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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE

ESCOLA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE ENFERMAGEM

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRÁGICO DE TRONCO
(AVEH) DE TRONCO

Manaus - AM
2023
ALUNO: FRANKLIN JAIME QUIROZ DAMAS

ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO HEMORRÁGICO DE TRONCO
(AVEH) DE TRONCO

Caso Clínico apresentado ao curso de


Bacharelado em Enfermagem do
Centro Universitário do Norte -
UNINORTE, como parte das
exigências para obtenção da nota de
Estágio Supervisionado II.

PRECEPTOR: ENF. ELTHON FREIRE

Manaus - AM
2023
INTRODUÇÃO

O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica complexa


envolvendo anormalidade usualmente súbita do funcionamento cerebral decorrente de
uma interrupção da circulação cerebral ou de hemorragia.
No Brasil, atualmente, constitui a principal causa de morte, sendo responsável por
mais de 90 mil óbitos/ano, considerada a maior taxa da América Latina. Além da elevada
mortalidade, é uma doença altamente incapacitante, sendo responsável por sequelas
motoras, de fala e de deglutição.
O presente estudo refere-se na análise do caso clinico de um paciente com AVEH
de Tronco que deu entrada no Hospital João Lucio onde foi definida sua internação e
abertura de protocolo de ME. Foi realizado a identificação dos diagnósticos de
enfermagem, utilizou-se o julgamento clínico e o raciocínio diagnóstico estabelecido por
(Alfaro-LeFevre, 2005). A primeira fase do estudo compreendeu a análise e a síntese dos
dados obtidos no exame físico, seguida pelo estabelecimento do diagnóstico propriamente
dito. Para a elaboração dos diagnósticos foi utilizada a taxonomia da NANDA-I, uma vez
que esses representam a base para seleção de intervenções e resultados terapêuticos de
acordo com as taxonomias NIC e NOC, respectivamente. As intervenções de enfermagem
tiveram como base os cuidados de enfermagem para o atendimento das necessidades
básicas e específicas do ser humano.
FISIOPATOLOGIA

O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome neurológica que leva a uma
anormalidade súbita do funcionamento do cérebro devido a um bloqueio da passagem do
sangue para o encéfalo ou de uma hemorragia cerebral. Esta patologia é causada por uma
lesão decorrente a um mecanismo vascular e não traumático, logo se pode encontrar
AVE’s secundários a uma embolia arterial e processos de trombose arterial ou venosa, o
que poderá causar isquemia ou hemorragia cerebral. (BRAGA, ALVARENGA e NETO,
2003; OLIVEIRA, 2009).
O AVE pode ser causado por dois mecanismos distintos, se considerarmos a sua
fisiopatologia: isquemia (85%) ou hemorragia (15%). O AVE isquêmico ocorre quando
falta suprimento sanguíneo no cérebro, frequentemente causado pela formação de uma
placa aterosclerótica ou pela presença de um coágulo que chega através da circulação de
uma outra parte do corpo. A aterosclerose produz a formação de placas e progressiva
estenose do vaso. A trombose cerebral refere-se à formação ou desenvolvimento de um
coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias cerebrais, ou de seus ramos, que se
deslocam produzindo a oclusão e isquemia. O AVE hemorrágicos ocorre devido à ruptura
de um vaso sanguíneo e consequente extravasamento do sangue. A hemorragia pode ser
intracerebral ou subaracnóidea. Em ambos os casos, a falta de suprimento sanguíneo
causa infarto na área suprida pelo vaso e as células morrem.
A hemorragia intraparenquimatosa hipertensiva, a mais frequente, normalmente é
resultado da ruptura de uma pequena artéria penetrante profunda devido ao aumento da
pressão nas mesmas. Essa hemorragia pode ser pequena ou formar um coágulo grande
que pode até mesmo comprimir o tecido adjacente causando herniação e morte.
Geralmente este tipo de hemorragia desenvolve-se ao longo de 30 a 90 min, enquanto as
associadas a terapia anticoagulante podem evoluir por até 24 a 48 horas. Os principais
locais acometidos por esse tipo de hemorragia são os núcleos da base (principalmente o
putâmen), o tálamo, o cerebelo e a ponte.
Outra causa de hemorragia intracerebral é a angiopatia amiloide, doença mais
comum nos idosos, onde ocorre a degeneração arteriolar, resultando no depósito de
amiloide nas paredes das artérias cerebrais, fragilizando-as e levando-as a ruptura. A
angiopatia causa hemorragias lobares únicas e recorrentes.
MEDICAÇÃO UTILIZADA

