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SOMOS TODOS
CIDADÃOS?
Autoria: Dra. Luísa Maria Silva Dantas
Revisão técnica: Dr. Marcelo Flório
Introdução
A palavra cidadania ou o que ela representa, nem sempre existiu ou teve o mesmo signifi
em diferentes lugares e ao longo do tempo. A concepção de cidadania a qual nos referim
localizada no mundo ocidental e teve sua consolidação com o surgimento do mundo mod
pautado nos ideais da razão, da ciência e da ampliação da participação política, que motiv
importantes revoluções, inicialmente, no contexto europeu, nos séculos XVIII, XIX e XX.
Outra ideia e valor importante, também surgido na modernidade, é o próprio concei
indivíduo, entendido enquanto um sujeito de direitos e envolto aos ideais de igualdad
liberdade que configuraram os Estados democráticos e capitalistas, com a formaçã
sociedade civil e a proteção da propriedade privada. O antropólogo francês Louis Du
(1911-1998) identifica o individualismo como a ideologia da modernidade, ou seja, o con
de ideias em que o indivíduo é colocado como um valor central, posto que a ideologia é o
como diferentes grupos sociais atribuem sentido às suas experiências no mundo. Vam
seguir, apresentar uma breve história da cidadania no contexto mundial.
1.1.1 Breve história da cidadania
As possíveis origens da cidadania remetem à antiguidade e aos contextos de Roma e G
posto que nas cidades-estados desses países foram identificadas as primeiras forma
participação da população nas decisões da cidade. Apesar de cada integrante ter direito d
e voto, apenas os considerados como cidadãos tinham este privilégio. Cidadãos eram ap
os homens, livres e com propriedades. Mulheres, escravos, artesãos e comerciantes est
excluídos dessa classificação.
Contudo, um conjunto de transformações ocorridas desde o século XV com a Expa
Marítima, Reforma Protestante no século XVI, além da Revolução Científica (século
Independência dos Estados Unidos (1776), Revolução Francesa (1789), Revolução Indu
(final do século XVIII) e urbanização do mundo ocidental, provocaram mudanças profunda
promoveram o fim da Idade Média e o advento da Modernidade.
Figura 1 - Revolução Francesa, quando burgueses e camponeses uniram-se para depor o Estado Absolutista
Fonte: Oleg Golovnev, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma pintura retratando
uma mulher segurando uma bandeira e uma arma. Há
homens caídos no chão, enquanto outros estão ao redor,
também armados. Trata-se de uma cena de guerra e
conquista.
O momento que instaura a modernidade pode ser caracterizado pela consolidação da burg
enquanto grupo central, pois além do poder econômico acumulado com a expansão marít
a posterior compra de fábricas, este grupo também conquistou o poder político,
concentrado na aristocracia rural e na igreja católica. A mudança de gestão e organiz
política trouxe o surgimento do Estado Moderno, que concentrou o aparato administr
jurídico e de segurança das novas Nações. E também os ideais de liberdade e igualdade
todos os indivíduos inseridos em cada território.
VOCÊ O CONHECE?
Os filósofos ingleses Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke (1632-1704), e o franco-
suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) são conhecidos como contratualistas por
defenderem que o surgimento do Estado Moderno é resultado de um contrato social, em que
os homens viveriam em um estado de natureza e decidiram abrir mão de sua total liberdade
para a constituição da sociedade civil. Contudo, estes filósofos divergiam quanto ao estado
de natureza e a função do Estado. Para Hobbes, esta instituição viria para evitar uma guerra
de todos contra todos; para Locke, atuaria como um juiz, já para Rousseau foi a instituição da
propriedade privada que provocou o surgimento do Estado, posto que o estado de natureza
seria o Éden, da felicidade plena.
Então, desde a noção de cidadania que apenas abarcava homens abastados em Roma e G
passando por quase nenhuma incidência no período feudal, é na modernidade, principalm
com a elaboração da Declaração de Independência dos Estados Unidos da América (1776
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), elaborada na França, que a cidad
na forma como é pensada e vivenciada por nós atualmente, foi inaugurada.
