Você está na página 1de 24

Sistematização…

Texto dramático
 Texto principal – constituído pelas falas das
personagens:
 diálogo
 monólogo
 aparte
 Texto secundário – didascálias ou indicações cénicas,
que fornecem informações relativas
 À movimentação e atitudes das personagens;
 Cenário e adereços;
 Iluminação;
 Sonoplastia;
 …
Texto dramático - características
1. Ação – resulta da interação entre as personagens ;
2. Tempo – histórico, representado, da representação,
dramático ;
3. Espaço – físico (exterior e interior), social e
psicológico;
4. Personagens – relevo ( principal, secundária,
figurante, aludida), composição/conceção (planas
– tipo, modeladas – caracteres), processos de
caracterização ( direta – autocaracterização ou
heterocaracterização) , indireta – ações,
comportamentos, falas, …).
Texto dramático - características
 Estrutura externa: divide-se em três atos ( I – 12
cenas; II – 15 cenas; III- 12 cenas)
 Estrutura interna:
 Exposição –ato I – cenas I a V- apresenta os
antecedentes da ação e esclarece as relações entre as
personagens;
 Conflito – ato I – cenas VI a XII, ato II, ato III – cenas I a
IX - desenrolar/ adensar da ação trágica até atingir o
clímax;
 Desenlace – ato III, cenas X a XII – desfecho/
conclusão.
Texto dramático -TEMPO
 TEMPO HISTÓRICO: conjunto de referências a
acontecimentos reais que conferem cor epocal ao texto e
que permitem a inserção deste numa determinada época.
 São várias as referências históricas presentes no texto
que permitem a identificação do tempo histórico.
 a referência à batalha de Alcácer de Quibir;
 a situação nacional, após a perda da independência;
 a alusão à existência de peste em Lisboa;
 o sebastianismo;
 as referências a Luís de Camões.
Texto dramático -TEMPO
 TEMPO REPRESENTADO: tempo que medeia entre o
início e o fim da ação representada.
 Os Atos I e II estão separados por - uma semana.

 Entre os Atos II e III decorrem - algumas horas.

 O Tempo Representado é de - uma semana - 8


dias.
Texto dramático -TEMPO
TEMPO DA REPRESENTAÇÃO: tempo que é apresentado em cena e ao qual
o leitor ou espetador tem acesso.
Texto dramático -TEMPO
 TEMPO DA DIEGESE DRAMÁTICA OU TEMPO DRAMÁTICO: tempo global referido no
texto dramático. O tempo da diegese dramática será definido a partir da Batalha
de Alcácer Quibir (4 de Agosto de 1578).

 Referências cronológicas que aparecem na obra:

 Período anterior a 1578


 casamento de D. Madalena com D. João de Portugal.
 4 de Agosto de 1578
 Batalha de Alcácer Quibir = desaparecimento de D. João e de D. Sebastião.

 de 1578 a 1585
 ( 7 anos) – tentativas de D. Madalena para encontrar D. João de Portugal

 1585
 Casamento de Madalena com Manuel Coutinho

 1586
 Nascimento de Maria

 1599
 14 anos após o casamento de Manuel de Sousa e D. Madalena – ano em que decorre a ação.
Texto dramático -TEMPO
 Observações:
 O período que permeia entre o desaparecimento de D. João de
Portugal, em 1578, e o momento em que se desenrola a ação é
constituído por 21 anos.
 A ação localiza-se entre os dias 28 de julho e 5 de agosto. Os
dias 28 de julho a 3 de agosto são referidos por Maria como
um tempo anterior ao início da ação apresentada no segundo
ato.
 De 1 a 3 de agosto, D. João apressa-se de modo a poder chegar
a sua casa no dia 4 do mesmo mês (fora libertado 1 ano antes –
1598).
 Assistimos, assim, a um afunilamento do tempo dramático
em Frei Luís de Sousa.
Texto dramático -TEMPO
 TEMPO PSICOLÓGICO: é aquele que é vivido pelas
personagens, de acordo com a sua própria identidade.
 Na obra, o tempo psicológico é construído na
perspetiva de um fator de desgaste: à medida que o
tempo passa, as personagens tornam-se cada vez mais
frágeis e os seus receios e ansiedades aumentam,
tornando-se o seu sofrimento cada vez maior e cada vez
mais intensa a sua agonia perante o futuro.
Texto dramático -TEMPO
 Conclui-se que em Frei Luís de Sousa não há respeito pela
unidade de tempo, regra básica das tragédias clássicas
(a ação dever-se-ia desenrolar em doze ou vinte e quatro
horas, facto que ajudava à construção da tensão dramática).
 Contudo, a concentração temporal progressiva (21 anos - 14
anos – 7 anos – 8 dias – 1 dia, cinco horas da madrugada)
constitui um dos elementos fundamentais para a
estruturação dessa mesma tensão dramática.
 Há como que um afunilamento temporal que reduz as
hipóteses de “saída” das personagens, que ficam presas
numa espécie de rede da qual a única fuga possível é a
morte (física de Maria e psicológica de Madalena e
Manuel).
Texto dramático -ESPAÇO
 Espaço físico exterior
 a ação decorre em Almada.

