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Materiais

Semicondutores

Aula 8 – junção semicondutora


pn: caraterísticas I-V

Isabel Ferreira
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS RESUMO: Díodo de junção p-n

junção

Região de carga
espacial ~10-4cm
Densidade
+ de carga
- x
Intensidade do campo eléctrico, 

q0=Vbi

=0 x embutido
Isabel Ferreira –MS-2022/2023 Potencial
Junção p-n
Formação da junção
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Junção p-n
Formação da junção
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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS Díodo de junção p-n

A região de transição entre as regiões n e p do díodo em


equilíbrio estático e com tensão (dc) aplicada

Em equilíbrio Com polarização Com polarização


VA=0 directa inversa
VA >0 VA <0

Aula 7 Aula 8

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Princípio de funcionamento de um díodo
Sem polarização
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS

Com polarização inversa

Com polarização directa

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS MATERIAIS Díodo com polarização directa

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1. Tipos de junções
1.2 Junção p-n Formação da junção
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Díodo de junção p-n
Princípio de funcionamento de um díodo
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SEM POLARIZAÇÃO
Díodo de junção p-n
Região de deplecção
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O campo eléctrico é proporcional


ao declive do diagrama
Ec
Ei q0
qp EF
Ev qn
Ei

p xp xn n
x=
0
qn= qp+ qn
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Díodo de junção p-n COM POLARIZAÇÃO

Junção pn com polarização


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Tensão inversa

Tensão directa

Va<0 Va>0
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Díodo de junção p-n
Condição electrostática, polarização directa e inversa

Vp, Vn = potencial de contacto, Vj – potencial da junção


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Região de deplecção

+Vp- -Vj+ +VN- +Vp- -Vj+ +VN-

P N P N

+VA- +VA-

- potencial positivo na região p


- Não há fluxo de corrente - potencial negativo na região n
- Não existe campo eléctrico
no interior das regiões VA tem polaridade oposta a Vj
nep Pelo que reduz a tensão
através da junção de deplecção

Equilibrio térmico Vj=Vbi Polarização directa VA>0, Vj=Vbi-VA


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Díodo de junção p-n
Na condição de O potencial da junção Vbi foi usado
equilíbrio térmico como condição limite para a solução
da equação de Poisson
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Com tensão aplicada Substituir Vbi por Vbi-VA

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Díodo de junção p-n
Densidade de carga  Efeito da polarização directa

qND
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-xp +
x
xn
-
Campo eléctrico 
-qNA
junction
-xp xn
x
V(x)

VA>0

Vbi
x
-xp xn
Vbi-VA
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Díodo de junção p-n
Densidade de carga 
Efeito da polarização inversa

qND
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-xp +
x
xn
-
Campo eléctrico 
-qNA junction
-xp xn
x
V(x)

VA<0

Vbi
x
-xp xn
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Díodo polarizado inversamente
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Resumo díodo polarizado
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Díodo de junção p-n
Conclusões
- o potencial, o campo
Polarização directa eléctrico e a densidade de
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carga são reduzidos

- O aumento no potencial da
junção devido à polarização
Polarização inversa inversa faz alargar a região de
carga espacial
- Como resultado aumenta o
campo eléctrico.

O díodo é similar a uma válvula para um líquido:


só permite a condução num sentido (directo) enquanto que
impede a passagem no sentido
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Díodo de junção p-n
Díodo ideal I
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-VBR VA
-I0

Díodo real

Em muitas aplicações o díodo opera na região de ruptura


e actua com uma tensão fixa (díodo regulador)

Os mecanismo responsáveis pela tensão de ruptura são


Ruptura por avalanche e Ruptura de Zener
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Curva I-V do díodo
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Curva I-V do díodo
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Em equilibrio, sem polarização

Corrente de difusão com


polarização aplicada

Assumindo a corrente de deriva

Corrente do díodo ideal

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Díodo de junção p-n
Junção- Equilíbrio térmico.
- o declive das bandas de
Jn,drift Jn,diff energia são proporcionais
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ao campo eléctrico.
- a pirâmide de cargas no
Ec interior das regiões n e p
EF representa a distribuição
da densidade de cargas
qVbi (produto da densidade de
estados e função de
Ev
Fermi)
Jp,diff Jp,drift - A corrente de difusão e
de deriva são iguais em
amplitude e diretamente
interior da região p Região de Interior da região n opostas
deplecção
- A corrente total é nula

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Díodo de junção p-n
Junção- Polarização directa: VA>0
- A barreira de energia
Jn,diff imposta às cargas é
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Jn,drift reduzida de qVbi para


q(Vbi-VA)
- Mais buracos difundem
Ec’
para a região n
Ec
- Mais electrões
EF
q(Vbi-VA) difundem para a região p
qVbi -Existe um aumento na
Ev’ corrente de difusão
Ev - A corrente de deriva
mantém-se uma vez que
Jp,diff Jp,drift
que a altura da barreira
não tem efeito no nº de
cargas e na sua
capacidade de deriva
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Díodo de junção p-n
Junção-Polarização inversa: VA <0
-O declive das bandas de
energia aumenta e a região
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Jn,drift Jn,diff de deplecção aumenta


(aumento do campo
eléctrico)
- Aumenta a diferença de
Ec
q(Vbi-VA) Ec’ potencial
EF - a corrente de difusão é
qVbi reduzida para além do
equilíbrio térmico uma vez
Ev que poucas cargas têm
Ev’ energia suficiente para
Jp,diff Jp,drift ultrapassar a barreira de
potencial

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Díodo polarizado
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Díodo polarizado
1 2 3
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B
A
C

