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TÉCNICAS DE NECROPSIA

Enf. Profª Jacqueline Marinho


Significado de Necrópsia

Uma autópsia, necrópsia ou exame cadavérico é um


procedimento médico que consiste em examinar um
cadáver para determinar a causa e modo de morte e
avaliar qualquer doença ou ferimento que possa
estar presente. É geralmente realizada por um
médico especializado, chamado de legista num local
apropriado denominado morgue ou necrotério.

A origem da palavra "necrópsia" vem dos termos


gregos nekros = cadáver e opsis = vista.
História da Necropsia no Brasil

A prática necroscópica teve início na Antiguidade -


provavelmente para diagnosticar causas de morte -
mas, sem dúvida, a manipulação de cadáveres
surgiu pela necessidade de conservação de corpos.
Em razão de interferências política e religiosa,
existem várias lacunas acerca do desenvolvimento
da necropsia. É notório que o instrumental aos
poucos foi se depurando, bem como a
profissionalização dos trabalhadores da área para a
aplicação dos instrumentos e equipamentos tanto
na necropsia clínica como na médico-legal.
O Primeiro Registro Histórico de Necropsia

O primeiro registro histórico de necropsia é o do


imperador romano Júlio Cesar, no ano 44 a.C.
O exame constatou que dos 23 golpes recebidos
apenas um foi mortal. Já o primeiro livro sobre
medicina legal é o Hsi Yuan Lu, manual chinês
publicado em 1248, que ensinava como aplicar
conceitos médicos para a solução de casos
criminais. Em 1532, Carlos V, rei de Espanha e
imperador do Sacro Império Romano Germânico,
promulgou a Constitutio Criminalis Carolina, que
autorizou a necropsia forense. Em 1650, surgiu o
primeiro curso especializado em medicina legal na
Universidade de Leipzig.
História da Necropsia no Brasil

O século XIX é considerado a época de ouro da


medicina legal. Nesse período a ciência também
prosperou no Brasil. A primeira necropsia médico-
legal no país foi feita em 1835, por Hércules Otávio
Muzzi, cirurgião da família imperial. Em 1856, foi
criado, no Rio de Janeiro, o primeiro necrotério. Em
seu livro, Medicina Legal: Texto e Atlas, Hygino de
Carvalho Hercules lembra que Raimundo Nina
Rodrigues, Afrânio Peixoto e Oscar Freire – para a
maioria dos brasileiros, mais conhecidos como
nomes de ruas – foram médicos-legistas
reconhecidos internacionalmente.
História da Necropsia no Brasil

Até 1975, o IML funcionava bem. Com a fusão dos antigos


estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, o instituto
passou a atender uma área geográfica muito maior e mais
carente, sem contrapartida de aumento de recursos
humanos e materiais. A baixa remuneração dos médicos
resultante da crise na saúde fez com que muitos
prestassem concurso para o instituto não por vocação,
mas para complementar a renda familiar. Hoje, no Rio de
Janeiro, não há cursos de pós-graduação em medicina
legal para os que querem se dedicar à pesquisa. A
profissão não tem mais o prestígio de antigamente.
Técnicas de Necropsia

As Técnicas de Necropsia incluem a apresentação


dos principais instrumentos utilizados nos
procedimentos , bem como a descrição das
principais técnicas. O profissional deve ter bom
conhecimento de anatomia para esses
procedimentos. Além disso, deve realizar sempre a
limpeza e manutenção dos equipamentos
utilizados. Assim, neste módulo estão
apresentadas as principais técnicas de necropsia,
bem como o instrumental utilizado para realizar as
mesmas, e suas respectivas funções.
Técnicas de Necropsia

As técnicas para realização de Necropsia devem


ser realizadas por médico patologista ou médico
legista acompanhado de assistente, o qual deverá
conhecer os procedimentos, técnicas,
instrumentos, procedimentos de limpeza,
preparação dos reagentes, procedimentos de
fechamento do corpo. Dessa forma,
primeiramente, estão apresentados na Tabela 3
os principais instrumentais utilizados para a
realização da prática da Necropsia (instrumental
cirúrgico).
Instrumental utilizado em Necropsia

