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Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas


Departamento de Engenharia Elétrica

Análise de Sistemas Elétricos

Prof. Fabrício Augusto


E-mail: fabricio.moura@uftm.edu.br
AGENDA

1. Introdução
2. Grandezas por unidade
3. Modelagem monofásica dos equipamentos elétricos
4. Fluxo de potência nos sistemas elétricos
5. Cálculo de faltas simétricas
6. Transformações matemáticas e componentes simétricas
7. Cálculo de faltas assimétricas
Introdução ao Estudo de Fluxo
de Potência
1.1- Capacidade de Transmissão

• Existe um valor máximo de energia que uma linha pode


transmitir, acima do qual a linha não consegue aumentar
a energia transferida a qual é conhecida por capacidade
estática de transmissão ou limite de estabilidade estática.
I Z
Z

Vi
Vi Vj Vj

•Pode-se determinar uma expressão para as potências ATIVA e


REATIVA, conhecendo-se as seguintes condições:

• Vi e Vj nas barras
• Z da linha
• I da linha
Z

Sij Sij Sji


Sji

•As potências Sij e Sji serão diferentes entre si, devido às


perdas. Ambas são consideradas positivas quando saem
das barras
Vi − V j
I=
Z
•As tensões Vi e Vj possuem ângulos de fase i e j
respectivamente. A potência da barra i para a barra j é dada
por:
•Enquanto que a potência
Vi* − V j* no sentido inverso é dada
Sij = Pij + jQ ij = Vi .I* = Vi.
Z* por:
Sji = Pji + jQji = Vj . (-I)*
• ou ainda:

(
j i − j ) (
j  j −i )
Vi − Vi . V j . e
2 2
V j − Vi . Vj . e
Sij = S ji =
R − jX R − jX
•Considerando  = i - j tem-se:

Pij = 2
1
R +X 2
2
(
R Vi − R Vi . Vj cos  + X Vi . Vj sen  )
Qij = 2
1
R +X 2 (
X Vi − X Vi . Vj cos  − R Vi . Vj sen 
2
)
Pji = 2
1 
 R V
2
− R V . V cos  − X V . V sen  
R + X2  
j i j i j

Q ji = 2
1 
 X V
2
− X V . V cos  + R V . V sen  
R + X2  
j i j i j

•Fazendo R=0 (Pij = - Pji → não existem perdas de potência ativa)


Vi V j
Pij = −Pji = . sen 
X
Vi V j
Pij = −Pji = . sen 
X

Esta expressão apresenta máximo com tensões e


reatância constantes para  = 90o

Vi V j
Pmax =
X

Pij = Pmax . sen 


•A maneira mais eficiente de
Pij = Pmax . sen  alterarmos a potência ativa que
transita pela linha é pela variação do
ângulo de fase 

•A um aumento de carga ter-se-á o


crescimento da potência transmitida, a
qual só ocorrerá com o aumento de .

•Para Pij = Pmax,  = 90o. Este será o


limite de estabilidade estática:
qualquer tentativa de aumento na
potência Pij levará à perda de
sincronismo entre as barra i e j.
Vi V j
Pmax = •Pmax cresce com o produto das
X tensões
•Pmax é inversamente proporcional à
reatância da linha

•Observe o seguinte exemplo:


Comparemos duas LT’s de 160 Km de extensão:
uma com as tensões V i = Vj = 140 kV e X
= 80 , com um condutor por fase, e a
outra linha com Vi = Vj = 765 kV e X = 55
, com quatro condutores por fase:
Pmax (140 kV) = 1402 / 80 = 245 MW
Pmax (765 kV) = 7652 / 55 = 10.600 MW

Observa-se que a LT de 765 kV conduz a


mesma potência de 43 linhas de 140 kV!
1.2- Características das cargas

•Classificação das cargas:

▪Quanto ao tipo de carga (motores, equipamentos de


aquecimento, equipamentos eletrônicos e de iluminação)

▪Quanto às diferenças elétricas principais entre


os equipamentos (tamanho, mono ou trifásico, constância
de carga, ciclo de funcionamento)
RESULTADOS DE MEDIÇÕES TENSÃO, POTÊNCIAS
ATIVA E REATIVA E FATOR DE POTÊNCIA,
DURANTE UMA SEMANA, NO LADO DE 220V DE
UM TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO DE RUA:

TENSÃO:
RESULTADOS DE MEDIÇÕES TENSÃO, POTÊNCIAS ATIVA E
REATIVA E FATOR DE POTÊNCIA, DURANTE UMA SEMANA, NO
LADO DE 220V DE UM TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO
DE RUA:
POTÊNCIA ATIVA:
RESULTADOS DE MEDIÇÕES TENSÃO, POTÊNCIAS ATIVA E
REATIVA E FATOR DE POTÊNCIA, DURANTE UMA SEMANA, NO
LADO DE 220V DE UM TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO DE
RUA:
POTÊNCIA REATIVA:
Fator de Potência

0,70
0,75
0,80
0,85
0,90
0,95
1,00
17/10/02 - 09: 40
17/10/02 - 13: 10
17/10/02 - 16: 40
17/10/02 - 20: 10
17/10/02 - 23: 40
18/10/02 - 03: 10
18/10/02 - 06: 40
18/10/02 - 10: 10
18/10/02 - 13: 40
18/10/02 - 17: 10
18/10/02 - 20: 40
19/10/02 - 00: 10
19/10/02 - 03: 40
19/10/02 - 07: 10
19/10/02 - 10: 40
FATOR DE POTÊNCIA:

19/10/02 - 14: 10
19/10/02 - 17: 40
19/10/02 - 21: 10
20/10/02 - 00: 40
20/10/02 - 04: 10
20/10/02 - 07: 40
20/10/02 - 11: 10
20/10/02 - 14: 40
20/10/02 - 18: 10
20/10/02 - 21: 40
21/10/02 - 01: 10
21/10/02 - 04: 40
DISTRIBUIÇÃO DE RUA:

21/10/02 - 08: 10

Data e Hora
21/10/02 - 11: 40
21/10/02 - 15: 10
21/10/02 - 18: 40
21/10/02 - 22: 10
Período: de 17/10/2002 a 24/10/2002

22/10/02 - 01: 40
22/10/02 - 05: 10
22/10/02 - 08: 40
22/10/02 - 12: 10
NO LADO DE 220V DE UM TRANSFORMADOR DE

22/10/02 - 15: 40
22/10/02 - 19: 10
22/10/02 - 22: 40
23/10/02 - 02: 10
RESULTADOS DE MEDIÇÕES TENSÃO, POTÊNCIAS ATIVA E
REATIVA E FATOR DE POTÊNCIA, DURANTE UMA SEMANA,

23/10/02 - 05: 40
23/10/02 - 09: 10
23/10/02 - 12: 40
23/10/02 - 16: 10
23/10/02 - 19: 40
23/10/02 - 23: 10
24/10/02 - 02: 40
24/10/02 - 06: 10
24/10/02 - 09: 40
24/10/02 - 13: 10
24/10/02 - 16: 40
24/10/02 - 20: 10
24/10/02 - 23: 40
25/10/02 - 03: 10
25/10/02 - 06: 40
CURVA DE CARGA DO SISTEMA INTERLIGADO
BRASILEIRO NO DIA 30/6/2002, QUANDO OCORREU
A DECISÃO DA COPA DO MUNDO, NO JAPÃO, COM O
JOGO DE FUTEBOL
BRASIL 2 x 0 ALEMANHA
1.2.1- Dependência da carga com a tensão e freqüência
a) Carga simples, tipo impedância
2
2 V
P + jQ = V .Y* =
Z*

V 2   V2
2 V 2  2fL V
2
R + jL  R. V Q = Im  = 2
P = Re   = Re  x  P=
R 2 + (2fL )  R + (2fL)
2
 Z *   R − jL R + jL  2  Z *

Pode-se observar assim que:


•P e Q crescem com o quadrado do acréscimo da tensão,
•P e Q decrescem com o quadrado do acréscimo da freqüência.

P = f1(f, V) Q = f2(f, V)
1.2.1- Dependência da carga com a tensão e freqüência
b) Cargas compostas

•Também variam com V e f, entretanto não há uma


relação simples como para a impedância

P P Q Q
P = f + V Q = f + V
f V f V
1.2.1- Dependência da carga com a tensão e freqüência
B- Cargas médias ou típicas

•60% são motores de indução, 20% são motores síncronos e


20% são outros “ingredientes”

P Q P
=1 = 1,3 =1
V V f
B.1- As cargas tipo impedância variam P e Q com o quadrado da tensão. As cargas
compostas variam P linearmente com V (P/V = 1) e variam Q entre linear e
quadrado com V (Q/V = 1,3). Logo conclui-se que cargas compostas dependem
menos da tensão

