O documento discute a resistência ao regime militar no Brasil entre 1964-1985, abordando diferentes formas de resistência como armada, civil e cultural. Também analisa a memória e reconstrução histórica da resistência, e tensões entre diferentes visões ideológicas.
O documento discute a resistência ao regime militar no Brasil entre 1964-1985, abordando diferentes formas de resistência como armada, civil e cultural. Também analisa a memória e reconstrução histórica da resistência, e tensões entre diferentes visões ideológicas.
O documento discute a resistência ao regime militar no Brasil entre 1964-1985, abordando diferentes formas de resistência como armada, civil e cultural. Também analisa a memória e reconstrução histórica da resistência, e tensões entre diferentes visões ideológicas.
História do Brasil Independente II Marcos Napolitano A questão da resistência • Conceito de “resistência”: gênese histórica e sentido ético-político (resistência antifascista na II Guerra) • Resistência e identidades políticas (liberais, católicos progressistas, comunistas e socialistas) • Amplitude da resistência – Resistência estratégica – Resistência global – Resistência conjuntural – Resistência pontual A questão da resistência • Formas da resistência: – Resistência armada – Resistência civil organizada – Resistência individual (“coragem civil”) – Resistência a partir de “ações de massa” • Atores e espaços da resistência: – Partidos e grupos políticos; Organizações profissionais e confessionais; movimentos sociais e sindicais; movimentos artísticos e culturais; instituições; Resistência política no Brasil (pós-1964) • 1964 – 1967 – Surgimento de uma oposição liberal e da esquerda (comunista-pecebista), marcada pela tentativa de formação de uma frente de resistência. Deslegitimação do regime e ruptura da coalizão golpista. • Resistência armada (1967-1974) – Nacionalista (MNR), dissidências pecebistas (ALN, MR-8), VPR-VAR, maoistas (PC do B) • Resistência civil (1974-1985) – a) várias estratégias– eleitoral- parlamentar, institucional, artístico-cultural, sindical, movimentos sociais, imprensa) – b) leque ideológico amplo (de liberais- conservadores à extrema-esquerda); c) dificuldades na formação de uma “frente”, sobretudo após 1980. • Tensão entre Igreja Católica e regime (a partir de 1968, ganhando uma faceta institucional a partir de 1973) • Movimentos Sociais (urbanos) e Movimentos sindicais Luta Armada (1967-1974) • Luta armada e debate interno das esquerdas pós-golpe de 1964 • Dinâmica das ações armadas (1968-1974) • “Massismo” ou “militarismo”? • Sentido da resistência armada: revolução socialista ou democracia “como valor universal”? • Autocrítica das organizações e memória da derrota – “vanguardismo”, “isolamento político” e “voluntarismo” • Debate historiográfico: Jacob Gorender (1967), Daniel Aarão Reis Filho (1990, 2000), Marcelo Ridenti (1993) Principais organizações armadas da esquerda
1922, POLOP (Política Operária, 1961), Partido Comunista do Brasil (1962), grupos trotskistas (1930), AP-Ação Popular (1961) • Dissidências do PCB: Ação Libertadora Nacional (ALN), Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR), Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8) • Dissidências do nacionalismo trabalhista: Movimento Nacional Revolucionário, Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Vanguarda Armada Revolucionária-Palmares (VAR) • PC do B Táticas e Estratégias das Organizações Armadas • Forma de organização: Partido, fração política ou grupo de ação? • Lugar da luta: Campo ou cidade? • “Ações armadas” pontuais ou “guerrilha” generalizada? • Operários ou camponeses? • Ações de vanguarda, ações de massa ou “guerra popular” de longo prazo? Ciclos e atores da resistência civil no Brasil • Primeiro ciclo de manifestações de massa (1966-1968) – Movimento Estudantil, Movimento Sindical, Setores Médios • Derrota eleitoral do regime - 1974 • Segundo ciclo de manifestações de massa (1977-1984) - Movimento Estudantil, Movimento Sindical (“Novo Sindicalismo”), Movimentos sociais urbanos • Organizações da sociedade civil: Ordem dos Advogados do Brasil, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Associação Brasileira de Imprensa • Intelectuais (Universidades, CEBRAP) Resistência cultural • Conceito de “resistência cultural” • Linhagens da resistência cultural no Brasil: – Liberais – Comunistas (PCB) – Católicos de esquerda – Movimentos de Vanguarda/Contracultura • A estratégia do “Frentismo cultural” e sua crise. Resistência e memória • Resistência ativa e passiva, colaboração/adesão ao regime e indiferença política (“zona cinzenta”) • A construção do mito da resistência e da “sociedade oprimida” pelo Estado • Resistência e “deslegitimação” do regime militar • A reconstrução das identidades políticas pós- 1979 e o mito da resistência democrática Resistência e Memória • Axioma a ser examinado: os militares perderam a ‘batalha da memória’ ? – Triunfo da memória calcada na “resistência”? • Importância da memória social e histórica para a legitimação política, o consenso ideológico e a neutralização do dissenso durante a “redemocratização”. • Relação entre batalha da memória sobre o regime e memória da resistência democrática • Regime militar brasileiro: período histórico marcado por uma ‘memória hegemônica’, construída ainda nos anos 1970 e ausência de uma ‘história oficial’ • Memória ressentida; memória heróica; memória crítica Resistência, memória e história • Memórias e tensões ideológicas dentro do campo da “resistência” (liberais e esquerdistas, luta armada e ação civil, movimentos de elite e movimentos populares) • Revisionismo ideológico e revisão historiográfica sobre a questão da resistência – descontruindo o mito da unidade e da “sociedade vítima” do Estado autoritário. • Memória e transição política – a questão da “justiça de transição” – memória e verdade histórica • A afirmação de uma “memória hegemônica” sobre o regime e sua crítica • Novas tendências: “teoria dos dois demônios” em versão brasileira; inculpação e desculpação dos atores; esquerda como co- responsável pelo golpe; desconstrução dos mitos da resistência e afirmação dos colaboracionismos; revisão do conceito/vocabulário de ditadura e regime autoritário; revisão do ano-chave de 1979 e do papel da Anistía na reconstrução de identidades políticas e ideológicas.