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Classificação Decimal

Universal
Histórico, estrutura, notação,
índice e tabelas auxiliares
Histórico
 A Classificação Decimal Universal
(CDU ), derivou-se originalmente da
Classificação Decimal de Dewey (CDD),
sendo que em 1895 o belga Paul Otlet, um
jovem advogado, já reconhecido por seu
trabalho no campo da Bibliografia das
Ciências Sociais e seu colaborador Henry
La Lafontaine, estavam trabalhando no
projeto do Repertório Bibliográfico
Universal, cujo objetivo era um
índice classificado que abrangeria todas
informações publicadas. Tendo ouvido
falar na Classificação Decimal de Dewey
que estava em sua 5ª edição (1894),
conseguiu um exemplar da mesma o que o
deixou muito impressionado; escreveu
então para Dewey, dele obtendo
permissão para traduzi-la para o francês.
Otlet e La Fontaine viram na
classificação decimal uma taxonomia do
conhecimento humano que poderia ser
expressa por meio de uma “língua inter-
nacional” – a dos números - perceberam
também que devido à capacidade de
expansão dos números decimais, esses
poderiam facilmente acomodar as minú-
cias que o trabalho bibliográfico requer. A
idéia foi além dos limites de uma mera
tradução, tendo sido feitas várias
inovações radicais.
No Brasil as repercussões das atividades de
Otlet e La Fontaine não se fizeram tardar.
Em 1901 o Engenheiro Vitor da Silva Freire
escreveu um folheto sobre as vantagens
do sistema de classificação de Bruxelas; outros
estudiosos divulgaram essa classificação no
Brasil, como Peregrino da Silva e Manoel
Cícero Peregrino da Silva, Jango Fisher entre
outros. Em 1976 foi publicada a 1ª edição
média em língua portuguesa pelo
IBICT, sendo que a Federação Internacional
de informação e Documentação (FID) foi
responsável pelas correções e atualizações na
CDU até 1991.
Em janeiro de 1992 todos os direitos e
responsabilidades foram transferidos para o
Consórcio CDU formado por Instituições de
de Informação e Normalização da Bélgica,
Espanha, Países Baixos, Reino Unido e Japão,
além da própria FID.
Edições
A CDU vem sendo divulgada através dos
seguintes tipos de edições: desenvolvidas,
médias, abreviadas, condensadas e
especiais, conforme a necessidade da
classificação nas bibliotecas, centros de
informações e instituições.
Edições Desenvolvidas
A primeira edição internacional foi a edição
desenvolvida, intitulada "Manuel du Repertoire
Bibliographique Universel", em idioma francês, em 1904.
A segunda edição, publicada pelo Instituto Internacional
de Bibliografia, em francês, recebeu o nome de
"Classification Decimale Universelle", em 1927.
A terceira edição, em idioma alemão, sob o titulo
"Dezimalklassifikation", é a edição desenvolvida mais
completa, em 1934.
Outras edições desenvolvidas foram publicadas nos
seguintes idiomas:
inglês – 4a edição; francês – 5a edição; japonês – 6a
edição; espanhol – 7 edição; alemão – 8a edição;
português – 9 edição.
Edições Média
Há publicações das edições médias em alemão,
francês, russo, japonês, italiano, polonês e
português.
A primeira edição média em português foi
publicada pelo Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia - IBICT, em 1976. A
segunda edição, em 1987.
E, em 1997, o IBICT publicou a Edição-padrão
Internacional em Língua Portuguesa – Tabelas
Sistemáticas – Parte 1. Em 1999, publicou o
Índice – Parte 2 da Edição-padrão Internacional
em Língua Portuguesa.
Edições Abreviada
Existem edições abreviadas em quase todos os
idiomas, sendo que a edição em língua
portuguesa foi publicada em Portugal pelo
Centro de Documentação Científica do Instituto
de Alta Cultura e pelo então Instituto Brasileiro
de Bibliografia e Documentação - IBBD, hoje o
IBICT.
É importante destacar a edição abreviada
trilingüe - 1958, em alemão, inglês e francês,
acompanhada dos respectivos índices.
Edições Condensada
Uma edição condensada foi publicada em
1967, em francês, ocupando somente 50
páginas.
CDU NO BRASIL
1901 - o engenheiro Vitor da Silva Freire publicou um
folheto explicativo, divulgando as vantagens do Sistema
de Classificação de Bruxelas;
1900 - 1909 - Vários nomes importantes da época
passaram a divulgar o sistema
1909 - adotado na Biblioteca do Instituto Oswaldo Cruz;
1918 - 1921 - a CDU passou a ser utilizada no Boletim
Bibliográfico da Biblioteca Nacional;
1937 - passa a ser usada na Biblioteca do Ministério das
Relações Exteriores;
1942 - edição mais completa editada pela Biblioteca
Pública de Minas Gerais;
Continuação ...
1954 - primeira edição abreviada da CDU, em língua
portuguesa
1958 - Criação do Instituto Brasileiro de Bibliografia e
Documentação – IBBD, hoje o Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT, por
sugestão de Edson Nery da Fonseca, membro da
Comissão Brasileira da CDU, criada na época e que
ainda hoje funciona junto ao IBICT. Após a criação do
IBBD, várias bibliotecas passaram a utilizar a CDU:
1961 - a edição abreviada portuguesa,
1968 - início da tradução para o português da recém-
lançada edição alemã,
1971 - contando com apoio da Associação dos
Bibliotecários do Distrito Federal, da Biblioteca da
Câmara dos Deputados e do Departamento de
Biblioteconomia da UnB, é publicado e distribuído para
análise e críticas as tabelas traduzidas;
1976 - o IBICT, publica a Primeira Edição Média
em Língua Portuguesa da CDU;
1987 - é publicada a Segunda Edição Média em
Língua Portuguesa da CDU
1997 em dezembro deste ano, o IBICT publica
as tabelas sistemáticas – Parte 1 da Edição-
padrão Internacional em Língua Portuguesa
1999 após quase dois anos, o IBICT publica o
Índice – Parte 2 da Edição-padrão Internacional
em Língua Portuguesa.
 2008 o IBICT publica a 2ª edição da CDU
padrão
Estrutura
 Os assuntos na CDU expressam
relação de hierarquia, o conhecimento
divide-se em 10 classes principais, cada
classe se subdivide, e cada divisão é
novamente subdividida e assim por
diante.
A CDU é considerada como uma
classificação por aspectos, na qual um
fenômeno é classificado segundo uma
disciplina ou contexto no qual
é considerado, por isso seus vários aspectos
encontram-se em diferentes lugares. Por
exemplo, carvão não ocupa um único
lugar. O seu aspecto petrológico aparece
em 552.574; o aspecto da geologia
econômica está em 553.94; o aspecto de
mineração encontra-se em 622.23 outros
aspectos podem ser encontrados.
Classes do conhecimento da CDU
0 Generalidades. Ciência. Conhecimento e etc.
1 Filosofia. Psicologia
2 Religião. Teologia
3 Ciências sociais. Direito. Administração e etc.
4 Vaga ( cancelada em 1963 )
5 Matemática e ciências naturais
6 Ciências aplicadas. Medicina.Tecnologia
7 Arte. Belas artes. Recreação. Diversão e Esporte
8 Linguagem. Lingüística. Literatura
9 Geografia. Biografia. História
Assim, cada uma dessas grandes classes
mais genéricas é identificada por um
único algarismo arábico, (diferenciando-se
da CDD que precisa de no mínimo três
algarismos).
Cada uma dessas classes pode ser dividida
para formar classes mais específicas (ou
subclasses). Essas subclasses formam
conceitos mais restritos e podem ser
representados por números mais extensos.
Por exemplo a classe 5 dividi-se nas seguintes classes:

50 Generalidades sobre ciências puras


51 Matemática
52 Astronomia. Astrofísica. Pesquisa espacial
53 Física
54 Química. Ciências mineralógicas
55 Ciências da Terra. Geociências. Geologia etc.
56 Paleontologia
57 Ciências biológicas em geral
58 Botânica
59 Zoologia
Cada uma dessas subclasses é uma
subdivisão da classe 5, sendo que cada
uma delas pode ser subdividida
novamente e assim por diante.
Podemos dividir as classes em:
COORDENADAS
SUPERORDENADAS
e SUBORDINADAS
 Coordenadas: são as classes nas quais os
números de classificação tem a mesma
extensão, denotando um nível similar de
generalidade;

 Superordenadas: são as classes com


números menos longos

 Subordinadas: são as classes de números


mais longos, que indicam, maior
especificidade (ou extensão)
Sendo:

5 - Superordenada
53 - Coordenada
531.1 - Subordinada
Notação
 A notação da CDU é considerada
MISTA, pois a mesma é formada por
números, letras e sinais

Ex. 329.05(81)“1968” (043)


Tese sobre o Movimento dos partidos
políticos no Brasil em 1968
Tabelas auxiliares
As tabelas auxiliares apresentam-se em duas
divisões: os sinais e as subdivisões auxiliares. O
uso destas tabelas permitem, além dos números
simples, a construção de números compostos e
sínteses.
Os números compostos são os criados por
síntese, ou seja, a composição feita com
números extraídos de mais de uma parte da
tabela (principal ou auxiliar), que juntos formam
uma notação de assunto. Por exemplo:
Mineração no Brasil 622(81) ou Mineração e
Metalúrgica 622 + 669.
Para a classificação dos assuntos compostos ou
sínteses, contidos nos documentos, a CDU faz
uso de sinais
Os sinais, apresentados nas Tabela Ia – Coordenação e
Extensão e Tabela Ib – Relação, Subagrupamento e
Ordenação são em número de cinco:
 
