Você está na página 1de 37

5- FALHA OU RUPTURA NOS

METAIS
Fratura
Fluência
Fadiga

1
A engenharia e ciência
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

dos materiais tem


papel importante na
prevenção e análise de
falhas em peças ou
componentes
mecânicos.

2
FRATURA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Consiste na separação do material em 2 ou


mais partes devido à aplicação de uma
carga estática à temperaturas relativamente
baixas em relação ao ponto de fusão do
material

3
FRATURA
Dúctil a deformação plástica continua até uma
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

redução na área para posterior ruptura (É OBSERVADA EM


MATERIAIS CFC)

Frágil não ocorre deformação plástica, requerendo


menos energia que a fratura dúctil que consome energia
para o movimento de discordâncias e imperfeições no
material (É OBSERVADA EM MATERIAIS CCC E HC)

O tipo de fratura que ocorre em um dado material depende


da temperatura
4
FRATURA
Ex: Materiais submetidos ao ensaio de tração
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Fratura frágil

Fraturas dúcteis
5
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MACROSCÓPICO
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Fratura após ensaio de tração

6
MECANISMO DA FRATURA
DÚCTIL
a- formação do pescoço
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

b- formação de cavidades
c- coalescimento das
cavidades para promover
uma trinca ou fissura
d- formação e propagação
da trinca em um ângulo
de 45 graus em relação
à tensão aplicada
e- rompimento do material
por propagação da trinca

7
Material dúctil submetido ao ensaio de tração
FRATURA DÚCTIL
E ASPECTO MICROSCÓPICO
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

8
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO
Material frágil submetido ao ensaio de tração
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

A fratura frágil ocorre com a formação e propagação de uma trinca


que ocorre a uma direção perpendicular à aplicação da tensão
9
FRATURA FRÁGIL
ASPECTO MACROSCÓPICO
Início da fratura por formação de trinca
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

10
FRATURA TRANSGRANULAR E
INTERGRANULAR
TRANSGRANULAR INTERGRANULAR
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

A fratura se dá no contorno de grão


A fratura passa através do grão
11
EXEMPLO DE FRATURA SOB TRAÇÃO EM MATERIAIS
COMPÓSITOS
Ex: Liga de alumínio reforçada com partículas de SiC e Al2O3

Fratura: dúctil+frágil
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

A fratura da partícula se dá por clivagem, ou seja, ocorre ao longo


de planos cristalográficos específicos
12
CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO
A resistência `a fratura depende da coesão entre os
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

átomos
Segundo a teoria a resistência coesiva para um
material frágil=E/10
Na prática é entre 10-1000 X menor
A.A. Griffith (1920) explicou essa diferença: a
presença de microdefeitos ou microtrincas
presentes no material faz com que as tensões sejam
amplificadas.
A magnitude da amplificação depende da orientação
e da geometria da trinca.
13
MICROTRINCA COM FORMATO ELIPTICO (OU CIRCULAR),
ORIENTADA PERPENDICULAR À TENSÃO APLICADA, A
TENSÃO MÁXIMA (m) NA EXTREMIDADE DA TRINCA É DADA
POR:

m= o (1+2 (a/e)1/2


Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

o= tensão nominal a


o
a= comprimento da trinca
superficial ou metade da trinca
interna
e= raio de curvatura da 2a
extremidade da trinca

Para uma trinca muito longa e com pequeno raio de curvatura (a/e)1/2 será muito
14
grande, logo:  = 2  (a/ )1/2
FATOR DE CONCENTRAÇÃO DE
TENSÕES (Ke)

Ke = m/ o = 2 (a/e)1/2
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Ke = mede o grau com que uma tensão é amplificada


na extremidade da trinca

15
ENSAIOS DE FRATURA POR
IMPACTO

Foram criados antes


Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

do desenvolvimento
da “mecânica da
fratura”
O ensaio de resistência ao choque
caracteriza o
comportamento dos materiais quanto `a
transição do
comportamento dúctil para frágil em
função da
temperatura
16
ENSAIOS DE FRATURA POR
IMPACTO

Charpy (EUA)
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Izod (Europeu)
Medem a energia absorvida no impacto por área

esc
esc MAT. DÚCTEIS
Ut= (esc + LRT)/2 . f
Ur= esc2/2E tenacidade
MAT. FRÁGEIS
Ut= 2/3 .( LRT. f )
em N.m/m3

17
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

18
ENSAIO DE TENACIDADE À
FRATURA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

A tenacidade é avaliada comparando-se as curvas


para diferentes materiais com diferentes comprimentos de trincas
19
FLUÊNCIA (CREEP)
Quando um metal é solicitado por uma carga,
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

imediatamente sofre uma deformação elástica. Com a


aplicação de uma carga constante, a deformação plástica
progride lentamente com o tempo (fluência) até haver
um estrangulamento e ruptura do material
Velocidade de fluência (relação entre deformação
plástica e tempo) aumenta com a temperatura
Esta propriedade é de grande importância especialmente
na escolha de materiais para operar a altas temperaturas

20
FLUÊNCIA (CREEP)
Então, fluência é definida como a deformação
permanente, dependente do tempo e da
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

temperatura, quando o material é submetido à uma


carga constante
Este fator muitas vezes limita o tempo de vida de
um determinado componente ou estrutura
Este fenômeno é observado em todos os materiais,
e torna-se importante à altas temperaturas (0,4TF)

21
FLUÊNCIA (CREEP)
FATORES QUE AFETAM A FLUÊNCIA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Temperatura
Módulo de elasticidade
Tamanho de grão
Em geral:
Quanto maior o ponto de fusão, maior o módulo de
elasticidade e maior é a resist. à
fluência.
Quanto maior o o tamanho de grão maior é a resist. à
fluência.
22
ENSAIO DE FLUÊNCIA
Bibliografia: V. Chiaverini, Tecnologia
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Mecânica, Vol. 1

Ler mais sobre fluência no Van Vlack pg


152

23
PERGUNTAS
Por quê um tamanho
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

de grão grande
favorece uma maior
resistência à fluência?

