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CURSO DE DIREITO
- Qualificação
- Conflito positivo e negativo
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Conflito de qualificações
Da se o conflito de qualificações quando, por efeito da aplicação de duas
Regras de Conflitos forem chamadas a aplicar-se a um caso normas
materiais procedentes de dois ordenamentos estaduais, onde todas se
encaixam ao conteúdo e função da Regra de Conflitos, ou se repelem.
Claro que neste caso são duas regras de conflitos que devem ser aplicadas.
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Conflito de qualificações
No entanto, aqui temos uma situação em que se verifica a
concorrência de preceitos materiais de leis diferentes,
convocadas também a títulos diferentes, para regular o
mesmo caso, ou mesmo aspecto de certo caso. A isso se
chama de cumulo jurídico ou seja conflito positivo de
qualificações.
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Conflito de qualificações
A doutrina portuguesa tem sustentado que a solução do problema
passaria pelo estabelecimento de uma relação de hierarquia entre as
qualificações conflituantes, ou seja, haveria que ter principalmente em
vista os interesses que as diversas normas de conflito visam servir,
tirando do peso relativo de tais interesses um critério para a
hierarquização das nomas:
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Conflito de qualificações
Conflito negativo - Surge quando, por exemplo, um sistema jurídico S,
designado pela regra de conflitos M, a norma a que caberia resolver a questão
controvertida não pertence à categoria normativa visada naquela regra, e que o
mesmo se passa com o sistema S1, a que concretamente se refere a regra de
conflitos N.
Neste caso teremos a ausência de normas aplicáveis (vácuo jurídico).
Nota: Só se levanta um verdadeiro problema quando exista uma autêntica
lacuna de regulamentação segundo o ponto de vista da lex fori, ou seja, quando
a não aplicação das leis em princípio aplicáveis produza um resultado
claramente insatisfatório.
Regra geral o conflito é tão só aparente, porque aos preceitos em causa de
uma das leis interessadas pode vir a caber a qualificação correspondente
àquela que põe em movimento a norma do DIP que designa essa lei como
aplicável.
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Conflito de qualificações
Exemplo:
Morre em Moçambique um cidadão britânico com domicílio no R.U. A herança
compõe-se de bens existentes em Moçambique. O de cujus, que faleceu
intestado, não deixou cônjuge, nem qualquer parente sucessível: ambos os
sistemas interessados estão de acordo quanto a este ponto. O Direito da Coroa
britânica trata as heranças vagas como um direito público, (ocupação dos bona
vacantia) de natureza quase-real e não como matéria das sucessões.
Diversamente, segundo o CC moçambicano (arts. 2152 e 2153), o Estado,
quando é chamado à herança é-o na veste de herdeiro.
Neste caso, aparentemente, a questão não pode resolver-se nem pela lei
inglesa – pois é ao estatuto real e não ao sucessório que há que subsumir a
citada norma matéria – nem tão pouco pela lei moçambicana, porque a regra do
CC relativa ao direito do Estado tem natureza sucessória e, todavia não é essa
a lei aplicável à sucessão (art. 62).
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Conflito de qualificações
Solução do exercício
Evidentemente a solução não poderá consistir em ficar a herança vaga em
admitir-se o direito do primeiro ocupante. Assim, é notória uma autêntica
lacuna.
Para preencher essa lacuna haverá a necessidade de integrar a lei da
situação dos bens, mediante criação de uma norma que habilite o Estado da
situação (o Estado moçambicano) a apoderar-se de todas as heranças
existentes no seu território, sempre que segundo a lei da sucessão o de
cujus não tenha deixado sucessores, alargando-se a esfera da aplicação do
art. 2152.
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Obrigado
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