Grande parte do instrumental utilizado em necropsia é


de aplicação cirúrgica. No Brasil, há pequenas
variações com relação ã utilização de equipamentos e
manobras realizadas em necropsias policiais, porém,
o que se observa é que essa variação decorre mais
da preferência dos profissionais envolvidos do que
necessariamente de alteração da técnica. A seguir,
apresentamos uma lista do instrumental cirúrgico
utilizado em necropsia forense na maioria dos
Institutos Médico-Legais do Brasil.
Instrumental utilizado em Necropsia

Cuidados no manuseio do cadáver

O termo “Segurança Profissional Durante Procedimento


de Necropsia” traduz para os peritos e auxiliares que a
prática deste ato técnico deve estar revestida de toda
garantia de segurança. Uma vez que durante a necropsia
os profissionais se expõem às áreas com solução de
continuidade na pele ou nas mucosas do cadáver, a
fluídos, secreções orgânicas e dejetos humanos.
Portanto, peritos médicos-legistas e auxiliares técnicos
que realizam necropsias, estão expostos a risco de
contaminação caso medidas adequadas de proteção não
sejam rigorosamente observadas.
EPI- Medidas Recomendadas

 Higiene das mãos;


 Uso de luvas;
 Máscara;
 Gorro;
 Óculos de Proteção;
 Capote (Avental);
 Botas de látex;
EPI- Medidas Recomendadas
Instrumental utilizado em Necropsia

• Agulha para sutura, triangular, reta, com cerca de


10cm de comprimento.
• Agulha para sutura, triangular, semi-reta, com
cerca de 10cm de comprimento.
• Balança para pesar o corpo.
• Balança para pesar órgãos grandes.
• Balança para pesar órgãos pequenos.
• Balança de análise para pesar órgãos muito
pequenos, tais como as glândulas paratireóides.
• Bandagem ou tecido de algodão.
Instrumental utilizado em Necropsia

• Bisturi abotoado.
• Bisturi descartável.
• Bisturi escalpelo pequeno/grande.
• Bisturi Esmarch.
• Cepo.
• Chaira.
• Cinzel de Hibbs.
• Cisalha de Liston articulada.
• Concha em aço inoxidável com cuba e cabo em
peça única, tendo o cabo cerca de 20cm de
comprimento e a concha 100mL de volume.
• Costótomo.
Instrumental utilizado em Necropsia

• Enterótomo.
• Escopro.
• Estilete em aço inoxidável.
• Faca de amputação de Collin.
• Faca de Virchow.
• Formão com lâmina em aço inoxidável de 3cm x
10cm.
• Linha crua.
• Machadinha.
• Martelo Hajek.
• Mayon.
• Osteótomo
Instrumental utilizado em Necropsia

• Paquímetro em aço inoxidável para medidas de até


150mm.
• Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no
mínimo 20cm de comprimento e no máximo 4cm de
largura.
• Pinça de Backhaus, Lorna e Benhard.
• Pinça de Collin para extração de projetis.
• Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável,
com 25cm de comprimento, com bordas rombas e
parte interna serrilhada.
Instrumental utilizado em Necropsia

• Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço


inoxidável, com 20cm de comprimento.
• Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço
inoxidável, com 25cm de comprimento, com bordas
rombas e parte interna serrilhada.
• Pinça hemostática de Crile, Kocher e Kelly.
• Pinça para osso.
• Pino de Steinmann.
• Raquítomo.
• Rugina de Farabeuf reta e curva.
• Rugina de Putti.
• Rugina de Robert Jones.
Instrumental utilizado em Necropsia

• Serra Mathieu com três lâminas.


• Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de
Saterrice ou serra de arco utilizada em construção
civil.
• Serra vibratória.
• Sonda de 1 mm de diâmetro.
• Tentacânula em aço inoxidável, com cerca de
18cm de comprimento.
• Tesoura abotoada.
Instrumental utilizado em Necropsia

• Tesoura Mayo curva, em aço inoxidável, com


22cm de comprimento, pontas romba-romba.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm
de comprimento, pontas finas.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm
de comprimento, pontas finaromba.
• Tesouras Reyman, Smith, Lister, Esmarch, Seutin,
Metzenbaum, (ris e Mayo.
• Trena em aço inoxidável, com 2m de
comprimento.
Instrumental utilizado em Necropsia

Por motivos didáticos, dividiremos o


instrumental em dois grupos e a necropsia
em quatro tempos. No primeiro grupo do
instrumental encontram-se os instrumentos
utilizados diretamente na necropsia e, no
segundo grupo, os instrumentos de
medidas. A necropsia, por sua vez, foi
dividida em quatro tempos principais:
Divisão da Necropsia
1. Incisões: Dentre as incisões realizadas em Necropsia, a incisão
bimastóidea e submentoxifopubiana são as mais realizadas. A bimastóidea
é aquela qual é possível afastar os retalhos do couro cabeludo para realizar
a exposição do crânio. A submentoxifopubiana é realizada para expor as
cavidades torácica e abdominal do cadáver.

