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6.

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS

6.1 Introdução
Devido a heterogeneidade os solos e a grande
variedade de suas aplicações, é praticamente impossível
estabelecer um único critério para sua classificação.
Conclui-se, então, que há a necessidade de existirem
vários sistemas de classificação de solos, cada um
procurando atender de maneira especifica os vários
campos da Geotecnia.

Os vários sistemas existentes para a classificação


de solos procuram posicionar o solos estudando dentro de
um grupo, para o qual determinadas propriedades
especificas já estão definidas.
Um sistema de classificação dos solos deve
obedecer aos seguintes requisitos:

a) ser simples, facilmente memorizável e permitir


uma rápida determinação do grupo a que o solo
pertence, permitindo a classificação por meio de
processos simples de análise visual - táctil;

b) ser flexível, para tornar-se geral ou particular,


quando o caso exigir;

c)ser capaz de permitir uma expansão posterior,


permitindo subdivisões.
Entre os vários sistemas de classificação existentes,
temos:

- Classificação por tipo de solo;


- Classificação Genética Geral;
- Classificação Granulométrica;
- Classificação Unificada; (U.S. Corps of Engineers); e
- Classificação HRB (Highway Research Board)visões.
6.2. Classificação por Tipo de Solo

É um sistema de classificação descritivo em que o


reconhecimento a que determinado grupo pertence é
baseado em análise visual – táctil. Baseado em tipos de
solos:

- areias e solos arenosos;


- areias finas, siltes, areias siltosos ou pouco argilosos;
- argilas e solos argilosos; e
- turfas e solos turfosos orgánicos.
6.3 Classificação Genética Geral

É um sistema de classificação também de maneira


descritiva, sendo necessário para a sua utilização, um
conhecimento da gênese dos solos, ou de uma forma que
seja mais simples, fazer uma análise da sua macro
estrutura, da cor e da posição de coleta da amostra no
perfil do subsolo.
Divide o solo em 3 categorias:

a) SOLO SUPERFICIAL - Solo que constitui o horizonte


superficial normalmente contendo matéria orgánica. Nesse
horizonte concentra-se o campo de estudo da pedologia. Possui
estrutura, cor e constituição mineralógica diferentes das camadas
inferiores. A espessura varia de alguns centímetros a metros.

b) SOLO DE ALTERAÇÃO - Solo proveniente de


decomposição das rochas graças aos processos de intemperismo.
Em condições normais, acha-se subjacente ao solo superficial. É
um solo residual e pode atingir até dezenas de metros. São solos de
granulometria crescente com a profundidade.

c) SOLOS TRANSPORTADO - Solo originado do transporte


e deposição de material. A granulometria é mais ou menos uniforme
de acordo com o agente transportador. Em condições normais pode
constituir as camadas aflorantes ou estar subjacente ao solo
superficial.
6.4 Classificação Granulométrica

Uma das maneiras de se classificar um solo é


através da sua curva de distribuição granulométrica.
Essa distribuição é representada por uma curva
que indica, para cada "diâmetro" de grão, qual é a sua
porcentagem do solo que possui grãos menores ou
maiores.
A curva de distribuição granulométrica é
apresentada em gráfico semi - logarítmico, onde nas
abscissas, contam os logaritmos dos tamanhos das
partículas e, nas ordenadas, a porcentagem acumulada do
solo que têm seus grãos menores do que um dado
diâmetro.
6.4 Classificação Granulométrica
• Curva A – solo bem graduado (granulação contínua)
• Curva B – solo de graduação aberta
• Curva C – solo de granulação uniforme
Da curva granulométrica podemos obter os seguintes parâmetros:
Peneiras
6.4 Classificação Granulométrica

Jogos de Peneiras
PoI. mm N° mm

3" 76.2 04 4.8

2" 50.8 08 2.4

1 1/2" 38.1 10 2.0 Abaixo


1” 25.4 16 1.2 desta
medida as
3/4" 19.1 30 0.6 peneiras
3/8" 9.5 40 042
são
colocados
1/4 6.4 50 0.30 no vibrador
onde serão
80 0.18
deixadas
100 0.15 por 10
minutos.
200 0.074
Granulometria por Sedimentação
Para os solos finos, siltes e argilas, com partículas
menores que 0,074mm (#200), o cálculo dos diâmetros
equivalentes será feito a partir dos resultados obtidos durante a
sedimentação de certa quantidade de sólidos em um meio
líquido.

