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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

UNIVASF

Colegiado de Engenharia Elétrica


CENEL

Estudo de Fluxo de Potência

Prof. Dr. Adeon Pinto


Sistemas Elétricos I

Sistemas Elétricos I – Prof. Adeon Pinto Julho/ 2017


Fluxo de Potência

Introdução ao Estudo de Fluxo de Potência


Capacidade de transmissão
Na condução de energia elétrica por linhas de transmissão, há um valor
máximo de energia, acima do qual a linha não consegue aumentar a energia
transferida. Quando isso ocorre, diz-se que a linha atingiu a sua capacidade
estática de transmissão ou seu limite de estabilidade estática.
Considere o trecho de linha ilustrado abaixo, na análise inicial.
Vi

Barra i Barra j
I   i   j

Sij S ji Vj
Z  R  jX
Vi  Vi  i V j  Vj  j

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Pode-se determinar uma expressão para as potências ativa e reativa da linha
da figura anterior, a partir das seguintes condições:

1) Conhecem-se as tensões Vi e Vj nas barras e a impedância Z da linha;

2) As potências aparentes Sij e Sji poderão ser numericamente diferentes entre


si, devido às perdas;
(Obs.: A potência é considerada positiva quando sai da barra).

3) A corrente da linha é a mesma em qualquer ponto e, é dada por:

Vi  V j
I
Z

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Ainda, a potência complexa que flui da barra i para a barra j é dada por:

Vi*  V*j
Sij =Pij  jQij  Vi I *  Vi *
Ou ainda:
Z

2 
j  i  j 
Vi  Vi V j e
Sij =
R  jX *
Sendo que a potência no sentido oposto é dada por:

S ji =Pji  jQ ji  Vj   I 
*

2 
j  j  i 
V j  Vi V j e
S ji =
R  jX **
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Desenvolvendo as equações das potências e separando as partes real e
imaginária, temos:

Pij 
1
R X
2 2
R Vi 
2
 R Vi V j cos   X Vi V j sen  
Qij 
1
R X
2 2
X Vi 
2
 X Vi V j cos   R Vi V j sen  
Pji 
1
R X
2 2
R V j2
 R Vi V j cos   X Vi V j sen  
Q ji 
1
R X
2 2
X V j 
2
 X Vi V j cos   R Vi V j sen  

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Em condições ideais, onde R=0, as equações referentes às potências ativas,
serão:
Vi V j
Pij  Pji  sen 
X
Para tensões e reatâncias constantes, a potência será máxima para =90°.

Vi V j
Pmax 
X
Ou ainda, temos:

Pij =Pmax sen 

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Pode-se observar que:

1) A maneira de variar, mais eficientemente, a potência ativa transmitida é


alterando o ângulo de potência,;

2) Um aumento de carga ter-se-á o crescimento da potência transmitida, mas só


com o aumento de ;

3) Para Pij=Pmax, =90°, este será o limite de estabilidade estática. Qualquer


tentativa de aumento de Pij levará à perda de sincronismo entre as barra i e j;

4) Ainda tem-se: a) Pmax cresce com o produto das tensões e b) Pmax é


inversamente proporcional à reatância da linha;

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Graficamente, esta figura ilustra o item 3, ou seja, apresenta o comportamento
da potência de linha em função do ângulo de potência.
Pij

Pmáx

-90°
90° δ

-Pmáx
nesta faixa a potência esta sendo transmitida
de maneira estável de i  j
nesta faixa a potência esta sendo transmitida
de maneira estável de j  i

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Exemplo 1

Compare duas LTs de 160 km de extensão: uma com as tensões Vi=Vj=140 kV e


X=80 Ω com um condutor por fase e a outra linha com Vi=Vj=765 kV e X=55 Ω,
com quatro condutores por fase.

1402
Pmax140 kV    245 MW
80
7652
Pmax 765 kV    10600 MW
55
Pmax  765 kV  10600
  43, 23  a LT de 765 kV conduz a mesma potência de
Pmax 140 kV  245
43 linhas de 140 kV

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Característica da carga

Existem diversos modos de se classificar uma carga:

a) Quanto ao tipo de carga:


 Motores, equipamentos de aquecimento, equipamentos eletrônicos, etc.

b) Quanto às diferenças elétricas principais entre os equipamentos:

 Tamanho, mono ou trifásico, constância de carga, etc.

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Embora as cargas, individualmente, seja aleatórias, as cargas vistas por um
sistema de transmissão serão concentradas e, variam de maneira previsível:
 Com as horas do dia;
 Com os dias da semana;
 Com as estações do ano.