Os instrumentais utilizados nas incisões são:


• Cepo
• Chaira
• Pedra para afiar lâminas, de dupla face, com no mínimo 20cm de
comprimento e no máximo 4cm de largura
• Bisturi descartável
• Bisturi do tipo escalpelo pequeno/grande
• Faca de amputação de Collin
• Tesoura de Smith
• Faca de Virchow
Divisão da Necropsia

2. Craniotomia: procedimento de abertura do crânio. É realizada


logo após a incisão bimastóidea e afastamento dos retalhos do
couro cabeludo do cadáver. O procedimento varia com a idade
do indivíduo: para abrir o crânio de um cadáver adulto, é utlizada
a serra elétrica. Em crianças com menos de 1 ano de idade
comumente é utilizada a tesoura.

3. Inspeção das cavidades do tronco: neste procedimento são


verificadas as cavidades, com uso dos instrumentos adequados.
Toda alteração ou anormalidade deve ser cuidadosamente
anotada e investigada.

4. Reconstituição: técnica realizada para fechar o corpo após o


procedimento de necropsia.
Instrumental utilizado em Necropsia

Cepo

Compõe-se de um bloco
maciço em forma de
paralelepípedo, de material
sintético liso, com uma
concavidade em um dos
lados maiores, em que se
observam elevações
transversais ao fundo. É
utilizado para apoiar a
cabeça ou o tronco do
cadáver, com isso
melhorando o ângulo de
trabalho.
Instrumental utilizado em Necropsia

Chaira e pedra de afiar


É pedra de afiar são instrumentos
utilizados para manter afiado o
gume das lâminas, exigindo-se do
operador destreza para o
procedimento de afiar. Nos casos de
material cirúrgico de aço é preferível
que o mesmo seja tratado por
pessoal especializado. A chaira não
gera o fio, apenas o mantém. É
composta de uma peça de plástico
resistente, com duas abas laterais.
Nesse cabo plástico encontra-se
encravada uma peça de aço com
ranhuras longitudinais.
Instrumental utilizado em Necropsia
Bisturi e facas de Collin e de Virchow Bisturis
São instrumentos destinados a incisão da pele
e para a abertura do tecido subcutâneo e dos
tecidos adjacentes. A faca de amputação
também podê ser utilizada para cortar órgãos
quando se deseja apurar lesões
intraparenquimatosas ou objetivando enviar
amostras para exames histopatológico e
toxicológico. É importante que a faca tenha um
corte bem afiado, pois a precisão do corte
garante fatias mais uniformes, melhorando a Faca
ação do formol e facilitando a tarefa de criar Virschow
lâminas de boa qualidade. Para o bom
desempenho funcional e com todo o rigor de
segurança, o profissional deve abster-se de
utilizar material inadequado ao que se propõe. Faca Collin
Instrumental utilizado em Necropsia

Tesoura de Smith
É uma tesoura robusta
utilizada para cortes
grosseiros que não
requerem regularidade
ou precisão, como cortar
vestes e bandagens
presentes no cadáver.
Instrumental utilizado em Necropsia
Craniotomia
A craniotomia é um procedimento que se segue à incisão bimastóidea e ao
afastamento dos retalhos anterior e posterior do couro cabeludo. 0 tipo de
craniotomia depende da faixa etária do cadáver. Na abertura do crânio de adulto,
utiliza-se a serra elétrica. Na criança pequena, principalmente naquelas com
idade inferior a 1 ano, utiliza-se a tesoura como preconiza a técnica de Benecke.
O instrumental utilizado na craniotomia compõe-se de:
• Rugina Lambotte.
• Ruginas de Farabeuf, reta e curva.
• Rugina de Putti.
• Rugina de Robert Jones.
• Serra Mathieu (também conhecida como serra de Farabeuf).
• Serra vibratória.
• Serras de Weiss, de Collin, de Charriere, de Saterrice ou serra de arco utilizada
em construção civil.
• Cinzel e escopro. • Martelo de Hajek.
Instrumental utilizado em Necropsia

