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BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE

CONCEITO

O INSS criou a classificação em espécies para evidenciar as peculiaridades de cada benefício.


Assim, para cada espécie de benefício foi atribuído um código numérico, como por exemplo, o
B - 41 = Aposentadoria por Idade.

CÓDIGOS

Anexo ao material há uma tabela identificando os grupos de espécies, os códigos, bem como
as espécies de benefício.
Nota-se que os códigos e espécies de benefícios destacados em vermelho não são mais
concedidos. Destaca-se que muitos ainda são pagos, mas não são mais concedidos.
Verifica-se ainda que os códigos marcados com um asterisco (*), deixaram de existir, pois foram
incorporadas às espécies de benefícios urbanos correspondentes.
BENEFÍCIOS E SERVIÇOS

Observa-se que o Regime Geral de Previdência Social – RGPS possui diversos tipos de
prestações e podem ser divididos em benefícios e serviços.
Os benefícios são as aposentadorias, auxílios, salários e pensões. De maneira geral são
pagos aos segurados, exceto o auxílio-reclusão e a pensão por morte que não pagas aos
dependentes.

Já os serviços, correspondente aos benefícios assistenciais e ao processo de habilitação ou


reabilitação profissional.

Aposentadorias
• idade Auxílios

4 3 2 1
Salários
• Invalidez • Doença
• Maternidade Pensão
• Especial • Acidente
• Família
• Tempo de • Reclusão
contribuição
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE

CONCEITO

Diferente dos benefícios programados, tais como as aposentadorias por idade e por tempos de
contribuição, os benefícios de risco estão sujeitos a imprevisibilidade.

Tais benefícios levam em conta a incapacidade, qualidade de segurado na data da


incapacidade e carência (conforme o caso).
Benefício por
Benefício por
incapacidade
incapacidade
permanente Auxílio-acidente
temporária
Antiga aposentadoria
Antigo auxílio-doença
por invalidez

Incapacidad
Incapacidad
Incapacidad e total ou
e parcial
e total parcial

Incapacidad Incapacidad Incapacidad


e e e
permanente temporária permanente
Reabilitação/
25% grande invalidez Habilitação
profissional

Incapacidade total Incapacidade


parcial
Incapacidade
permanente
Incapacidade
Auxílio permanente permanente
de terceiros
CARÊNCIA

Carência refere-se ao número de contribuições mínimas exigidas para concessão de


determinado benefício.
No caso dos benefícios por incapacidade pode-se observar o seguinte quadro:

• 12 contribuições
Benefício por • Isento de carência para o rol do art. 151, Lei nº 8.213/1991 e
incapacidade permanente acidentário

• 12 contribuições
Benefício por • Isento de carência para o rol do art. 151, Lei nº 8.213/1991 e
incapacidade temporária acidentário

Auxílio-acidente • Sem carência


QUALIDADE DE SEGURADO

Tratando-se de benefício por incapacidade a qualidade de segurado é a condição para o


recebimento de tal benefício. Assim, todos os filiados ao INSS, enquanto estiverem efetuando
recolhimentos mensais a título de previdência, automaticamente estarão mantendo esta
qualidade.

Entretanto, o art. 15 da Lei nº 8.213/1991, dispõe que em algumas condições, mesmo sem
recolhimento, esses filiados ainda irão manter esta qualidade, o que é denominado “período de
graça”.

Após transcorrido todo o prazo a que o cidadão tinha direito para manter a condição de
segurado do INSS, não efetuar novos recolhimentos, ocorrerá a “perda da qualidade de
segurado”.

De acordo com a legislação, a data em que será fixada a perda da qualidade de segurado será
no 16º dia do 2º mês subsequente ao término do prazo em que estava no “período de graça”,
incluindo-se as prorrogações se for o caso.
Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente;
(Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem
remuneração;
II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do Seguro-Desemprego; (Redação
dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) (Revogada pela Medida Provisória nº 955,
de 2020) Vigência encerrada
II - até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social, que estiver suspenso ou licenciado
sem remuneração ou que deixar de receber o benefício do Seguro-Desemprego; (Redação
dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) (Revogada pela Medida Provisória nº 955,
de 2020) (Vigência encerrada)
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem
remuneração;
EXEMPLO:

Empregado foi demitido da empresa em 10/01/2018, ficou desempregado mas recebeu


seguro-desemprego

período de graça comum = 12 meses = 31/01/2019

prorrogação (seguro-desemprego) = + 12 meses = 31/01/2020

data da perda da qualidade = 16/03/2020


Percebe-se que apesar de a data do período de graça em termos gerais terminar no dia
31/01/2020 já com a prorrogação pelo fato do cidadão ter recebido seguro-desemprego, a
data de fixação da perda desta qualidade se dará somente em 16/03/2020, ou seja, 16º dia
do 2º mês subsequente ao término do “período de graça”.

