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Cálculo I

São José dos Campos


Maio – 2007

Professores
Ana Clara da Mota
Áureo Pereira de Melo
Maria de Fátima dos Santos Monteiro Lemke
Teodora Pinheiro
ÍNDICE

1. Aula 1 - Limites ......................................................................................................... 3


1.1.Noção Intuitiva.............................................................................................. 3
1.2. Aplicação na Física ...................................................................................... 3
1.3. Aplicação na Geometria............................................................................... 4

2. Aula 2 – Interpretação Geométrica de Limite............................................................. 7

3. Aula 3 – Exercícios Propostos....................................................................................10


4. Aula 4 – Limites no Infinito e Infinitos......................................................................12
5. Aula 5 - Derivadas .................................................................................................... 16
5.1. Aplicação na Física ..................................................................................... 16
5.2. Aplicação na Geometria...............................................................................18
5.3. Definição de Derivada ............................................................................... 19

6. Aula 6 – Regras de Derivação de algumas Funções ................................................ 24


7. Aula 7 – Regra da Cadeia...........................................................................................27
7.1. Regras de Derivação .................................................................................. 28
8. Aula 8 – Exercícios Propostos.................................................................................. 29
9. Aula 9 - Derivação Implícita ................................................................................... 31

10. Aula 10 –Derivadas e Diferenciais..........................................................................33


11. Aula 11 – Pontos de Inflexão/ Máximos e Mínimos.............................................. 36
11.1. Extremos Absolutos ................................................................................ 37
11.2. Exercícios Propostos ............................................................................... 38
11.3. Concavidade ............................................................................................ 38
12. Aula 12 – Construção de Gráficos e Problemas de Otimização ............................ 41
12.1. Exercícios Propostos................................................................................ 45

13. Aula 13 - Integral .................................................................................................. 47


13.1. Técnicas de Primitivação ........................................................................ 50
13.2. Primitivação por Substituição................................................................. 50

14. Aula 14 – Primitivação por Partes.......................................................................... 51


14.1. Exercícios Propostos ............................................................................... 52

15. Aula 15 – Aplicações da Integral por Partes ......................................................... 54


15.1. Área ........................................ ................................................................ 54

-1-
16. Aula 16 – Cálculo de Volume de Sólido de Resolução ........................................ 57
17. Aula 17 – Exercícios Propostos.............................................................................. 60
18. Referencias Bibliográfica .................................................................................... 61

-2-
AULA 1

Limites

Objetivo: Adquirir conceito intuitivo de limite e algumas aplicações

1.1. Noção Intuitiva

1.2. Aplicação na Física


Velocidade média e Velocidade Instantânea

Se um corpo percorre uma dada distância em um certo intervalo de tempo, a velocidade média do
corpo nesse percurso é expressa pela fórmula:

Vm = distância / tempo

que, todavia, não é igual, em geral, à velocidade instantânea em nenhum ponto.

Situação Problema 1

Calculemos, como exemplo, a velocidade média do veículo acima que percorre a distância entre os pontos
A e B, sendo ∆S AB , suposta conhecida e igual a 100 km, levando para tanto 2 horas.

∆S AB 100km
Vm = = = 50km / h
∆t AB 2h

Situação Problema 2

Um guarda rodoviário calcula a velocidade de um veículo que ele observa à distância P e Q (figura
anterior) a partir de marcas na estrada, cuja distância, 1 km, é bem conhecida pelo guarda. Quando o
veículo passa pela marca P, o guarda aciona seu cronômetro. Ao atingir a marca Q, o cronômetro registra 1
minuto. A velocidade média nesse trajeto é:

1km
Vm = = 1km /(1 / 60)h = 60km / h
1min

Mas, essa não é a velocidade instantânea em P. Na tentativa de calcular a velocidade instantânea em P,


pode-se, por exemplo, aproximar o ponto Q do ponto P, diminuindo assim a distância entre eles.

-3-
“Quanto mais próximo do ponto P estiver o ponto Q, mais o valor da velocidade média tenderá para o
valor da velocidade instantânea”.

A frase acima, define o cálculo da velocidade instantânea, a partir de um limite. Que limite é esse? Trata-se
da situação limite, onde a distância entre os pontos P e Q se torna cada vez menor, ou seja:

“ A velocidade de um móvel em um ponto da sua trajetória é o limite para o qual tende a velocidade média
calculada para um percurso começando no ponto, quando este percurso se torna cada vez menor.”.

A frase acima define o cálculo da velocidade instantânea, a partir de um limite. Que limite é esse?Trata-
se da situação limite, onde a distância entre os pontos P e Q se torna cada vez menor. Sendo assim,

“A velocidade de um móvel em um ponto da sua trajetória é o limite para o qual tende a velocidade média
calculada para um percurso começando no ponto, quando este percurso se torna cada vez menor.”

Matematicamente, a frase acima pode ser escrita:

V = lim Vm
∆t →0

A simbologia acima é utilizada para calcular a velocidade instantânea, V, a partir da velocidade média.

1.3. Aplicação na Geometria

ÁREA

“A área do círculo é o limite da área do polígono inscrito”

Compreendemos o significado da frase acima? Se sim então já entendemos a noção de limite, caso
contrário, podemos fazer uma demonstração do que queremos entender. No caso acima temos:

Variável: Área do polígono inscrito

Constante: Área do círculo

A diferença:

-4-
Área do círculo - Área do polígono inscrito de n lados

pode ficar tão pequena quanto se queira, bastando para isso aumentar o número de lados n.

Exercício Aplicado
O Exemplo a seguir, conhecido como “problema do foguete”, mostra uma maneira de obter a velocidade
instantânea a partir da velocidade média.
O combustível de um certo foguete queima durante 60 segundos. Após t segundos, a distância do
foguete ao solo é dada pela relação
h(t ) = 13t 2 0 ≤ t ≤ 60

Investigar o movimento do foguete.

È bom sabermos que para investigar o movimento do foguete muitas questões podem ser resolvidas com o
uso da matemática básica, ou seja, sem a ajuda do cálculo.
Questão 1: A que altura se encontra o foguete quando o combustível ]se esgota?
R: O combustível termina em t = 60s.
h(t ) = 13.t 2
h(60) = 13.(60) 2 = 46800 m
Portanto quando o combustível termina, o foguete está a 46800 m de altura.
Questão 2: Qual a velocidade média do foguete durante os primeiros 60 s de vôo?
R:
46800
vm = = 780 m / s ou
60
∆s h(60) − h(0)
vm = = = 780m / s
∆t 60 − 0
Para praticar um pouco mais calcularemos a velocidade média do foguete durante o intervalo de 5
h( 20) − h(15)
segundos compreendido entre t = 15s e t = 20s v m = = 455m / s
20 − 15
Para compreender melhor o movimento do foguete, podemos criar uma tabela que mostre a altura do
foguete a intervalos de 10 segundos.
T(s) h(t) (m)
0 0
10 1300
20 5200
30 11700
40 20800
50 32500
60 46800

Veja a tabela com a velocidade média para os intervalos de tempo da tabela acima:

-5-
TABELA 1

t inicial (s) t final (s) h inicial (m) h final (m) Vm (m/s)


0 10 0 1300 130
10 20 1300 5200 390
20 30 5200 11700 650
30 40 11700 20800 910
40 50 20800 32500 1170
50 60 32500 46800 1430

A Tabela 1 mostra valores distintos para a velocidade média em diferentes intervalos de tempo durante o
vôo. Contudo, ela é inútil para o caso de desejarmos conhecer a velocidade instantânea do foguete em um
instante t qualquer. Tomemos t = 33s. Dos valores calculados para a velocidade média, aquele para t entre
30s e 40s (910m/s) é o que mais se aproxima do valor procurado. Lembrando que a velocidade instantânea
pode ser obtida a partir da velocidade média (tomando-se intervalos de tempo cada vez menores em torno
do instante desejado – no caso t =33s), construímos a Tabela 2:

TABELA 2

t inicial (s) t final (s) h inicial (m) h final (m) Vm (m/s)


33 34 14157 15028 871
33 33,1 14157 14242,9 859,3
33 33,01 14157 14165,6 858,13
33 33,001 14157 14157,9 858,013
33 33,0001 14157 141157,1 858,0013
33 33,00001 14157 14157 858,00013

Pela Tabela 2, vê-se claramente que, conforme diminuímos o intervalo de tempo em torno de t =
33 s, a velocidade média aproxima-se mais e mais do valor 858 m/s. Esse valor para o qual tende a
velocidade média é, de fato, a velocidade instantânea no instante t = 33 s.
O que foi feito acima consiste num método de obtenção da velocidade instantânea a partir da
velocidade média. Um outro método, equivalente ao primeiro, consiste em calcular

h(33 + ∆t ) − h(33)
v(33) = lim ∆t
= 858 m/s
∆t → 0
que foi exatamente o que desenvolvemos na Tabela 2.