O que significa
temperatura
equicoesiva (TEC)?

24
ENSAIO DE FLUÊNCIA
É executado pela aplicação de uma
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

carga uniaxial constante a um corpo


de prova de mesma geometria dos
utilizados no ensaio de tração, a
uma temperatura elevada e
constante
O tempo de aplicação de carga é
estabelecido em função da vida útil
esperada do componente
Mede-se as deformações
ocorridas em função do tempo (
x t)

25
Curva  x t
Estágio primário:
ocorre um decréscimo
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

contínuo na taxa de
fluência ( = d/dt), ou
seja, a inclinação da
curva diminui com o = d/dt
diminui
tempo devido ao
aumento da resistência
por encruamento.
26
Curva  x t
Estágio secundário: a taxa de
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

fluência ( = d/dt) é constante


(comportamento linear). A
inclinação da curva constante com o
tempo é devido à 2 fenômenos
competitivos: encruamento e
recuperação.
O valor médio da taxa de fluência
nesse estágio é chamado de taxa
mínima de fluência (m), que é um  = d/dt
constante
dos parâmetros mais importantes a
se considerar em projeto de
componentes que deseja-se vida
longa. 27
Curva  x t
Estágio terciário: ocorre uma
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

aceleração na taxa de fluência ( =


d/dt) que culmina com a ruptura
do corpo de prova.  = d/dt
aumenta
A ruptura ocorre com a separação
dos contornos de grão, formação e
coalescimento de trincas,
conduzindo a uma redução de área
localizada e conseqüente aumento
da taxa de deformação
28
FADIGA
É a forma de falha ou ruptura que ocorre nas
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

estruturas sujeitas à forças dinâmicas e cíclicas


Nessas situações o material rompe com tensões
muito inferiores à correspondente à resistência à
tração (determinada para cargas estáticas)
É comum ocorrer em estruturas como pontes,
aviões, componentes de máquinas
A falha por fadiga é geralmente de natureza frágil
mesmo em materiais dúcteis.
29
FADIGA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

A fratura ou rompimento do material por fadiga


geralmente ocorre com a formação e propagação de
uma trinca.
A trinca inicia-se em pontos onde há imperfeição
estrutural ou de composição e/ou de alta concentração
de tensões (que ocorre geralmente na superfície)
A superfície da fratura é geralmente perpendicular à
direção da tensão à qual o material foi submetido

30
FADIGA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Os esforços alternados que podem levar à fadiga


podem ser:
Tração
Tração e compressão
Flexão
Torção,...

31
RESULTADOS DO ENSAIO DE FADIGA
CURVA -N OU CURVA WOHLER

A CURVA -N REPRESENTA A TENSÃO VERSUS NÚMERO


DE CICLOS PARA QUE OCORRA A FRATURA.
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Normalmente para N utiliza-se escala logarítmica

32
PRINCIPAIS RESULTADOS
DO ENSAIO DE FADIGA
Limite de resistência
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

à fadiga (Rf): em
certos materiais
(aços, titânio,...)
abaixo de um
determinado limite Rf = 35-65% m
de tensão abaixo do
qual o material nunca
sofrerá ruptura por
fadiga.
Para os aços o limite de
resistência à fadiga
(Rf) está entre 35-
65% do limite de
resistência à tração.
33
PRINCIPAIS RESULTADOS
DO ENSAIO DE FADIGA
Resistência à fadiga (f):
em alguns materiais a
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

tensão na qual ocorrerá a


falha decresce
continuamente com o
número de ciclos (ligas
não ferrosas: Al, Mg,
Cu,...). Nesse caso a
fadiga é caracterizada
por resistência à fadiga
(f)

Que corresponde à tensão na qual


ocorre a ruptura p/ um no.
arbitrário de ciclos (em geral 107-108 34
PRINCIPAIS RESULTADOS
DO ENSAIO DE FADIGA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Vida em fadiga (Nf): corresponde ao


número de ciclos necessários para
ocorrer a falha em um nível de tensão
específico.

35
ENSAIO DE FADIGA E
LIMITE DE FADIGA
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

Bibliografia: V. Chiaverini, Tecnologia Mecânica, Vol. 1

Ler mais sobre fadiga no Van Vlack pg 157

36
FATORES QUE INFLUENCIAM A
VIDA EM FADIGA
Tensão Média: o aumento do nível médio de
Eleani Maria da Costa -PGETEMA/PUCRS

tensão leva a uma diminuição da vida útil


Efeitos de Superfície: variáveis de projeto (cantos
agúdos e demais descontinuidades podem levar a
concentração de tensões e então a formação de
trincas) e tratamentos superficiais (polimento,
jateamento, endurecimento superficial melhoram
significativamente a vida em fadiga)
Efeitos do ambiente: fadiga térmica (flutuações
na temperatura) e fadiga por corrosão (ex. pites
de corrosão podem atuar como concentradores de
tensão)
37

Você também pode gostar