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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

COLEGIADO DE ENGENHARIA MECÂNICA


TECNOLOGIA CNC
PROFESSOR: ERLON RABELO CORDEIRO

COMPONENTES
COMANDADOS DE MÁQUINAS
CNC
- Parte 1 -
OBJETIVOS DA AULA

 A partir do princípio de funcionamento, conhecer os


eixos que atuam numa máquina CNC;

 Saber quais são os cinco componentes


elétricos/mecânicos que acionam o CNC;

 Adquirir noções da atuação de motores, relés


intermediários e encoders nos acionamentos e
realimentação de eixos das máquinas de comando
numérico computadorizado.
Princípio de
Funcionamento do CNC
 A função básica de qualquer CNC é o controle de
movimento automático, preciso e consistente;
 Os eixos mais comuns a serem controlados são
lineares (caminho reto) e rotativos (caminho circular);
Princípio de
Funcionamento do CNC
 As máquinas CNC têm seus eixos movimentados sob o
controle de servomotores guiados pelo programa da peça;
 Em geral, o tipo de movimento (rápido, linear e circular) para
os eixos se moverem, a quantidade de movimento e a taxa
de avanço (feed rate) é programável em todas máquinas
ferramentas CNC;
Funcionamento
automático
Eixos de avanço
 Eixos, em máquinas CNC, designam os sentidos de
movimento dos componentes comandados, como
mesa de trabalho, árvore principal e suporte de
ferramentas;
 Designações exatas dos eixos para CNC: DIN 66217
“Eixos coordenados e sentidos de movimento para
máquinas de comando numérico”;
 Os eixos são designados com as letras X, Y e Z;
 Os tornos possuem dois eixos de avanço, e as
fresadoras, três.
Eixos em tornos e
fresadoras
Eixos de avanço
 Nos tornos os eixos de avanço X e Z compõem o
carro em cruz, no qual está montado o revólver.
Através deles é obtido o contorno da peça;
 Nas fresadoras, os três eixos de avanço, X, Y e Z,
correspondem em geral dois eixos que compõem a
mesa de trabalho e um eixo que compõem a árvore
principal;
 Nas fresadoras onde a mesa é fixa, a árvore principal
se movimenta nos três eixos.
Componentes para
acionamento CNC
 Usando cinco componentes elétricos/mecânicos, o
acionamento CNC faz as mesmas tarefas que se faria
ao usar músculos para mover o próprio braço:
ACIONAMENTO CNC MOVIMENTO MUSCULAR
Unidade de controle Cérebro – processa entrada/saída de
informações
Relés do eixo de acionamento Sinapses – disparam os músculos
Fuso do eixo de translação Puxamento de tendões
Motor de acionamento controlável O músculo
Dispositivo de realimentação Nervos sensoriais reportando o
desenvolvimento
Controlador
 É a Unidade de Processamento Central (CPU) ou
Unidade de Controle Mestre (UCM);
 Este componente tem quatro ou cinco funções,
dependendo se está ou não conectado a um
computador externo;
 A CPU do controlador converte comandos de
programas armazenados ou entradas via teclado do
operador em comandos de acionamento e envia-os
aos motores do eixo;
 Comandos do eixo de transmissão não vão da CPU
(12 V CC) para os motores, mas para os relés
intermediários (amplificadores de sinal).
Relés do eixo de acionamento
 Uma única CPU pode ser usado para acionar uma
variedade de máquinas CNC;
 Desse modo o controlador aciona um relé que é
adaptado para um motor específico, e de qualquer
tipo;
 O relé intermediário recebe o comando de controle
de baixa tensão, amplifica-o e configura-o para as
necessidades do motor;
 No relé, o comando de controle desencadeia uma
corrente elétrica de alta-tensão, como uma corrente
direta ou como pulso, dependendo do tipo de motor
que está sendo acionado.
Acionamento do avanço
dos eixos
 Os movimentos de avanço devem se realizar sem a
influência de forças atuantes. Os acionamentos
devem ter alta rigidez;
 Devem ser encontradas medidas eletrônicas de
segurança para evitar sobrecarga do motor
decorrente de gume de ferramenta gasto, bloqueio
do movimento do carro ou picos de carga por
aceleração e frenagem;
 Durante a usinagem são movimentadas ou a peça ou
a ferramentas com carros;
 Transmissão por eixo de esferas recirculantes: peça
fundamental no avanço de uma máquina CNC;
Eixo de esferas recirculantes
Eixo de esferas recirculantes
Acionamento do avanço
dos eixos
 A porca de esferas garante transferência de força,
isenta de atrito, do eixo aos carros;
 É atingida alta repetitividade de precisão nos
movimentos do carro devido à pequena folga nos eixos.
Eixos rotativos e demais
eixos de avanço
 Existem máquinas CNC’s que possibilitam movimento
rotativo da mesa de trabalho e/ou do cabeçote da
árvore principal;
 Os eixos rotativos, que permitem tanto à mesa quanto
ao cabeçote girarem, possuem comandos próprios e
independentes dos eixos direcionais básicos dos carros;
 Segundo a norma DIN, a designação para eixos
rotativos se dá pelas letras A, B e C;
 Nos centros de usinagem, além dos 3 eixos de direção e
dos eixos rotativos da mesa e do cabeçote existe um
eixo de avanço adicional (designado W);
Eixo rotativos
Eixos rotativos e demais
eixos de avanço
 Na maioria das vezes o movimento de W só pode
acontecer quando os acionamentos dos eixos X, Y e Z
estejam parados;