OBS: Mais genericamente, para um t qualquer, podemos escrever


h(t + ∆t ) − h(t )
v(t ) = lim
∆t → 0 ∆t
Veremos em breve que o cálculo do limite anterior representa uma operação bastante simplificada (e
rápida) quando comparada à confecção de tabelas como a anterior.

-6-
AULA 2

Interpretação Geométrica de limite

Objetivo: Aplicar os conceitos na análise gráfica do comportamento das funções

Exemplos:

-7-
Limites Laterais

No exemplo 4, observamos que:

• Quando “x” se aproxima de 1 por valores menores que 1, f(x) se aproxima de 2, ou seja:

lim f ( x ) = 2
x →1−

• Quando “x” se aproxima de 1 por valores maiores que 1, f(x) se aproxima de 0

Notação:

lim f ( x) = 0
x →1+

Como os limites laterais são diferentes, afirmamos que lim f ( x) = 0 não existe.
x →1

Conclusões:

lim f ( x) = L se e somente se lim− f ( x) = lim+ f ( x) = L .


x→a x→a x→a

Se lim− f ( x) ≠ lim+ f ( x) , então lim f ( x) não existe


x→a x→a x→ a

-8-
Função Contínua em um ponto

Uma função f(x) é contínua em um ponto “a” de seu domínio se

lim f ( x) = f (a )
x→a

Caso a igualdade não se verifique, dizemos que a função f(x) é descontínua em “a”.

Nos exemplos anteriores concluímos que:

Exemplo 1:
A função é contínua para qualquer valor de seu domínio

Exemplo 3:
lim f ( x) = 2 , mas f(1) = 4
x →1

Sendo esses resultados diferentes, concluímos que a função é descontínua em 1.


Exemplo 4:

f(1) = 0, mas o lim f ( x) não existe.


x→1

Isso nos permite afirmar que a função é descontínua em 1.

-9-
AULA 3

Exercícios Propostos

-10-
-11-
AULA 4

Limites no infinito e infinitos

Objetivo: Estender o conceito de limites no infinito e para limites infinitos.

O conceito de lim f ( x) = L pode ser estendido para as situações em que no lugar de a temos ∞ , ou
x→a
quando no lugar de L temos ∞ .

Exemplos:
1) Sendo f ( x) =
1
x
( ) ( )
, cujo gráfico é uma hipérbole de focos 2 , 2 e − 2 ,− 2 , temos:
1 1
lim = 0 e lim = 0
x →∞ x x → −∞ x

pois , no gráfico da função f é visível que, conforme x aumenta, sendo positivo, o inverso de x tende a zero
e, conforme x negativo cresce em valor absoluto, seu inverso também tende a zero.

1
2) Novamente, sendo f ( x) = e, observando o seu gráfico, temos:
x

-12-
1 1 1
Não existe lim pois os limites laterais são diferentes: lim = +∞ e lim = −∞ .
x →0 x x →0 + x x →0 − x

Com efeito, conforme x positivo se aproxima de zero, seu inverso se torna "muito grande" e tende a + ∞ .
Por outro lado, conforme x negativo se aproxima de zero, seu inverso que é negativo se torna muito grande
em valor absoluto e tende a − ∞ .

1
3) Sendo f ( x) = , observamos que seu gráfico é o seguinte:
x2

Salientamos o fato que, como na expressão da função aparece o quadrado da variável x, o gráfico apresenta
simetria em relação ao eixo vertical. Além disso, é claro que o domínio da função é o conjunto de todos os
números reais não nulos.
Observamos também que, conforme o valor absoluto de x se torna muito pequeno, isto é, tende a zero, seu
1
inverso se torna muito grande, ou seja, lim 2 = +∞
x →0 x

-13-
Formas Indeterminadas
0
Uma expressão da forma é denominada uma "indeterminação".
0
Essa denominação advém do fato que se um limite é dessa forma, a priori, não sabemos qual é o
resultado... Pode ser qualquer um...

Vejamos:

x
lim =1
x →0 x

2x
lim =2
x →0 x

x2
lim = lim x = 0
x →0 x x →0

x 1 1 1
lim 2 = lim que não existe, pois lim = +∞ e lim = −∞
x →0 x x →0 x x →0 + x x →0 − x

e, assim por diante... Podemos construir exemplos simples, dando qualquer resultado!

Existem outras formas igualmente "indeterminadas":


a) ∞ − ∞ ; b) 0.∞ ; c) ; d) 1∞ ; e) 0 0 ; f) ∞ 0

Exercícios Resolvidos :
Calcule:
x3 − 2x − 7
1) lim
x → +∞ 5x 2 + 1
Resolução:
0 0
⎛ 2 7 ⎞
x 3 ⎜1 − 2 − 3 ⎟
x3 x
lim ⎝
x x ⎠
= lim 2 = lim = ∞
x → +∞ ⎛ 1 ⎞0 x → +∞ 5 x x → +∞ 5
x2 ⎜5 + 2 ⎟
⎝ x ⎠
sen5 x
2) lim
x →0 sen 2 x

senx
Lembrete: lim =1
x →0 x
sen5 x sen5 x
.5 x .
5 5 1
Resolução: lim 5 x = lim 5 x = .
x →0 sen 2 x 2 x→0 sen2 x 2 1
.2 x
2x 2x

Exercícios:
Calcule os limites abaixo:

-14-
x 2 − 2x + 3
a) lim
x → +∞ 5 x 2 + 7 x + 1

2x − 7
b) lim 2
x → +∞ x − 3 x + 5

x3 + 2x + 1
c) lim
x →∞
x 2 − 3x + 7
x2 − 7x + 3
d) lim
x →∞
x4 + x2 − 4
3
x3 − x2 + 5
e) lim
x → −∞ x2 −1

2) Calcule os seguintes limites:


sen3 x
a) lim
x →0 senx

1 − cos x
b) lim
x →0 x2

Respostas: 1)
a) 1/5
b) 0
c) ∞
d) 1
e) 0
2)
a) 3
b) ∞

Exercícios Propostos: Bilbliografia Básica [ 1] pág 119 exercícios 3 a 40 (ímpares). Pág. 128 exercícios 1,
3, 5, 9.

Exercício Proposto

Analisar os limites do exercício anterior utilizando o Winplot.

-15-
AULA 5

Derivadas

Objetivo: Adquirir conceito intuitivo de derivadas e algumas aplicações na física

Noção intuitiva

5.1. Aplicações na Física

Taxa de variação

A derivada de uma função é outra função, que mede a taxa na qual a função atual está variando.
Aparentemente isso é simples, pois você pode pensar numa função linear. Neste caso, a derivada de tal
função é a própria inclinação do gráfico.
Você lembra do estudo de MRU (movimento retilíneo uniforme), da análise do gráfico deslocamento
versus tempo? O que ele significava?
Observe o gráfico abaixo:

Se imaginarmos um carro andando pelas ruas de uma cidade, é impossível visualizar uma situação em que
o carro tenha que se manter em velocidade constante por todo tempo que se mova a fim de chegar a seu
destino. Uma vez que temos um ponto inicial S 0 e um final S , além de um instante inicial t 0 e um final t ,
também podemos calcular a velocidade média desenvolvida pelo veículo neste trajeto, que é:

S − S 0 ∆S
Vm = =
t − t0 ∆t

Agora imagine que tenhamos que medir tempos e distâncias cada vez menores, o que nos levaria a medir
quase que instantaneamente os valores, então teríamos uma medida instantânea da velocidade, isto é
equivalente a fazer com que o valor de ∆t se aproxime de zero:

∆S
v = lim
∆t →0 ∆t

-16-
Isto nos lembra derivada; a velocidade medida a cada instante é uma taxa tomada quando os tempos de
medição se aproximam do limite entre um e outro, então teremos o valor da velocidade para cada instante,
tal qual teríamos se estivéssemos observando o velocímetro do carro.
A constatação acima nos fornece um meio de calcular, a partir de valores sugeridos, o valor da velocidade
instantânea, precisamos apenas da função "s" em função do tempo, depois podemos obter a derivada de "s"
com relação a "t" e teremos:
ds
v = s' (t ) =
dt

Que é a velocidade instantânea de qualquer corpo que tenha seu deslocamento expresso pela função s(t).
Podemos ainda fazer o cálculo da aceleração do mesmo corpo:

∆v
a = lim
∆t →0 ∆t
O que nos dá a aceleração instantânea:
dv d 2S
a= ou a = 2
dt dt

Note que ao derivarmos a função s(t) duas vezes estamos criando uma derivação dupla, que podemos
simbolizar desta forma:

d 2S
a = s" (t ) =
dt 2

Esta expressão também é conhecida como "derivada segunda da função", o termo "segunda" designa o que
chamamos de ordem da derivada, que indica quantas vezes a primeira função foi derivada, portanto temos
o termo ordinal sempre indicando quantas vezes foi calculada a derivada.

EXEMPLO:
No instante t = 0s um corpo inicia um movimento em linha reta. Sua posição no instante t é dada por
s (t ) = 16t − t 2 (t em segundo e s em metro).
Determinar:
a) A velocidade média do corpo no intervalo de tempo [2, 4] ;
b) A velocidade do corpo no instante t = 2s;
c) A aceleração média no instante [0, 4] ;
d) A aceleração no instante t = 4s.

Resolução:

i) Utilizando fórmulas (sem uso de derivada):


a) A velocidade média do corpo no intervalo de tempo entre 2 e 4 é dada por:
vm =
∆s s f − s i
= =
( ) (
16 ⋅ 4 − 4 2 − 16 ⋅ 2 − 2 2 )
= 10m / s.
∆t t f − t i 4−2

b) Temos que

-17-
⎧ 1 2
⎪s (t ) = s 0 + vo t + at
⎨ 2
⎪s (t ) = 16t − t 2

v0 = 16m / s e a = −2m / s 2 .
A velocidade no instante t é dada por:
v = vo + at = 16 − 2t .
Portanto, no instante t = 2s temos:
v(2) = 16 − 2 ⋅ 2 = 12m / s

c) A aceleração média do corpo no intervalo de tempo entre 0 e 4 é dada por:


∆v v f − vi (16 − 2 ⋅ 4) − (16 ⋅ 2 − 2 ⋅ 0 )
am = = = = −2 m / s 2 .
∆t t f − t i 4−0
d) Do item b) temos que a = −2m / s 2 .

ii) Utilizando derivadas:


a) A velocidade média do corpo no intervalo de tempo entre 2 e 4 é dada por:
vm =
∆s s f − s i
= =
( ) (
16 ⋅ 4 − 4 2 − 16 ⋅ 2 − 2 2)= 10m / s.
∆t t f − t i 4−2
b) A velocidade do corpo no instante t = 2s é o valor da derivada s ' (t ) no ponto t = 2s. Como
s (t ) = 16t − t 2 , temos
v(t ) = s ' (t ) = 16 − 2t .
No instante t = 2s, a velocidade é
v(2 ) = 16 − 2 ⋅ 2 = 12m / s
c) A aceleração média do corpo no intervalo de tempo entre 0 e 4 é dada por:

5.2. Aplicações na Geometria

Retas tangentes e secantes a uma curva. Declive

Uma reta é secante a uma curva quando a intersecta ("corta") em 2 pontos distintos. É tangente à curva
quando tem com ela um só ponto comum ("a toca num só ponto").

O declive da reta secante ou da reta é tangente à curva da figura é o quociente :

-18-
5.3. Definição de derivada

Quando os dois pontos da curva se aproximam


indefinidamente, a secante (reta que passa por esses
dois pontos) acaba por transformar-se na tangente à
curva no ponto a, ou seja calculamos o limite da
razão incremental quando a distância entre os dois
pontos tende para zero.

Geometricamente,a derivada é o declive da reta r no


ponto a quando h tende para zero. por outras palavras:
calcular a derivada duma função num ponto a é
determinar a tangente trigonométrica da tangente
geométrica a curva nesse ponto. ;

f ( a + h) − f ( a )
Definição analítica. : f é derivável em a se existe lim e escreve-se
h→0 h

f ( a + h) − f ( a )
f '(a) = lim
h→0 h
Exemplo
Consideremos y = f ( x) = x 2 . O coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f no ponto (1,1) é 2.

-19-
Fixemos x0 = 1 e, para cada valor de ∆x, consideremos x = x0 + ∆x .

 Tomemos ∆x = 2 . Então x = 1 + 2 = 3 e a taxa de variação média, no intervalo [1,3], é:


∆f f (3) − f (1) 9 − 1
= = =4
∆x 3 −1 3 −1
 Tomemos ∆x = 1 . Então x = 1 + 1 = 2 e temos que a taxa média, no intervalo [1,2], é:
∆f f (2) − f (1) 4 − 1
= = =3
∆x 2 −1 2 −1

 Tomemos ∆x = 0,25 . Então x = 1 + 0,25 = 1,25 e temos que a taxa média, no intervalo [1;1,25], é:

∆f f (1,25) − f (1) 1,5625 − 1


= = = 2,25
∆x 1,25 − 1 0,25

∆f
Percebemos que a taxa de variação diminui conforme diminuímos o valor de ∆x .
∆x
Tomando outros valores cada vez menores para ∆x , podemos construir uma tabela:

∆f
∆x
∆x
0,01 2,01
0,001 2,001
0,0001 2,0001

Podemos continuar tomando valores cada vez menores para ∆x a fim de concluir que, quanto mais
∆f
próximo de zero for ∆x , o quociente estará mais próximo de 2, ou seja, lim = 2.
∆x →0 + ∆x

Procedendo de maneira análoga, mas tomando valores negativos para ∆x , notaremos que a taxa de
∆f
variação também se aproximará de 2, porém por valores menores que 2. Numa tabela, temos:
∆x

-20-
∆f
∆x
∆x
0,01 1,99
0 ,001 1,999
0,0001 1,9999

∆f
E tomando valores cada vez mais próximos de zero para ∆x , podemos escrever que lim = 2.
∆x →0 − ∆x
Como ambos os limites, pela direita e pela esquerda, são iguais, concluímos então que:

∆f
lim =2
∆x →0 ∆x

ou seja, o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f no ponto (1,1) é 2.

Observação:
∆f
Ao escrever lim estamos pensando nos dois limites laterais:
∆x →0 ∆x

∆f ∆f
lim+ e lim−
∆x →0 ∆x ∆x→0 ∆x

obtidos quando fazemos ∆x se aproximar de 0 pela direita, isto é, ∆x >0, e pela esquerda ∆x <0,
respectivamente.

Derivada de uma função em um ponto

Chamamos de derivada da função y = f (x) no ponto x0 , ao limite da taxa de variação média quando
∆x → 0 , se tal limite existe. Desse modo, a derivada da função no ponto x0 pode ser entendida como
sendo a taxa de variação pontual, no ponto x0 .Indicamos tal fato por:

∆f f ( x0 + ∆x) − f ( x0 )
lim = f ' ( x0 ) ⇔ lim = f ( x0 )
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ∆x

Notação:
-21-
Existem várias formas para indicar a derivada de uma função y = f ( x) , num ponto x0 :

1) f ' ( x0 )
df
2) ( x0 )
dx
dy
3) ( x0 )
dx

Na última notação não fica explícito o ponto no qual a derivada está sendo calculada. Quando isso for
dy dy
necessário, essa notação fica: ou ( x0 )
dx x0 dx
A notação utilizando a forma de quociente é devida a Leibniz.

Exercícios Resolvidos

1-Calcule, usando a definição, a derivada de y = f ( x) = x 2 num ponto qualquer, de abscissa x.