B.2- As cargas tipo impedância decrescem com o aumento de f. As cargas


compostas aumentam com o aumento da freqüência: a predominância de motores
explica isso (suas cargas sempre aumentam com o aumento da freqüência
(velocidade))
1.3- A potência ativa e seus efeitos sobre a freqüência do sistema

Valores de freqüências
normalmente aceitos
1.3.1 – O mecanismo carga-freqüência
a) Caso ideal

•Se G está sincronizado com a rede, ele girará na


mesma velocidade.
•A geração de potência ativa é controlada pelo
conjugado da máquina primária
1.3.1 – O mecanismo carga-freqüência
b) Caso real
•No mesmo instante em que ocorre a variação da carga, surgirá na
máquina um conjugado de desaceleração, oposto ao conjugado de
aceleração
•A freqüência se alteraria
•A potência ativa será constante se a freqüência ficar constante
1.4- A potência reativa e seu efeito sobre a tensão do sistema

•Se a tensão ficar constante, haverá equilíbrio de reativo

V2 = V1 – I . Z P − jQ P − jQ
N = V1 x I*  P + jQ
I= *
=
V1 V1

 P − jQ  X X
V2 = V1 −  . jX = V1 − Q − j P
 V1  V1 V1
 P − jQ  X X

V2 = V1 −  
. jX = V1 − Q − j P
 V1  V1 V1

•Dobrando Q, V2 decresce muito

•As variações de potência ativa P afetam muito pouco a tensão V2


•Variações de potência reativa Q afetam bastante a tensão V2
1.5- Exemplos simplificados de estudos de fluxos de potência

EXERCÍCIO A
Para o sistema de duas barras e,
sabendo-se que:
•V1| = |V2| = 1,0; X = 0,03
•SD1 = 10 + j3 (carga na barra 1)
•SD2 = 20 + j10 (carga na barra 2)
•PG2 = 10 pu (geração de ativo na
barra 2)
•PG1 = 20 pu (geração de ativo na jQG1 jQG2
12

barra 1)
Pede-se:  12, QG1, QG2 e as perdas.

Valor adotado
PD2 = 20 pu e PG2 = 10 pu

P12 = 10 pu
V1 . V2
Fazendo R = 0: P12 = −P21 = sen 
X
P12 . X 10 . 0,03
sen  = = = 0,3
V1 . V2 1 .1

 = arc sen 0,3 = 17,5o jQG1 jQG2


Conhecendo-se , podemos obter o fluxo de Potência Reativa na linha:

Q12 =
1
X
( 2
V1 − V1 . V2 . cos ) Q12 =
1
0,03
( )
1 − cos 17,5 o = 1,87 pu

Q 21 =
1
X
(V2
2
− V1 . V2 . cos ) Q 21 =
1
0,03
( )
1 − cos 17,5 o = 1,87 pu

Perdas reativas são:


Q = 1,87 + 1,87
Q = 3,74 pu
•As Potências Reativas geradas
nas duas barras são:

QG2 = QD2 + Q21 = 10+1,87 = 11,87 pu

QG1 = QD1 + Q12 = 3 + 1,87 = 4,87 pu

• QG1 e QG2 são reativos a serem 87 87


produzidos pelos geradores e/ou por
capacitores, se quisermos manter
V1 = V2 = 1,0
Observações:
1. As equações abaixo contém seis variáveis |V1|, |V2|, , P12, Q12 e Q21.
Para resolvê-las, deveremos especificar três das variáveis. As outras
três serão incógnitas: no exemplo, foram especificadas: |V1| = |V2| = 1
pu, P12 = 10 pu.
Pij =
1
R +X
2 2
R V
2
(
i − R Vi . Vj cos  + X Vi . Vj sen  )
Qij =
1
R +X
2 2
X V
2
(
i − X Vi . Vj cos  − R Vi . Vj sen  )
Pji =
1  R V 2 − R V . V cos  − X V . V sen  
R 2 + X2  j i j i j

Q ji =
1  X V 2 − X V . V cos  + R V . V sen  
R 2 + X2  
j i j i j
Observações:
2. Caso se especifique  = 30o, |V1| = |V2| = 1,0:
V1 . V2 1 .1
P12 = −P21 = . sen  =
. 0,5 = 16,67 pu
X 0,03
Q12 =
1
X
(
V1 − V1 . V2 . cos =
2 1
0, 03
)
(1 − 1.0,866 ) = 4, 47 pu
Q21 = 4,47 pu

3. IMPORTANTE: Especificando P12 = 10 pu, Q12 = Q21 = 0:

Este caso não pode ser viabilizado, pois não tem como
transmitir potência ativa sem que a linha absorva reativo
EXERCÍCIO B
Os dados iniciais para o sistema de transmissão abaixo são:
Vn = 345 kV; L=80 km; z = 5 + j40 []

Pede-se:
a) Calcular as potências ativa e reativa em cada extremo.
b) Calcular as perdas ativa e reativa.

