Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
probabilidade
Probabilidade no conjunto e espaço de probabilidade
Recorda:
Seja um conjunto.
Designa-se por conjunto das partes de o conjunto formado pelos
subconjuntos de e representa-se por .
Exemplo:
Seja .
O número de subconjuntos do conjunto é dado por.
Assim, .
Conjunto das partes de
Probabilidade no conjunto e espaço de probabilidade
Definição:
Seja um conjunto finito, não vazio. Uma função de domínio , e de valores não
negativos, é chamada uma probabilidade no conjunto se:
;
para , disjuntos (ou seja, ), .
Desta definição resulta que, é possível definir várias probabilidades
diferentes para o mesmo domínio .
Probabilidade no conjunto e espaço de probabilidade
Exemplo 1:
Considera o conjunto finito .
Assim, .
Vamos definir a probabilidade para o domínio , tal que:
𝑃 ( ∅ )= 0
𝑃 ( 𝐸 ) =1
𝑃 { 2 } =0,5 Para todo o , tem-se que é igual à soma das
( )
𝑃 { 4 } =0,25 probabilidades dos elementos pertencentes a .
( )
𝑃 { 6 } =0,25
( )
A função assim definida é uma probabilidade no conjunto e
é um espaço de probabilidade.
Probabilidade no conjunto e espaço de probabilidade
Exemplo 2:
Na experiência aleatória que consiste em lançar um dado
octaédrico equilibrado, numerado de a , e verificar a face
que fica voltada para baixo, tem-se que:
𝐸=
{ 1,2,3,4,5,6,7,8 }
𝑃 ( 𝐸 ) =1
Definições:
Dados um conjunto finito, não vazio, e uma probabilidade no conjunto ,
designa-se por:
acontecimento impossível o conjunto vazio;
acontecimento certo o conjunto .
Definições:
Dados um conjunto finito , não vazio, e uma probabilidade no conjunto , dois
acontecimentos designam-se por:
incompatíveis ou mutuamente exclusivos se forem disjuntos;
complementares ou contrários se forem disjuntos e a respetiva união for
igual a ;
equiprováveis se tiverem a mesma probabilidade.
O acontecimento complementar ou contrário de representa-se por .
Acontecimentos
Exemplo:
Considera o conjunto finito .
𝒫 ( 𝐸 )= { ∅ , { 2 } , { 4 } , {6 } , { 2 , 4 } , { 2 ,6 } , { 4 , 6 } , 𝐸 }
Seja a probabilidade definida para o domínio , tal que:
𝑃 ( ∅ )=0 𝑃 ( 𝐸 )=1 𝑃 ( { 2 }) =0,3 𝑃 ( { 4 }) =0,3 𝑃 ( { 6 } )=0,4
Para todo o , tem-se que é igual à soma das probabilidades dos elementos
pertencentes a . Verifica-se que:
é o acontecimento impossível;
é o acontecimento certo;
e são acontecimentos incompatíveis, dado que .
e são acontecimentos contrários, pois e
.
e são equiprováveis, pois .
Acontecimentos
Definição:
Dados um conjunto finito , não vazio, uma probabilidade no conjunto e um
acontecimento , designam-se por casos favoráveis a os elementos de e
por casos possíveis os elementos do espaço amostral .
Exemplo:
Considera o conjunto finito .
Sejam e .
, e são os casos possíveis e ;
e são os casos favoráveis a e , diz-se que é um acontecimento
composto;
é o único caso favorável ao acontecimento e , diz-se que é um
acontecimento elementar.
Acontecimentos
Definição:
Dados um conjunto finito não vazio, e uma probabilidade no conjunto , um
acontecimento designa-se por elementar quando e por composto quando .
Lei de Laplace
Definição:
Seja um conjunto finito, não finito.
A função de probabilidade de domínio definida por:
¿ 𝐴
, ¿𝐸
é designada por definição de Laplace.
Sugestão de resolução:
2 240 𝟒𝟎
Pela lei de Laplace, a probabilidade pedida é 4 536 ¿ 𝟖𝟏 .
Exercício 2
Qual a probabilidade do grupo escolhido ter rapazes e raparigas?