Resolução:
Sendo y = f ( x) = x 2 , num ponto qualquer de abscissa x, temos:
f ( x + ∆x) − f ( x) ( x + ∆x ) 2 − ( x ) 2 x 2 + 2 x∆x + (∆x) 2 − x 2
f ' ( x) = lim = lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x ∆x →0 ∆x
∆x(2 x + ∆x)
= lim = lim (2 x + ∆x) = 2 x
∆x →0 ∆x ∆x →0

Logo, para todo x real, f ' ( x) = 2 x .

2-Considere a função g, que é a derivada de f, isto é, a função que, para cada x, associa o valor f ' ( x) .
Qual é a expressão dessa função?

Resolução
Como g ( x) = f ' ( x) , temos, g ( x) = 2 x .

3-Desenhe os gráficos de f e g, colocando os dois referenciais, de modo que aquele onde está o gráfico de
g esteja exatamente embaixo daquele onde está o gráfico de f. Estabeleça um significado para cada valor
g (x) encontrado.

Resolução
Para um dado valor x0 em y = f (x) , o valor do coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f nesse
ponto é igual ao valor de g calculada em x0 .

-22-
Em cada ponto de abscissa x, o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de y = f (x) é a ordenada
do ponto de mesma abscissa x no gráfico de y = g (x ) .

Cada ponto assinalado tem ordenada igual à tangente trigonométrica do ângulo determinado pela reta
tangente ao gráfico f, com o eixo horizontal, no ponto de mesma abscissa.

-23-
Aula 6

Regras de Derivação de algumas Funções

Objetivo: Apresentar as regras de derivação e as derivadas graficamente

a) Derivada da Função Constante


A função constante y = a tem por gráfico uma reta paralela à abscissa.

Como a tangente à “curva” em qualquer ponto é igual a zero, e como a tangente é a derivada, tem-se:
dy da
y' = =
dx dx
A derivada de uma constante é zero.

a) Derivada da Função Polinomial do Primeiro Grau

y = f ( x) = a + bx

e supondo a e b positivos, sua representação no diagrama y × x será:

Como a tangente em cada ponto da reta é dada pelo seu coeficiente angular, tem-se:

tgα = b

de forma que, em função dos seus significados, a derivada da função será:

-24-
dy
y' = =b
dx

c) Derivada da Função Polinomial do Segundo Grau


y = f ( x) = a + bx + cx 2
para a qual supõe-se que a > 0 , b < 0 e c > 0 . Como a > 0 , sua representação será de uma parábola
com ponto de mínimo.

O objetivo é calcular a derivada da Eq. (3) no ponto M(x,y). Em primeiro lugar deve-se traçar a reta r,
tangente à função em M, que define o coeficiente angular dado por:
MN
tgδ =
SN

Uma vez que o valor da derivada é o coeficiente angular da reta tangente à curva num ponto dado, tem-se:

MN
y ' = tgδ y' =
SN
Os catetos do triângulo retângulo MNS são:
⎛ b2 ⎞ b2 1⎛ b ⎞
MN = y − ⎜⎜ a − ⎟⎟ = y + − a e SN = ⎜ x + ⎟
⎝ 4c ⎠ 4c 2⎝ 2c ⎠
uma vez que SN = AS . Portanto,
b2
y+ −a
dy 4c
= y' =
dx 1⎛ b ⎞
⎜x+ ⎟
2⎝ 2c ⎠
mas y − a = cx + bx , logo,
2

⎛ b b2 ⎞ 2
c⎜⎜ x 2 + x + 2 ⎟⎟ c⎛⎜ x + ⎞⎟
b2 b
cx + bx +
2
c 4c ⎠
⎝ 2c ⎠
y' = 4c = = ⎝
1⎛ b ⎞ 1⎛ b ⎞ 1⎛ b ⎞
⎜x + ⎟ ⎜x + ⎟ ⎜x + ⎟
2⎝ 2c ⎠ 2⎝ 2c ⎠ 2⎝ 2c ⎠
b
que para x ≠ − pode ser simplificada, de modo que:
2c

-25-
⎛ b ⎞
c⎜ x + ⎟
2c ⎠ ⎛ b ⎞
y' = ⎝ = 2c⎜ x + ⎟
1 ⎝ 2c ⎠
2
e portanto,
dy
y' = = 2cx + b
dx
b
Para x = − , a relação anterior transforma-se numa indeterminação que é retirada através do próprio
2c
conceito de derivada; nestas condições, a equação é válida para todo x e é a derivada da Função Polinomial
do 2º grau.
É interessante observar que através dos significados geométrico e trigonométrico obtém-se o valor ou a
expressão da derivada de uma função; em seguida, são construídas regras para obter o mesmo resultado.

A representação das derivadas 1ª, 2ª e 3ª é:


dy
1ª - y ' =
dx

dy ' d ⎛ dy ⎞ d 2 y
2ª - y" = = ⎜ ⎟=
dx dx ⎝ dx ⎠ dx 2

dy" d ⎛ dy ' ⎞ d 2 y ' d 2 ⎛ dy ⎞ d 3 y


3ª - y ' ' ' = = ⎜ ⎟= = 2⎜ ⎟= 3
dx dx ⎝ dx ⎠ dx 2 dx ⎝ dx ⎠ dx

Utilizando as regras de derivadas teremos a possibilidade de calcular derivadas de funções mais


complicadas, sem muito trabalho.

• Se f e g são deriváveis, então f+g é derivável e (f+g)’=f’+g’.


• Se f é derivável e k uma constante, então k.f é derivável e (kf)’=kf’.
• Se f e g são deriváveis, então f.g é derivável e (f.g)’=f’.g+f.g’
'
f ⎛f⎞ f ' .g − f .g '
• Se f e g são deriváveis e g ≠ 0, então é derivável e ⎜⎜ ⎟⎟ = .
g ⎝g⎠ g2

Precisamos encontrar uma forma de calcular a derivada da função composta a partir das derivadas das
funções componentes.

-26-
Aula 7

Regra da Cadeia

Objetivo: Apresentar a resolução de derivadas de função composta

Regra da Cadeia: Sejam y = h(u ) e u = g (x) duas funções deriváveis, com Im( g ) ⊂ D(h) , e
consideremos a função composta y = f ( x) = h[g ( x)] . Então f é derivável e f ' ( x) = h' ( g ( x)).g ' ( x) , para
todo x ∈ D( g )
Se y = h(u ) e u = g (x) , ou seja, y = h( g ( x)) , sendo h e g deriváveis, então a função composta
y = h( g ( x)) é derivável e

dy dh du
= . = h' ( g ( x)).g ' ( x)
dx du dx

Exemplo
Considerando a função y = f ( x) = (x 3 ) , calcule sua derivada.
2

Resolução:
Podemos, evidentemente, escrever:
( )
y = x3
2
= x6 .
É imediato que sua derivada é
dy
= f ' ( x) = 6 x 5
dx
Observemos que:
dy
A derivada de u 2 , com relação a u , é = 2 x 3 .3 x 2 , x2 é a derivada de x3
dx

-27-
7.1. Regras de derivação:

Nesta tabela u e v são funções deriváveis de x e c, α e a são constantes.

f (x) f '(x)
c 0
x 1
c.u c. u’
u+v u’ + v’
u.v u’ v + u v’
u u ' . v − u . v'
v v2
uα (α ≠ 0) α . uα - 1. u’
a u (a > 0, a ≠ 1) a u . ln a . u’
eu eu . u’
log u u'
a log e
u a
ln u u'
uv
uv v . uv – 1. u’ + u . ln u . v’ (u >0)
sen u cos u . u’
cos u sen u . u’
tg u sec2 u . u’
cotg u - cosecu . u’
sec u sec u . tg u . u’
cosec u - cosec u . cotg u .u’
arc sen u u'
1− u2
arc cos u − u'
1− u2
arc tg u u'
1+ u2
arc cotg u − u'
1+ u2
arc sec u, u ≥1 u'
, u ≥1
2
u u −1
arc cosec u, u ≥1 − u'
, u ≥1
2
u u −1

