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Escola Superior de Desenvolvimento Rural

Departamento de Produção Agrária


Produção Agrícola

Controlo estatístico da qualidade das operações mecanizadas de sementeira e


aplicação de defensivos realizadas por protótipos

Horácio Mário Muianga Egas José Armando (MSc.)


Sequência da apresentação
 Introdução
 Problema de estudo
 Justificativa
 Objectivos
 Hipóteses
 Metodologia
 Resultados e discussões
 Conclusões e recomendações
Introdução
Os conceitos de qualidade utilizados nas indústrias estão sendo adaptados à
agricultura e são altamente aplicáveis… realização de operações agrícolas ou a
obtenção de produtos que estejam adequados às especificações ou aos padrões
recomendados.

Silva et al., (2013) consideram O uso de métodos estatísticos de


o uso de ferramentas de controlo do processo permite avaliar
controlo estatístico de processo a qualidade das operações agrícolas
como sendo uma boa alternativa mecanizadas, visando à melhoria
para aumentar o nível de contínua destas, de modo a dar
qualidade nas operações recomendações de confiabilidade do
agrícolas mecanizadas. processo.
Problema de estudo

Qual é a qualidade das operações


mecanizadas de sementeira e aplicação de
defensivos realizada por protótipos
(semeadora e pulverizador) desenvolvidos
na ESUDER?
Justificativa
Eficiência

Produtividade Mecanização Produção

A adopção de uma nova máquina passa pela


prototipagem que confere maior funcionalidade ao Redução de
produto. Portanto, através da aplicação das ferramentas custos
de controlo de qualidade de processos conhecer-se-á a
confiabilidade dos protótipos semeadora e
pulverizador.
Objectivos

Geral
 Avaliar a qualidade nas operações mecanizadas de sementeira e aplicação de
defensivos realizadas por protótipos

Específicos
 Determinar a confiabilidade do protótipo de sementeira mecanizada para os
atributos operacionais;
 Determinar a confiabilidade do protótipo de aplicação mecanizada de
defensivos para os atributos operacionais.
Hipóteses

H0: Os parâmetros mínimos de qualidade dos protótipos (semeadora e


pulverizador) não são influenciados pelos atributos operacionais.

H1: Os parâmetros mínimos de qualidade dos protótipos (semeadora e


pulverizador) são influenciados pelos atributos operacionais.
METODOLOGIA
Localização e caracterização da área do estudo Materiais usados

Insumos: sementes de couve


Limites do distrito de Vilankulo
 Norte: Inhassoro;
 Sul: Massinga;
 Oeste: Mabote e Funhalouro; Instrumentos de trabalho:
 Este: Oceano Indico. pulverizador, semeadora, paquímetro
O ensaio foi conduzido nos meses digital, fita métrica, recipiente
de Junho – Setembro de 2021, no graduado, papel filtro, plásticos, ficha
Campus da ESUDER. de notas e lápis.
METODOLOGIA
Descrição dos protótipos Protótipo semeadora do tipo carrinho de
tracção manual com sistema dosador
accionado pela roda motriz dianteira.

Os elementos de interacção com o solo


têm pouca profundidade.

O reservatório de sementes é um
cilindro na forma horizontal com furos
espaçados por 2,5 cm
METODOLOGIA
Protótipo pulverizador
do tipo carrinho de
tracção manual com
sistema de bombeamento
accionado por roda
motriz.
A barra do pulverizador é
composta por 4 bicos
separados entre si por
0.25 m, de altura
ajustável e tanque de 16
litros.
METODOLOGIA
Delineamento experimental

Semeadora
V1 = 0,74 m/s  A velocidade foi
V2 = 0,63 m/s determinada através da
V3 = 0,55 m/s razão d/t.
DCC- 3 REP  Velocímetro GPS e
Pulverizador speedometer, os quais
V1 = 0,86 m/s foram antes validados
V2 = 0,69 m/s pelo cronômetro e fita
h1 = 0,80 m métrica
h2 = 1,00 m
METODOLOGIA
Colecta de dados do protótipo semeadora
Distribuição longitudinal das sementes Densidade de sementes

Para a avaliação da densidade de


Espaçamentos normais – entre 0,5 e
sementeira, desabilitou-se o sistema
1,5 X espaçamento médio.
de cobertura das sementes e após a
Espaçamentos duplos – abaixo de
passagem do protótipo fez-se a
0,5 X espaçamento médio.
contagem das sementes depositadas
Espaçamentos falhos – acima de 1,5
na linha de sementeira em todas
X espaçamento médio.
parcelas (em metro linear).
(Albiero, 2010)
(Damasceno, 2017)
METODOLOGIA
Colecta de dados do protótipo pulverizador