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Dependência da carga com tensão e frequência

a) Carga simples, tipo impedância:


2
2 V
P  jQ  V Y  *

Z*
A potência ativa é dada por:

V 2  V2  2

   R  j L  RV
P  Re  Re  
 Z*   R  j L R  j L  R 2   2 fL 2
   

Enquanto a potência reativa é dada por:


V 2 2 fL V
2

Q  Im    2
 Z*  R   2 fL 
2

 
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Observa-se que:
 P e Q crescem com o quadrado do acréscimo da tensão;

 P e Q decrescem com o quadrado do acréscimo da frequência;

Temos, de maneira geral:

P  f1 ( f ,V )

Q  f 2 ( f ,V )

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Grandezas em Por-Unidade (pu)

b) Carga composta

Também variam com V e f, mas não há uma relação simples como para a
impedância. (utiliza-se métodos empíricos).
Em geral em SEP, o interesse maior está nas variações de P e Q provocadas
por pequenas variações de f e v .

P P
P  f  V
f V
Q Q
Q  f  V
f V

Obs.: Para cargas compostas, as 4 derivadas parciais são obtidas empiricamente.

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Grandezas em Por-Unidade (pu)

c) A carga média ou típica

Esta apresenta uma composição onde 60% são motores de indução, 20% são
motores síncronos e 20% são outros “tipos” (equipamentos de aquecimento,
iluminação, etc.), sendo:

P Q P Q
1  1,3 1 e indeterminado,
V V f f
pois Q é pouco sensível a f

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Grandezas em Por-Unidade (pu)

c1) As cargas tipo impedância variam P e Q com o quadrado da tensão.

As cargas compostas variam P linearmente (P/V=1) e Q entre linear e


quadrado com V (P/V=1,3). Logo, conclui-se que cargas compostas dependem
menos da tensão.

c2) As cargas tipo impedância decrescem com o aumento de f.

A predominância de motores explica tal fato (cargas sempre aumentam com o


aumento da frequência (velocidade angular)).

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A potência ativa e seus efeitos sobre a frequência do sistema

Razões para se manter “f” dentro de limites:

 Os acionamentos e os controles (CLPs) são projetados para operarem


alimentados por uma onda senoidal em 60 Hz.

 Os medidores de energia;

 Os relés de proteção.

De uma maneira geral pode-se afirmar que os frequencímetros são os


“termômetros clínicos” dos SEPs.

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Mecanismo carga-frequência

50 Hz
Valores normalmente aceitos:  0,05 Hz
60 Hz

Variação na carga  aumento ou decréscimo de I  aparecimento de um


conjugado de desaceleração  alteração da frequência.

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Manifestação de instabilidade no sistema
 Fuga de sincronismo aperiódica
δ

 Oscilações pouco amortecidas, mantidas ou crescentes


δ δ

t t
Oscilação não amortecida Oscilação crescente

 Colapso de tensão
 Operação fora do sincronismo

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Esquemas de controle de emergência

Os esquemas automáticos mais comuns são:

 Esquema de alívio de carga por subfrequência;

 Esquema de corte de carga por subtensão;

 Esquema de corte de carga por variação do fluxo de potência;

 Esquema de corte de geração por sobrefrequência;

 Esquema de ilhamento de usinas térmicas por subfrequência;

 Abertura controlada de linhas por relés durante oscilações;

 Religamento automático de linha de transmissão.

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A potência reativa e seu efeito sobre a tensão do sistema

Vimos anteriormente que, o balanço de potência ativa e mantido desde que a


frequência seja mantida constante.

Veremos aqui que se a tensão for mantida constante, então haverá equilíbrio
entre reativo gerado e consumido.

Seja o sistema abaixo:

V1 Barra 1 Barra 2 V2
S=P+jQ
V1 é mantido
constante
I jX
P+jQ P+jQ
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V2  V1  IZ
P  jQ P  jQ
S  V1 I *  P  jQ  I *

V1 V1
Substituindo I na equação anterior e que Z  jX :

 P  jQ  X X
V2  V1    jX  V1  Q  j P
 V1  V1 V1

Ilustrando esta equação através de um diagrama fasorial, temos:


V1

X
- Q
V1
V2
X
-j P
V1
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Da figura observa-se que:

a) Variações de potência ativa, P, afetam pouco a tensão V2;

b) Variações de potência reativa, Q, afetam bastante a tensão V2.