Sugestão de resolução:
Para contabilizar todas as possibilidades de se escolherem seis alunos de
um grupo de basta calcular o número de combinações de , a .
.
Assim, o número de casos possíveis é
Agora, para escolher os três rapazes temos maneiras distintas de o fazer e,
para escolher as raparigas, há formas diferentes.
Logo, resulta que o número de casos favoráveis ao acontecimento é
¿ 120 ×455 .
54 600 𝟕𝟖
A probabilidade pedida é ¿
177 100 𝟐𝟓𝟑 .
Exercício 4
Seis amigos vão ao cinema e sentam-se numa fila de seis lugares. Supondo
que se sentam ao acaso, qual a probabilidade do casal, João e Rita (que
fazem parte do grupo), ficar junto?
Sugestão de resolução:
O número de casos possíveis é o número de formas de permutar lugares
distintos, isto é, .
Seis amigos vão ao cinema e sentam-se numa fila de seis lugares. Supondo
que se sentam ao acaso, qual a probabilidade do João e a Rita (que fazem
parte do grupo), ficarem juntos?
Um saco contém várias bolas indistinguíveis ao tato, das quais quatro são
brancas e as restantes são pretas. Retiraram-se simultaneamente e ao acaso
duas bolas desse saco.
20
A probabilidade de sair uma bola preta é .
69
Determina o número de bolas pretas.
Para resolver este problema, percorre as seguintes etapas:
equaciona o problema;
resolve a equação.
Sugestão de resolução:
Seja o número de bolas pretas. Assim, o saco tem bolas.
Tem-se que:
4 𝑛
𝐶 1 × 𝐶1 20⟺ 4 ×𝑛 20 8𝑛 20
= = ⟺ =
𝑛 +4
𝐶2 69 ( 𝑛+ 4 ) × ( 𝑛+3 ) 69 𝑛 +7 𝑛+12 69
2
2
Exercício 5 | Sugestão de resolução
8𝑛 20 2
= ⟺
69 ×8 𝑛=20 × ( 𝑛 +7 𝑛+12 )
𝑛 +7 𝑛+12 69
2
⟺
552 𝑛=20𝑛 2+140 𝑛+240
⟺
20 𝑛2 −412 𝑛+240=0
2
− ( − 412 ) ± √ ( − 412 ) − 4 ×20 × 240
⟺ 𝑛=
2× 20
𝑛= 4 12 ± √ 1 69 744 −19 200
⟺
40
𝑛= 4 12 ± √ 1 50 544
⟺
40
𝑛= 4 12 ±388
⟺
40
3
⟺ 𝑛=20 ∨ 𝑛=
5
Como , então .
Logo, o saco tem bolas pretas.
Propriedades das probabilidades
Teorema 1:
Sejam um conjunto finito, não vazio, uma probabilidade no conjunto e um
acontecimento :
Demonstração:
Como os acontecimentos e são contrários, então e .
Assim,
𝑃 ( 𝐴 ∪ 𝐴´ ) =𝑃 ( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐴´ )
(pela definição de probabilidade, porque )
⟺
𝑃 ( 𝐸 ) =𝑃 ( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐴´ )
()
⟺1=𝑃
( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐴´ )
(pela definição de probabilidade, )
⟺
𝑷 ( 𝑨´ ) =𝟏− 𝑷 ( 𝑨 )
Propriedades das probabilidades
Teorema 2:
Dados um conjunto finito, não vazio, e uma probabilidade no conjunto :
Demonstração:
𝑃 ( ∅ )¿ 𝑃 ( 𝐸´ )¿1− 𝑃 ( 𝐸 )¿1−
1 ¿ 0
Assim, resulta que .
Propriedades das probabilidades
Teorema 3:
Dados um conjunto finito, não vazio, , uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos , :
Se , então .
Demonstração:
Se , então ,
onde .
Assim,
𝑃 ( 𝐴 ∪ ( 𝐵 ¿ ) )=𝑃 ( 𝐴 )+𝑃 ( 𝐵 ¿ ) (pela definição de probabilidade)
⟺
𝑃 ( 𝐵 )=𝑃 ( 𝐴 )+𝑃 ( 𝐵¿ )
()
⟺
𝑷(𝑩¿)=𝑷(𝑩)– 𝑷( 𝑨)
Propriedades das probabilidades
Demonstração:
Se , então , isto é .
