Você está na página 1de 13

POP N°: 060

PROCEDIMENTO
Data Emissão: 17/11/2017
OPERACIONAL
Data da revisão:
PADRÃO
Revisão nº:
Página 1 de 13
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHG)

DEFINIÇÕES:

• PRÉ-ECLÂMPSIA: Pressão Arterial maior que 140 x 90mmhg e proteinúria maior que
0,3g/24h ou 1 g/l e/ou ++ ou mais em amostra isolada, após a 20ª semana, em mulheres
previamente normotensas e sem proteinúria (exceto na doença trofoblástica gestacional).

• ECLAMPSIA: convulsões generalidades e/ou coma em gestantes com pré-eclâmpsia,


excluindo-se outras doenças convulsivas.

• HIPERTENSÃO GESTACIONAL TRANSITÓRIA: elevação somente da pressão arterial


após a 20a semana, em mulheres previamente normotensas.

• HIPERTENSÃO CRÔNICA: doença hipertensiva presente anteriormente à gravidez ou que


é diagnosticada antes da 20ª semana de gestação; persiste após 6 semanas do parto.

• HIPERTENSÃO CRÔNICA COM PRÉ-ECLÂMPSIA SOBREPOSTA: proteinúria ou


hiperuricemia em mulheres com hipertensão arterial crônica.

• HELLP SÍNDROME: agravamento multisistêmico das formas graves de pré-eclâmpsia,


caracterizado por anemia hemolítica micro angiopático, disfunção hepática e trombocitopenia.

OBJETIVO:
• Padronizar o atendimento às gestantes
• Redução da mortalidade materna.

RESPONSABILIDADE:

1
• Obstetra
• Neonatologista
• Enfermeiro
MEDIDAS DE CONTROLE:

• Cálcio (1,5 - 2,0 g/dia) + vitamina D: dieta pobre em cálcio e nos casos fatores de alto risco
(pré-eclâmpsia grave prévia, diabetes, doença auto-imune, HAC e doença renal

• Aspirina: 75-100mg /dia para prevenção de pré-eclâmpsia em mulheres de alto risco (a


partir de 12 semanas)

• Heparina de baixo peso molecular: anticorpo anticardiolipina e anticoagulante lúpico


positivos, perda gestacional de repetição, trombose arterial ou venosa e trombocitopenia

SINAIS DE PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE:

• PA=160 x 110 mmHg

• Proteinúria de 2g / 24h

• Perda da função renal com oligúria (menor que 400 ml/dia) e creatinina maior que 1,2 mg/dl

SINAIS DE IMINÊNCIA DE ECLAMPSIA:

• Cefaléia, epigastralgia ou transtornos visuais

• Insuficiência pulmonar ou cardíaca: cianose e/ou edema pulmonar

• Dor em hipocôndrio direito (distensão da cápsula hepática)

2
• Trombocitopenia grave: menor que 100.000 plaquetas/mm3

• Anemia hemolítica micro angiopática: DHL maior ou igual a 600U/I

• Icterícia ou elevação das enzimas hepáticas: bilirrubina total maior que 1,2 mg%%,
TGO/TGP maior ou igual a 70 U/I

SINAIS DE INSUFICIÊNCIA PLACENTÁRIA GRAVE:

• Oligoâmnio

• Dopplervelocimetria alterada

• Cardiotocografia alterados

SINAIS DE MAL PROGNÓSTICO:

• Edema agudo de pulmão,


• Dispnéia do início súbito,
• Antecedente de doença cardiovascular,
• Tosse e expectoração de aspecto róseo,
• Taquipnéia,
• Sudorese,
• Cianose,
• Agitação e ansiedade,
• Tiragem intercostal e infraclavicular,
• Estertores crepitantes difusos, com ou sem roncos e sibilos

3
EXAMES QUE DEVEM SER SOLICITADOS:

• Hemograma completo

• Urina tipo I

• Uréia

• Creatinina

• Ácido úrico

• Transaminases: TGO e TGP

• DHL

• BTF

CASOS GRAVES:

Coagulograma Proteinúria de 24 horas (na enfermaria)


Pesquisa de trombofilia,
Eletroforese de proteínas,
Sódio
Potássio
ECG
Ecocardiograma
Fundo de olho

4
USG abdome total
Tomografia ou Ressonância magnética cerebral

TRATAMENTO:

Repouso em Decúbito Lateral Esquerdo (atividades em casa de acordo com o


conforto da paciente)
Dieta hipossódica: diminuir a reatividade vascular
Sedação: diminui a ansiedade e a labilidade vásculo-emocional
Benzodiazepínico = 5 a 10mg VO de 8/8h ou 12/12h
Anti-Hipertensivos:
Metildopa = 750 a 2000mg VO/dia (preferência de início ambulatorial)
Nifedipina retard: 40-80mg/dia (contra- indicação relativa quando associada ao sulfato
de magnésio)
Hidralazina: 5mg EV a cada 15 minutos até controle da hipertensão; o uso oral pode ser
utilizado como segunda escolha na dose de 50-300 mg/dia; contra-indicado na
cardiopatia isquêmic
CONTRA-INDICAÇÃO ABSOLUTA: Inibidores da ECA e antagonista do receptor AT1 da
Angiotensina II

INDICAÇÕES MATERNAS PARA INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO

• IG (Idade Gestacional) maior que 38 semanas

• Plaquetopenia menor que 100.000/mm3

• Deterioração progressiva da função hepática e/ou renal

• Cefaléia persistente e ou alterações visuais

• Epigastralgia persistente, náuseas e vômitos

5
• Iminência de eclampsia ou Eclampsia

• Síndrome Hellp

• RCF ( Restrição do Crescimento Fetal) grave

• Cardiotocografia basal não reativo ou Perfil Biofísico Fetal alterado

• Oligoâmnio

ATENDIMENTO DE PACIENTES COM ECLAMPSIA:

• Assegurar permeabilidade das vias aéreas,

• Proteção da língua,

• Administração de O2,

• Posição semi-sentada,

• Assistência ventilatória;

• Interrupção da gestação após estabilização do quadro clínica

• Administração de Sulfato de magnésio (MgSO4 7 H2O):

ZUSPAN (IV) = dose de ataque de 4 g IV (5-10 minutos) e manutenção: 1 a 2 g por hora


mantida até 24 horas pós-parto ; recorrência de convulsão repetir uma dose EV de 2 g
PRITCHARD (IM) = 4 g IV (3-5 min.) +10g IM (dose de ataque) e de manutenção: 5 g IM
cada 4 horas
SIBAI (IV) = 4 g IV (10 min.) (dose de ataque) e de manutenção: 2 a 3 g por hora.

6
NÍVEIS DE TOXICIDADE DO SULFATO DE MAGNÉSIO

• Nível Terapêutico = 4 – 7 mEq/l

• Perda de Reflexo Patelar = 10 mEq/l

• Depressão Respiratória = 15 mEq/l

• Parada Cardíaca = 30 mEq/l

Indicação de suspensão do Sulfato de Magnésio (administrar Gluconato de cálcio 10% -


10 ml EV lento)

• Abolição do Reflexo Patelar

• Freqüência Respiratória menor ou igual a 14rpm

• Diurese menor que 25 ml/h

CONDUTA NOS CASOS DE CRISES CONVULSIVAS DE REPETIÇÃO E AUSÊNCIA DE


RESPOSTA COM O SULFATO DE MAGNÉSIO:

• Suspeitar de hemorragia intracraniana: Solicitar TC crânio e avaliação do neurologista

• Iniciar Fenitoína: 250mg diluída em soro fisiológico 250 ml – administrar em 10 minutos

• Caso não haja resposta, repetir o esquema a cada 30 minutos até completar 750mg

• Manutenção: 100 mg EV de 8/8 horas enquanto se mantiver a venóclise. Depois de retirada

7
da venóclise, 100 mg VO de 8/8 horas até a alta hospitalar

HELLP SÍNDROME:

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL:

• Bilirrubinas totais maior que 1,2m%g

• Transaminases maior que 70UI/l

• Contagem de Plaquetas menor que 100.000mm3

SINAIS DE MAL PROGNÓSTICO:

• CIVD (Coagulação Intravascular Disseminada)

• Insuficiência renal

• DPP

• Edema agudo pulmonar

• Hematoma

• Rotura hepática

• Hemorragia intracraniana

CONDUTA:

• Avaliação do estado geral no Centro-Obstétrico

8
• Confirmação do diagnóstico laboratorial

• Fazer o diagnóstico diferencial: Esteatose Hepática Aguda da Gravidez, Síndrome


Hemolítico-Urêmica, Púrpura Trombocitopênica Trombótica, Hepatite Viral, Quadros
Inflamatórios ou Infecciosos Abdominais

• Estabilização das condições vitais

• Tratamento da hipertensão arterial

• Profilaxia ou tratamento das convulsões com Sulfato de Magnésio

• Correção da CIVD quando presente;

• Transfusão de plaquetas quando necessário; cada unidade de plaquetas transfundida


aumenta a contagem sérica em 10.000 plaquetas/mm3

• Administração de Dexametasona 10mg EV de 12/12 horas até o parto

• Interrupção da gravidez independente da idade gestacional, por via vaginal sempre que
possível, pois o parto vaginal com vigilância da vitalidade fetal está associado à menor morbi-
letalidade materna

• Considerar a anestesia geral para casos de CIVD, com plaquetopenia abaixo de 70.000
plaquetas ou suspeita de sangramento intracraniano

• Lembrar que a reposição volêmica com cristalóides reduz a pressão coloidosmótica


plasmática favorecendo o edema agudo de pulmão

CUIDADOS ESPECIAIS:

9
POP N°: 060
PROCEDIMENTO
Data Emissão: 17/11/2017
OPERACIONAL
Data da revisão:
PADRÃO
Revisão nº:
Página 10 de 13
DOENÇA HIPERTENSIVA ESPECÍFICA DA GESTAÇÃO (DHG)

INTRA-OPERATÓRIO

A incisão abdominal cirúrgica deve ser a laparotomia infra-umbilical transversa (sempre


que possível), com colocação de drenos subaponeuróticos;
Nos casos de CIVD a incisão deve ser infra-umbilical longitudinal mediana;
Rigorosa hemostasia e curativo compressivo;
Encaminhamento da puérpera para a Unidade de Terapia Intensiva Adulto.

10
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS:

1. WHO handbook for guideline development. “Recomendações da OMS para a hemorragia


pós-parto: base das evidências”. Geneva, World Health Organization,
2012. www.who.int/reproductivehealth/publications/maternal_perinatal_health/978924154
8502/ en.
2. Projeto Diretrizes, Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Martins-
Costa SH, Ramos JGI, Britzke E; "Assistência ao Trabalho de Parto" Federação Brasileira
das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, 27 de julho de 2001
3. Patient Safety Bundle: Hypertension; The Council on Patient Safety In Women's Health
Care.

11
CONTROLE DE REVISÃO
Data Revisão Motivo
17/11/2017 00 Edição do documento

Elaborado:
Data:
Andréa Savietto (Ed. Continuada) Coren: 0107522 17/11/2017

Elaborado:
Data:
17/11/2017
Dr. Jarbas Tortato CRM: 57052 (Coordenador da GO/Obstetrícia)
Autorizado:
Data:
17/11/2017
Fabiane Pavanello (Farmacêutica) CRF:50278
Data:
Autorizado
Aparecida Valéria Quadros - COREN: 115.029 – (Gerente de Enfermagem) 17/11/2017

Autorizado
Data:
17/11/2017
Maria Ap. Medeiros Barros do Prado - Diretora Administrativa
Aprovado: Gustavo Berbel Faidiga - CRM: 112.622 - Diretor Técnico Data:
17/11/2017

12
13

Você também pode gostar