Diâmetro de gotas Vazão de bicos

A avaliação do diâmetro de gotas


foi feita distribuindo-se papéis filtro A vazão de bicos foi mensurada
sobre o solo de forma paralela à usando-se plásticos que foram
barra do pulverizador e após a amarrados em cada bico, fazendo
passagem do pulverizador, antes com que o volume por este
das amostras secarem mediu-se expelido fosse conservado para
com auxílio de paquímetro digital o posterior medição com auxílio de
diâmetro das gotas depositadas uma vasilha graduada.
sobre os papéis filtro.
(Santos, 2005)
(Santos, 2005)
METODOLOGIA
Análise estatística

AGROSTAT Minitab 17

Microsoft Excel ANOVA e LCI = média –2X


Teste de desvio padrão
Tukey HSD a LCS = média + 2X
5% desvio padrão
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Determinação da confiabilidade do protótipo de sementeira mecanizada

Velocidade Densidade   Espaçamentos   Carpes (2014) Melo (2017)


(m/s) de (cm)
(=) (=)
sementeira
Dias et al. Damasceno
duplos falhos Normais (2008) (ns) (2017) (ns)
Canova et al. Vale et al.
(2007) () (2008) ()
0,74 55,38 a 0,50 b 3,99 a 1,42 b
0,63 43,08 b 0,74 a 3,85 a 1,94 a Damasceno
Silva (2015) (=)
0,55 41,48 b 0,74 a 3,06 b 2,05 a (2017) (=)
Jasper et al.
Reynaldo et al.
DMS (5%) 2,34 0,06 0,22 0,13 (2011) (ns)
(2016) (=)

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cartas de controlo de valores individuais e amplitude móvel – densidade de sementeira
dens1
Densidade de sementeira – V1 Densidade dedens3
sementeira – V3
65 50
LCS=63,89   LCS=49,04
Valores individuais

Valores individuais
60
_ 45
_
55 X=55,31 X=43,03

50 40

LCI=46,74
45 LCI=37,03
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações

LCS=10,53 8
10,0 LCS=7,372
Amplitude móvel

Amplitude móvel
6
7,5

5,0 4
__ __
AM=3,22 AM=2,256
2,5 2

0,0 LCI=0 0 LCI=0


1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cartas de controlo de valores individuais e amplitude móvel – Espaçamentos duplos
DV1duplos – V1
Espaçamentos DV3 duplos – V3
Espaçamentos
1,00 1,6
  LCS=0,973   LCS=1,446
Valores individuais

Valores individuais
0,75 1,2

22 _ 2
0,8 _
0,50 X=0,5 X=0,689

0,25 0,4
2
LCI=0,027 0,0
0,00 1 1 LCI=-0,069
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações

1
LCS=0,931
0,60 LCS=0,5811 0,8
Amplitude móvel

Amplitude móvel
0,45
0,6
0,30 0,4 __
__
AM=0,1779 AM=0,285
0,15 2 0,2
2
0,00 LCI=0 0,0 LCI=0
22 22 2
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cartas de controlo de valores individuais e amplitude móvel – Espaçamentos falhos
FV1falhos – V
Espaçamentos FV3falhos – V3
Espaçamentos
1
1 1
1 1
8   1

1
  6 Lcs=5,904

Valores individuais
1 1
Valores individuais

6
LCS=5,291 5
_
4 _ 4 X=3,991
X=3,062
2 3
LCI=0,832
2 LCi=2,078
0
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 131
Observações Observações

1
6,0 11 3 1 1
1
1
LCS=2,350

Amplitude móvel
4,5 1
Amplitude móvel

11 2
1
3,0 LCS=2,739
1 __
1,5 __ AM=0,719
AM=0,838 2
2 22
0,0 222 22 LCI=0 0 LCI=0
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cartas de controlo de valores individuais e amplitude móvel – Espaçamentos normais
NV1 normais – V1
Espaçamentos NV3 – V3
Espaçamentos normais
4
2,5   LCS=2,552   LCS=3,797
Valores individuais

Valores individuais
2,0 3
_ _
1,5 X=1,421 X=2,057
2
1,0
1
0,5
LCI=0,316
LCI=0,290 0
1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações

1,5 LCS=2,138
LCS=1,390 2,0

Amplitude movel
Amplitude móvel

1,0 1,5

1,0
__ __
0,5 AM=0,425 AM=0,654
0,5
2

0,0 LCI=0 0,0 LCI=0


1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130 1 14 27 40 53 66 79 92 105 118 130
Observações Observações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Determinação da confiabilidade do protótipo de aplicação mecanizada de defensivos