Juntamente às transformações políticas, a sociedade e a economia também foram bas
abaladas com a possibilidade de participação nas decisões que envolviam estados, regi
países e com a industrialização e urbanização que o mundo ocidental experimentava a par
século XVIII. O modo de produção capitalista, pautado pela formação de um grupo que ven
sua mão de obra para os donos das máquinas e fábricas em troca de um salário, gerou a c
trabalhadora, primeiro grupo que passou a organizar-se coletivamente para a conquis
direitos visando melhorar suas condições de vida e trabalho. Portanto, praticando uma
dimensões da cidadania, que é a luta por direitos civis, políticos e sociais.
O sociólogo britânico Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), em sua obra “Cidadania, c
social e status”, de 1950, (ARAÚJO, BRIDI e MOTIM, 2013), focada no contexto industrial i
defendia que a busca pela efetivação dos direitos era a condição principal para a cidada
os classificou em três grupos:
1
Direitos civis
Relacionados à liberdade de expressão, de prática religiosa
e direito de propriedade.
2
Direitos políticos
3
Direitos sociais
Com isso, temos uma pequena contextualização da cidadania de modo global, mas e quan
Brasil? Acompanhe no próximo tópico.
Vamos tomar como exemplo a população negra. Apesar da liberdade de culto religioso se
direito civil garantido pela Constituição de 1988, é comum as mídias registram caso
assassinatos e violências a líderes e casas de religião de matriz africana. Quanto aos di
sociais, institutos de pesquisa, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (I
divulgam dados que comprovam o assassinato de grande parte da juventude, o encarceram
da população negra e a violência contra as mulheres, principalmente negras.
VOCÊ SABIA?
Educação, saúde, moradia, trabalho, lazer, esporte e segurança são direitos garantidos a
todos os cidadãos brasileiros pela Constituição Federal de 1988. Ainda que na teoria isso
seja de conhecimento, na prática, esses direitos estão longe de serem garantidos pelo
Estado, fazendo com que uma parcela da população recorra aos serviços privados, e a
maioria simplesmente viva cotidianamente sem acessá-los, ainda que a existência dos
impostos seja justificada para garanti-los.
Figura 2 - Exemplo de ocupação irregular muito comum no Brasil devido à falta de moradia em melhores condiçõ
Fonte: De Visu, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um lugar precário. Trata-
se de uma casa construída de maneira arranjada com
cortinas e toalhas forrando o telhado. Há lixo ao redor e
um varal com roupas estendidas. Um homem está
agachado na entrada do local. Ao fundo, pode-se observar
vegetação.
Nas práticas de colonização promovidas pela Europa na América Latina, África e Ásia tam
podemos identificar a desumanização dos povos dominados, que tiveram sua cultura, lí
economia e religião negligenciados e combatidos em prol da ocidentalização do mundo.
exemplo de violência contra a universalidade da humanidade pôde ser observada no re
nazista alemão que, baseado em uma ideia de supremacia racial, também dizimou milhõ
pessoas e implementou os campos de concentração.
VOCÊ SABIA?
No Brasil foi instituída uma Comissão Nacional da Verdade (CNV), em 2011, durante o
governo de Dilma Rousseff, para investigar violações aos direitos humanos cometidos entre
18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988, abarcando o primeiro período democrático
do país (1946-1964), a ditadura militar (1964-1984), o retorno à democracia (1985) e a
instituição da atual Constituição Federal (1988).
Outro desafio a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos é de que todo
indivíduos “são iguais perante a lei”, além de livres para expressarem suas opini
cultuarem a religião que escolherem. Bom, basta olharmos qualquer reportagem e/ou rela
cotidiano para percebermos que a justiça não se aplica de maneira igualitária, independen
cor/etnia, classe social, gênero, nacionalidade, orientação sexual, opção política-ideológic
Também temos os casos de “prisioneiros da consciência”, ou seja, pessoas que foram p
por se manifestarem contrariamente a governos totalitários, como durante a ditadura milit
Brasil. E quanto à religião, casos de repressão às suas manifestações, como o uso no v
França por muçulmanas, que foi repreendido, ou os casos de depredação de casas de re
de matriz africana no Brasil.