-28-
Aula 8

Exercícios Propostos
1 ⎛ 1⎞
1) Considere a função f ( x) = e o ponto ⎜ 2, ⎟ . Encontre o coeficiente angular da reta tangente ao
x ⎝ 2⎠
seu gráfico nesse ponto. A seguir, encontre a equação dessa reta.
2) Repita o exercício 1 com f ( x) = x 2 + 3
3) Determine a equação da reta tangente às curvas dadas nos pontos indicados:
a) y = ex em P (0,1)
b) f(x) = 1 – x2 em P(0,1)
4) Calcule a derivada de cada uma das funções abaixo:
a) f1 ( x) = (x3 + 2x)
2

b ) f 2 ( x ) = e 2 x −3
2
c) f 3 ( x) =
(2 + ln x )2
( )
d ) f 4 ( x) = e senx + sen e x
e) f 5 ( x) = sen 2 x + sen 2 x
1
f ) f 6 ( x) = (3x + 1).
5x − 1
2x
g) f(x) = ln (x2+1) R: f ’(x) =
x +1
2

h) f(x) = sen(3x+1) R: f ’(x) = 3cos(3x+1)


i) f(x) = (x2 + 2x + 10)2 R: f ’(x) = 4x3 + 12x2 + 48x + 40
j) f(x) = sen 2x R: f ’(x) = 2.cos2x
k) f(x) = cos 3x R: f ’(x) = -3.sen3x
l) f(x) = sen2 x R: f ’(x) = 2.senx.cosx
m) f(x) = sen x2 R: f ’(x) = 2x.cos x2

5) Calcule a velocidade e a aceleração instantâneas dos móveis cujas equações horárias são:
π
a) S = sen(2t ), t =
4
b) S = t , t = 1

6)Um ponto material descreve uma trajetória retilínea, obedecendo à função horária
S(t) = 3 – 6t + t2 (no SI).
a) Determine as funções horárias da velocidade e da aceleração.
b) Calcule a velocidade do ponto material no instante 10 s.
R: a) V(t) = -6 + 2t e a = 2 m/s2 b) 14 m/s

5 3
7) Um corpo se desloca sobre uma trajetória retilínea de acordo com a função horária S(t) = t –t
2
(com t em segundos e s em metros).
a)Qual a velocidade do corpo no instante 6s?
b)Em que instante a velocidade do corpo é de 66,5 m/s?
c)Qual a aceleração do corpo no instante 2s?
R: a) 269 m/s b) 3s c) 30 m/s2
-29-
8) Um ponto material se desloca segundo a função horária S(t) = t (t em segundos e s em metros).
Determine a velocidade e a aceleração do ponto material no instante
1 1
t = 16s. R: m/s e − m/s2
8 256
9) Qual é a aceleração de um móvel que descreve uma curva segundo a função.............
S(t)= t – 2t2 + 4t3 (t em segundos e s em metros) no instante t = 1,5 s? R: 32 m/s2

10) Um móvel tem velocidade variável segundo a função V(t) = -6 + 2t2 (t em segundos e v em metros
por segundo). Calcule sua aceleração no instante 5s. R: 20 m/s2

-30-
Aula 9

Derivação Implícita

Objetivo: Ferramenta para resolução de problemas de otimização.

y = f (x) y está expresso explicitamente como função de x

Ex:
a ) y = sen x

b) y = x 3 − 2 x 2

x 2 + sen (xy ) + y 3 = 0 é uma relação entre x e y do tipo F ( x, y ) = 0

Uma relação F ( x, y ) = 0 determina uma ou mais funções y = y ( x) .

Exemplo:

x2 + y2 −1 = 0

Temos y 2 = 1 − x 2 , ou seja, podemos escrever:


y = 1 − x 2 ou y = − 1 − x 2
isto é, a equação dada fornece duas funções na variável x.
Nem sempre é fácil a partir da relação F ( x, y ) = 0 expressar y como uma função de x.

Exemplo:

x 2 + sen (xy ) + y 3 = 0

Assim, dada uma equação envolvendo as variáveis x e y, quando conseguimos isolar a variável y, dizemos
que y é uma função de x e podemos naturalmente estudá-la. Entretanto, quando não conseguimos isolar y,
dizemos que y é uma função implícita de x, ou que a relação dada define y implicitamente como uma
função de x.
dy
Assim podemos calcular a derivada de uma função implícita sem explicitar primeiro a variável y. Com
dx
isso, podemos calcular o coeficiente angular da reta tangente à curva, mesmo que ela não represente o
gráfico de uma função.
Problema: Dada uma relação F ( x, y ) = 0 e sabendo-se que y é uma função diferenciável de x, isto é,
dy
y = y (x) , como calcular ?
dx

a) Derivamos ambos os membros da relação F(x,y) = 0 com relação a x, lembrando que y = y (x) e
usando a regra da cadeia.

-31-
dy dy
b) Obtemos uma equação onde aparecem x, y, e . Basta isolar .
dx dx
Exercício resolvido:
y
Sendo x 2 + − 1 = 0 , encontre a equação da reta tangente à curva definida por essa equação, no ponto (-
2
1,0)

Resolução:
Derivando implicitamente em relação a x, temos:
y′
. 2x + = 0
2
Portanto, y´= -4x. No ponto x = -1, y´= 4.
A equação da reta tangente à curva no ponto ( -1, 0) é dada por
y – 0 = 4(x+1), ou seja,
y = 4x + 4

Exercícios propostos
dy
Determinar y´= das seguintes funções definidas implicitamente:
dx
a) x3 – y3 = a3
b) x3+x2y +y2 = 0
c) x+ y= a
x− y
d) y 3 =
x+ y
e) a cos2(x+y) = b
f) tg y = x.y
g) ey= x+ y

Respostas:
− x2
a) 2
y
− 3 x 2 − 2 xy
b)
x2 + 2y
y
c) −
x
1− y3
d)
3xy 2 + 4 y 3 + 1
e) – 1
y
f)
sec ( y ) − x
2

1
g) y
e −1

-32-
Aula 10

Derivadas e Diferenciais

Objetivo: Reconhecer a diferença entre diferencial e derivadas.

Embora a derivada e a diferencial possuam as mesmas regras operacionais, esses dois operadores
têm significados bastante diferentes. As diferenças mais marcantes são:
• a derivada tem significado físico e pode gerar novas grandezas físicas, como por exemplo a
velocidade e a aceleração; a diferencial é um operador com propriedades puramente matemáticas;
• a derivada transforma uma função em outra, mantendo uma correspondência entre os pontos das
duas funções (por exemplo, transforma uma função do segundo grau em uma função do primeiro
grau); a diferencial é uma variação infinitesimal de uma grandeza;
• a derivada é uma operação entre duas grandezas; a diferencial é uma operação que envolve uma
grandeza;
• o resultado de uma derivada não contém o infinitésimo em sua estrutura; conseqüentemente, não
existe a integral de uma derivada; a integral só pode ser aplicada a um termo que contenha um
diferencial (infinitésimo);
• Se for feito o quociente entre os dois diferenciais, tem-se:

em total semelhança com a definição de derivada. A conseqüência direta desse fato é que a derivada não é
o quociente entre duas diferenciais, mas comporta-se como se fosse esse quociente. Isto significa que a
partir da relação:

dy
= f ′( x)
dx
é possível escrever:

dy = f´(x).dx

que se denomina equação diferencial

Exercícios resolvidos:

Se y = 2x2 – 6x + 5, calcule o acréscimo dy para x =3 e dx = 0,01


Resolução: dy = f ´(x).dx
dy = (4x – 6) . dx
dy = (12 -6) . 0,01
dy = 0,06

2) Uma placa quadrada de lado x, de espessura desprezível, é aquecida, o que provoca uma dilatação.
Admitindo uma dilatação uniforme, mantendo a forma quadrada, calcule a variação da área em função da
variação de seu lado h. Interprete o resultado.
Resolução:
A placa quadrada inicialmente tem lado de medida x.

-33-
Após o aquecimento, a variação da área do quadrado quando a medida do seu lado varia de x para x+h, é
dada por

De fato, na figura, podemos observar que a variação da área do quadrado é igual à área de um pequeno
quadrado de lado h somada com a área de dois retângulos de lados x e h.
Por outro lado, em termos de diferenciais, temos que
Lembrando que:

A(x) = A(x(T))=[x(T)]2

onde T é a temperatura, ou seja

A(T)= [x(T)]2

o que garante que quando o acréscimo h é "muito pequeno", dA é uma primeira aproximação para a
variação da área.