Ruginas

As ruginas são
instrumentos utilizados
para desgastar o
periósteo craniano por
atrito ou por pequenos
golpes, deixando os
ossos desnudos,
permitindo apurar
detalhes, bem como
facilitar a ação da serra
Instrumental utilizado em Necropsia

Serras
Serra Mathieu
As serras podem ser manuais, elétricas
circulares e vibratórias. As primeiras são as mais
utilizadas no trabalho diário e têm a preferência
da maioria das técnicas. A serra elétrica circular
apresenta o inconveniente de possibilitar, mais Serra Charriere
facilmente, a dispersão de aerossóis e de
partículas de osso, comprometendo os níveis de
biossegurança. As serras vibratórias são de alto
custo e não são utilizadas em nosso meio. É
preciso cuidado durante a aplicação da serra Serra maual
para não atingir estruturas internas como de arco
meninges e encéfalo. O técnico procura criar
uma fissura de fragilidade, que permite a ação de
uma ferramenta para dar apoio à abertura do
crânio.
Instrumental utilizado em Necropsia
Escropo de Osteótomo Stille Reto
Escopro, cinzel e martelos Virschow
São instrumentos utilizados para romper
a tábua interna da caixa craniana e
remover a calota após a demarcação da
linha de menor resistência pela serra. O
escopro e o cinzel (osteótomo) são
compostos de barras estreitas e finas,
de aço inoxidável, e que terminam em
cunha. A diferença consiste no fato de o
cinzel apresentar cabo, geralmente
formando peça única com a barra,
enquanto o escopro é o próprio corpo da
barra. Para remover a calota craniana,
introduz-se o escopro ou o cinzel no Martelo de
sulco feito pela serra, bate-se com o Martelo de Hajek Neufield
martelo e gira-se o instrumento sobre
seu próprio eixo. Ouve-se um ruído
característico do rompimento da tábua
interna do crânio. Feito isso em três ou
quatro pontos, coloca-se o gancho do
martelo na fenda e traciona-se contra si,
forçando assim a saída da calota
craniana.
Instrumental utilizado em
Necropsia
Outros Martelos
Instrumental utilizado em Necropsia
Inspeção das cavidades do tronco
Para a inspeção das cavidades torácica e abdominal são utilizados os
seguintes instrumentos:

• Bisturi descartável
• Faca de amputação de Collin
• Costótomo
• Cisalha de Liston articulada
• Concha em aço inoxidável com cuba e cabo em peça única, tendo o cabo
cerca de 20cm de comprimento e a concha 100mL de volume
• Enterótomo
• Pinça de dissecção anatômica, em aço inoxidável, de 25cm de
comprimento, com bordas rombas e a parte interna serrilhada
Instrumental utilizado em Necropsia

• Pinça de dissecção do tipo dente de rato, em aço inoxidável,


com 25cm de comprimento, com bordas rombas e a parte
interna serrilhadas
• Pinça hemostática de Crile, Kocher e Kelly
• Tentacânula em aço inoxidável com cerca de 18cm de
comprimento
• Pinça de Collin para extração de projetis. • Sonda de 1 mm de
diâmetro
• Raquítomo.
• Tesoura Mayo curva, em aço inoxidável, com 22cm de
comprimento, pontas romba-romba.
• Tesoura Mayo reta, em aço inoxidável, com 17cm de
comprimento, pontas finas.
Instrumental utilizado em Necropsia

Costótomo e cisalha
São instrumentos destinados à retirada do Costótomo
plastrão esternal através de corte na
cartilagem costosternal ou diretamente
sobre o osso da costela.O costótomo é um
potente alicate de corte formado por uma
ponta cega e romba e a outra pontiaguda e
afiada, ambas em arco. A cisalha também
é um alicate de corte, porém com três
pontos de apoio na alavanca para otimizar
a força, duas lâminas cortantes e uma Cisalha
haste flexível entre os braços. A cisalha
corta diretamente o osso da costela. Vale a
pena ressaltar que essa manobra deixa
uma borda cortante, que deve ser forrada
com tecido ou atadura para evitar
acidentes ao operador.
Instrumental utilizado em Necropsia