Dobrando Q, V2 decresce muito. Observa-se ainda que, se Q fosse capacitivo


na figura anterior, V2 ficaria maior que V1.
V1

X
- Q
V1
V2' V2
X
-j P
V1
V2''
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Amostra de um estudo de fluxo de carga
Para o sistema de duas barras abaixo e, sabendo-se que:
 V1=V2=1,0 pu;
 X=0,03 pu;
 SD1=10+j3 pu (carga na barra 1);
 SD2=20+j10 pu (carga na barra 2);
 PG1=20 pu (geração de ativo na barra 1);
 PG2=10 pu (geração de ativo na barra 2);
Pede-se: 12, QG1, QG2 e as perdas.
G1 G2
SG1 =PG1 +jQG1 SG2 =PG2 +jQG2

V1 1 2 V2

S12 =P12 +jQ12 jX S21 =P21 +jQ 21


SD1 =PD1 +jQ D1 SD2 =PD2 +jQ D2

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Solução:

Sendo PD2 =20 pu e PG2 =10 pu, conclui-se que deverá vir da barra 1 a potência P12 =10 pu,
assim temos (sendo R=0):

V1 V2
P12 =  P21 = sen
X
P X 10×0,03
sen  12 = = 0,3
V1 V2 1× 1

  arc sen 0,3   17,5°

Conhecendo-se δ, podemos obter o fluxo de potência reativa na linha:

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Q12 = 2
1
R +X 2
X V1
2
 X V
1 V2 cos  R V1 V2 sen  =
1
0,031  cos17,5°  = 1,54 pu

Q21 = 2
1
R +X 2
X V2
2
 X V
2 V 1 cos + R V2 V 1 sen  =
1
0,031  cos17,5°  = 1,54 pu

Logo as potências reativas saem das barras em ambos os extremos, isto é, as perrdas reativas

Q = 1,54 +1,54 = 3,08 pu


As potências reativas geradas nas duas barras são:

QG1 = QD1  Q12  3+1,54 = 4,54 pu

QG2 = QD2  Q21  10+1,54 = 11,54 pu


Estas potências reativas geradas QG1 e QG2 devem ser geradas pelosgerdaores e/ou por
capacitores, para manter V1  V2  1, 0 pu
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Algumas Observações Importantes:

1. As equações vistas anteriormente (Pij, Pji, Qij e Qji) contém seis variáveis. Para
resolvê-las precisa-se especificar três, assim as outras três serão incógnitas.
Neste exemplo, foram especificados: módulos da tensões das barras (V1e
V2) e P12.
2. Caso se especifique =30° e V1=V2=1,0, teríamos:

V1 V2 1 1
P12 =  P21 = sen  0,5  16, 67 pu
X 0, 03
Q12 =
1
X2  2
V1  V1 V2 cosδ =
1
0,031  1 0,866 =4,47 pu
Q21 =4,47 pu

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Características de funcionamento de um sistema

Tomemos, como exemplo, o esquema visto anteriormente:

G1 G2
SG1 =PG1 +jQG1 SG2 =PG2 +jQG2

V1 1 2 V2
Linha de transmissão

S12 =P12 +jQ12 R  jX S21 =P21 +jQ 21


SD1 =PD1 +jQ D1 SD2 =PD2 +jQ D2

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G1 G2
SG2
SG1
V1 1 2 V2

Zsérie
SD1 SD2
Yshunt Yshunt

Defini-se a potência de barra como sendo a potência gerada menos a potência


consumida.
SV =SGV  SDV
Potência da barra 1=P1 +Q1   PG1  PD1   j  QG1  QD1 
Potência da barra 2=P2 +Q2   PG2  PD2   j  QG2  QD2 

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Defini-se a potência de barra como sendo a potência gerada menos a potência
consumida.
S=SG  SD

V1 1 2 V2
J1  IG1 -I D1 J 2  IG2 -I D2

S1  SG1 -SD1 S2  SG2 -SD2


Zsérie
Yshunt Yshunt

Símbolo para "Fonte de Potência de Barra"

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Equilíbrios a serem mantidos:

a) Potência ativa gerada é a potência ativa consumida (demandada) + perdas


ativas;

 Potência ativa controlada pelos reguladores de velocidade.

b) Potência reativa gerada é a potência reativa consumida + perdas reativas.

 Potência reativa controlada pela excitação dos geradores síncronos.