Exercícios Propostos

1) Obtenha um valor aproximado para o volume de uma fina coroa cilíndrica de altura 12m, raio
interior 7 m e espessura 0,05m. Qual o erro decorrente se resolvermos usando diferenciais?

-34-
2) Uma caixa em forma de um cubo deve ter um revestimento externo com espessura de ¼ cm. Se o
lado da caixa é de 2m, usando diferencial, encontrar a quantidade de revestimento necessária.
3)

4)

5)

6)

Respostas:
V ≅ 8,4π m 3
1) V = 8,43π m 3
Erro : 0,03π m 3
2) 60.000 cm3
3) 0,0044209
4) 11,3097 cm3
5) ± 24000m 2
6) 2,5%

-35-
Aula 11

Ponto de Inflexão/Máximos e Mínimos

Objetivo: Construção de gráficos com o auxílio de derivadas

Através dos conceitos de derivabilidade e de continuidade de uma função num intervalo contido em
seu domínio, vamos descobrir que é possível estudar sua variação e, portanto, construir o seu gráfico. Para
tanto, precisamos estabelecer alguns conceitos e alguns resultados.
• O conceito de crescimento / decrescimento de uma função num intervalo contido em seu domínio e os
seus eventuais pontos de extremo.

Exemplos

1) Se uma função é estritamente crescente em um intervalo dado, então a sua derivada é estritamente
positiva?
2) Se uma função é estritamente decrescente em um intervalo dado, então a sua derivada é
estritamente negativa?
3) Se f'(x0)=0, ou seja, a reta tangente ao gráfico de f no ponto (x0,f(x0)) é horizontal, então x0 é um
ponto de extremo para f?

Vimos que as afirmações dos exemplos 1 e 2 são falsas, entretanto, as recíprocas dessas afirmações são
verdadeiras, ou seja:

1) Toda função com derivada estritamente positiva em um intervalo I é estritamente crescente em I.


2) Toda função com derivada estritamente negativa em um intervalo I é estritamente decrescente em I.

Essas duas últimas afirmações são muito úteis para a construção do gráfico de uma função e elas são
conseqüências do Teorema do Valor Médio.
A recíproca do exemplo 3 também é verdadeira e pode ser colocada precisamente da seguinte maneira:

Propriedade: Seja f uma função contínua com um máximo ou um mínimo local num ponto x0, no qual f é
derivável. Então f'(x0)=0, isto é, x0 é um ponto crítico para f, ou seja, a reta tangente ao gráfico de f no
ponto (x0,f(x0)) é horizontal.

Máximos e mínimos absolutos (ou globais) também são chamados de extremos absolutos.

-36-
Definição:
11.1. Extremos Absolutos

Seja f uma função de domínio D. Então f(c) é:


a) máximo absoluto de f em D se e somente se f(x) ≤ f(c) para qualquer que seja x em D.
b) mínimo absoluto de f em D se e somente se f(x) ≥ f(c) para qualquer que seja x em D.
Exemplo:

Encontre o máximo e o mínimo absoluto de:

no intervalo dado

Resolução:
y f(x)=x^2-5x+7
12

10

x
-1.5 -1 -0.5 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5

-2

-4

Para encontrar o máximo e o mínimo absolutos da função

nós calculamos a derivada

e procuramos os zeros da derivada que são:


x = 2.5.
Este é o único ponto crítico de f. Considere a seguinte tabela dos valores da f nos pontos críticos e nos
pontos extremos do intervalo:
x f(x)

-1 13

3 1

2.5 0.75

-37-
daí podemos ver que o máximo absoluto ocorre em x = -1 e é 13 e o mínimo absoluto ocorre em x = 2.5 e
é 0.75 .

11.2. Exercícios propostos

1) Dada a função f(x)=x4+2x3-3x3-4x+4, obter:

a) os intervalos em que a função é crescente ou decrescente.


b) Os valores máximos e mínimos de f(x).

Represente o gráfico de f no Winplot

Ver em anexo tutorial do Winplot (http://www.mat.ufpb.br/~sergio/winplot/winplot.html)

2) Para cada uma das funções seguintes, encontre o máximo e o mínimo absoluto no intervalo dado.

a)

b)
c)

d)

e)

f)
g)
h)

i)
j)

11.3. Concavidade
• O conceito de concavidade do gráfico de uma função num intervalo contido em seu domínio e
os eventuais pontos de inflexão.
A primeira derivada de uma função é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico em cada ponto
onde a deriva existe, sendo assim, se a derivada segunda também existir nesses pontos, temos que.
(1) Se os coeficientes angulares das retas tangentes ao gráfico da função y=f(x) crescem à medida que x
cresce, f"(x)>0 e a concavidade da função é voltada para cima.

(2) Se os coeficientes angulares das retas tangentes ao gráfico da função y=f(x) decrescem à medida que x
cresce, f"(x)<0 e a concavidade da função é voltada para baixo.

-38-
Utilizando estas idéias podemos estabelecer o seguinte

Teorema: Se f é uma função que possui as duas primeiras derivadas contínuas sobre um conjunto S,
teremos as situações abaixo:
1. Se f"(x)>0 em algum ponto x de S, então o gráfico de f tem a concavidade voltada para cima
nas vizinhanças de x.
2. Se f"(x)<0 em algum ponto x de S, então o gráfico de f tem a concavidade voltada para baixo
nas vizinhanças de x.

Ponto de inflexão

O ponto onde ocorre mudança de concavidade no gráfico tem um nome especial que é ponto de inflexão.
Mais precisamente, temos:

Definição: Seja f uma função contínua e x0 um ponto de seu domínio. O ponto x0 é denominado um ponto
de inflexão de f quando nele ocorre mudança de concavidade do gráfico de f.

Passando uma reta horizontal pelo ponto de inflexão, a parte do gráfico localizada à direita do ponto fica
de um lado da reta e a parte da curva localizada à esquerda do mesmo fica do outro lado da reta. É
equivalente dizer que a reta tangente ao gráfico da função neste ponto é horizontal.

Exemplos
1)No gráfico de f(x)=x3, temos um ponto de inflexão que é x = 0.

-39-
π
2) No gráfico de f(x)=tg x temos uma infinidade de pontos de inflexão, que são da forma x = k , onde
2
.

Exercícios
Determine os intervalos em que o gráfico de cada uma das funções dadas abaixo apresenta concavidade
para cima ou para baixo, e encontre os eventuais pontos de inflexão:
a)

b)

c)

-40-
Aula 12

Construção de Gráficos e problemas de otimização:

Objetivo: Resolução de problemas de Otimização

Todos os conceitos que foram desenvolvidos e os resultados que foram estabelecidos, nos permitem
finalmente estudar o comportamento de uma função em seu domínio e construir o seu gráfico.

Exemplo
Sendo , temos:

i) O domínio: Dom f=R

ii) Intersecções com os eixos:

Quando x=0, temos y=0.


Por outro lado, y=0 se e somente se
ou seja,

, e, portanto, x=0 ou .

iii) A primeira derivada:

Como , temos:

ou seja ,.
Logo

iv) Pontos críticos, isto é, pontos que anulam a primeira derivada:

Temos f'(x) = 0 se e somente se


ou seja,
que é o único ponto crítico.

vi) Estudo do sinal da primeira derivada:


Temos:
logo, f é estritamente crescente;
logo, f é estritamente decrescente;
logo, f é estritamente crescente;
Logo, é um ponto de máximo local;

vi) A segunda derivada:

-41-
Como , temos:

Logo .

vii) Pontos que anulam a segunda derivada:


Observamos que para todo x pertencente ao domínio de f''.

viii) Estudo do sinal da segunda derivada:


Observamos que para todo x pertencente ao domínio de f'', logo o gráfico de f apresenta
concavidade sempre voltada para baixo. Portanto, não há ponto de inflexão.

ix) Limites nas extremidades dos intervalos que constituem o domínio da função:

x) O gráfico da função:

No gráfico, podemos observar o ponto (-1,1) que é ponto de máximo local. Observamos também que não
há mudança de concavidade. Também observamos que a função não é derivável em x=0.

