta ansiedade, raiva, afastamento e
tendência a discussões.
Pode predispor ao suicídio pelos delírios persecutórios
ou predispor a violência.
ESQUIZOFRENIA
TIPOS

Esquizofrenia Desorganizada: Os discursos são


desorganizados, comportamento desorganizado e afeto
embotado ou inadequado, risos imotivados.

Leva a uma severa perturbação na capacidade de


executar atividades da vida diária (banho, vestir-se)
ESQUIZOFRENIA
TIPOS

Esquizofrenia Catatônica:
Perturbação motora grave, imobilidade ou
atividade excessiva.

Extremo negativismo, mutismo, ecolalia ou ecopraxia.

A imobilidade motora pode manifestar por estupor.

A atividade motora excessiva é aparentemente desprovida


de sentido e não é influenciada por estímulos externos.
ESQUIZOFRENIA
TIPOS

Esquizofrenia Hebefrênica

Mudanças afetivas, comportamento irresponsável,


maneirismos, pensamento desorganizado e incoerente.

Tem um mau prognóstico devido ao embotamento afetivo,


rápido desenvolvimento dos sintomas negativos.
ESQUIZOFRENIA

• Tratamento:
– Psicoterapia
• Terapia ocupacional
• Acompanhante terapêutico
• Orientação Familiar
• Grupos de auto-ajuda
ESQUIZOFRENIA

• Tratamento farmacológico
– Antipsicóticos (bloqueam a neurotransmissão de
serotonina e dopamina no sistema nervoso central)
• Fenotiazínicos Clorpromazina
– Tioridazina
– Trifluperazina
– Perfenazina
– Flufenazina
• Tioxantênos
– Tiotixeno
• Butirofenônicos
– Haloperidol
DEPRESSÃO
DEPRESSÃO

• OMS: Depressão será doença mais comum do


mundo em 2030
• Afeta o estado de humor da pessoa
DEPRESSÃO

• Sintomas:
– Perda de energia ou interesse
– Humor deprimido
– Dificuldade de concentração
– Alterações do apetite e do sono
– Lentificação das atividades físicas e mentais
– Sentimento de pesar ou fracasso
DEPRESSÃO
• Pessimismo
• Dificuldade de tomar decisões
• Dificuldade para começar a fazer suas tarefas
• Irritabilidade ou impaciência
• Inquietação
• Achar que não vale a pena viver; desejo de morrer
• Chorar à-toa
• Dificuldade para chorar
• Sensação de que nunca vai melhorar, desesperança...
• Dificuldade de terminar as coisas que começou
• Sentimento de pena de si mesmo
• Persistência de pensamentos negativos
• Queixas frequentes
• Sentimentos de culpa injustificáveis
• Boca ressecada, constipação, perda de peso e apetite,
insônia, perda do desejo sexual
DEPRESSÃO

• Tratamento (antidepresivos):
– Inibidores da MAO
• Imipramina
• Amitriptilina
– Inibidores da recaptação de Serotonina
• Fluoxetina
• Citalopram
• Sertralina
• Paroxetina
– Atípicos
• Bupropiona (inibidor seletivo da recaptação da dopamina, e
em menor grau da noradrenalina e serotonina)
TRANSTORNO BIPOLAR
TRANSTORNO BIPOLAR
• Longos períodos de depressão
• Presença de mania ou hipomania
– Humor eufórico, otimismo exagerado, expansividade, bem estar
– Aumento da energia acentuado
– Aceleração do pensamento
– Grandiosidade
– Distraibilidade
– Insônia
– Aumento acentuado das atividades
– Aumento do discurso
– Ações impulsivas
TRANSTORNO BIPOLAR

• Tratamento
– Carbonato de Lítio (Diminui a neurotransmissão
adrenérgica central, muscarínica e serotoninérgica)
– Anticonvulsivantes
• Valproato
• Carbamazepina
• Lamotrigina
– Quetiapina (afinidade pelos receptores de serotonina
(5HT2) e pelos receptores de dopamina D1 e D2 no
cérebro)
– Antipsicóticos + BZD - reduzir a agitação psicomotora
(mania)
EPILEPSIA
EPILEPSIA
• Epilepsia é uma doença encefálica definida por uma das condições
seguintes:
– 1. Pelo menos duas crises não-provocadas (ou reflexas) ocorrendo em
intervalo > de 24 horas;
– 2. Uma crise não-provocada (ou reflexa) e uma probabilidade de crises
subsequentes semelhante ao risco geral de recorrência (pelo menos
de 60%) após duas crises não provocadas, ocorrendo nos próximos 10
anos;
– 3. Diagnóstico de uma síndrome epiléptica;

• Epilepsia é considerada resolvida para indivíduos que tiveram uma


síndrome epiléptica idade-dependente mas agora passaram a idade
vulnerável ou aqueles que permaneceram livres de crises por pelo
menos 10 anos, sem medicações antiepilépticas pelos últimos 5
anos
EPILEPSIA

• Bases neuroquímicas da epilepsia


– Déficit na quantidade de GABA (mediador químico
inibitório)
– Excesso na quantidade de Glutamato (mediador
químico excitatório)
– Alteração no balanço (GABA x Glutamato)
EPILEPSIA

• Tipos:
– PARCIAL (Epilepsia psicomotora) : Descarga
localizada , sintomas ex.: descargas autonômicas,
contrações musculares, comportamento e humor
– GENERALIZADA :Espraiamento para ambos
hemisférios cerebrais.
– Grande mal (convulsões tônico-clônicas)
– Pequeno mal (crises de ausência)
EPILEPSIA

• Tratamento
– Aumentam a atividade do GABA:
• BARBITÚRICOS e BDZ  Facilitam a ação do GABA na
abertura dos canais de Cl-
• VIGABATRINA  Inibem a enzima GABA- transaminase que
inativa GABA.
• PROGABIDA : GABA agonista.
• GABAPENTINA : mecanismo desconhecido
– Modificação da condutância iônica
• FENITOÍNA -- Difenil-hidantoína  Altera condutância iônica,
bloqueando canais de Sódio e inibindo a geração de
potenciais de ação repetitivos.

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