A base teórica para o cálculo do diâmetro equivalente vem da lei


de Stokes, que afirma que a velocidade de queda de uma
partícula esférica, de peso específico conhecido, em um meio
líquido rapidamente atinge um valor constante que é
proporcional ao quadrado do diâmetro da partícula. O
estabelecimento da função, velocidade de queda - diâmetro de
partícula, se faz a partir do equilíbrio das forças atuantes (força
peso) e resistentes (resistência viscosa) sobre a esfera,
resultando:
• A equação anterior foi obtida para o caso de uma esfera de
peso específico bem definido caindo em um meio liquido
indefinido, e certamente estas não são as condições
existentes no ensaio de sedimentação. As partículas não são
esféricas e o número delas é grande, o peso específico dos
sólidos não é único e o espaço utilizado é limitado, podendo
ocorrer influência das paredes do recipiente, bem como de
uma partícula sobre as outras.
Ensaio de granulometria por sedimentação

1- Adiciona-se a amostra de solo, cerca de 50g de solo (para arenoso


100g), que passa na peneira 0.074 mm, um defloculante, 125 ml de
hexametafosfato de sódio (concentração de 45.79 do sal por litro de
solução), agitando-se até que todo o material fique perfeitamente
molhado, e deixa-se em repouso no mínimo 12 horas.
2- Leva-se essa solução a um dispersor por 5 minutos.
3- Terminada essa operação verte-se toda a solução em uma proveta
graduada para 1.000 cm³.
4- Leva-se a proveta para um banho com temperatura constante, até
atingir a constância de temperatura entre o banho e a proveta. Para
acelerar podemos mexer com uma baqueta.
5- Após o equilíbrio retiramos a proveta e tampando-se a sua com a
mão, viramos-a de boca para baixo até os grãos já sedimentados
voltem a ficar em suspensão.

6- Imergimos a proveta no banho e imediatamente após liga-se o


cronômetro e imergimos o densímetro efetuando leituras de 30", 1'e 2'.
Retira-se o densímetro, anota-se a tempera-tura. Deverão ser feitas as
leituras nos seguintes tempos ainda: 4‘, 8‘, 15‘, 30‘, 1h, 2h, 4h, 8h, e
25h

Observação:

As leituras feitas deverão sofrer, ainda, as correções devidas ao


"menisco" e ao aumento da densidade pela adição do defloculante.
Essas correções constantes para um determinado densímetro, são de
sinais contrários.
Classificação Trilinear dos Solos
Como complementação a classificação granulométrica, temos ainda o triângulo de
Feret, no qual o solo é dividido em três frações: areia, silte e argila. É
classificado em função da predominância de uma ou mais dessas frações.
6.5 Classificação Unificada

Esta classificação foi proposta em 1952 pelo


U.S. Bureau of Reclamation e U.S. Corps of
Engineers e tem como origem uma classificação
proposta por Arthur Casagrande (1942) que
visava classificar solos para utilizá-los na
construção de aeroportos.

Utiliza-se nessa classificação além de


granulometria os limites de consistência.
6.5 Classificação Unificada
Na classificação unificada cada grupo de solos é representado por 2
letras:

- a 1a relacionada a fração predominante do mineral presente no


solo;
- a 2a às características dessa fração.

A faixa dos solos granulares foi dividida em dois grupos:

-Pedregulhos (G - Gravel)
-Areias (S- Sand)

Com as seguintes subdivisões:


- W (well) - bem graduado (não uniforme)
- P (poor) - mal graduado (uniforme)
- M (mo, mjala: silte) - fração fina (não plástica)
- C (clay) -argilas- fração fina plástica
A faixa dos solos finos foi inicialmente dividida em 2 grupos,
ou seja, um grupo formado pelos solos (low) finos com baixa
compressibilidade (LL < 50%) e outro com elevada
compressibilidade (high) representamos pelos sufixos:

"L" (Iow) "H" (high)

Em cada grupo existem 3 subdivisões que levam em conta a


predominância da fração fina (silte ou argila) e a presença de
matéria orgânica.

Um solo essencialmente orgânico, turfoso e altamente


compressível, com comportamento bastante diferente do
comportamento dos demais foi classificado como Pt (Peat -
Turfa - Solo com muito material orgânico, impróprio para
construção).
Através dessa classificação podemos obter informações a
respeito de :
- Permeabilidade.
- Resistência ao cisalhamento.
- Compressibilidade.
- Trabalhabilidade como material de construção.
- Qualidade como fundação.
6.5 Classificação Unificada
6.6 Classificação HBR
Esta classificação leva em conta a granulometria,
limite de liquidez e índice de plasticidade do solo.
Provém de uma utilização especifica na
classificação de solos na área de estradas.
Nesta classificação é introduzido o chamado
índice de grupo (IG), n.° inteiro que varia de O a 20 e
define a "capacidade de suporte" do terreno de
fundação de um pavimento, sendo dado em função
de:
IG = 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 b.d
IG = 0,2 a + 0,005 a.c + 0,01 b.d

a : porcentagem de solo que passa na malha 200 menos 35.


a = (% Ø < # 200) - 35 (0< a < 40)

b : porcentagem de solos que passa na malha 200 menos 15


b = (%Ø < 200) - 15 (O < b < 40)

c : valor do limite de liquidez menos 40


c = LL - 40 (0 < c < 20)

d: valor do índice de plasticidade menos 40


d = IP-10 (0<d<20).
Classificação HBR

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