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História das 13

colônias inglesas
O início da
colonização
A Rainha Elizabeth I
concede ao nobre Sir. Walter
Raleigh permissão para a
realização de expedições
para o início da colonização
da América. Por causa disso,
a terra é batiza de Virgínia,
em homenagem a rainha
virgem.

Na cédula de doação há uma


preocupação com o metalismo, Gower, G. Elizabeth I (Armada
a fome por ouro e prata, Portrait. Pintura, óleo sobre a
característico da Era Moderna, madeira. 105,0 x 133,0 cm. 1588.

mercantilista.
• O início da colonização fracassa por consequência da
fome, doenças e ataques indígenas.

• É apenas no início do século XVII, sob a dinastia Tudor,


que a Coroa entrega o projeto de colonização às
companhias de Londres e Playmouth.
• Colonização assistemática e de mercado;

• Falta de um projeto colonial realmente efetivo, o


que facilitou o processo de indepedência do país
em 1776;

• Característica da ética protestante: valorização do


trabalho, ócio e luxo como pecado, alfabetização
para livre interpretação da bíblia, poupança.
Problematizações acerca da
historiografia tradicional-conservadora

A primeira Ceia de Ação de Graças (1621),


pintado por Jean L. G. Ferris.
A historiografia tradicional consagrou um grupo seleto de
imigrantes refugiados das guerras religiosas dos séculos
XVI e XVII, os quais, ficaram conhecidos como "os pais
peregrinos" considerados fundadores do país, tendo o
"Mayflower Compact" como documento marco fundador
da ideia de "liberdade" dos Estados Unidos. Em 1621, é
realizada a primeira festa de Ação de Graças dos colonos
com o chefe da tribo indígena wampanoag, Massasoit.
Qual o problema acerca dessa abordagem?
Primeiramente, os peregrinos são considerados pais
apenas da parte "wasp" do país. (white anglo-saxon protestant -
branca, anglo-saxão e protestante). Em segundo lugar, tornar
os peregrinos puritanos como símbolo de identidade do
país inteiro, é ignorar a história dos povos indígenas,
africanos, mulheres despossuídas e crianças
sequestradas que compunham a população da colônia e
suas intrínsecas relações de poder.
O imaginário social puritano também é responsável pela
disseminação da crença que daria origem a doutrina do
"Destino Manifesto". Segundo esta doutrina, os
estadunidenses acreditam que são o povo eleito, escolhido
e predestinado por Deus para "civilizar" o resto do
continente americano, legitimando relações imperialistas com
o resto do continente. Além disso, essa crença ainda no
período colonial será utilizada para justificar a apropriação de
territórios indígenas.
Gast, John. American Progress. Pintura, óleo sobre a tela, 12,75 x
16,15 cm. 1872.

Nessa pintura pode ser observada a construção do


imaginário social puritano de "povo eleito" que daria
origem a crença do Destino Manifesto no século XIX. A
alegoria feminina identificada como Colúmbia representa
os EUA, o livro em suas mãos representa a civilização e
cultura a serem impostas. Do lado esquerdo há uma
tribo indígena sendo expropriada.
“A ocupação das terras indígenas por parte dos colonos
baseava-se em argumentos de ordem teológica. Os
peregrinos haviam se identificado com o
povo eleito que deus conduzia a uma terra prometida. Tal
como Deus dera força a Josué (na Bíblia) para expulsar os
habitantes da terra prometida, eles acreditavam no seu
direito de expulsar os que habitavam a sua Canaã. John
Cotton, pastor puritano, fez vários sermões nos quais
destacou a semelhança entre a nação inglesa e a luta pela
terra prometida descrita no antigo testamento.” (KARNAL,
2007, p. 70-71)
FERRIS, J. L. G. "The Mayflower compact (1620)". Pintura.
Óleo sobre a tela, 1899.
Desmitificando a ideia de que apenas parte da aristocracia,
nobres e intelectuais tivessem imigrado para o Novo
Mundo e por consequência disso os EUA possuiu um
desenvolvimento melhor do que os seus vizinhos
hispânicos e brasileiros. No período colonial das 13
colônias, a Companhia de Londres responsável pela
colonização declarara que seu objetivo era "descarregar no
Novo Mundo tudo que não fosse desejado no Velho." (KARNAL,
2007, p. 50-51). Por exemplo, mulheres para serem
leiloadas, crianças raptadas para serem vendidas como
empregadas.
Outro tipo de força de trabalho, além da escravidão de
africanos utilizada principalmente nas plantações do
Sul, era a chamada servidão temporária (indenturent
servant). De acordo com o contrato desse sistema, o
imigrante que não possuía dinheiro para pagar sua
passagem para o Novo Mundo dispunha alguns anos
de trabalho gratuito à pessoa que pagasse sua
passagem. O problema eram as condições de
transporte e trabalho. De acordo com Karnal (2007), no
decurso do século XVII ocorreram diversas rebeliões de
servos na América do Norte, reivindicando melhores
condições de vida.
colônias do Norte
• Policultura