Concha em aço inoxidável

A concha em aço inoxidável


é semelhante a uma concha
doméstica, porém com cuba
e cabo em peça única,
sendo o cabo com cerca de
20cm de comprimento e a
concha com 100mL de
volume. É utilizada para
retirar conteúdo líquido das
cavidades e do estômago.
Instrumental utilizado em Necropsia

Enterótomo
É uma tesoura formada por
uma ponta protegida por
uma espécie de capuz
moldado a partir da própria
lâmina e outra ponta romba.
A ponta protegida é inserida
na luz de órgãos como
intestino, estômago e
coração, orientando o corte
sem danificar a estrutura
interna.
Instrumental utilizado em Necropsia

Pinças de dissecção
São pinças interpotentes utilizadas
para firmar o material para exposição,
corte ou sutura. A pinça anatômica é
utilizada quando da manipulação de
tecidos friáveis, para evitar danificá-
los. Já a pinça do tipo dente de rato é
aplicada quando se objetiva tracionar
tecidos resistentes.
Pinça hemostática Trata-se de um
tipo de pinça interfixa com dentes
fixadores na extremidade. Os modelos
mais utilizados em necropsia são as
pinças de Crile, de Kocher e de Kelly.
São utilizadas para fechar possíveis
lesões em vísceras, evitando
extravasamentos, ou para promover
oclusão de órgãos.
Instrumental utilizado em Necropsia

Tentacânula
É uma lâmina
sulcada com uma
extremidade dilatada.
O sulco é usado para
orientar
profundamente cortes
feitos com bisturi ou
tesoura.
Instrumental utilizado em Necropsia

Pinça de Collin
para extração de projetis É uma pinça
interfixa longa utilizada para remover
projetis, de modo que os preserve com
segurança. Deve ser constituída de
material sintético ou plástico para não
produzir deformidade ou abrasões nos
projetis, quando utilizadas. A remoção
de projetis de cadáveres deve ser feita
com muito cuidado para não alterar a
forma e disposição das microestrias,
possibilitando correta microcomparação
balística.
Instrumental utilizado em Necropsia

Raquítomo ou raquiótomo

É composto de uma cunha que


forma com o cabo uma peça única
em semi-arco. O cabo apresenta
uma concavidade, que melhora o
apoio. O raquítomo é utilizado como
uma machadinha, para cortar o
corpo das vértebras e para se obter
a medula espinal completa.
Instrumental utilizado em Necropsia

Tesoura Mayo, Tesoura


Metzenbaum e Tesoura Iris
A tesoura Mayo longa é comumente
utilizada para corte de fios ou linhas
cruas de fechamento. A tesoura
Metzenbaum, muito útil em cirurgias,
deve ser utilizada para cortar tecidos
mais delicados, e sua curvatura
permite cortes curvilíneos. As
tesouras Iris, por seu tamanho
menor e ponta fina, devem ser
usadas para corte de pequenas
estruturas ou abertura de estruturas
como artérias coronárias, vias
biliares, pancreáticas e pequenas
artérias. As tesouras com as duas
pontas rombas são empregadas
para extração das artérias do
pescoço e para dissecações rombas.
Instrumental utilizado em Necropsia
Reconstituição
Compreende uma técnica de fechamento que visa deixar o cadáver no
melhor estado de apresentação possível. O corpo deve ser reconstituído de
modo que, depois de vestido, não haja evidências da necropsia. O material
utilizado na reconstituição compõe-se de:
• Pinças anatômicas do tipo dente de rato
• Agulha para sutura, triangular, reta, de cerca de 10cm de comprimento.
• Agulha para sutura, triangular, semi-reta, de cerca de 10cm de
comprimento.
• Linha crua.
• Tesoura de Mayo.
• Bandagem ou tecido de algodão.(Usada para envolver o encéfalo, antes
de reintroduzi-lo no crânio. Outra utilização da bandagem é envolver a
cabeça dos cadáveres com faces traumatizadas, cobrindo as lesões
apresentadas.)
Instrumental utilizado em Necropsia