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As Equações Estáticas do Fluxo de Carga (EEFC)

1. Balanço de corrente

Barra 1 Barra 2

J1 =IS1 +IL1 J 2 =IS2 +IL2

S1*
=V1Y+
 V1  V2  S*2
=V2 Y+
 V2  V1 
V1* Z V2* Z

2. Parâmetro da linha
j
Y=
XC
π 
j -α 
Z=R+jXL  X L e 2 

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3. Balanço de corrente

V1 =V11
V2 =V2 2

Retornando S=SG  SD

S1 =SG1  SD1  PG1  jQG1   PD1  jQD1   PG1  PD1  j  QG1  QD1 

S2 =PG2  PD2  j  QG2  QD2 

Desenvolvendo as equações das correntes, através da substituição destas nas


equações dos parâmetros da linha e nas tensões de barra, obtemos as equações
do fluxo de carga (EEFC).

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2
V1 V1 V2
PG1  PD1  sen  α   sen α   δ1  δ2    0
XL XL

2
V2 V1 V2
PG2  PD2  sen  α   sen α   δ1  δ2    0
XL XL

2 2
V1 V1 V1 V2
QG1  QD1   cos  α   cos α   δ1  δ2    0
XC XL XL

2 2
V2 V2 V1 V2
QG2  QD2   cos  α   cos α   δ1  δ2    0
XC XL XL

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Grandezas em Por-Unidade (pu)

Características importantes das EEFC

1) As equações são algébricas mas não lineares;

2) Relacionam tensões e potência: as correntes estão implícitas, assim como a


frequência (cte, pois é regime permanente);

3) O balanço da potência ativa pode ser obtido somando as duas últimas


equações das potências ativa.

sen  α   2 
 
2
PG1  PG2  PD1  PD2  V  V  2 V V cos δ  δ
X L 
2 
1 2 1 2 1

geração consumo perdas ativas (PL)

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De maneira análoga, o balanço de potência reativa pode ser obtido:
2 2
cos  α   2 
V1  V2
V1  V2  2 V1 V2 cos  δ1  δ2   
2
QG1  QG2  QD1  QD2  
XL   XC

geração consumo perdas reativas (QL) geração na


linha

As EEFC possuem 3 parâmetros fixos (, XL e XC) e 12 variáveis. São elas: PG1,
PD1, V1, 1, QG1, QD1, PG2, PD2, V2, 2, QG2 e QD2.

São 4 equações não lineares e 12 incógnitas! Portanto, para resolver as


EFCC, deve-se fixar 8 valores, para que se tenha 4 incógnitas e, assim, possa-se
tentar uma solução.

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Classificação das variáveis do sistema
a) Variáveis não controladas (ou de perturbação)
São dadas pelo vetor de perturbação p:
 p1 
p 
p=  2 
 p3  Estas variáveis são determinadas pelo consumo.
 
p4 
b) Variáveis de estado e de controle
b-1) Variáveis de estado: são aquelas utilizadas para controlar as variáveis
de controle
 x1   1 
δ
x   V 
 1
x=  2  =  
 x3  δ2 
  
 x 4   V2 
b-2) Variáveis de controle: são as saídas dos geradores.
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Solução das EEFC (para duas barras)

 u1   PG1 
u  Q 
u=  2  =  G1 
 u 3   PG2 
   
 4   G2 
u Q
a) Método ideal

Etapa 1: admite-se conhecida a demanda do consumidor (4 parâmetros p –


perturbações).

Etapa 2: especifica-se 4 potências geradas nas barras (4 variáveis de controle


u – geração).

Etapa 3: as variáveis de estado x (tensões e ângulos) podem ser


determinadas: 4 equações e 4 incógnitas.

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Porque não pode proceder a solução das EEFC desta forma, apresentada no
Método ideal?

I - As potências geradas não podem ser especificadas.

Potência gerada = Demanda + Perdas

As Perdas são desconhecidas pois


dependem das variáveis de estado (x –
ângulos e módulos das tensões)

A solução é especificar duas destas quatro variáveis (incógnitas), por


exemplo, PG2 e QG2 são especificadas e PG1 e QG1 permanecem como incógnitas.

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II – Tem-se sempre que ter uma tensão como referência.

Desta forma, 1 ou 2 deverão ser especificados em 0°: 1=0° ou 2=0°.

V1δ°
δ° V10
δ°

V2   δ° V20

Consequentemente, a etapa 3 não poderá ser cumprida, pois uma das


variáveis, normalmente, é especificada 1=0° ou 2=0°.