Medicações em uso: Dose: Via:


• Glicose • 20 ml • EV
• Noradrenalina • 2 ml • EV
• Cloreto de sódio • 500ml • EV
• Dipirona sódica • 1 AMP • EV
• Metoclopramida • 1 AMP • EV
5mg/ ml – 2ml
EXAMES LABORATORIAIS

Test Name Result Ref. Interval Units


ALTI Alanine Aminotransferase Sem reagente
TBI Total Bilirubin 1.6 ALT. 0.2 – 1.0 mg/dL
CKI Total Ck 692 ALT. 26 – 380 U/L
MBI Creatine Kinase 46 7 – 25 U/L
ALPI Alkaline Phosphatase 59 46 – 116 U/L
TGL Triglycerides 107 ALT. 30 – 150 mg/dL
LDI Lactate Dehydrogenase 464 ALT. 100 – 190 U/L
CHOL Cholesterol 280 ALT. 0 – 200 mg/Dl
AST Aspartate Aminotransf. 76 ALT. 15 – 37 U/L
URCA Urica Acid 7.6 ALT. 2.6 – 7.2 mg/dL
DBI Direct Bilirubin 0.3 ALT. 0.0 – 0.2 mg/dL
RCRP C-Reactive Protein 1.4 0.0 – 5.0 mg/dL
MG Magnesium 4.3 ALT. 1.8 – 2.4 mg/dL
ALB Albumin 4.2 3.4 – 5.0 g/dL
BUN Blood Urea Nitrogen 54 ALT. 10 – 40 mg/dL
GLUC Glucose 123 ALT. 74 – 106 mg/dL
GGT Gamma- Glutamy Tranf. 146 ALT. 5 – 85 U/L
CA Calcium 9.0 8.5 – 10.1 mg/dL
CRE2 Creatinine 2.46 ALT. 0.55 – 1.30 mg/dL

Gasometria Arterial

Valores de gases no sangue

pH 7.234
pCO2 53.0
pO2 102
Estado Ácido-Base
HCO3 19.5
ESTUDO DE CASO

Estado Geral: Inalterado


#AVEH de Tronco/ Cisterna Basais apagadas
#HAS Descompensada

HDA: Paciente O.R.M., 50 anos, sexo masculino, transferido do SPA da Redenção,


trazido pela Samu, com história de ter sido encontrado convulsionando pela esposa hoje
à tarde, por volta das 15h. Foi levado por populares para o spa, onde foi identificado
PCR no atendimento inicial. Realizado RCP com RCE 3 ciclos. Esposa do paciente
relata que o mesmo fez uso excessivo de bebidas alcoólicas durante a semana associado
ao uso de cocaína. deu entrada na sala de emergência já intubado, PA 60x40, PAM: 50,
com pele fria, pupilas midriáticas não fotorreativas, sem sedação e sem sinais de
estímulos neurológicos.

Em 31/03/23 paciente foi avaliado pela neurocirurgia que diagnosticou AVH de tronco
mediante TC, Tetrahemoventriculo e cisternas basais apagadas, foi definida conduta de
internação e abertura de protocolo de ME.

Evolução de enfermagem:

Paciente gravíssimo, instável hemodinamicamente, apresentando couro cabeludo sem


pediculose e sem sujidade, pupilas medias não fotorreativas, em uso de sonda
nasogástrica, faz uso de IOT sob VM sem sedação, Glasgow 3, em uso de AVC em
subclávia direita com Noradrenalina em curso de 35 ml/ h, tórax simétricos, faz uso de
SVD com presença de sedimentos e aspecto de coloração amarelo citrino, acianótico,
normocorado, anictérico e sem edemas presentes em MMII e MMSS, com uso de manta
térmica.

Ao exame: Acianótico, anictérico, afebril, normocorado, hidratado.


AP: MV presentes S/A
AC: BNF 2T S/S
AB: Abdome plano, flácido, sem aspecto de dor, ruídos hidroaéreos ausente.