Figura 3 - Praticante de religião de matriz africana, que apesar de estar garantida pela constituição brasileira, contin
sofrendo violência
Fonte: Vitoriano Junior, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma mulher de vestido
volumoso branco e turbante, também branco. Ela está de
costas, à direita. Ao fundo, pode-se observar uma
construção de madeira, com um pano florido pendurado e
uma bandeira com um anjo pintado.
É inegável que desde a abertura política já tivemos inúmeros avanços, mas infelizmente
também chegam acompanhados por retrocessos. A reforma agrária que possibilita
permanência dos agricultores no campo, a manutenção de identidade e cultura de quilom
e indígenas ainda não foi realizada. Ao mesmo tempo em que houve a universalizaçã
crianças nas escolas, também enfrentamos uma taxa de mais de 10 milhões de brasi
desempregados (GOMES, 2018). Vivemos, então, em um Brasil em que uns são mais hum
do que outros? Enfrentar essas disparidades se constitui como um desafio urgente
construirmos um lugar realmente plural e digno para todos, onde a paz, a segurança colet
desenvolvimento e os direitos humanos sejam indissociáveis.
Agora, vamos apresentar a situação de grupos que permanecem à margem de part
integralmente dos direitos humanos.
Este tópico diz respeito aos avanços, desafios e entraves para o exercício da cidadania
respeito aos direitos humanos de grupos subalternizados, também chamados de minori
primeiro ponto que precisamos elucidar se relaciona justamente a palavra minorias. Quan
ouvimos, a primeira ideia que nos vem a cabeça tem a ver com um número reduzido, ou
com quantidade. No entanto, essa imagem pode gerar equívocos quando a palavra min
está associada a políticas públicas ou direitos humanos. Isso porque grupos composto
milhões de pessoas – que, muitas vezes, podem constituir a maioria em termos numéric
população de determinada sociedade -, mas que, contrariamente à sua presença num
estão sub-representados em espaços de poder, prestígio, educação, renda, saúde e lazer.
disso, são hiper-representados entre o grupo com menor poder aquisitivo, ocupand
empregos menos valorizados e prestigiados, deficitários de saúde, educação, mo
segurança, lazer e respeito aos direitos humanos.
Nesse sentido, as mulheres e outros grupos como homossexuais, transexuais e transgên
deficientes, idosos, jovens e crianças, são estratos da sociedade considerados min
justamente por estarem mais vulneráveis a violências e carentes de respeito aos seus di
humanos mais fundamentais. Em contraponto às minorias, está o grupo hegemônico, pr
de privilégios e vantagens historicamente perpetuadas. Esse lugar é ocupado por hom
brancos, heterossexuais, que moram nos lugares mais caros das cidades, ocupam profis
bem remuneradas e respeitadas e estão menos sujeitos às violências criminos
institucionais, fazendo com que pessoas que não correspondem a este perfil sejam vis
tratadas como não tão “humanas” assim.
Será que diferenças são o mesmo que desigualdades? É o que vamos abordar no pró
tópico.
VOCÊ SABIA?
A Arábia Saudita é um país em que as diferenças entre os direitos e papéis de homens e
mulheres é bastante desigual, visto sob o contexto dos direitos humanos. As mulheres
precisam da autorização de um parente masculino para viajarem, trabalharem ou casarem.
Foi o último país no mundo a negar as mulheres o direito de voto, conquistado apenas em
2015, e ainda assim, a representatividade das mulheres é irrisória, apenas 1 em cada 10
eleitores.
A luta pelo direito do voto, quando da consolidação dos Estados democráticos no ociden
constituiu como a “primeira onda” na história oficial do feminismo – movimento acadêm
ativista que atua em prol das mulheres. Posteriormente, com a industrialização e urbaniz
as mulheres também passaram a se organizar para exercerem direitos iguais aos dos ho
como o de ocupar o emprego que lhes desse vontade e ter a mesma remuneração que
pares masculinos. Além disso, também passaram a questionar seus papéis sexuais enq
apenas esposas, mães e responsáveis pelos afazeres domésticos, e a reivindicar por libe
sexual, o que foi facilitado com a invenção da pílula anticoncepcional na década de 19
prática sexual não mais estaria atrelada somente à reprodução.