• Aplicações: problemas de otimização

Para resolver este tipo de problema, são necessários pelo menos alguns cuidados:

-42-
a) Estabelecer uma função que esteja envolvida no problema, identificando as variáveis
independentes e a variável dependente.
b) Transformar essa função numa função de uma única variável, a partir dos dados do problema.

c) Determinar o(s) ponto(s) crítico(s) para a função, no intervalo em que a mesma tem sentido no
contexto do problema.

d) O ponto crítico não é automaticamente a solução do problema: é preciso fazer uma análise para
garantir qual é a solução. Além de tudo, podem existir problemas sem solução.

Exemplo
1)

-43-
2) Demonstre que o retângulo de área máxima, inscrito num círculo de raio r, é um quadrado.

Sendo r o raio da circunferência, sejam a e b os lados do retângulo inscrito, de modo que sua área é dada
por:

ou seja, a função A depende das variáveis a e b.


Pelo Teorema de Pitágoras, temos que:

, ou seja, .
Substituindo na expressão que fornece a área, temos:

e, dessa maneira, A é função de uma única variável: b, sendo .


Observação: Se b=0 ou b=2r, temos retângulos "degenerados".
Vamos estudar agora a função

,
para encontrar seu ponto de máximo.

-44-
Temos:

ou seja,

isto é é ponto crítico para a função A.


Esse ponto é um ponto de máximo local para a função A, pois:
se então e, portanto, A é estritamente crescente;
se então e, portanto, A é estritamente decrescente.
Esse ponto é o ponto de máximo global para a função A no intervalo ]0,2r[, pois a função A não muda
seu comportamento com relação ao crescimento/decrescimento nesse intervalo.

Substituindo em , temos:

.
Portanto, ou seja, o retângulo de área máxima inscrito numa circunferência é um quadrado.

12.1. Exercícios propostos:

-45-
5) Estude o comportamento das seguintes funções e construa os respectivos gráficos, com todas as
informações que considerarem necessárias:

Respostas:
1) x = 15 m e y = 30 m
2) O produto deve ser vendido a R$ 9,50
3) 400 m
4) x = 5/3 cm

-46-
Aula 13

Integral
Objetivo: Cálculo de área e volume

Problema
Calcular a área da região que se encontra entre a parábola y = x2 e o
eixo x, para x variando no intervalo [-2,2].

Observemos, que por uma questão de simetria, basta se calcular a área de metade da região; em seguida,
multiplicar por 2 o resultado encontrado. Em segundo lugar, no caso presente, temos condição de fazer um
cálculo aproximado para a área da região. Vejamos:
Dividindo o intervalo [0,2] em quatro partes iguais, podemos encontrar 4 retângulos construídos de modo
que a base superior esteja sempre por baixo da curva. A soma das áreas desses retângulos fornece um valor
aproximado por falta para a área:

-47-
A ≈ (0.02 + 0.52 +1.02+1.52) 0.5 = 1.75

Dividindo o intervalo [0,2] em quatro partes iguais, podemos encontrar 4 retângulos construídos de modo
que a base superior esteja sempre por cima da curva. A soma das áreas desses retângulos fornece um valor
aproximado por excesso para a área:Assim,

A ≅ (0.52 + 1.02 +1.52+2.02) 0.5 = 3.75

Observando a tabela a seguir notamos que aumentando o número de sub-intervalos (n); melhor é a
aproximação do valor da área da região considerada, e o valor aproximado por excesso tende ao mesmo
valor aproximado por falta da área da região considerada.

-48-
n b
A = lim ∑ f (ci )∆xi ⇔ A = ∫ f ( x)dx
n →∞ i =1 a
n ∆x VAE VAF
20 0,1 2,47 2,87
40 0,05 2,5675 2,7675
80 0,025 2,616875 2,716875
160 0,0125 2,641719 2,691719
320 0,00625 2,65418 2,67918
640 0,003125 2,66042 2,67292
1280 0,001563 2,663542 2,669792
2560 0,000781 2,665104 2,668229
5120 0,000391 2,665885 2,667448
10240 0,000195 2,666276 2,667057
20480 0,000098 2,666471 2,666862
40960 0,000049 2,666569 2,666764
81920 0,000024 2,666618 2,666715

Assim, a área A da região que se encontra entre a parábola y = x2 e o eixo x, para x variando no intervalo
[-2,2] é aproximadamente 2,666715 × 2 ≈ 5,33343.

Integral de Riemann

Seja f uma função contínua em [a,b] e f (x) ³ 0 para todo x em [a,b].


Seja R a região limitada pela curva y=f(x), pelo eixo x e pelas retas
x=a e x=b. Então, a medida A da área da região R é dada por:
n b
A= lim ∑
n→ ∞ i =1
f ( c i )∆ x i ⇔ A = ∫ f ( x )dx
a

Teorema Fundamental do Cálculo

Seja f uma função contínua no intervalo [a,b]. A Função dada por


x
F ( x) = ∫ f (t )dt é derivável em todos os pontos interiores ao intervalo
a

(a,b) e sua derivada é dada por F´(x) = f (x)


A utilização do Teorema Fundamental do Cálculo depende de sabermos encontrar anti-derivadas. Dessa
maneira, poderemos elaborar uma tabela onde, em cada linha teremos, na coluna à esquerda, uma dada
função e na coluna à direita, sua integral indefinida, isto é, o conjunto de suas primitivas.

A função integrando As suas primitivas

-49-
para

13.1. Técnicas de Primitivação

13.2. Primitivação por substituição


Esta é uma técnica que nos permite calcular integrais indefinidas da forma

A idéia, basicamente, consiste em pensar ao contrário daquilo que fizemos quando derivamos a função
composta, ao utilizar a Regra da Cadeia.

De fato, para calcular , basta perceber que, se F é uma primitiva de f, ou seja, ,


então F(g(x)) é uma primitiva de .

Com efeito, .

Exemplo

Para calcular observamos que no integrando temos uma função e sua derivada

.
Vamos então substituir a variável de integração, colocando
de onde, usando a notação de diferencial, temos:

.
Logo, a integral dada fica:

-50-
Aula 14

Primitivação por partes

Objetivo: Resolver integrais utilizando o método de integrais por partes

Esta técnica nos permite calcular integrais onde aparece o produto de duas funções, sendo que nenhuma
delas é a derivada - ou "quase a derivada", pois pode estar faltando um fator constante - da outra, pois,
nesse caso, usamos a técnica da Substituição.
A idéia, basicamente, é a de utilizar uma conseqüência imediata da derivada do produto de duas funções.
Com efeito,
de onde, podemos escrever:

ou ainda, usando a propriedade da integral indefinida,

de onde

Essa expressão diz que, para calcular uma determinada integral, a transformamos numa expressão que
envolve outra integral. Sendo assim, essa idéia só será útil quando a nova integral for "mais fácil" do que a
primeira, no sentido que a saibamos resolver.
Convém observar que podemos escrever a expressão acima utilizando a notação de diferencial, obtendo de
maneira simplificada:

Exemplo
1) ∫ x. ln xdx

A fim de encontrar , observamos que, colocando

então

Utilizando a notação de diferencial, poderíamos ter encontrado a integral, fazendo:

-51-
e então, da mesma forma temos:

14.1. Exercícios Propostos

1) Resolva as seguintes integrais imediatas:

⎛ 3 ⎞
a) I = ∫ ⎜⎝ x − x+ ⎟ dx
x2 ⎠
Resp.: I =
x2 2 3
− x x − +k
2 3 x

b) I = (∫ 2x 2 − 3)2 dx Resp.: I =
4x 5
5
− 4x 3 + 9x + k

⎛ ⎞ 5
∫⎝
c) I = ⎜⎜ 5 − 3 y + ⎟⎟ dy
⎠ y2
3
Resp.: I = 5y − y3 y − + k
4
5
y

⎛ 3 2 ⎞
d) I = ∫ ⎜ 3 − x + 3 ⎟ dx
3 1
Resp.: I = 3x − x 3 x − +k
⎝ x ⎠ 4 x2

2) Calcule as integrais indefinidas dadas por substituição.

