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SEPSE

Sepse

• A resposta do hospedeiro e as características do


organismo infectante são as principais variáveis
fisiopatológicas da sepse.
Sepse

• O JAMA – Journal of American Medical Association


publicou em 2016 o “Third International Consensus
Definitions for Sepsis and Septic Shock (Sepsis-3)”.

• Trata-se do mais novo consenso internacional sobre


critérios diagnósticos para sepse e choque séptico. Ele foi
desenvolvido por duas importantes sociedades: a Society
of Critical Care Medicine e a European Society of
Intensive Care Medicine.
Mecanismos Fisiopatológicos

Síndrome de Disfunção Múltipla de Órgãos


Quick SOFA (qSOFA)

Critério de triagem clínica para se pensar em sepse (NÃO é


indicador de Sepse).
Uma variação aguda de 2 pontos ou mais no qSOFA associada à
infecção → avaliar para sepse → SOFA.

qSOFA (quick SEQUENTIAL ORGAN FAILURE ASSESSMENT SCORE)

                                                                                                                                                                                                                                                                                     

ECG ˂ 15 FR ˃ 22/min PA sistólica ˂ 100


Quick SOFA (qSOFA)

Utilidade FORA DA UTI

INFECÇÃO + qSOFA >2 *

*Não faz diagnóstico de sepse

*Identifica os pacientes com maior risco de óbito


ou de permanecer por 3 ou mais dias na UTI.
Quick SOFA
SEPSE
Infecção + SOFA >2
SOFA escore
Sequential Organ Failure Assessment
Sinais de hipoperfusão

Alteração do nível Oligúria Aumento do lactato


de consciência sanguíneo

Agitação
Confusão
Delirium
< 0,5 mL/Kg/h > 2mmol/L
Letargia
Aspectos Clínicos
- diminuição do debito urinário
RIM (<0,5mL/kg/h)
- aumento da ureia e creatinina

• Insuficiência Renal Aguda (IRA)

A fisiopatogenia da disfunção renal


na sepse e multifatorial:
-Pré-renal - hipovolemia e
hipotensão, que resultam em
hipoperfusão renal.
-Renal –Pode ocorrer necrose
tubular aguda e lesão por apoptose
celular.
CT de Medicina de Urgência e Emergência
17 *
CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM
DISFUNÇÃO ORGÂNICA:
Quando a homeostase não pode ser mantida sem intervenção

Lesão pulmonar aguda


levando a hipoxemia:
Respiratória
Relação PaO2 / FiO2 < 300

Renal Creatinina > 2 mg/dL

Hepática Bilirrubina total > 2 mg/dL ou


35 mmol/L

INR > 1,5 ou TTPa > 60s


DISFUNÇÃO ORGÂNICA:
Quando a homeostase não pode ser mantida sem intervenção

Hematológica Plaquetas < 100.000/mm³

pH < 7,30 ou Excesso de base < -5 mEq/L


Metabólica com lactato plasmático > 1,5 vez o normal
Choque Séptico - Definição
Choque Séptico – Critério clínico:

Após reanimação volêmica adequada


▪Necessidade de vasopressor para manter a pressão arterial
média acima de 65 mmHg
E
▪lactato > 2 mmol/L (18 mg/dL)
Pacote de cuidados (Bundle)das 3 horas

•Coleta de lactato sérico;


•Coleta de hemocultura, antes da administração de
antibioticoterapia (2 amostras; 1 periférica);
•Administração de antibióticos de amplo espectro (em <
1h), após a coleta das hemoculturas;
•Administração de cristaloides para reposição volêmica em
pacientes hipotensos ou com lactato aumentado (acima
de 2 x valor normal).
Pacote de cuidados (Bundle)das 6 horas
Pacientes mais graves com choque séptico ou hiperlactemia:

•Ressuscitação hemodinâmica:
•Administração de vasopressores (para hipotensão que não
responda a ressuscitação volêmica inicial), visando manter
PAM acima de 65 mmHg;
•Reavaliação do status volêmico e de perfusão;
•Reavaliação dos níveis de lactato, quando os pacientes
apresentarem lactato inicial elevado.
✔ Sinais vitais (FC< FR< PA) de 15/15 minutos ou menos;
✔ PVC
✔ SaO2
Paciente com suspeita de
infecção
Monitorar condição clínica;
Ainda Reavaliar para possível sepse
qSOFA >2 ? A
suspeita? não
não se clinicamente indicado.
sim
Monitorar condição clínica;
Avaliar evidências de qSOFA
Reavaliar para possível sepse
disfunção de órgãos não
se clinicamente indicado. A
sim •FR > 22 ipm
•ECG < 15
qSOFA >2 ? B
•PA < 100 mmHg
sim
B
SEPSE SOFA – variáveis:
sim
-Taxa PaO2/Fio2
Apesar da ressuscitação volêmica,
-Escore Escala de Coma de Glasgow
1. Necessita de vasopressores para
-Pressão Arterial Média (PAM)
manter PAM > 65 mmHg
-Administração de vasopressores (dose e
E
taxa de infusão)
2. Lactato sérico > 2 mmol/L?
-Creatinina sérica ou débito urinário/h
sim -Bilirrubina
CHOQUE SÉPTICO -Contagem de plaquetas
A importância da equipe de Enfermagem no
reconhecimento e tratamento da sepse

A equipe de Enfermagem tem um papel relevante


no diagnóstico e tratamento do paciente séptico,
devido ao fato de permanecer, a maior parte do
tempo, à beira do leito, identificando e atuando frente
às necessidades humanas básicas afetadas e
contribuindo com a equipe multiprofissional na
instituição de tratamentos e cuidados pertinentes,
precocemente, o que pode contribuir para o aumento
da sobrevida.
Cuidados do paciente com suspeita de Sepse
Abordagem inicial
Observar manifestações clínicas de hipoperfusão:

rebaixamento do nível de consciência


queda do débito urinário
queda da pressão arterial
diminuição da oxigenação
Parâmetros hemodinâmicos: FC, PA, PVC, ScvO2
Coleta de sangue para exames
Cuidados do paciente com sepse

• Punção de acesso venoso calibroso para assegurar a


reposição volêmica agressiva
• Medir o débito urinário, por meio de sonda ou
outros dispositivos.
• Monitorização constante dos parâmetros
hemodinâmicos: FC, PA, PVC, ScvO2
• Coleta de exames: gasometria arterial com lactato,
culturas e outros exames.
Cuidados do paciente com sepse

• Atentar para a necessidade do início precoce da


infusão de drogas vasoativas no paciente que
apresenta hipotensão arterial, mesmo durante a
ressuscitação volêmica.
• Administração rápida do antibiótico prescrito, após a
coleta das culturas, pois existem evidências
científicas de que o aumento da mortalidade pode
estar relacionado ao atraso na administração do
antibiótico. Portanto, cabe ao enfermeiro entender e
demonstrar para a equipe a importância de priorizar
essa ação.
REFERÊNCIAS

• Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de


Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde.
Brasília: Anvisa, 2017.
– Capítulo 2: Medidas de Prevenção de Infecção do Trato Urinário
– Capítulo 3: Medidas de Prevenção de Infecção da Corrente Sanguínea

• Viana, Renata Andréa Pietro Pereira. Sepse, um problema de


saúde pública: a atuação e colaboração da enfermagem na
rápida identificação e tratamento da doença. São Paulo:
COREN-SP, 2017.

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