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Corrente no díodo –portadores
minoritários
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Derivação da equação IV ideal do
díodo
 Assumindo que:
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 O díodo está a operar em condições de


equilibrio
 O perfil de dopagem é em degrau

 O díodo é unidimensional

 Na região neutra prevalece um baixo nível


de injecção de cargas
 Não existem outros processos para além
de deriva, difusão, geração-recombinação
térmica em espcial GL=0
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Derivação da equação ideal do
díodo
 Equações genéricas
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Num semicondutor a corrente é devida ao


movimento do electrões e dos buracos

Num semicondutor
pode existir corrente
de deriva e de
difusão

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Derivação da equação ideal do
díodo
 Regiões de quasi-neutralidade
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=0 
0 =0

Região -xp xn Região


quasi- quasi-
neutra p neutra n

Considerando as
equações de
continuidade para os
portadores
minoritários

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Derivação da equação ideal do
díodo
 Regiões de quasi-neutralidade
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=0 
0 =0

Região -xp xn Região


quasi- quasi-
neutra p neutra n

Como e=0;
dn0/dx=dp0/dx=0

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Derivação da equação ideal do
díodo
 Região de deplecção
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=0 
0 =0

Região -xp xn Região


quasi- quasi-
neutra p neutra n

Equação de
continuidade para
portadores
maioritários

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Derivação da equação ideal do
díodo
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=0 
0 =0

Região -xp xn Região


quasi- quasi-
neutra p neutra n

Se a componente R-
G for nula, então
dJ/dx=0 pelo que

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Derivação da equação ideal do
díodo
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Para a solução das equações da


continuidade é necessário saber qual a
variação de Dn e Dp do lado p e n
respectivamente
Junto à região de deplecção
Junto aos contactos

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Derivação da equação ideal do
díodo
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Junto à região de deplecção

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Derivação da equação ideal do
díodo
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Soluções da equação de continuidade na região quasi-neutra


-xp xn
x

x’

0
Solução
geral

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Derivação da equação ideal do
díodo
Soluções da equação de continuidade na região quasineutra
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Quando x’ tende para infinito exp(x’/Lp) tende par infinito o que acontece quando
A2=0

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Derivação da equação ideal do
díodo
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x=0

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Curva I-V díodo
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Curvas I-V díodo
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Derivação da equação ideal do
díodo
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𝐼 = 𝐼 0 exp (
𝑞𝑉 𝐴
𝜂 𝑘𝑇
−1 )
h é factor de qualidade do díodo :
idealmente é 1 mas pode tomar valores
entre 1 e 2 em díodos reais

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Curva I-V
díodo
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Curva I-V ideal
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Tensão de rutura
 Curva IV díodo
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Díodo de junção p-n
Desvio relativamente à idealidade

Para a polarização inversa a concentração de cargas é inferior


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à concentração de equilíbrio (pn<ni2)


A geração na região de deplecção domina a recombinação

Os pares electrão buracos gerados na região de deplecção conseguem


derivar pelo barreira de potencial

Para valores de polarização inversa elevada a corrente aumenta


acentuadamente e a tensão onde a corrente tende para o infinito é
designada de tensão de ruptura.
“The breakdown voltage”

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Tensão de rutura
 Curva IV díodo
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VBR1/NB0.75

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Díodo de junção p-n
Díodo ideal I
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-VBR VA
-I0

Díodo real

Em muitas aplicações o díodo opera na região de ruptura


e actua com uma tensão fixa (díodo regulador)

Os mecanismo responsáveis pela tensão de ruptura são


Ruptura por avalanche e Ruptura de Zener
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Díodo de junção p-n
Junção pn com polarização
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Tensão inversa

Va<0
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Processo de Avalanche
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A corrente gerada
devido ao impacto-
ionização é

3<m<6

Tensão inversa baixa Tensão inversa próxima de VBR

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Processo de Avalanche
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Díodo de junção p-n
Ruptura de Zener

Processo de Zener Os electrões conseguem atravessar a


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= tunelamento barreira de potencial

Especialmente em junções p-n que são fortemente dopadas em


ambos os lados

Requisitos para o tunelamento

- A existência de uma barreia de potencial


- Um elevado número de electrões disponíveis de um lado da barreira e
um largo números de espaços vazios do outro lado, com energia igual

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Díodo de junção p-n
Ecp Desvio da banda de condução
abaixo da banda de valência da
Altura da barreira região-p
Estados vazios
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Evp
Ecn
Estados preenchidos

Evn
Tunelamento

Quando o tunelamento começa, uma corrente inversa


adicional faz aumentar a diferença entre a banda de
condução do lado n e a banda de valência do lado p

Mais electrões ficam disponíveis para atravessar a


barreira
Corrente inversa elevada
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Processo de Zener-díodo de Zener
Tunelamento num junção
díodo polarizada
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inversamente

Condições para haver


tunelamento:

1) A barreira de potencial
ser estreita e elevada
2) Haver estados
preenchido de um lado
da junção e vazios do
outro lado
3) A largura da barreira
deve ser tipicamente
<10nm

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Díodo de Zener
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Díodo de Zener-algumas características
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Geração-recombinação
Díodo ideal I
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-VBR VA
-I0

Díodo real

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Geração-recombinação
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Para tensão inversa > alguns kT/q

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Resistência Série
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Díodo em Polarização inversa
 Carga armazenada na junção
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C=edA/d

Num condensador plano

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Díodo de junção p-n
Carga
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Capacidade da região de deplecção

conductância

Y=AX+B
Y=1/C2
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X=VR
Díodo de junção p-n
y=Kx+Ky0
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