Coordenação, representado pelo sinal de + (adição);
Extensão, representado pela / (barra ablíqua);
Relação, representado pelo sinal de : (dois pontos);
Subagrupamento, representado pelos [ ] (colchetes) e
Ordenação, representado pelos :: (dois pontos duplos).
Sendo:
+ Adição  usado para ligar dois ou mais
assuntos não consecutivos na tabela
/ Barra oblíqua  usado para ligar números
consecutivos na tabela
Nº simples  número comum
: : Dois pontos duplos indica relação sem
reversão
: Relação  indica a relação de dois assuntos
[ ] Colchete  subordinam assuntos secundários
Subdivisões Auxiliares
As subdivisões auxiliares subdividem-se em Auxiliares
Comuns e Auxiliares Especiais, analisados a seguir.
a) Auxiliares comuns: possibilitam o inter-
relacionamento entre assuntos e indicam características
repetitivas, ou seja, aquelas que são aplicadas em todas
as classes principais. São eles: Auxiliar Comum de
Língua, de Forma, de Lugar, de Raça, de Tempo, de
Ponto de Vista, de Materiais e de Pessoas, Incluem-se,
também, o asterisco e as extensões alfabéticas
b) Auxiliares especiais: indicam características que se
repetem em determinados lugares da tabela, isto é,
aqueles que são aplicáveis a um número limitado da
tabela, cuja classe principal a qual está subordinada
autorize sua utilização. São eles: Auxiliares Especiais de
Ponto Zero, Hífen, Apóstrofo
Sendo elas:

= Língua  designa a língua em que está escrito o doc.


(0...) Forma  indica a forma em que está escrito o doc.
(1/9) Lugar  indica o âmbito geográfico do assunto
(=) Raça e nacionalidade  indica os aspectos de raça e
nacionalidade do assunto
“ “ Tempo  indica o aspecto temporal do doc.
A/Z Alfabética  indica a ordem alfabética se necessário
de assunto
.00 Ponto de vista  indica os pontos mais gerais sob os
quais um assunto pode ser considerado
-03 materiais  indica materiais ou elementos constituintes
de que são feitos objetos ou produtos
-05 pessoas  indicam aspectos ou características relativas
as pessoas
Ordem de citação e Ordem de
Arquivamento
 Ordem de citação ou ordem horizontal: é
a ordem em que os elementos são citados
para formar o número de classificação.
A ordem de citação é inversa a ordem de
arquivamento, uma não depende da outra.
Embora a CDU não prescreva uma ordem
de citação, ela sugere uma ordem:
 Nº principal + auxiliares especiais +
auxiliares gerais/comuns
Sendo:
0/9 .0/.09 -0/-9 Auxiliares especiais
.00/.009
Ponto de vista
(1/9)
Lugar
“ “ Auxiliares Comuns : são assim
Tempo chamados por serem usados em todas as
classes do sistema, com o mesmo significado

(0...)
Forma
=
Língua
 A ordem de arquivamento ou ordem
vertical: Baseia-se do geral para o
específico, serve para a arrumação dos
livros nas estantes ou para o
arquivamento das fichas no catálogo
A CDU obedecendo a este princípio indica
a seguinte ordem:
+ Adição
/ Barra oblíqua
Nº simples
: : Dois pontos duplos
: Relação
[ ] Colchete Auxiliares Comuns
= Língua
(0...) Forma
(1/9) Lugar
(=) Raça e nacionalidade
“ “ Tempo
A/Z Alfabética
.00 Ponto de vista Auxiliares comuns
-03 Materiais
-05 Pessoas

-1/.9 Hífen
.0 Ponto zero Auxiliares especiais
‘ apóstrofo
Auxiliares especiais

As auxiliares especiais aparecem em


algumas partes dos números principais,
sendo que as mesmas só podem ser
utilizadas mediante nota específica de
adição. São elas:
-1/-9 Hífen
.0 Ponto zero
‘ apóstrofo
Índice
O índice da Classificação Decimal Universal - CDU,
Edição-Padrão Internacional em Língua Portuguesa, Parte
2, foi publicado pelo IBICT – Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia.
Foi criado para facilitar o acesso às classes do sistema –
de 0 a 9, não tendo a pretensão de se sobrepor ao
sistema e sim ter por objetivo: servir de instrumento a
quem pesquisa neste sistema.
Este índice apresenta-se em ordem alfabética de palavra
por palavra, incluindo todas as divisões principais, as
auxiliares comuns e as especiais. Os números e símbolos
que eventualmente constituem entradas são
transformados nas palavras que os representam e os
nomes próprios só quando constituírem-se em conceitos
básicos do sistema CDU.

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