Sinais Vitais: FC 118 bpm; PA 83/53 mmHg; SpO2 96; FR 20 rpm


1º Diagnóstico de Enfermagem

▪ Troca de gases prejudicada relacionado a desequilíbrio na relação ventilação e


perfusão, evidenciado por pH arterial anormal e taquicardia.

Planejamento Prescrição

▪ Manter as vias aéreas desobstruídas (p. ex.,


aspiração, inserção ou manutenção de uma via
aérea artificial), conforme apropriado;
▪ Os níveis do equilíbrio ▪ Administrar agentes orais ou parenterais com
acidobásico: acidose mista, HCO3, se apropriado;
voltarão ao normal em torno ▪ Posicionar o paciente para melhor adequação da
de 24 horas. ventilação-perfusão (p. ex., semi-Fowler),
conforme apropriado;
▪ Monitorar gasometria arterial quanto à
diminuição do pH, conforme apropriado.
Evolução esperada

▪ Paciente apresentará valores do equilíbrio acidobásico dentro da normalidade


dentro de 24 horas.

2º Diagnóstico de Enfermagem

▪ Risco de lesão por pressão no adulto evidenciado por mobilidade física diminuída
e fatores externos tais como pressão sobre saliência óssea.

Planejamento Prescrição

▪ Administrar pomadas no dorso e pescoço,


quando apropriado;
▪ Girar o paciente imobilizado pelo menos a cada
▪ Paciente manterá a 2 horas, de acordo com um esquema específico;
integridade da pele ▪ Posicionar com travesseiros para elevar pontos
preservada minimizando de pressão do leito;
pressão sobre partes ▪ Manter os lençóis limpos, secos e sem
corporais. amassados;
▪ Inspecionar a pele sobre proeminências ósseas e
outros pontos de pressão pelo menos uma vez ao
dia durante os reposicionamentos.

Evolução esperada

▪ Paciente não apresentará risco de lesão por pressão durante a sua internação.
3º Diagnóstico de Enfermagem

▪ Risco de choque evidenciado por hipotermia e pressão arterial instável (83/53


mmHg).

Planejamento Prescrição

▪ Monitorar temperatura e condição respiratória;


▪ Monitorar ritmo e frequência cardíaca;
▪ Monitorar parâmetros hemodinâmicos
invasivos (p. ex., pressão venosa central,
pressão arterial média e saturação de oxigênio
▪ Valores dos sinais vitais venosa central/mista), conforme apropriado;
serão monitorados e ▪ Monitorar a condição circulatória (p. ex.,
melhorados preservando seu pressão arterial, cor da pele, temperatura da
estado físico em até 24 pele, sons cardíacos, frequência e ritmo
horas. cardíacos, presença e qualidade dos pulsos
periféricos, bem como o enchimento capilar);
▪ Posicionar o paciente em decúbito dorsal, com
as pernas elevadas (volume, vasogênico) ou em
supina, a cabeça e os ombros elevados
(cardiogênico), conforme apropriado.

Evolução esperada

▪ Paciente não apresentará risco de choque iminente.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALFARO-LEFEVRE, R. Aplicação do processo de enfermagem: promoção do


cuidado colaborativo. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2005.

BRAGA, J.L; ALVARENGA, R. M. P; NETO, B.M.M. Revista Brasileira de


Medicina, Editora Moreira Jr, 2003. Disponível em:
<http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_mat-eria=2245>. Acesso em:
15 set. 2013.

BULECHEK, G.; BUTCHER, H.; DOCHERTERMAN, J. do. Classificações de


Enfermagem (NIC). Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.

HERDMAN, T.; KAMITSURU, S. do Diagnóstico de Enfermagem da NANDA


Definições e Classificações 2021-2023. Porto Alegre: Artmed, 2018

MOORHEAD, S.; JOHNSON, M.; MASS, M. do. Classificações dos Resultados de


Enfermagem (NOC). Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

SANARMED (BRASIL); COSTA, Marina Lopes (ed.). Resumo sobre acidente


vascular cerebral hemorrágico (AVCh). In: COSTA, Marina Lopes. Resumo sobre
acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCh). Brasil: Sanar, 27 ago. 2020.
Disponível em: https://www.sanarmed.com/resumo-acidente-vascular-encefalico-
hemorragico-ligas. Acesso em: 1 abr. 2023.

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