Dado que é uma probabilidade, .
Assim, .
Propriedades das probabilidades
Teorema 4:
Dados um conjunto finito, não vazio, , uma probabilidade no conjunto e um
acontecimento :
.
Demonstração:
Seja qualquer.
Se é uma probabilidade, tem-se que é um número não negativo, isto é, .
Por sua vez, dado que , pela monotonia da probabilidade, então , isto é, .
Logo, vem que .
Propriedades das probabilidades
Teorema 5:
Dados um conjunto finito, não vazio, , uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos , :
.
Demonstração:
Tem-se que ,
onde .
Assim,
𝑃 (( 𝐴∩ 𝐵)∪ ( 𝐴 ¿ ) )=𝑃 ( 𝐴∩ 𝐵 ) +𝑃 ( 𝐴¿ )
(pela definição de probabilidade)
⟺
𝑃 ( 𝐴 ) =𝑃 ( 𝐴 ∩𝐵 )+𝑃 ( 𝐴 ¿ )
()
⟺
𝑷 ( 𝑨 ) =𝑷 ( 𝑨 ∩𝑩 )+𝑷( 𝑨∩ 𝑩) ´
()
Propriedades das probabilidades
Teorema 6:
Dados um conjunto finito, não vazio, , uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos , :
.
Demonstração:
Tem-se que ,
onde , e são disjuntos dois a dois.
Demonstração (continuação):
𝑃 ( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐵¿ ) 𝑃 ( 𝐴 ∩𝐵 )+ 𝑃 ( 𝐴 ¿ )+ 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵 )+ 𝑃 ( 𝐵 ¿ )
⟺ 𝑃 ( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐵 ) − 𝑃 ( 𝐴 ∩𝐵 ) =𝑃 ( 𝐴 ¿ ) +𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵 ) +𝑃 ( 𝐵 ¿ )
( 𝐴 ∪𝐵 )
𝑃
Desta forma, conclui-se que:
.
Propriedades das probabilidades | Síntese
Dados um conjunto finito, não vazio, , uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos , :
𝑃 ´ ) =1 − 𝑃 ( 𝐴 )
( 𝐴
𝑃 ( ∅ )= 0
Se , então
Se , então
𝑃( 𝐴) ∈[ 0 , 1]
´ )
𝑃 ( 𝐴 ) = 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵 )+ 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵
𝑃 ( 𝐴 ∪ 𝐵 )= 𝑃 ( 𝐴 )+ 𝑃 ( 𝐵 ) − 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵 )
Exercício 6
Seja o espaço amostral associado a uma experiência aleatória.
Sejam e dois acontecimentos ( e ).
Sabe-se que:
;
;
.
Calcula .
Sugestão de resolução:
´
𝑃( 𝐴)=0 ,7 ⟺ 𝑃 ( 𝐴 ) =1−0,7⟺
𝑃 ( 𝐴 ) =0,3
´ ∩ 𝐵)
𝑃( 𝐴 ´¿ 𝑃( 𝐴 ∪´ 𝐵)¿ 1− 𝑃( 𝐴 ∪ 𝐵)
𝑃 ( 𝐴 ∪𝐵¿ ) 𝑃 ( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐵 ) −𝑃 ( 𝐴∩ 𝐵 )
Por fim,
¿0,3+0,6−0,4
¿0,5
𝑃( 𝐴 ´ ∩𝐵
´¿1−
0,5¿𝟎,𝟓
)=1 − 𝑃 ( 𝐴 ∪ 𝐵)
Exercício 7
Dados um conjunto finito , uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos possíveis e equiprováveis , tais que:
5
𝑃 (e 𝑃(
𝐴 𝐴 ∪ 𝐵)=
∩ , 𝐵 )=
6
determina:
a) ;
Sugestão de resolução:
a) Como e são acontecimentos equiprováveis, tem-se que .
