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3.

1 Interações Gênicas e
Alterações Cromossômicas

ALTERAÇÕES NA
ESTRUTURA DOS
CROMOSSOMOS

Profa. Cleide Ilek


Mutação Cromossômica:

Mudança que resulta em rearranjos


cromossômicos, numero anormal de
cromossomos individuais ou
conjuntos cromossômicos
Tipos de Cromossomos
Mutação Cromossômica:

Anormalidades no funcionamento da
célula:

-podem resultar em número ou posição anormal


de genes;

-quebra cromossômica pode ocorrer dentro de


um gene.
Propriedades dos cromossomos

1ª: Afinidade de pareamento na


prófase I meiótica;
2ª: Reatividade das terminações
cromossômicas com fragmentos;
3ª:Sensibilidade a mudanças no
conteúdo gênico em diplóides.
Tipos de Alterações

Numéricas – Euploidias e
Alterações Aneuploidias

Estruturais – Balanceadas e Não


Balanceadas
ABERRAÇÕES ESTRUTURAIS
MECANISMOS DE MUDANÇA

Os rearranjos podem:
a) Ocorrer no tecido somático ou no germinativo.
b) Surgir por:
– Quebra física e reunião – o que pode acontecer espontaneamente
ou por tratamento com raios X ou gama;
– Crossing-over ilegítimo – entre elementos repetitivos no genoma.
Ocorre em células somáticas entre os segmentos repetidos
ABERRAÇÕES ESTRUTURAIS
TIPOS

DELEÇÃO - perda de um segmento do cromossomo

DUPLICAÇÃO - quando um segmento de um cromossomo apresenta-se


duplicado
INVERSÕES - quando um segmento do cromossomo originado de duas
quebras sofre rotação de 180° e é ressoldado. Quando a inversão envolve
o centrômero é denominada pericêntrica, quando não envolve o
centrômero é denominada paracêntrica

TRANSLOCAÇÃO - troca de segmentos entre cromossomos não


homólogos.
ISOCROMOSSOMOS -
Resultam de um erro na divisão
do centrômero que ao invés de
separar as cromátides separa
os braços do cromossomo. 
Cromossomos em anel -
ocorrem duas quebras em um
cromossomo uma em cada
braço, as pontas se afastam ou
se juntam e o pedaço mediano
se curva, formando um anel.
DELEÇÃO

Definição e Tipos
• A deleção resulta em desequilíbrio do cromossomo por perda
de um segmento cromossômico. Uma deleção pode ser
terminal ou intersticial;
• As deleções podem originar-se por quebra cromossômica e
perda do segmento acêntrico. Em alguns casos, as deleções
ocorrem por um crossing-over desigual entre cromossomos
homólogos desalinhados ou cromátides-irmãs;
DELEÇÃO

Definição e Tipos
• Pode acarretar severas consequências: maioria das
regiões dos cromossomos é essencial para a viabilidade
normal e a eliminação de qualquer segmento do genoma é
deletério.;
• A letalidade das deleções heterozigotas pode ser explicada
pelo desequilíbrio do genoma e pela revelação de alelos
letais recessivos;
DELEÇÃO

Definição e Tipos

• Deleção intragênica: pode ter efeito nulo caso


fenótipo nulo seja viável, ex.: albinismo;

• Multigênica: removem de 2 a milhares de genes,


mesmo em heterozigose os indivíduos podem
não sobreviver.
DELEÇÃO

Pareamento: cromossomo homólogo normal e com


deleção

Estrutura Formada na Meiose


DELEÇÃO

Propriedades Genéticas:
• Impossibilidade do organismo de sobreviver em
homozigose;
• Nunca há reversão a normalidade;
• Menor frequência de recombinação em deleções
heterozigotas;
• Revelação de alelos recessivos: pseudodominância;
Síndrome de Cri du Chat

A Síndrome de Cri du Chat (CDC) foi descoberta por Jerome Lejeune,


um geneticista francês, em 1963. É uma condição genética
relativamente rara com uma incidência calculada de 1:50000
nascimentos . O nome da síndrome veio com
o característico choro dos recém-nascidos
que muito faz lembrar um miado de um
gatinho. O fenótipo do afetado é
caracterizado, além do choro, por
microcefalia e face de lua.
Síndrome de Cri du Chat

Cariótipo de afetado

Deleção das bandas 5p.15.2 e 5p15.3


INVERSÃO

• Ocorrência de duas quebras com giro de 180°


antes de se ligar novamente;
INVERSÃO

• Quando uma inversão heterozigota está presente, uma


alça é formada durante o pareamento dos cromossomos
na meiose I.
• Uma inversão geralmente não causa um fenótipo anormal
nos portadores. Sua importância médica é para a
progênie, pois há o risco de produzir gametas anormais
que podem levar a uma prole não-balanceada.
INVERSÃO

• Podem ser:
• PARACÊNTRICAS:
centrômeros fora da
inversão
• PERICÊNTRICAS:
inclui centrômeros na
inversão
TRANSLOCAÇÃO

Dois cromossomos não homólogos, sofrem quebras e há a soldadura


de um segmento cromossômico a uma região fraturada de outro.
Existem dois tipos principais:

Translocações recíprocas
Resultam de quebra de cromossomos não homólogos, com trocas
recíprocas de segmentos soltos.