9 x 2 dx dx x x
∫ ∫ ∫ sen
5
a) b) c) cos dx
1 − x3 (
x 1+ x )
2
3 3

sen t 4 dt 18 tg 2 x sec 2 x dx
d) ∫ (7 − cos t )
dt e) ∫ t 1 + ln 2 t
( ) f) ∫ (2 + tan x ) 3 2

sen θ sec x + tan x


g) ∫ θ cos 3 θ
dθ h) ∫ sec x dx multiplique o integrando por
sec x + tan x

3) Calcule a Integral abaixo, utilizando a fórmula ∫ udv = uv − ∫ vdu ou o método prático para cálculo
de Integrais por partes.(Mostre todas as passagens na troca de variáveis)

2 ⎛ 4π ⎞ 2

a) I = t . sen ⎜ t ⎟ dt
⎝ 3 ⎠
b) I = ∫ (x + 7). cos x . dx

⎛ 2π ⎞
⎛k ⎞

2
2

c) I = t . cos ⎜ π.t ⎟ dt d) I = t . sen ⎜ t ⎟ dt
⎝3 ⎠ ⎝ 5 ⎠
-52-
Conseqüência do Teorema Fundamental do Cálculo
b

Se f é uma função contínua no intervalo [a,b], então ∫ f (t )dt = G(b) − G(a)


a
onde G é uma primitiva de f, isto é, tal que G´=f

-53-
Aula 15

Aplicações da Integral Definida

Objetivo: Utilizar o conceito de integrais definidas no cálculo de áreas

15.1. Área

Podemos resolver o mesmo problema enunciado anteriormente aplicando a conseqüência do Teorema


Fundamental do Cálculo, ou seja:

Calcular a área da região que se encontra entre a parábola y = x2 e o eixo x, para x variando no intervalo
[-2,2].

2
b 2
⎛ x3 ⎞
A=∫ f ( x)dx = 2∫ x dx = 2⎜⎜ ⎟⎟ =
2

a 0 ⎝ 3 ⎠0
⎡⎛ 23 ⎞ ⎛ 03 ⎞⎤ 16
= 2 ⎢⎜⎜ ⎟⎟ − ⎜⎜ ⎟⎟⎥ = ≅ 5.3333
⎣ ⎝ 3 ⎠ ⎝ 3 ⎠ ⎦ 3
Exercício

Calcule a área indicada nas seguintes figuras:


a)

-54-
b)

Solução:
A figura a), mostra a área sobe a curva f ( x) = x 3 , delimitada por x = 0 e x = 1. Com auxilio de uma
integral, a área pode ser calculada da seguinte maneira:
1
A = ∫ x 3 dx
0

O valor da área já foi calculado e encontra-se associado a variável A. Para verificar o valor de A basta
teclar “A” e em seguida pressionar a tecla “=” (igual), temos

A= 0,25
Na figura b a área indicada corresponde àquele sob a curva f ( x) = x 2 + 7 , para x entre 1 e 3. Em termos
de integral, temos
3
A = ∫ ( x 2 + 7)dx = 22,66667
1

15.1. Exercícios propostos

1) Calcule a área limitada pelas curvas g(x) = − x 2 + 2 x + 3 e f ( x ) = − x + 3 , representando esta


situação através de um gráfico.

2) Calcule a área limitada pelas curvas f(x) = − x 2 + 5 x − 4 e g ( x ) = x − 4 , representando esta


situação através de um gráfico.
3) Encontre a área limitada pela curva y = 4 – x2 e o eixo das abscissas. Resp: 32/3 u.a
4) Encontre a área limitada pela curva y = – 4 + x2 e o eixo das abscissas. Resp: 32/3 u.a
5) Encontre a área S da região limitada pela curva y = sen x e o eixo das abscissas no intervalo [0;
2π]. Resp: 4 u.a
6) Encontre a área limitada por y = x2 e y = x + 2. Resp: 9/2 ua
7) Encontre a área das figuras representadas abaixo:

-55-
a)

Resp: 22 u.a

b)

Resp:ln 2 u.a

-56-
Aula 16

Cálculo de volumes de sólido de revolução

Objetivo: utilizar o conceito de integrais no cálculo de volume

Começaremos investigando a fórmula para obtenção do volume de um sólido obtido através da rotação de
y = f (x) em torno do eixo x

f ( x) ≥ 0

O cálculo do volume total do sólido pode ser efetuado somando-se os volumes “dV” de todos os pequenos
discos de espessura “dx” e raio “y”, como o da figura anterior, existentes entre x=a e x=b. Em termos da
integral definida, temos:

b
VT = ∫ 1dV
a

O volume dV do círculo de espessura dx é calculado:

dV = Abase × altura

então:

dV = πy 2 dx

Substituindo dV na integral, temos:

b
VT = ∫ πy 2 dx
a

Que é forma utilizada pra o cálculo do volume procurado. Vejamos alguns exemplos de utilização da
fórmula anterior

Exercícios resolvidos:
1) Achar o volume do sólido gerado pela rotação da parábola y 2 = 8 x com y ≥ 0 e da reta x = 2.
Solução:

-57-
O gráfico da parábola y 2 = 8 x , que também pode ser escrita
y = 8x e y = − 8x
para x = 0 e x = 2:

2)

A parábola em questão é simétrica em trono do eixo x. Neste caso a rotação da parte positiva de y resulta
um sólido idêntico ao gerado pela rotação de ambas as partes (positiva e negativa). Como ilustração pra o
sólido gerado, temos

O cálculo do volume:
2
V = ∫ πy 2 dx
0

Substituindo y 2 = 8 x temos

2
V = ∫ π 8 xdx = 16π = 50,265 u 3
0

u 3 - unidades cúbicas

, ao redor do eixo y.

4
3) Prove que o volume da esfera é dado por Ve = π .r 3
3
Resolução:
b 2

Volume de um sólido de revolução: V = π ∫ [ f ( y )] dy


a

-58-
x2 + y2 = r 2
x2 = r 2 − y2
f ( y) = x = r2 − y2

y
r

-r

Daí,
⎛ r
( ) ⎞
2 r
r
⎛ 2 y3 ⎞ 4π r 3
Vesfera = 2⎜ π ∫
⎜ 0
r −y
2 2 ⎟

( 2 2
)
dy = 2π ∫ r − y dy = 2π ⎜ r y − ⎟ =
⎜ ⎟
3 ⎠0 3
⎝ ⎠ 0 ⎝

-59-
Aula 17

Exercícios Propostos

1) Calcular o volume do sólido de revolução T gerado pela rotação em torno do eixo dos x da região
1
R, limitada pela curva y = x 2 , o eixo das abscissas e as reta x = 1 e x = 4, conforme mostra a
4
figura.

1023
Resp: π u.v
80

2) Calcular o volume do sólido T gerado pela rotação em torno do eixo dos x da região R, limitada
1 1
pela parábola y = (13 − x 2 ) e pela reta y = ( x + 5) .
4 2
Resp: 24,05 u. v
3) Calcular o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo dos x, da região entre o gráfico
π 3π
da função y = sen x e o eixo das abscissas, de − até .
2 2
Resp: π2 u.v
4) Determinar o volume do sólido gerado pela rotação, em torno da reta y = 4, da região limitada por
y = 1/x , y =4 e x = 4, conforme mostra a figura.

Resp: π ⎛⎜ 255 − 8 ln 16 ⎞⎟ u.v


⎝ 4 ⎠

-60-
Referências Bibliográficas
1- Fleming, Diva Marília, Cálculo A: funções ,limites, derivação, integração / Diva
Marília Fleming, Mirian Buss Gonçalves, 5ª edição São Paulo: Pearson Makron,
1992
2- Stewart, James, Cálculo, volume I / James Stewart, São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2002

3- Thomas Jr, G. B. e Finney, R. L., Cálculo Diferencial e Integral, vol. 1, Livros


Técnicos e Científicos Editora S. A., R. J., 2002

Alguns sites sobre o estudo de funções:

http://penta.ufrgs.br/edu/telelab/mundo_mat/cfuncao/fun_graf.htm
http://www.expoente.com.br/professores/kalinke/estudo/exponenciais.htm
http://www.cepa.if.usp.br/e-calculo/
http://pessoal.sercontel.com.br/matematica/superior/superior,htm

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