Figura 4 - Dilma Rousseff foi, até o momento, a primeira e única mulher presidente do Brasil (2011 a 2016)
Fonte: Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de Dilma Rousseff. Ela está
sorrindo para a câmera, vestindo terno claro e a faixa da
presidência. Esta é verde nas laterais e amarela no centro,
com um emblema no meio.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma mulher com um lenço
preto na cabeça e uma bandeira amarrada ao pescoço
falando em um megafone. Ao fundo, pode-se observar uma
multidão, como em um movimento. Todos estão ao ar livre.
Ao redor, há prédios.
VOCÊ O CONHECE?
O psiquiatra e flósofo martinicano, de ascendência francesa e africana, Franz Fanon (1925-
1961), escreveu sobre os efeitos do racismo na subjetividade de homens racializados e lutou
pela independência da Argélia. Suas obras “Pele negra, máscaras brancas” (1952) e “Os
condenados da terra” (1961) são referências dos estudos culturais e pós-coloniais.
Como você pode subentender, durante muitos séculos o conceito de cidadão brasileiro
incluía a população negra ou indígena. Por serem considerados “menos humanos” qu
brancos, não eram reconhecidos como sujeitos dos direitos humanos, logo, o país
perpetuando uma dívida com esses grupos, que podem ser considerados minorias, e
infelizmente, apesar de alguns direitos já reconhecidos, continuam tendo que resistir aos e
da discriminação racial que estrutura a sociedade brasileira.
Surge, então, a pergunta: como consolidar a cidadania e a democracia plena em um
fundado na desigualdade social e no preconceito racial? A resposta passa por uma g
revolução em todas as esferas da vida social, com a prioridade dos direitos hum
universais. Com isso, poderemos pensar em nos desenvolvermos e constituirmos em um
harmônico e miscigenado de fato, enquanto isso, ainda temos muita estrada pela frente.
Já no próximo tópico, vamos estudar a sociedade brasileira, posto que a partir da identific
é possível buscar soluções para os problemas.
1.4.1 Enxergando a sociedade brasileira
A década de 1930 ficou conhecida como o período em que surge a sociologia no Brasil. O
foi marcado por perguntas que buscavam entender a sociedade e a cultura brasileira, “afi
que faz o Brasil, Brasil?”. Nesse momento, surgiram obras importantes com o intui
responder tal questionamento como “Casa Grande e Senzala” (FREYRE, 1992 [1933]
pernambucano Gilberto Freyre (1900-1987), em que podemos perceber uma crítica à suprem
racial das teorias raciais do século XIX. O autor aborda a miscigenação entre euro
africanos e indígenas como o traço central da sociedade brasileira, mas defende o que
conhecido como o “mito da democracia racial”, como se no Brasil não existisse conflitos ra
e todos os povos vivessem com respeito, igualdade e harmonia. Desse modo, o mit
democracia racial corresponde à ideia de que no Brasil não existem conflitos raciais e tod
segmentos sociais tem a mesma oportunidade de acesso a direitos, bens e serviços, ou
uma falácia.
Figura 6 - A capoeira é uma arte marcial brasileira, desenvolvida por africanos e brasileiros escravizados e durante m
tempo sua prática foi proibida
Fonte: Val Thoermer, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um grupo de pessoas
formando um círculo ao ar livre. Há duas pessoas no
centro, jogando capoeira. Atrás, há outras pessoas
tocando instrumentos, como o berimbau. Ao redor, pode-se
observar prédios e outras construções.
Por décadas e mesmo nos dias atuais, o mito de que no Brasil não existem conflitos ra
ainda é disseminado quando se deseja discorrer sobre a sociedade brasileira. O problema
ele mascara e invisibiliza a realidade de grupos brasileiros (negros e indígenas), contrib
assim para a perpetuação de violências, desigualdades e segregações.
VOCÊ QUER LER?