Tratamento Diâmetro de Tratamento Diâmetro de


gotas gotas
Altura (m) (mm) Velocidade (m/s) (mm)
0,80 6,88 b 0,86 7,98 a
1,00 8,69 a 0,69 7,59 a
 
dms (5%) 0,41 dms (5%) 0,41

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Efeitos da altura dentro da velocidade Efeitos da velocidade dentro da altura

Tratamen Ø de Tratamen Ø de Tratamen Ø de Tratamen Ø de


to gotas to gotas to gotas to gotas
(V1) (V2) (h1) (h2)
Altura (m) (mm) Altura (m) (mm) Vel. (m/s) (mm) Vel. (m/s) (mm)
0,80 6,56 b 0,80 7,20 b 0,86 6,56 b 0,86 9,39 a
1,00 9,39 a 1,00 7,99 a 0,69 7,20 a 0,69 7,99 b
 
dms (5%) 0,58 dms (5%) 0,58
dms (5%) 0,58 dms(5%) 0,58

Peres et al. (2020) (=)


Rezende (2017) (=)
Zaidan et al. (2012) (ns)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cartas de controlo de valores individuais e amplitude móvel – Diâmetro de gotas
Diâmetro de gotas
Diâmetro de gotas -–h1V1
h1V1 Diâmetro dedegotas
Diâmetro gotas -– h2V1.
h2V1 0
1 1 1
10,0 1
  LCS=9,64
15,0
1  
LCS=14,19
Valores individuais

Valores individuais
7,5 _ 12,5
X=6,45 2
2 _
5,0 10,0
X=8,99
LCI=3,26 7,5 222
2,5 1 22
1 111
111 111 5,0
0,0 LCI=3,78
1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184 1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184
Observações Observações

4 LCS=3,922 LCS=6,397
6,0
3
Amplitude móvel

Amplitude móvel
4,5
2
__ 3,0
__
AM=1,200 AM=1,958
1 1,5
22
0 LCI=0 0,0 22222 LCI=0
2
1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184 1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184
Observações Observações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Cartas de controlo de valores individuais e amplitude móvel – Diâmetro de gotas

Diâmetro dedegotas
Diâmetro gotas -– h1V2.
h1V2 0 Diâmetro dede
Diâmetro gotas – h-2h2V2.
gotas V2 0
1
12
  LCS=11,587
12   LCS=12,49

Valores individuais
Valores individuais

10 4 4
10 4 44 4
8 _ _
X=7,317 8 4 4 X=8,10
4
6
4 4 4
6 4
4
4
LCI=3,048 4 LCI=3,71
1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184 1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184
Observações Observações

6,0 1
6,0
LCS=5,245 LCS=5,392
4,5

Amplitude móvel
4,5
Amplitude móvel

3,0 3,0
__ __
1,5 AM=1,605 1,5 AM=1,650
2
2
222
0,0 LCI=0 0,0 22 LCI=0
1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184 1 19 37 55 73 91 109 127 145 163 184
Observações Observações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Vazão do bico

Bicos do Vazão de Tratamento Vazão de


pulverizador bico bico
Bico 1 266,33 a Vel. (m/s) (ml) Difere dos
Bico 2 249,66 ab 0,86 253,77 a relatos
encontrados na
Bico 3 231,33 b 0,69 244,44 a
literatura
   
dms (5%) 20,48 dms (5%) 13,66

Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Conclusões
 A densidade de sementeira não foi influenciada pelo incremento da
velocidade de deslocamento.
 Os espaçamentos duplos mostraram-se estável e com boa qualidade
operando na velocidade 0,55 m/s (V3). Os espaçamentos falhos
apresentaram instabilidade em todas velocidades testadas. Os
espaçamentos normais mantiveram-se dentro dos limites de controlo
indicando estabilidade do processo.
 O protótipo pulverizador obteve para o diâmetro de gotas resultados
satisfatórios em ambas cartas de controlo na combinação h1 = 0,80 m
e V2 = 0,69 m/s.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Recomendações
 Que se realize experimentos da mesma natureza, com os mesmos
protótipos em outras áreas geográficas e em diferentes condições de
operação;
 A divulgação dos resultados aos pequenos agricultores deste e dos
próximos estudos similares a este, através de demonstrações de
campo;
 Que os protótpos estudados possam ser usados pelos produtores, pois
apresentam parâmetros operacionais satisfatório para a sua adopção.
Pela atenção dispensada

OBRIGADO!

"Valorize quem se esforça para produzir seu alimento mesmo


com as condições do clima ficando cada vez piores"
Marianna Moreno

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