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Velocidade Média

https://pt.khanacademy.org/math/pre-algebra/pre-algebra-ratios
-rates/pre-algebra-rates/v/usain-bolt-s-average-speed

https://www.youtube.com/watch?v=2wYHoX0t7Ck

https://www.youtube.com/watch?v=c41u1geAEI8
Conceitos iniciais
de cinemática

 Posição ( s ) : Lugar ocupado por um corpo ao longo de um movimento.


 Instante ( t ) : Momento verificado em um cronômetro em que ocorre um determinado evento.
 Trajetória: Curva ( “caminho” ) formada pelas sucessivas posições ocupadas por um corpo ao
longo de um movimento.
 Sentido da trajetória: Sentido no qual as posições da trajetória aumentam.
 Origem: Posição na trajetória arbitrariamente definida com zero ( s = 0 ).
Conceitos iniciais
Velocidade Instantânea
https://www.youtube.com/watch?v=kDr0yBQLk6g
Já falamos em aulas anteriores de velocidade média ( vm ), mas é
interessante retomar este conceito.

Você deve lembrar-se que S significa posição ( lugar , espaço ) e t significa


instante ( alguns chamam também de tempo ). No exempo acima,
portanto, dizemos que o carro estava na posição 30km no instante 0 e
depois, no instante 2h (ou às duas da manhã ), ele estava na posição
190km.
Logo houve uma mudança ( variação, S ) na sua posição de 160km (190-30). Dizemos
que o carro percorreu 160km ( ou deslocou-se 160km ). Este deslocamento demorou
quanto tempo ? Demorou 2h, isto é, houve também uma variação no tempo (t). A
velocidade média pode então ser calculada de acordo com a seguinte definição :
No nosso exemplo teremos 160km / 2h  80km/h de velocidade média.
Obs(1): Cuidado ! Isto não significa que o carro fez toda a viagem a 80km
por hora. De fato, não temos a menor ideia do que realmente
aconteceu entre os instantes 0 e 2h.
Obs(2):É possível falarmos em velocidade negativa. Basta, no exemplo
anterior, imaginar que o carro inicie a viagem ( t = 0 ) no km190 e
termine no km30 ( em t = 0 ).
Obs(3): Confesso que eu cometi uma imprecisão no slide anterior. Disse
que o carro “percorreu” 160km. É preciso tomar cuidado: distância
percorrida não é o mesmo que deslocamento. Neste exemplo
coincidem, mas isto não ocorre sempre ( Tentem lembrar-se do
exemplo do avião que partia de São Paulo, ia até Manaus e retornava
para São Paulo. Qual foi o deslocamento (S) na viagem toda ? Qual
foi a distância percorrida ?
Agora vamos avançar ?
E se quisessemos saber a velocidade do carro exatamente às 1h, por
exemplo ? Note que não estamos mais falando de uma velocidade
média, pois esta exige 2 instantes e duas posições. Agora queremos
saber a velocidade em um único instante ! Pois agora estamos falando
aqui da velocidade instantânea.
“É fácil !”, diria um aluno mais espertinho, “É só olhar no velocímetro do carro”.
E de fato o velocímetro nos informa a velocidade naquele instante que é
consultado. Mas, assim como fizemos com a velocidade média, como
poderíamos obter a velocidade instantânea através de um cálculo ?

Uma abordagem interessante é reduzir este problema ao cálculo de uma velocidade


média. Como ? Imagine que você saiba a posição e o instante em dois momentos
próximos a t = 1h ( com o instante t = 1h entre eles. Isto é muito importante ! ).
Digamos que você conheça a posição em t = 0h55min e em t = 1h5min. Note que t
=1h é um instante está dentro deste intervalo. Poderíamos então dizer, com uma
certa aproximação, que a velocidade média entre t = 0h55min e t = 1h5min é a
velocidade instantânea em t = 1h.
Mas poderíamos melhorar. E se conhecêssemos as posições do carro nos instantes
t = 0h59min e t = 1h1min. E que tal melhorar ainda mais ? Imagine o um intervalo
de t = 0h59min50s até t = 1h10s.
É fácil perceber que a vm obtida no intervalo de 20s está certamente mais próxima
da velocidade instantânea em t = 1h do que a vm obtida no intervalo de 2min, que
por sua vez é melhor do que aquela obtida para o intervalo de 10min.
Agora o que aconteceria se pudessemos calcular a velocidade média para
intervalos de tempo cada vez menores ?
Mas você pode estar se perguntando “E como eu poderia calcular as velocidades
médias sugeridas no exemplo anterior ?”. Para isso, você teria que saber como a
posição do carro muda com o passar do tempo, isto é, você teria que conhecer a
função matemática que estabelece a dependência da posição do carro ( S ) com o
tempo ( t ). Esta função é chamada na cinemática de função horária.