 Espaço físico interior


 Ato I
Texto dramático -ESPAÇO
 Ato II
Texto dramático -ESPAÇO
 Ato III
Texto dramático -ESPAÇO
Texto dramático -ESPAÇO
 O Espaço Social caracteriza a situação socioeconómica
das personagens. Inclui os vários grupos sociais com os
seus costumes, valores, ideologias e crenças.
 Existem várias indicações que contribuem para a integração
das personagens numa classe social elevada - a nobreza.
 Por exemplo, D. Madalena tem o epíteto de “Dona”, que só se
dava no século XVII às senhoras da aristocracia. Manuel de
Sousa Coutinho é Cavaleiro de Malta, uma ordem religiosa
unicamente para nobres.
 O espaço social é também delimitado pela crítica que o
autor dirige à opressão social causada pelo domínio Filipino
e ao preconceito que recai sobre a ilegitimidade (problema
que afetou a própria filha de Garrett).
Texto dramático -ESPAÇO
 O Espaço Psicológico traduz os sentimentos e os
pensamentos das personagens, através de diálogos,
monólogos e sonhos.
 Por exemplo:
 Sonhos proféticos e devaneios de Maria;
 Monólogo de Madalena quando reflete sobre alguns versos
d’Os Lusíadas (ato I, cena I);
 Monólogo de Manuel de Sousa Coutinho, quando decide
incendiar o seu palácio (ato I, cena XI);
 Monólogo de Telmo que revela verdadeiramente o seu conflito
interior (cena IV, ato III).
PERSONAGENS
 Relevo
 Principais
 D. Madalena
 D. Maria de Noronha
 D. Manuel de Sousa Coutinho
 Secundárias
 Frei Jorge
 Telmo
 Romeiro

 Figurantes
 criados
LINGUAGEM E ESTILO
 Encontramos nesta peça as estruturas frásicas e discursivas próprias do
diálogo - a coloquialidade e as marcas de oralidade.
 Uso de vocabulário corrente e familiar (por vezes cuidado);
 Utilização de pontuação expressiva de forma a revelar os sentimentos e
o pensamento das personagens (exclamações, interrogações,
reticências,…);
 Recurso a frases inacabadas que dão conta da intensidade das emoções
e hesitações das personagens;
 Frases curtas, palavras soltas, interrupções , … que dão vivacidade aos
diálogos;
 Uso de interjeições e locuções interjetivas;
 Repetições;
 A nível da prosódia*, evidenciam-se a entoação, as pausas e o ritmo;
*domínio da fonologia que estuda os traços que afetam um segmento mais extenso do que o
fonema, como a acentuação, a intensidade, a altura e a duração. (prosódia In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.)
 …
Drama Romântico ou tragédia
clássica?
Drama Romântico ou tragédia
clássica?
 Drama pela forma:
 Escrito em prosa;
 Não respeita a lei das três unidades;
 Crítica social aos preconceitos que vitimam inocentes como Maria;
 Exaltação de valores patrióticos e nacionais;
 …
 Tragédia pelo conteúdo:
 Número reduzido de personagens;
 Personagens pertencentes a classe social elevada;
 Presença de elementos da tragédia clássica como:
 Indícios de desfecho trágico;
 Destino (ananké) cruel que se abate sobre as personagens;
 Sofrimento (pathos) que consome as personagens;
 …
 Consultar anexo 1
SEBASTIANISMO

(…)
SEBASTIANISMO
SEBASTIANISMO

Fontes:
Escola Virtual, Porto Editora;
Manual Entre Margens, Porto Editora;
O Essencial, 11.º ano, Edições ASA

Você também pode gostar