A explicação é pelo fato de que, caso o cidadão (do exemplo acima) queira efetuar
recolhimento na condição de contribuinte individual ou facultativo referente ao mês de
fevereiro/2016, a lei lhe garante o prazo para pagamento até o dia 15/03/2016 e portanto, os
direitos de “segurado” devem ser mantidos até esta data.
QUESTÕES IMPORTANTES

NÃO PERDE A QUALIDADE DE SEGURADO QUEM DEIXA DE CONTRIBUIR EM RAZÃO DE


INCAPACIDADE - A jurisprudência pacificou o entendimento de que não se perde a qualidade
de segurado quem deixa de recolher contribuições, em razão de incapacidade, desde que haja
coincidência entre a data do surgimento dos males incapacitantes com a ausência de atividade
remunerada. RECURSO ESPECIAL Nº 1.405.173 - SP (2013/0310402-5) e TNU Processo n.
2010.72.64.001730-7

ESFORÇO HERCÚLEO - Excepcionalmente, o recebimento de benefício por incapacidade


durante o período em que houve exercício de atividade laboral se, efetivamente, restar com
provado que o segurado estava realmente incapaz quando
trabalhou (esforço hercúleo) - Súm. 72/TNU.
INCAPACIDADE PREEXISTENTE

Importante destacar a diferença entre incapacidade preexistente e doença preexiste.

Nos benefícios por incapacidade disciplinados pelo INSS, se o seguro ingressar ou reingressar
no sistema acometido de lesão ou enfermidade incapacitante, não fará jus ao direito de
recebimento do benefício.

Doença não é sinônimo de incapacidade.

Sendo assim, se quando do ingresso ou reingresso no sistema de previdência o segurado


estiver acometido de enfermidade não incapacitante, poderá ter direito ao recebimento do
benefício pelo agravamento da doença.

Incapacidade
preexistente Doença preexistente
EXCLUI O DIREITO NÃO EXCLUI O
DIREITO
INCAPACIDADE SOCIAL

Para constatação da incapacidade, via de regra, observa-se o ponto de vista médico.

Todavia, tanto na esfera administrativa, quanto na esfera judicial, a constatação da


incapacidade pode ir além do ponto de vista médico.

Se a avaliação médica não for suficiente para determinar de existe ou não incapacidade ou
extensão dessa incapacidade, pode-se analisar outros critérios, tais como fatores
socioeconômicos e culturais do segurado.
CONSTATAÇÃO DA INCAPACIDADE

Para aferição da incapacidade, obrigatoriamente, o segurado terá que passar pela perícia
médica do INSS. Assim, quando a incapacidade perdurar por mais de 15 dias (se empregado) o
segurado será submetido à avaliação de perito médico integrante dos quadros do INSS ou
conveniado.

Decreto nº 3.048/1999
Art. 72 (...)
II - a contar da data do início da incapacidade, para os demais segurados; ou
II - a contar da data do início da incapacidade, para os demais segurados, desde que o
afastamento seja superior a quinze dias; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020)

Art. 76. A previdência social processará, de ofício, o benefício quando tiver ciência da
incapacidade do segurado sem que este tenha requerido auxílio por incapacidade temporária.
Desde 2017, com as alterações trazida pela Lei nº 13.457, a perícia administrativa passou a
ter acesso aos prontuários médicos do SUS, desde que haja a prévia anuência do periciado
e seja garantido o sigilo sobre os dados dele (art. 101, §4º, da Lei nº 8.213/91).

A referida lei também assegurou o atendimento domiciliar e/ou hospitalar pela perícia
médica e social do INSS ao segurado com dificuldades de locomoção, quando houver ônus
desproporcional e indevido (art. 101, §5º, da Lei nº 8.213/91).
CONVOCAÇÕES PARA PERÍCIAS

Segurado aposentado por invalidez ou em gozo de auxílio-doença poderá ser convocado a


qualquer tempo para avaliação das condições que ensejaram o benefício, nos termos do art.
101, da Lei nº 8.213/1991, observada as ressalvas estabelecidas no próprio artigo.

Art. 101. O segurado em gozo de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e o pensionista


inválido estão obrigados, sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico
a cargo da Previdência Social, processo de reabilitação profissional por ela prescrito e
custeado, e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue,
que são facultativos.       
§ 1o  O aposentado por invalidez e o pensionista inválido que não tenham retornado à atividade
estarão isentos do exame de que trata o caput deste artigo: 
I - após completarem cinquenta e cinco anos ou mais de idade e quando decorridos quinze
anos da data da concessão da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a
precedeu; ou   
II - após completarem sessenta anos de idade.  
 

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