 Pelo eixo de avanço individual na direção de trabalho
desejada é possível comandar, por exemplo, operações
de furações leves em qualquer sentido.
Motores
 Máquinas-ferramenta tradicionais usam um motor
para acionar várias funções, por meio de
engrenagens, correias e embreangens;
 Os motores de acionamento CNC são altamente
controláveis e previsíveis, fornecendo tensão de
entrada exata, se moverão exatamente da mesma
maneira, com segurança;
 Máquinas CNC usam um motor por eixo;
 Existem dois tipos de motores populares: os
Servomotores e os Motores de Passo.
Servomotores
 Servomotores: é uma máquina síncrona composta por
uma parte fixa (o estator) e outra móvel (o rotor);
Servomotores
 São mais potentes e também mais caros;
 O estator é bobinado como no motor elétrico
convencional, porém com uma bobinagem confeccionada
para proporcionar alta dinâmica ao sistema;
 O rotor é composto por ímãs permanentes dispostos
linearmente e um gerador de sinais (resolver) instalado
para fornecer sinais de velocidade e posição;
 São exigidos dinâmica, controle de rotação, torque
constante e precisão de posicionamento;
 Baseiam-se ainda em tensões contínuas de entrada.
Quando a tensão de entrada aumenta, os servomotores
giram mais rápico ou acionam com mais torque;
Servomotores
 As características mais desejadas nos servomotores
são o torque constante em larga faixa de rotação
(até 4.500 rpm), uma larga faixa de controle da
rotação e variação e alta capacidade de sobrecarga;
 O circuito de controle é formado por componentes
eletrônicos discretos ou circuitos integrados;
 Geralmente é composto por um oscilador e um
controlador PID (Controle proporcional integrativo e
derivativo) que recebe um sinal do sensor (posição
do eixo) e do sinal de controle e aciona o motor no
sentido necessário para posicionar o eixo na posição
desejada.
Motores de Passo
 Motores de passo: muitos dispositivos de computador
usam motores que controlam os ângulos de giro de
seus rotores. Os motores que giram os rotores em
etapas discretas são denominados motores de passo;
 O rotor de um motor de passo é um imã permanente
que é atraído sequencialmente pelos pares de pólos
de diversos eletroímãs estacionários no estator;
 Tal rotor movimenta-se por etapas discretas,
pausando em cada orientação, até que novo
comando do computador (pulso) ative um jogo
diferente de eletroímãs;
Motores de Passo
 Motores de passo comuns rotacionam uma volta
completa com 15, 30 ou 45 pulsos por revolução,
dependendo de sua construção. Então o motor se
move 240, 120 ou 80 por pulso. Isso, por sua vez,
significa uma rotação exata do fuso de esferas;
 É a solução mais barata para fazer controle de
posicionamento;
 Como pontos negativos há o fato do motor induzir
vibrações, e ter ainda por cima uma velocidade um
pouco limitada.
Dispositivo de medição
 As posições dos carros podem ser medidas de forma direta
ou indireta;
 Na medição direta a escala de medição está montada no
carro ou na mesa da máquina;
 Na medição indireta o curso do carro é tomado pelo giro de
um eixo de esferas recirculantes;
Dispositivo de medição
 O dispositivo de medição consiste basicamente de uma
escala e de um sistema de medição, que lê a escala;
 Em função do tipo de escala, a medição de
posicionamento pode ser absoluta ou incremental;
 Na medição absoluta utiliza-se uma escala de medição
codificada, mostrando a exata posição do carro com
referência ao ponto zero da máquina;
 Na medição incremental é utilizada uma escala de
medição com uma simples régua graduada. O sistema
calcula a posição atual do carro pela diferença em
relação à sua posição anterior;
 Necessita-se de ajuste do ponto de referência.
Sistemas de medição
Encoders
 São transdutores de movimento capazes de
converter movimentos lineares ou angulares em
informações elétricas, podendo estas serem
transformadas em informações binárias e trabalhadas
por um programa que converta as informações
passadas em algo que possa ser entendido como
 distância,
Em outrasvelocidade,
palavras, etc;
o encoder é uma unidade de
realimentação que informa sobre posições atuais de
forma que possam ser comparadas com posições
desejadas e seus movimentos sejam planejados;
Enconders
 Os encoders rotativos possuem internamente um ou
mais discos (máscaras) perfurado, que permite, ou
não, a passagem de um feixe de luz infravermelha;
 O feixe é gerado por um emissor que se encontra de
um dos lados do disco e captado por um receptor
que se encontra do outro lado do disco, este, com o
apoio de um circuito eletrônico gera um pulso;
 Dessa forma a velocidade ou posicionamento é
registrado contando-se o número de pulsos gerados.
Bibliografia
 Comando Numérico CNC – Técnica Operacional
(curso básico)/ Organizado e elaborado pela IFAO
– São Paulo: EPU, 1984;
 Máquinas elétricas rotativas: motores de CC
série / IST Amatrol, 2008;
 Introdução à Usinagem com CNC. Michael
Fitzpatrick – Porto Alegre: AMGH, 2013;
 Acionamentos Elétricos. Ubiradir Mendes.
Departamento Acadêmico de Eletrônica. UTFPR –
Curitiba 2004.

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