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SEPSE

MEDICINA DE EMERGÊNCIA
Epidemiologia
⦿ Estados Unidos – 750 mil casos/ano sendo 10%
das internações das UTI’s e 2% das internações
hospitalares;
⦿ Brasil – cerca de 15 mil óbitos/ano e 84 mil/casos
ano. Na Sepse grave a mortalidade é de 20% e no
choque séptico é entre 40 e 70 %.
Maiores Causas
⦿ Maiores Causas: As infecções mais comumente
identificadas são Pneumonias , seguida de
infecções abdominais e de trato urinário.
⦿ Microbiologia - Gram- Positivos 47% ; Gram
Negativos 62% e Fungos 19% em pacientes
internados em UTI com caso de SEPSE.
Definições Antigas
⦿ Sepse: é definida como uma síndrome da
resposta inflamatória sistêmica (SIRS) de causa
infecciosa.
⦿ Sepse grave : quando a sepse ocasiona disfunção
de órgãos ou hipoperfusão.(esse conceito foi
abolido)
⦿ Choque séptico :é definido como hipotensão
arterial sistêmica que persiste após a
ressuscitação volêmica ou que necessita de
drogas vasopressoras para manter a
PAM>90mmHg.
⮚ SIRS- Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica :

Resposta inflamatória generalizada do organismo a diversos agressores,


como trauma, queimadura, pancreatite, sepse, etc. Para o diagnóstico de
SIRS é necessário dois ou mais dos critérios a baixo:

⦿ Temperatura maior que 38ºC ou menor que 36ºC


⦿ Frequência cardíaca acima de 90bpm
⦿ Frequência respiratória que 20ipm ou PaCO2 menor que 32mmHg
ou ainda necessidade de ventilação mecânica por um processo
agudo
⦿ Leucocitose maior que 12.000/mm3 ou leucopenia menor que
4.000/mm3 ou ainda a presença de mais de 10% de formas imaturas
( bastonetes)
Novas Definições
Escala qSOFA
O qSOFA score (também conhecido como quickSOFA)
é uma ferramenta para se usar à beira do leito para
identificar pacientes com suspeita/documentação de
infecção que estão sob maior risco de desfechos
adversos.
Os critérios usados são: 
⦿ PA sistólica menor que 100 mmHg,
⦿ frequência respiratória maior que 22 ipm.
⦿ alteração do estado mental (GCS < 15).
Cada variável conta um ponto no score, portanto ele
vai de 0 a 3.
Uma pontuação igual ou maior a 2 indica maior risco
de mortalidade ou permanência prolongada na UTI.
Escala SOFA
Fisiopatologia
Exposição a um patógeno ou sua toxina desencadeia
uma resposta imunológica e inflamatória no intuito de
conter essa ameaça no organismo.
Essa resposta pode ser excessiva ocasionando
ativação de neutrófilos, monócitos , plaquetas,
estimulação de coagulação e redução de fibrinólise.
A resposta exacerbada leva a uma lesão endotelial e
microvascular difusamente causam e/ou pioram a
perfusão tecidual , contribuindo para o ciclo vicioso
presente no choque séptico.
⦿ Ocorre por meio da reação imune, liberação de
mediadores inflamatórios e anti-inflamatórios, expressão
de receptores de membranas e outros mecanismos.
⦿ Liberação de mediadores inflamatórios e anti-
inflamatórios, fatores de aderência (selectinas e
integrinas), radicais livres de O2 , óxido nítrico, e as
alterações da hemostasia (ativação da coagulação e da
fibrinólise)
⦿ Desequilíbrio no Fluxo Microvascular:
-Vasodilatação: NO, fator ativador de plaquetas,
prostaciclinas, bradicinina, beta endorfina e mediadores
inflamatórios;
-Vasoconstrição: catecolaminas, vasopressina,
tromboxano, endotelina e outros vasoconstritores locais.
-Agravo da lesão endotelial: formação de microtrombos,
agregados de plaquetas, monócitos e neutrófilos, edema
das células endoteliais e diminuição da capacidade de
deformação das hemácias
⦿ Alterações na Cascata de Coagulação :
-Lipopolissacarídeos e o TNF-α diminuem a síntese de
trombomodulina e o receptor endotelial da proteína C que
levam a :
1.Impedimento da ativação da proteína C e proteína S
(anticoagulantes naturais);
2.Aumento da síntese do inibidor do ativador do
plasminogênio 1 (PAI-1)-> inibe a fibrinólise .
⦿ Alterações do metabolismo celular que afetam o
metabolismo lipídico, dos carboidratos e proteínas
⦿ Queda do fluxo sanguíneo nos capilares → Queda de
O2 → Aumenta o metabolismo anaeróbio → Aumento
de lactato
Resposta Orgânica
⮚ Microcirculação:
a. Perda da autorregulação
b. Estase sanguínea + formação de microtrombos .
c. Hipoxemia
d. Vasodilatação, aumento da permeabilidade capilar
e perda de líquido para o interstício
⮚ Coração:
a. Aumento do DC inicial
b. Depressão miocárdica
Resposta Orgânica
⮚ Aparelho respiratório:
a. Frequentemente acometido na sepse grave e
choque séptico
b. Edema intersticial e alveolar
c. Presença de polimorfonucleares (maior dano
tecidual)
d. Distúrbios ventilatórios
e. Lesão pulmonar aguda
f. Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo
(SDRA)
Resposta Orgânica
⮚ Rins:
a. Acometidos quando há alteração circulatória
significativa devido à sepse.
b. Oligúria
c. Azotemia
⮚ Aparelho digestivo:
a. Redução do fluxo sanguíneo regional
b. Redução do peristaltismo
c. Alteração da microbiota
d. Desnutrição
e. Translocação bacteriana facilitada
Resposta Orgânica
⮚ Fígado
a. Hiperbilirrubinemia
b. Colestase
c. Lesão Hepatocelular
⮚ Sistema Nervoso
a. Encefalopatia
b. Neuropatia periférica
Resposta Orgânica
⮚ Coagulação
a. Exacerbação
b. Compremetimento do sistema de
coagulação ( trombose na
microcirculação)
c. Plaquetopenia e aumento de TTPa
Sinais para Diagnóstico da Sepse
Variáveis gerais :
• Febre (> 38,3°C)
• Hipotermia (temperatura basal < 36°C)
• Frequência cardíaca > 90/min–1 ou mais do que dois sd acima do valor normal para a idade
• Taquipneia
• Estado mental alterado
• Edema signiificativo ou balanço fluido positivo (> 20 mL/kg acima de 24 hr) Hiperglicemia (glicose no plasma >
140 mg/dL ou 7,7 mmol/L) na ausência de diabetes