Quando os cromossomos de
uma translocação recíproca,
balanceada, heterozigota se
pareiam na meiose, forma-se
uma figura quadrirradial (em
forma de cruz).
TRANSLOCAÇÃO

Na anáfase os
cromossomos se
segregam a partir
desta configuração
de três maneiras
possíveis:
TRANSLOCAÇÃO

Produtos meióticos
duplicados e
deficientes para
regiões diferentes:
Inviável!
TRANSLOCAÇÃO

2 cromossomos
podem segregar
juntos, como as
partes recíprocas dos
translocados:
Produtos viáveis!
TRANSLOCAÇÃO

Quando centrômeros
homólogos migram para
o mesmo polo, evento
raro:
Inviável!
TRANSLOCAÇÃO

• A figura mostra a
translocação entre
cromossomos 5 e
11, resultando em
portador
heterozigoto, com
duplicação de 11q
(síndrome
associada) e
Translocações Robertsonianas

São aquelas que combinam os braços longos dos cromossomos


acrocêntricos.
Translocação Robertsoniana
e Síndrome de Down

“Em 1960, foram descritos os primeiros casos de translocação por Polani e


colaboradores e, em 1961, o primeiro caso de mosaicismo. Hoje se sabe que a
trissomia da parte distal do braço longo do cromossomo 21 (banda q22) é a
responsável pela síndrome. As crianças com essa síndrome tem 47
cromossomos, sendo que o elemento extra é um pequeno acrocêntrico que
desde então tem sido chamado de cromossomo 21 (Snustad, 2001).”
A síndrome de Down por translocação é causada por uma fusão
robertsoniana entre os cromossomos 21 e 14, mais comumente, podendo ser
também o 21 com qualquer outro do grupo D (13, 14 e 15) ou do próprio
grupo G (21 e 22).

A síndrome de
Down por
translocação é a
única forma que
pode reincidir na
família.
Translocação Robertsoniana e Síndrome de Down

Probabilidade de transmissão de um portador: 1/3


Síndrome de Down e Alterações Cromossômicas

“Também já foram observados os casos de Síndrome de


Down, com translocação do cromossomo 21 para outros
cromossomos, como, por exemplo, o 22. Além disso, em
alguns casos parece haver um isocromossomo 21, isto é, um
cromossomo que é constituído pelo braço longo do
cromossomo 21 em duplicata. Note-se que uma pessoa com
45 cromossomos, dos quais um é um isocromossomo do
braço longo 21, embora seja fenotipicamente normal, terá um
risco de 100% de ter filhos com Síndrome de Down.”
DUPLICAÇÃO

Cópia extra de alguma região cromossômica, a duplicação


parece ser bem menos nociva que a deleção.
DUPLICAÇÃO

Podem originar-se por crossing-over desigual ou por segregação anormal


da meiose num portador de uma translocação ou inversão.
DUPLICAÇÃO

• Tipos
• Reversa: 1 2 3 3 2 4
• Em tandem: 1 2 3 2 3 4
DUPLICAÇÃO

A hemoglobina humana tem diferentes subunidades,


diferem durante os estágios de embrião, feto e adulto:
DUPLICAÇÃO

Genes das subunidades de hemoglobina:


DUPLICAÇÃO

Talassêmicos podem ter uma de duas subunidades raras de hemoglobina,


que são formadas por junção de 2 subunidades diferentes, originadas por
crossing desigual:
DUPLICAÇÃO – Alguns casos em humanos

Duplicação no cromossomo 5q

• 46, XX ou XY, 5q (duplicação de cerca

 
de 10% do braço longo do cromossomo
5).
• Características: Retardamento Físico e
                                                       Mental, Boca pequena, Testa protusa
Figura ao lado foi digitalizada a partir da figura C da
página 347 do Livro "Color Atlas of Genetics"de Eberhard
Passagem publicado pela Editora Thieme em 1995.
DUPLICAÇÃO – Alguns casos em humanos

Duplicação no cromossomo 10q

Duplicação -  10q24  a qter

 
•Deficiência de crescimento pré-natal
•Peso médio ao nascimento 2,7 kg
•Deficiência Mental Severa
•Microcefalia 
•Face achatada com região frontal alta
•Fissuras palpebrais pequenas
•Sindactilia
•Malformações Cardíacas e Renais em 50%
                                     •50% morre no 1º ano de vida
   
Figura (ao lado)  digitalizada a partir da figura 1 da página 55 do Livro "Smith - Padrões Reconhecíveis de Malformações
Congênitas" 5ª ed. de Kenneth L. Jones publicado pela Editora Manole 1998
DUPLICAÇÃO – Alguns casos em humanos

Síndrome do Olho de Gato Duplicação no cromossomo 22

Duplicação - 22pter a q11


• Crescimento normal

 
• Deficiência Mental Leve (ou Normal
com retardo emocional)
• Coloboma inferior da Íris
• Defeitos Cardíacos (mais de 1/3)
• Retorno venoso pulmonar anômalo 
• Atresia Anal
                                         • Hipertelorismo leve
 
Figura  digitalizada a partir da figura 1 e 2  da página 69 do Livro "Smith -
Padrões Reconhecíveis de Malformações Congênitas" 5ª ed. de Kenneth L.
Jones publicado pela Editora Manole 1998
• Muito bem, não se esqueça das suas
atividades virtuais:
• Web aula
• Atividades diagnósticas
• Pré e pós aula
• Atividade transversais
• Beijokas
• Prô Cleide

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