Muitas funções matemáticas poderiam servir de modelo para o nosso carro, mas
vamos trabalhar com a seguinte:
S = 20t3 + 30 ( t em h e S em km )
De fato a função acima serve bem à nossa situação , pois:
t = 0  S = 20.03 + 30  S = 30km ou em t = 0h a posição será S = 30km
t = 2  S = 20.23 + 30  S = 190km ou em t = 2h a posição será S = 190km

Por hora não se preocupe em como esta função horária surgiu. Apenas aceite que
nosso carro move-se desta forma.

Agora vamos calcular as posições e as velocidades médias para os intervalos


propostos na ultima imagem e reunir tudo em uma única tabela.
ti (h) Si (km) tf (h) Sf (km)  t (h)  S (km) vm(km/h)
0 30 2 190 2 160 80
0,9167 45,4051 1,0833 55,4282 0,1667 10,0231 60,1389
0,9833 49,0166 1,0167 51,0168 0,0333 2,0002 60,0056
0,9972 49,8338 1,0028 50,1671 0,0056 0,3333 60,0002
0,9997 49,9833 1,0003 50,0167 0,0006 0,0333 60,0000

A tabela foi construída no Excel ( a planilha eletrônica do Office ). Os valores de


tempo foram convertidos do formato h/min/s para h em decimal ( É bem fácil.
Basta somar h +min/60 + s/3600 ) .
A primeira linha dispensa apresentações. A 2a, 3a e 4a linha são os cálculos
referentes aos intervalos de tempo menores centrados em t = 1h. De “lambuja”
acrescentei, na 5a linha, o intervalo que iria de t = 0h59min59s e 1h1s.

Notaram o que acontece com os valores de “variação tempo” ? Ficam cada vez
mais próximos do zero. Ao mesmo tempo o que acontece com os valores de
“variação posição” ? Também diminuem aproximando-se do zero. Já a divisão
S/ t parece convergir para um valor: 60km/h. Pois é, tudo leva a crer que no
instante t = 1h o velocímetro deste carro marcava 60km/h. É a sua velocidade
instantânea em t = 1h.
Newton, a velocidade instantânea e o Cálculo
É claro que , “na prática”, se conhecermos a função horária de um móvel não
precisamos ter todo esse trabalho para obter a velocidade instantânea em um
certo valor de t.
Todo este trabalho pode ser simplificado com o emprego de técnicas e conceitos
do Cálculo, esta revolucionária área da Matemática criada no século XVII
por Sir Isaac Newton. Sim, o mesmo sujeito que alegrou seu ensino médio
com as Leis de Newton, o binômio de Newton, a Lei da Gravitação além de
ter dado inúmeras outras contribuições à ciência.
Quando aproximamos t de zero estamos transformando-o naqulo que
chamamos de diferencial dt. O mesmo acontece com  S que passa a ser
chamado dS. De maneira mais simbólica:

Como S é uma função de t, dizemos que a divisão dS/dt é a derivada de S com


relação a t. A derivada é uma nova função matemática.
derivada
S(t) S’(t) = v (t)
Portanto, ao derivarmos uma função obtemos uma nova função. E o que obtemos
quando derivamos S em relação a t ? A velocidade ! Ou o melhor, a velocidade
em função de t, isto é, v(t). Note que o agora não temos mais vm, mas apenas v.
A derivação de uma função matemática é um processo que nos leva a uma nova
função. Esta nova função, a função derivada S´(t), depende de quem é a função
original S(t). A seguir alguns exemplos:
S(t)= sen(t)  S´(t)=cos(t) , S(t)= constante  S´(t)=0 , S(t) = tn  S´(t)=n. tn-1
O último exemplo é um verdadeiro campeão de audiência entre aqueles que estudam
o Cálculo e é chamado de “regra do tombo”. Veja mais alguns exemplos da regra
do tombo e perceba por si mesmo como funciona:
y = x6 y’ = 6x5 ; f(x)= 4x8  f ’(x) = 32x7 ; x(t) = 12t -4  x’(t) = -48t -5
S(t) = 8t-3 - 7t-2 + 2t- - 10  S(t) = (8t-3 )’- (7t-2 )’+ (2t)’- - (10)’ 
S’(t) = 24t-2 - 14t- + 2
No nosso caso temos S = 20t3 + 30 , que ao derivarmos nos dá: S’ = (20t3)’ +(30)’,
isto é, S’= 60t2  v = 60t2.
Ufa ! Descobrimos então que neste movimento não só as posições mudam com o
tempo( S(t) ),mas a também a velocidade também vai mudando com o tempo
(v(t)) . Aliás, lembram-se que gostaríamos de obter a velocidade instantânea em t
= 1h ? Pois então, agora sabemos como é a velocidade em cada instante (v(t)) e
fica fácil: v(1) = 60.(1)2 = 60km/h !!
Questão1: suponha que o carro na imagem abaixo esteja no km 120 em ti = 0h e
no km 370 em tf = 2h. Suponha também que durante este período o movimento
era regido pela função horária S(t) = 20t3 + 45t + 120.
a)Determine as velocidades médias nos seguintes intervalos: i) de 0 a 2h ii) de
0h50min a 1h10min iii) de 0h59min a 1h1min b) Qual o seu palpite para a
velocidade Instantânea ás 1h ?
c) Calcule a velocidade instantânea do
Carro em t = 1h por derivação.

Questão2: Um cometa move-se no espaço e seu movimento é definido pela


função horária S = 500t4 + 50t2 + 1000t, t em s e S em m. Determine:
a) Qual a sua posição em t = 5s ? b) Qual a sua posição em t = 8s ?
c) Qual a velocidade média entre t = 5s e t = 8s ?
d) Qual a velocidade média entre t = 2s e t = 10s ?
e) Como a velocidade deste cometa varia com o tempo ( v(t) ) ? Faça uso da
regra do tombo e derive S(t) para obter a função v(t) = S’(t).
f) Qual a velocidade do cometa em t = 5s ?
Aceleração
Agora que já sabemos o que é uma velocidade instantânea, podemos falar de outra
importante grandeza cinemática: A aceleração ( a ).
De pronto podemos começar dizendo que a aceleração está ligada a uma mudança
da velocidade (v). Basta lembrar do pedal mais à direita nos carros, o
acelerador. Quando pisamos no acelerador a velocidade aumenta e quando
tiramos o pé deste pedal a velocidade diminui.
Mas, é claro, necessitamos de uma definição mais precisa. A aceleração é uma
espécie de “rapidez” com que a velocidade varia. Para a aceleração média
teremos:
v
am 
t
v 20m / s  10m / s
am  
t 20 s
10m / s m/s
am   0,5
20 s s
m
am  0,5 2
s
Repararam que há duas formas de apresentar a unidade de medida da aceleração ?
Por exemplo, podemos utilizar a forma (m/s)/s ou também, o que é
equivalente, m/s2.
No caso daquela bicicleta, dizemos que sua aceleração é 0,5(m/s)/s o que significa
que a cada segundo sua velocidade aumenta ( em média ) 0,5m/s.
*Obs: No dia a dia as pessoas pensam em aceleração sempre como um aumento
da velocidade. Na física, no entanto, a ideia de aceleração é mais ampla. Para
um físico sempre que a velocidade mudar, não importa se aumentado,
diminuindo ou apenas mudando a direção, dizemos que há uma aceleração.
Aceleração Instantânea
De forma análoga à velocidade instantânea,se conhecermos a função horária da
velocidade (v(t)) poderemos obter, por derivação, a aceleração em qualquer
instante. Veja o exemplo a seguir ( S em m e t em s ).
S  3t 2  5t  10 derivando
  v  6t  5
derivando
v  6t  5  
 a  6
Percebam que a aceleração obtida ( a = 6m/s2 ) é constante, isto é, não possui a
letra “t” o que significa que não muda com o tempo.
ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE E QUEDA LIVRE