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b) Método real
Etapa 1: repete-se a etapa 1 anterior (método ideal): os 4 parâmetros p
(perturbação) são conhecidos (PD1, QD1, PD2 e QD2);

Etapa 2: especifica-se duas das quatro potências geradas. Por exemplo, PG2 e
QG2 são especificadas e PG1 e QG1, deixadas como incógnitas;

Etapa 3: especifica-se duas das quatro variáveis de estado x. Normalmente,


V1 é especificado, 1 especificado em 0° com V2 e 2 sendo
incógnitas;

Etapa 4: as 4 EEFC devem ser resolvidas para as incógnitas V2, 2, PG1 e
QG1.

Conclusão: a desvantagem deste procedimento é que V2 é uma incógnita.


Quando for obtida, pode-se verificar que seu valor está muito acima ou muito
abaixo do valor nominal, o que pode ser indesejável.

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Grandezas em Por-Unidade (pu)

Um Sistema com n Barras


As quatro equações do fluxo de carga podem ser expressas,
simplificadamente, por:

f1  x, u, p  =0 para i=1, 2, 3 e 4  equações

Ou ainda, estas podem ser reescritas como uma única equação vetorial (forma
vetorial das EEFC).
 f1   x1   u1   p1 
f  x  u  p 
f=  2  x=  2  u=  2  p=  2 
 f3   x3  u3   p3 
       
f 4  x4  u 4  p4 

Resumindo: até este ponto o estudo envolveu 2 barras. Foram 4 equações (22
barras), 12 variáveis (62 barras).

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Para n barras tem-se 2n equações e 6n variáveis. Sendo as 6n variáveis:

n módulos de tensões Vi ;

n fases de tensões de barra i;

n potências ativas geradas PGi;

n potências reativas geradas QG1;

n demandas de potência ativa PD1;

n demandas de potência reativa QD1;

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Então a forma matricial da equação anterior será de 2n:

 δ1 
   PG1   PD1 
 V1  Q  Q 
 x1  δ   u1   G1   p1  
D1 

x   2  u   PG2   p   PD2 
   
x=  2  =  V2  u=  2  = Q G2  p=  2    Q D2 
       p3 
           
x4    u 4    p4   
δ n   PGn   PDn 
V  Q  Q 
 Gn   Dn 
 n 

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Restrições práticas das variáveis de estado e de controle

a) Variáveis de estado

• Vi-min< Vi< Vi-max, ou seja, o módulo de qualquer tensão deve estar


dentro de uma faixa. Em geral, admite-se Vi ± 5 ou 10%.

• O ângulo de potência máximo para uma linha ij é especificado: i-j< i-


jmax

a) Variáveis de controle
• As fontes de P e Q possuem limitações de projeto, que podem levar às
seguintes restrições:
PGi-min < PGi < PGi-max

QGi-min < QGi < QGi-max

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Classificação das Barras

• Barra Tipo 1: conhece-se PDi e QDi e especifica-se PGi e QGi. Esta é denominada
uma barra de carga (barra PQ).

Solução das EEFC: Vie i.

• Barra Tipo 2: conhece-se PDi e QDi e especifica-se Vi e PGi. Esta é


denominada uma barra de tensão controlada (barra PV).

Solução das EEFC: QGi e i.

• Barra Tipo 3: conhece-se PDi e QDi e especifica-se Vi e i0. Esta é


denominada uma barra de referência ou barra oscilante.

Solução das EEFC: PGi e QGi.

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O Fluxo de Carga e sua Definições

É tarefa do engenheiro eletricista selecionar a(s) melhor(es) condição(ões).


Esta escolha é feita após o estudo do fluxo de carga.

Considerações importantes:

• Em cada instante, a potência gerada deve ser igual à potência consumida


(incluindo perdas);
• As linhas de transmissão não devem operar próximo de seus limites de
estabilidade;
• As tensões nas barras devem estar dentro de limites aceitáveis;
• No sistema em estudo Si deve atender às exigências contratuais e técnicas do
sistema interligado;
• Deve prever as faltas, tentar minimizar seus efeitos no sistema.

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As EEFCs na Forma Genérica

 J1   Y Y
11
 Y
12
  V
1n
 
1
         
J Y
 2    21 22Y  Y V
2n   2 
.
      

       

J n  Yn1 Yn2 Ynn  Vn 

J bus Y
 .V
bus

bus

Tensões de nós (tensões de barra)


Admitâncias nodais de barra
Correntes que chegam aos nós (correntes de barra)

Y Soma algébricas de todas as admitâncias incidentes no nó i
ii

Y admitâncias que ligam os nós i e j com sinal negativo
ij

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
Colegiado de Engenharia Elétrica

FIM
da Apresentação

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