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Hannah Arendt

A VITA ACTIVA E A
CONDIÇÃO HUMANA
Hannah Arendt expõe três conceitos da vida
humana, ao qual ela chama de Vita Activa.

 Labor
 Trabalho
 Ação
O Labor...
(...) “é a atividade que corresponde ao
processo biológico do corpo humano, cujos
crescimento espontâneo, metabolismo e
eventual declínio tem a ver com as
necessidades vitais produzidas e introduzida
pelo labor no processo da vida. A condição
humana do labor é a própria vida.”
Condição Humana – Pág. 15
O Trabalho...
(...) “é a atividade correspondente ao artificialismo da
existência humana, existência esta não necessariamente
contida no eterno ciclo vital da espécie, e cuja mortalidade
não é compensada por este ultimo. O trabalho produz um
mundo ‘artificial’ de coisas, nitidamente diferente de
qualquer ambiente natural. Dentro de suas fronteiras
habita cada vida individual, embora esse mundo se destina
a sobreviver e a transcender todas as vidas individuais. A
condição humana do trabalho é a mundanidade.”
Condição Humana – Pág. 15
A Ação...
(...) “única atividade que se exerce diretamente entre os
homens sem a mediação das coisas ou da matéria,
corresponde à condição humana de pluralidade, ao fato
de que homens, e não o Homem, vivem na Terra e
habitam o mundo. Todos os aspectos da condição
humana tem alguma relação com a política; mas esta
pluralidade é espe-cificamente a condição – não apenas a
conditio sine qua non (a condição indispensável), mas a
conditio per quam (condição por)– de toda vida política.”
Condição Humana – Pág. 15
A AÇÃO seria um luxo desnecessário, uma caprichosa
interferência com as leis gerais do comportamento, se os
homens não passassem de repetições interminavelmente
reproduzíveis do mesmo modelo, todas dotadas da mesma
natureza e essência, tão previsíveis quanto a natureza e a
essência de qualquer coisa.
A pluralidade é a condição da ação humana pelo fato de
sermos todos os mesmos, isto é, humanos, sem que
ninguém seja exatamente igual a qualquer pessoa que tenha
existido, exista ou venha a existir.
Condição Humana – Pág. 16
NINGUÉM = NINGUÉM
Há tantos quadros na parede Entre quatro paredes
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas Tudo fica claro
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra Ninguém fica indiferente
Ninguém é igual a ninguém Ninguém é igual a ninguém
Me espanta que tanta gente sinta Me assusta que justamente agora
(Se é que sente) A mesma indiferença Todo mundo (tanta gente) tenha ido embora

Há tantos quadros na parede São todos iguais


Há tantas formas de se ver o mesmo quadro E tão desiguais
Há palavras que nunca são ditas Uns mais iguais que os outros
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
Ninguém é igual ninguém O que me encanta é que tanta gente
Me espanta que tanta gente minta Sinta (se é que sente) ou
(Descaradamente) a mesma mentira Minta (desesperadamente)
Da mesma forma
São todos iguais
E tão desiguais São todos iguais
Uns mais iguais que os outros E tão desiguais
Uns mais iguais que os outros
Há pouca água e muita sede
Uma represa, um apartheid Engenheiros do Hawaii
(A vida seca, os olhos úmidos)
Entre duas pessoas

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