Dado que , faz-se:
5 511 5 2 12
= 𝑃 ( 𝐵 ) + 𝑃⟺ (𝐵) − + ⟺ =2 +𝑃 = ( 𝐵 ) 𝑃 ( 𝐵)
6 6 3 3 6 6𝟕 6
⟺ 7=12 𝑃⟺ ( 𝐵 ) 𝑃 ( 𝐵 )= 𝟏𝟐
Exercício 7
Dados um conjunto finito , uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos possíveis e equiprováveis , tais que:
5
𝑃 (e 𝑃(
𝐴 𝐴 ∪ 𝐵)=
∩ , 𝐵 )=
6
determina:
b) .
Sugestão de resolução:
b) ´ 𝐵)
¿ 𝑃( 𝐴 ∪
¿ 1− 𝑃( 𝐴 ∪ 𝐵)
5
¿ 1−
6
𝟏
¿
𝟔
Exercício 8
Num certo dado viciado, numerado de a , a probabilidade de sair cada face é
diretamente proporcional ao número de pintas.
Qual é a probabilidade de sair face par no lançamento desse mesmo dado?
Sugestão de resolução:
Se é a probabilidade de sair a face , a probabilidade de sair a face é , …, a
probabilidade de sair a face é .
Os acontecimentos elementares “sair face ”, “sair face ”, …, “sair face ” são
disjuntos, e a sua união corresponde a todo o espaço amostral.
Assim, , ou seja:
1
⟺21⟺
𝑥=1 𝑥= 21
2 4 6 𝟒
¿ + + ¿
Por fim, 21 21 21 𝟕
× 1 1 1
2 4× 6×
21 21 21
Exercício 9
Dados um conjunto finito , não vazio, uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos , , prova que:
a) ;
b) ;
Sugestão de resolução:
a)
¿ 𝑃 ( 𝐴 ∪𝐵 )+1− 𝑃 ( 𝐴 ) (Teorema 1)
¿ 𝑃 ( 𝐴 ) + 𝑃 ( 𝐵 ) − 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵 )+1 − 𝑃(Teorema
( 𝐴) 6)
¿ 𝑃 ( 𝐵 ) +1 − ( 1 − 𝑃 ( 𝐴 ∩ ´ 𝐵 ))
(Teorema 1)
¿ 𝑃 ( 𝐵 ) +1 − 1 + 𝑃 ( 𝐴 ´ ∪(Leis 𝐵
´ ) de De Morgan)
¿ 𝑷 ( 𝑩 )+ 𝑷 ( 𝑨 ´ ∪𝑩 ´ )
b) ¿ 𝑃 ( ( 𝐴 ∩ 𝐵 ) ∪ 𝐴´ ) ( e são incompatíveis)
¿ 𝑃 ( ( 𝐴 ∪ 𝐴
´ ) ∩( 𝐵 ∪ 𝐴 ´ )) (Propriedade distributiva)
¿ 𝑃 ( 𝐸 ∩ ( 𝐵 ∪ 𝐴 ´ ))
( e são acontecimentos contrários)
¿ 𝑷 ( 𝑩 ∪ 𝑨 ´ )
( é o elemento neutro da interseção)
Exercício 9
Dados um conjunto finito , não vazio, uma probabilidade no conjunto e dois
acontecimentos , , prova que:
c) ;
d) .
Sugestão de resolução:
c)
´ 𝐵)
¿ 𝑃 ( 𝐴 ∩𝐵 )+𝑃 ( 𝐴 ∩ (Leis de De Morgan)
¿ 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵 )+1 − 𝑃 ( 𝐴 ∩1)𝐵 )
(Teorema
¿ 𝟏
d) ¿ 𝑃 ( 𝐴 ) +𝑃 ( 𝐵´ ) − 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵´ ) +𝑃 ( 𝐵 ) (Teorema 6)
¿ 𝑃 ( 𝐴 ) +1− 𝑃 ( 𝐵 ) − 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵´ ) +𝑃 ( 𝐵 )(Teorema 1)
¿ 𝑃 ( 𝐴 ) +1− 𝑃 ( 𝐴 ∩ 𝐵
´)
( ´ ´ ) (Teorema 1)
¿ 𝑃 𝐴 +𝑃 𝐴 ∩ 𝐵
( )
´ ∪𝐵
¿ 𝑃 ( 𝐴 )+𝑃 ( 𝐴 ´ ) (Leis de De Morgan)
´ ∪𝑩 )
¿ 𝑷 ( 𝑨 )+𝑷 ( 𝑨