O livro Um Defeito de Cor (GONÇALVES, 2006), escrito por Ana Maria Gonçalves, é a história
de uma africana trazida à força para ser escravizada no Brasil, seus antepassados e os
eventos que vivencia no “novo mundo”. É uma obra prima que reflete o horror da escravidão e
do racismo na sociedade brasileira, mas também um documento histórico sobre resistência,
solidariedade e espiritualidade.
No Brasil, metade da população é negra ou não branca (SARAIVA, 2017), mas estes estão
representados nos locais de prestígio e poder da sociedade e hiper- representados
profissões de menor valorização e remuneração, como o trabalho doméstico, de porta
segurança. Ocupam os bairros menos valorizados, distantes do centro das cidades, m
vezes, com falta de saneamento básico e serviços. Assim como as mulheres, a população
ou não branca, sobretudo, mulheres negras, ganham menos que os homens branco
realizarem o mesmo serviço.
ESTUDO DE CASO
No Brasil, existem aproximadamente 6 milhões de trabalhadores domésticos. Destes, mais
de 95% são mulheres, e em torno de 70% mulheres negras. Apenas 30% destas
trabalhadoras possuem a carteira de trabalho registrada e contribuem para a previdência
social. Isso quer dizer que durante décadas essas mulheres trabalharam sem a garantia de
um salário mínimo, uma jornada de trabalho estabelecida e a garantia de aposentadoria.
Somente em 2015, foi regulamentada a “lei das domésticas”, LCP 150 (BRASIL, 2015), que
visa equiparar os direitos das trabalhadoras domésticas aos demais trabalhadores. A lei
abarca somente trabalhadoras mensalistas, enquanto cresce o número de diaristas, que
trabalham várias vezes por semana. Algumas trabalhadoras preferem o trabalho na forma de
diaristas, pois podem flexibilizar seus horários, porém com isso apenas recebem quando
estão trabalhando, além de que os danos para a saúde a longo prazo podem ser bem
maiores.
Atualmente, o Ministério do Trabalho busca fiscalizar e punir os empregadores que não estão
obedecendo a lei 150/15. Os movimentos sociais continuam se organizando para
conseguirem mais direitos para as diaristas, que já representam aproximadamente 30% do
grupo.
Os indígenas são os povos originários de nossas terras e bastantes heterogêneos, organiz
em diferentes etnias, com língua e cultura próprias. De acordo com o censo de 2010 (BR
2012) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadam
817.963 indígenas, falando 274 línguas distintas e divididos em torno de 305 povos.
É comum achar que eles fazem parte do passado, de uma cultura selvagem e que vivem ap
na Floresta Amazônica. Essas ideias etnocêntricas foram disseminadas durante a coloniz
justamente para colaborar com a exploração e dizimação dos povos indígenas e, atualm
são usadas por empresários que visam o uso ilimitado das terras para fins privad
comerciais.
Como o número do censo em relação à diversidade nos mostra, os índios persistem e
cada vez mais ocupando diferentes lugares na sociedade sem perderem suas identidades.
As culturas indígenas são parte constitutiva da sociedade brasileira, seja no vocabulário
práticas alimentares ou medicinais, e suas influências estão presentes no cotidiano de qua
cidadão, bem como a influência das culturas africanas, europeias e, em menor me
asiáticas.
Figura 7 - Exemplo do sincretismo que forma a sociedade brasileira, mulher negra performatiza uma dança com influ
indígenas
Fonte: ostill, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma mulher negra vestida
com uma fantasia de carnaval. Esta traz penas pretas,
vermelhas, amarelas e roxas. Ela também está de cocal,
este com penas das mesmas cores.
CONCLUSÃO
Referências
ARAÚJO, S. M. de; BRIDI, M. A.; MOTIM, B. L. Sociologia. Volume único. 1.
ed. São Paulo: Scipione, 2013.
BIANCHI, S.; BENAIM, E.; CANITTO, N.. Quanto vale ou é por quilo? Direção:
Sérgio Bianchi. Produção: Sérgio Bianchi, Paulo Galvão. Europa Filmes,
Brasil, 2005.
FRANK JR, H.; RAVETCH, I. Norma Rae. Direção: Martin Ritt. Produção:
Tamara Asseyev, Alex Rose. Estados Unidos, 1979.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São Paulo:
Ática, 2014.