• Desenvolvimento de um mercado interno

• Relativa autonomia pois não eram condicionadas aos interesses da metrópole

• Desenvolvimento de uma indústria pecuária e de embarcações navais


que será propicia ao comércio triangular, meio usado para a compra de
cana das Antilhas e transformada em rum, a bebida obtinha fáceis
mercados na África e era utilizada na troca de escravos os quais seriam
vendidos para as plantações do sul

• Predominância da pequena propriedade, do trabalho livre, de


atividades manufatureiras.
Colônias do Sul
• Clima mais propício aos interesses metropolitanos

• Voltado ao mercado externo e latifundiário

• Desenvolvimento da indústria do tabaco

• Trabalho servil e escravo

• Pouco desenvolvidas quanto às manufaturas,


dependendo da importação da Inglaterra.
• No mínimo 300 tribos indígenas diferentes com línguas
diversas habitavam a América do Norte antes da chegada
dos europeus como, por exemplo, os cherokees, iroqueses,
algonquinos, comanches e apaches.

• Algumas dessas tribos deram origem a geografia territorial


do país como: Dakota, Delaware, Massachusetts, Iowa,
illinois, Missouri.

• Epidemias, escravização

• Formas de resistência da escravidão africana: lentidão no


trabalho, doenças fingidas, maus-tratos aos animais da
fazenda, fugas, incêndios, assassinatos (especialmente pelo
veneno), automutilações, insurreições.
O processo de independência
(1776 - 1783)
Contexto:
- Iluminismo

- 1ª Revolução Industrial

- Guerra Franco-Indígena (1754 - 1763)

- Guerra dos 7 anos (1756 - 1763)

Consequências da Guerra: vitória dos colonos sobre a França,


sentimento de unidade estadunidense e superioridade
bélica. No entanto, a guerra também fez com que a
Inglaterra impusesse maior presença militar nas colônias.
Lembrete: A colonização, principalmente, na América do
Norte foi feita de maneira assistemática, a metrópole era
ausente, distante e raramente interferia nos assuntos da
Colônia. No entanto, isso muda com a Revolução Industrial e a
Guerra dos 7 anos. A partir disso, a Inglaterra tantara uma
série de medidas restringindo a liberdade e autonomia da
Colônia, as quais, ficarão conhecidas como "Leis da Ruptura"
e "Leis Intoleráveis".
Leis da ruptura ou Atos
Intoleráveis

• Lei do Açúcar (1764): impostos sobre o melaço, artigos


de luxo, vinhos, café, seda, roupas brancas.

• Lei da Moeda (1764): proibição da emissão de papéis de


crédito na colônia usadas como moeda.

• Lei de Hospedagem (1764): imposição sobre a forma a


qual os colonos americanos deveriam abrigar, tratar e
alimentar o exército britânico.
Leis da ruptura ou Atos
Intoleráveis

• Lei do Selo (1765): todos os documentos públicos,


contratos, cartazes foram taxados;

• Medidas de Townshend: impostos sobre vidro, corantes,


chá, etc.

• Consequências: protestos, prisões de representantes


britânicos na colônia, choque entre americanos e
ingleses.
"Massacre de Boston" (1770), gravura por Paul Revere.
• Boston Tea Party: 150 colonos atacam navios britânicos
por causa do preço do chá e da mudança do monopólio
do produto, por consequência disso, a repressão
britânica é aumentada.

• Consequências: interdição do porto, direito de reuniões


são restringidos.
"A destruição do chá no porto de Boston (1773)", litografia por
Nathaniel Currier (1846).
• Influência intelectual: Ensaios sobre o governo civil de John
Locke que discorre sobre o direito à rebelião, os direitos
naturais, preservação da vida, da liberdade e da
propriedade privada.

• Sucessão de batalhas

• Entrada da França e da Espanha na guerra de


independência por troca de territórios

• Vitória na Batalha de Yorktown (1781) liderada por


George Washington
Problematizações a independência norte-americana foi
:

liderada pelas elites coloniais, escravos mulheres e


pobres são excluídos dos ideias de liberdade e da futura
República Federalista.

Consequências: os soldados franceses que haviam lutado na


guerra de independência estadunidense regressaram à
França influenciados pelos ideais de republicanismo e
liberdade que acabariam por enfraquecer o absolutismo e
desencadear a Revolução Francesa (1789).
Constituição (1787)
• Divisão do governo federal em legislativo, executivo e
judiciário.

• Liberdade de expressão, imprensa, laicidade, direito de


reunião pacífica e fazer petições contra atos
governamentais

• 2ª Emenda: porte de armas

• Outras emendas: garantia da propriedade privada,


direito ao júri, direito a um julgamento público,
proibição de multas excessivas e penas cruéis.
REFERÊNCIA
S
KARNAL, Leandro [et al]. História dos Estados Unidos: das
origens ao século XIX. São Paulo: contexto, 2007.

FERREIRA, Emerson Benedito. Eleitos por Deus: o Destino


Manifesto e o imaginário popular estadunidense do século
XIX. Disponível em:
http://www.conteudojuridico.com.br/pdf/cj052307.pdf
Acesso em: 13 de jun. de 2021.

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