Variáveis inflamatórias
• Leucocitose (contagem de glóbulos brancos > 12.000 µL–1)
• Leucopenia (contagem de glóbulos brancos < 4000 µL–1)
• Contagem de glóbulos brancos normal com mais do que 10% de formas imaturas
• Proteína C-reativa no plasma mais do que sd acima do valor normal
• Procalcitonina no plasma mais do que dois sd acima do valor normal

Variáveis hemodinâmicas
• Hipotensão arterial (PAS < 90 mm Hg, PAM < 70 mm Hg ou redução de PAS > 40 mm Hg em adultos ou menos
de dois sd abaixo do normal para a idade)

Variáveis de disfunção de órgãos


• Hipoxemia arterial (Pao2/FIO2< 300)
• Oligúria aguda (diurese < 0,5 mL/kg/h por pelo menos 2 h apesar de ressuscitação fluida adequada)
• Aumento de creatinina > 0,5 mg/dL ou 44,2 µmol/L
• Anormalidades de coagulação (RNI > 1,5 ou TTPA > 60 s) Íleo (ausência de sons intestinais)
• Trombocitopenia (contagem de plaquetas < 100.000 µL–1)
• Hiperbilirubinemia (bilirubina total no plasma > 4 mg/dL ou 70 µmol/L)

Variáveis de perfusão tissular


• Hiperlactatemia (> 1 mmol/L)
• Diminuição do enchimento capilar ou mosqueamento
Sinais da Sepse Grave
Definição de sepse grave - disfunção de órgão ou hipoperfusão tissular induzida
por sepse (qualquer dos seguintes supostamente devidos à infecção)
• Hipotensão induzida por sepse
• Lactato acima dos limites máximos normais laboratoriais
• Diurese < 0.5 mL/kg/hr por mais de 2 h apesar da ressuscitação fluida
adequada
• Lesão pulmonar aguda com PaO2/FIO2< 250 na ausência de pneumonia
como da fonte de infecção
• Lesão pulmonar aguda com PaO2/FIO2< 200 na presença de pneumonia
como da fonte de infecção
• Creatinina > 2.0 mg/dL (176.8 µmol/L)
• Bilirrubina > 2 mg/dL (34.2 µmol/L)
• Contagem de plaquetas < 100,000 µL
• Coagulopatia (razão normalizada internacional > 1.5)
Exames Complementares
⮚ Hemocultira
⮚ Gasometria
⮚ Lactato
⮚ Glicemia
⮚ Teste de disfunção orgânica
⮚ Coagulação
⮚ HMG
⮚ Exames de imagem
⮚ VHS
Obrigado!

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