Pinças anatômica e do tipo dente de rato


Servem para fixar melhor os tecidos a serem suturados. A pinça do tipo
dente de rato é de melhor utilização para a pele.
Agulhas
As agulhas utilizadas na recomposição do cadáver apresentam as
seguintes características: corpo robusto com aproximadamente 10cm,
fundo rombo, corpo reto ou semi-reto e ponta de reverso cortante. São
muito comuns agulhas longas com pontas cortantes, utilizadas para
costurar tecidos ou couro
Linha crua
Preferencialmente, a linha utilizada na sutura de cadáveres é de fibra de
cânhamo devido às vantagens apresentadas, tais como resistência,
durabilidade, aderência, disponibilidade no mercado e preço. As suturas
mais freqüentes são uma variante da sutura de Schmieden e da sutura de
Cushing.
Instrumentos de Medidas
• Balança para pesar o corpo.
• Balança para pesar órgãos grandes.
• Balança para pesar órgãos pequenos.
• Balança de análise para pesar órgãos muito pequenos, tais como as glândulas
paratireóides.
• Estilete em aço inoxidável (pino de Steinmann). (Para determinar o trajeto de projetis e
relacionar os orifícios de entrada com os orifícios de saída
• Paquímetro em aço inoxidável para medidas de até 150mm.
• Trena em aço inoxidável com 2m de comprimento.
• Régua antropométrica .
• Régua milimetrada para fotografia.
Paquímetro em aço inoxidável para medidas de até 150mm
Utilizado para medir projetis, bem como a extensão de lesões de órgãos, tumores, entre
outros.
Trena de aço com 2m de comprimento: Usada para aferir a estatura do indivíduo.
Cuidados com o Material
Devem ser tomados cuidados com o material utilizado:
• Aumentar sua vida útil dos materiais
• Evitar contaminações, respeitando as normas e especificações
dos fabricantes.
• Tomar cuidado com os cortes, articulações e serrilhas dos
instrumentos.
• Realizar limpeza adequada após o uso.
• Também deve ser realizada a esterilização dos instrumentos e
equipamentos, a qual pode ser química, com aplicação de
produtos bactericidas, em estufa(equipamento de esterilização a
seco), ou em autoclave (esterilização em alta pressão e vapor).
• Sempre seguir rigorosamente os procedimentos operacionais
estabelecidos no laboratório.
A importância e Objetivo da Necropsia
 A necropsia é de extrema importância para
realizar o exame detalhado do cadáver
(internamente e externamente), sendo possível
determinar tanto o momento quanto as
circunstâncias e causa do óbito.

 O objetivo da necropsia é analisar a anatomia, os


motivos do óbito e todas as alterações que ocorrem
no cadáver após o momento da morte.
A importância e Objetivo da Necropsia

 É fundamental para o avanço das ciências médicas,


pois contribui com a pesquisa de ensino, bem como
para auxiliar na investigação de crimes, sendo
importante também para a Justiça.

 A Secretaria da Saúde e Segurança Pública


também se beneficiam, pois é possível utilizar
dados para levantamentos estatísticos a respeito
de incidência de doenças, acidentes, e casos de
violência.
A importância e Objetivo da Necropsia

Alguns parâmetros que podem ser estabelecidos com


a prática da Necropsia são:

a) Indentificação do cadáver;
b) Hora da morte (aproximada);
c) Causa da morte;
d) Quais instrumentos ocasionaram a morte;
Tipos de Necrópsia
Necrópsia Clínica

A necrópsia clínica é efetuada por um médico patologista e visa esclarecer a


fisiopatologia e a patogenia da doença. É aplicado em casos de mortes naturais,
mortes não violentas, ou decorrentes de envelhecimento. E é realizado nos
Serviços de Verificação de Óbitos (SVO).

Necrópsia Forense

A necrópsia forense é feita por um médico legista e tem como objetivo esclarecer
os mecanismos, efeitos e causas que levaram o indivíduo ao óbito. Atende
solicitações da Justiça, principalmente nos casos de morte supseita ou morte
violenta.
As modificações que surgem no corpo do cadáver após a sua morte são
denominados de alterações cadavéricas. São elas: algormortis, rigor mortis, livor
mortis, alterações oculares, coagulação do sangue, autólise e putrefação.
Tipos de Necrópsia

Esses processos são divididos nas seguintes fases:

1. Rigidez cadavérica;
2. Manchas cadavéricas;
3. Gasosa;
4. Coliquação (Período de redução dos tecidos);
5. Esqueletização.

Necrópsia Anatomopatológica

É realizada em pacientes que estavam internados em hospital e foram a


óbito devido a doença que requer esclarecimento do ponto de vista
sanitário ou científico . Este tipo de Necropsia necessita de autorização
prévia dos responsáveis pelo indivíduo (familiares ou responsáveis
legais).

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