Você conhece um exemplo bem “à mão” de um movimento acelerado com


aceleração constante ?? Claro, você deve ter pensado na queda de um objeto*
próximo ao chão, não é ?! E está certíssimo.
No nosso planeta, quando um objeto é abandonado no ar ele inicia uma queda com
sua velocidade aumentando com aceleração constante denominada aceleração
da gravidade. Esta é uma das principais e mais famosas constantes da física:
g = 9,8m/s2
Por simplicidade este valor é frequentemente arredondado para 10m/s2.
Esta aceleração de queda dos corpos é originada de uma força, a força gravitacional.
Esta força gravitacional depende da distância entre o centro do objeto em queda e o
centro do planeta Terra. Como o nosso planeta não é uma pizza perfeita ... ops,
desculpe ... uma esfera perfeita, há regiões no planeta ligeiramente mais
próximas ou mais distantes do centro da Terra. O valor 9,8m/s2 é um valor médio.
Perto dos pólos é um pouco maior ( está mais próximos do centro ) e no equador
é um pouco menor.

*Claro que nem todo objeto cai acelerado, não é ? Uma folha de papel aberta ou uma pena
possuem densidade e forma que fazem com que o ar ao seu redor desacelere sua queda. Isto
já não ocorre, por exemplo, na Lua, que não possui atmosfera. Solte uma pena na Lua e ela
cairá como se fosse um pedaço de chumbo.
Chamamos de queda livre quando um objeto cai sob ação apenas da força da gravidade. A rigor é bem difícil um corpo
cair totalmente em queda livre aqui na Terra, pois sempre há uma certa resistência do ar. ocorre no entanto que em
muitas situações essa resistência do ar é tão pequena que pode ser negligenciada.

Uma vez em queda livre todos os corpos, independentemente


de sua massa, caem com a mesma aceleração, a aceleração
da gravidade ( g = 9,8m/s2 ).
*Nota Histórica: Durante muito tempo acreditou-se que quanto mais pesado fosse um
objeto mais rápido ele cairia. Aristóteles ( 384 A.C a 322 A.C ), grande filosofo grego,
teve grande influência neste tipo de crença. Foi só com Galileu Galilei (1564 a 1642 )
que este equivoco foi desfeito. Galileu teria feito um experimento simples: Subiu na
torre de Pisa e deixou cair ao mesmo tempo uma bala de canhão e uma bala de
mosquete. Lá embaixo estaria um de seus alunos, Evangelista Torricelli, que atestou
a chegada simultânea dos dois projeteis.
** Por que os astronautas flutuam nas estações espaciais ?
Os astronautas “flutuam“ nas naves espaciais porque estão caindo em queda livre,
juntos com a nave espacial. Como a nave e os astronautas caem com a mesma
aceleração a impressão que temos é que estão flutuando.
Vale lembrar que todos estão caindo, mas não verticalmente é claro. Estão “caindo”
em círculo de modo que sua distância ao chão não se altera. É o que ocorre com a
Lua também.
Questão 1:

Questão 2: Determine a aceleração


média do movimento descrito ao
lado nos seguintes intervalos:
a)De 0 a 3s b) De 3 a 6s
c) De 6 a 12s

Questão 3: Um corpo move-se e acordo com a função horária S = 6t 4 - 3t2 + 5, com s


em metros e t em segundos. Determine: a) A posição em t=3s b) a posição em t =
7s c) A velocidade média no intervalo de 3 a 7s d) A velocidade em t=3s e) A
velocidade em t = 7s f) A aceleração média no intervalo de 3 a 7s
g) A aceleração em t = 3s h) A aceleração em t = 7s.

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