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DIREITOS HUMANOS: UMA

HISTÓRIA GLOBAL
JOSÉ PEDRO MONTEIRO (CECS-UM) (EMAIL: ZE.PEDRO.MONTEIRO@GMAIL.COM)
UC MULTICULTURALIDADE E DIÁLOGO INTERCULTURAL – UNIVERSIDADE DE COIMBRA
3 DE NOVEMBRO DE 2023
SUMÁRIO DA SESSÃO

• O que distingue os direitos humanos de outras formas de direitos? E de outras formas de


protecção legal?
• Em que momento da história os direitos humanos se estabelecem como referente legal
mas sobretudo como referente moral e político a partir do qual pensamos o nosso
horizonte colectivo?
• Como podemos pensar os direitos humanos em relação com um dos mais importantes
processos do século XX, a descolonização?
• Qual o lugar dos direitos humanos no passado recente, no presente e no futuro?
DIREITOS HUMANOS E HISTÓRIA

• Uma genealogia longa: das revoluções atlânticas ao abolicionismo de oitocentos


• Uma genealogia curta: a destruição e legados da Segunda Guerra Mundial e o novo sistema da
ONU (e o Holocausto?)
• Direitos humanos vigoram além do estado
• Que sujeito de direito internacional – cidadão ou humano?
• A guerra fria e a combinação de várias gerações de direitos na DUDH
• A DUDH foi uma invenção ocidental?
• Os direitos humanos nas suas versões regionais: o caso do TEDH
O BREAKTHROUGH DOS ANOS 1970S

• Direitos humanos teriam ”hibernado” entre 1948 e os 1970s


• Só se tornaram uma lingua franca com o desalento com fim de ideologias de emancipação
colectiva (do comunismo à descolonização global)
• A relevância da Conferência de Helsínquia e da Guerra Fria (e a presidência de Jimmy Carter)
• Primeiras organizações de direitos humanos (como a LIDH) associadas a um trabalho
essencialmente burocrático
• Explosão das ONGs ligadas a direitos humanos nos anos 1970 (o caso da Amnistia Internacional)
• Uma nova forma de activismo moral além da política (ou contra a política)
RECONSIDERANDO O “BREAKTHROUGH” – A
DESCOLONIZAÇÃO E OS DIREITOS HUMANOS
• A aplicação das “cláusulas coloniais” – os poderes ocidentais e os impérios
• A retórica da nova ONU e os modus vivendi coloniais: do trabalho forçado à repressão
política
• As “guerras sujas” da descolonização e as múltiplas campanhas de denúncia: o caso da
tortura na Argélia
• Um exemplo “nacional”: as três guerras coloniais portuguesas
• Os novos mecanismos de escrutínio e supervisão internacional da ONU: do Conselho de
Tutela à Assembleia Geral
O PRIMEIRO DIREITO HUMANO: A AUTO-
DETERMINAÇÃO POLÍTICA
• As duas concepções de auto-determinação: Woodrow Wilson vs Lenine
• O impacto sísmico da Segunda Guerra Mundial e os legados do nazismo
• A transformação da norma da auto-determinação de 1948 a 1960 (Declaração sobre a
Independência dos Povos e Países Coloniais), passando pela conferência de Bandung
• Auto-determinação como direito humano colectivo: quem define o que é um povo?
• Os convénios de direitos humanos de 1966 – da Guerra-Fria à Descolonização
• As excepções à norma: o caso português e o apartheid sul-africano
DE VOLTA AOS 1970S E EM DIANTE: UMA NOVA
FORMA DE MOBILIZAÇÃO E CONCEPÇÃO POLÍTICA
• O insucesso da Nova Ordem Económica Internacional e a afirmação do Consenso de Washington
(o fim dos direitos humanos colectivos?)
• A explosão de novas organizações de direitos humanos: dos Helsinki Watch à Human Rights
Watch
• Os efeitos da fragmentação das ordens imperiais e a multiplicação de novas (frágeis) soberanias
• Uma forma mais moral, individualizada e quotidiana de activar uma política moral ( a ideia de
adopção de prisioneiros de consciência – o caso exemplar de Nelson Mandela)
• Direitos humanos e humanitarismo, uma relação complicada? O caso do Biafra e o impacto
mediático das “crises”
O FIM DA GUERRA-FRIA E A NOVA LINGUAGEM
DOS DIREITOS HUMANOS
• As múltiplas crises dos anos 90: dos Balcãs ao Ruanda
• Unipolaridade e o “fim da história”? a explosão de novas doutrinas e instituições
associadas aos direitos humanos
• O direito de intervenção humanitário e a responsibility to protect: a reconsideração do
primeiro direito humano e da soberania
• Os desafios levantados pela linguagem da “guerra ao terror”
DIREITOS HUMANOS: UM BALANÇO

• Como podemos olhar para o legado e efeito dos direitos humanos face às actuais crises:
da Ucrânia à Palestina, passando pelas variações dos discursos da “guerra de
civilizações”
• Direitos humanos: como evitar falsas antinomias (e.g. direitos sociais e económicos vs
direitos políticos e civis; invenção ocidental ou projecto universal)
• Podemos viver além dos direitos humanos? Ou sem eles? Como pensar a soberania
política?
O FUTURO DA DESCOLONIZAÇÃO: PROMESSAS,
ILUSÕES E CONCRETIZAÇÕES
• Depois da independência política, a economia: a Nova Ordem Económica Internacional
como sonho não concretizado
• Universalização do direito da auto-determinação? Os casos das minorias em estados pós-
coloniais e as populações indígenas sujeitas a “settler colonialism”
• As migrações (pós)coloniais e a distribuição desigual da riqueza numa escala global
• Da “missão civilizadora” ao direito de intervenção humanitário: o que significa, afinal, a
soberania?
• O que fazer com este passado (modos de usar)?

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