Z = R + jX
Z = R + jX
I) Para Vi = 345 kV10o e Vj = 360 kV0o

1
Pij = (5 x 345 2 – 5 x 345 x 360 x cos 10o + 40 x 345 x 360 x sen 10o)
5 2 + 40 2
Pij = 520,77 MW
1
Pji = 2 2 (5 x 360 – 5 x 345 x 360 x cos 10 – 40 x 345 x 360 x sen 10 )
2 o o
5 + 40
Pji = -508,46 MW P = Pij + Pji = 12,31 MW
1
Q ij = 2 (40 x 345 – 40 x 345 x 360 x cos 10 – 5 x 345 x 360 x sen 10 )
2 o o
5 + 40
2

Qij = -147,30 MVAr


1
Q ji = 2 (40 x 360 – 40 x 345 x 360 x cos 10 + 5 x 345 x 360 x sen 10 )
2 o o
5 + 40
2

Qji = 245,73 MVAr Q = Qij + Qji = 98,43 MVAr


Z = R + jX
II) Para Vi = 34510o e Vj = 3450o

1 (5 x 3452 – 5 x 3452 x cos 10o + 40 x 3452 x sen 10o) = 514,33 MW


Pij =
1625
1
P ji = (5 x 3452 – 5 x 3452 x cos 10o – 40 x 3452 x sen 10o) = -503,2 MW
1625
P = 11,13 MW

1
Q ij = (40 x 3452 – 40 x 3452 x cos 10o – 5 x 3452 x sen 10o) = -19,08 MVAr
1625
1
Q ji = (40 x 3452 – 40 x 3452 x cos 10o + 5 x 3452 x sen 10o) = 108,1 MVAr
1625
Q = 89,02 MVAr
Z = R + jX
III) Para Vi = 34515o e Vj = 3600o

1
Pij = (5 x 3452 – 5 x 345 x 360 x cos 15o + 40 x 345 x 360 x sen 15o) = 788,37 MW
1625
1 (5 x 3602 – 5 x 345 x 360 x cos 15o – 40 x 345 x 360 x sen 15o) = -761,63 MW
P ji =
1625
P = 26,74 MW

1
Q ij = (40x3452-40x345x360xcos 15o-5x345x360xsen 15o) = -122,12 MVAr
1625
1
Q ji = (40x3602–40x345x360xcos15o + 5x345x360xsen15o) = 336,00 MVAr
1625
Q = 213,88 MVAr
Resumo das 3 hipóteses: Z = R + jX

Vi = 34510o Vi = 34510o Vi = 34515o

Vj = 3600o Vj = 3450o Vj = 3600o


CONCLUSÕES
Pij 520,77 514,33 788,33 •Dependendo do ângulo de fase
das tensões a potência flui de i
Pji -508,46 -503,20 -761,63 para j ou vice-versa
•As perdas ativas são baixas
P 12,31 11,13 26,74 ( 97%)
•Variações da tensão de uma
Qij -147,30 -19,08 -122,12 barra altera o fluxo de reativo
•Variações no ângulo de fase 
Qji 245,73 108,1 336,00 altera o fluxo de potência ativa

Q 98,43 89,02 213,88


1.6- As equações estáticas de fluxo de potência

Definição de Potência de Barra

Sv = SGv - SDv

Potência de Barra = Potência Gerada - Potência Consumida

Potência de barra 1 = P1 + jQ1 = (PG1 – PD1) + j(QG1 – QD1)

Potência de barra 2 = P2 + jQ2 = (PG2 – PD2) + j(QG2 – QD2)


S = SG – SD
Equilíbrios a serem mantidos:

• entre a potência ativa gerada e a potência ativa


consumida (demanda) + perdas ativas

Isso é conseguido agindo sobre as turbinas

Freqüência constante

• entre a potência reativa gerada e a reativa


consumida (demanda de reativo) + perdas reativas

Isso é conseguido agindo sobre a corrente de campo dos


geradores síncronos
Tensão Constante
1. Balanços de corrente:
Barra 1 Barra 2

J1 = IS1 + IL1 J2 = IS2 + IL2 (1.8.a)

S*1/V*1 = V1 . Y + (V1 – V2)/Z S*2/V*2 = V2 . Y + (V2 – V1)/Z (1.8.b)

2. Parâmetros da linha:
j
Y= (1.9)
Xc
 
j − 
2 
Z = R + jX L  X L e (1.10)
3. Tensões de barra:
V1 = V11 V2 = V2  2 (1.11)

Retomando a expressão de “potência de barra”: S = SG – SD:

Para a barra 1:
S1 = SG1 – SD1 = PG1 + jQG1 – (PD1 + jQD1) = PG1 – PD1 + j(QG1 – QD1) (1.12a)

Para a barra 2:
S2 = PG2 – PD2 + j(QG2 – QD2) (1.12b)
Finalmente, vamos substituir nas 2 equações:

S*1/V*1 = V1 . Y + (V1 – V2)/Z e S*2/V*2 = V2 . Y + (V2 – V1)/Z

as equações (1.9), (1.10), (1.11) e (1.12)


j
Y=
Xc
 
j − 
2 
Z = R + jX L  X L e

V1 = V11

V2 = V2  2

S2 = PG1 – PD1 + j(QG1 – QD1)

S2 = PG2 – PD2 + j(QG2 – QD2)


Os resultados serão as equações (1.13):
2
V1 V1 . V2
PG1 − PD1 − . sen  + . sen  - (1 −  2 ) = 0
XL XL
2
V2 V1 . V2
PG 2 − PD 2 − . sen  + . sen  + (1 −  2 )  = 0
XL XL
2 2
V1 V1 V1 . V2
Q G1 − Q D1 + - . cos  + . cos − (1 −  2 ) = 0
XC XL XL
2 2
V2 V2 V1 . V2
Q G 2 − Q D2 + - . cos  + . cos + (1 −  2 ) = 0
XC XL XL

Estas são as equações estáticas do fluxo de carga (EEFC)


1.6.1- Características Importantes das EEFC

As equações apresentadas são:


• algébricas mas não lineares,
• relacionam tensões e potência
• as correntes estão portanto implícitas, da mesma forma
a freqüência (que neste caso deve ser suposta constante
pois o regime é permanente)
1.6.1- Características Importantes das EEFC

O balanço da potência ativa pode ser obtido somando-se:

PG1 + PG 2 = PD1 + PD 2 +
sen 
XL

2
. V1 + V2
2
− 2 . V1 . V2 . cos(1 −  2 ) 
Potência Potência
Gerada Consumida Perdas ativas (PL)

O balanço da potência reativa será

 
2 2
cos  V1 + V2
− 2 V1 . V2 cos(1 −  2 ) −
2 2
Q G1 + Q G 2 = Q D1 + Q D 2 + V1 + V2
XL XC

Potência Potência
Reativa Reativa Perdas reativas (QL)
Gerada Consumida
1.6.1- Características Importantes das EEFC

• As perdas PL e QL têm como variáveis apenas V1, V2, 1 e 2.


PL = PL(|V1|, |V2|, 1, 2); QL = QL(|V1|, |V2|, 1, 2)

• As EEFC possuem 3 parâmetros fixos (, XL e XC) e 12 variáveis:


PG1, PD1, |V1|, 1, QG1, QD1, PG2, PD2, |V2|, 2, QG2 e QD2

Para resolver as EEFC, deve-se fixar 8 valores


1.6.2- Classificação das Variáveis do Sistema
a) Variáveis não controláveis (ou de perturbação)

São dadas pelo vetor de perturbação p:

 p1   PD1 
p   Q 
p =  2  =  D1 
 p 3   PD 2 
   
 p 4  Q D 2 

Estas variáveis são determinadas pelo consumidor. Suas


imprevisíveis variações podem desviar o Sistema de Energia Elétrica
de suas condições nominais.
1.6.2- Classificação das Variáveis do Sistema
b) Variáveis de estado e de controle

b.1) de estado = são aquelas utilizadas para controlar as variáveis de


controle:
 x 1   1 
x   V 
 2  1 
x= =
x 3    2 
   
 x 4   V2 

b.2) de controle = são as saídas dos geradores:


1.6.3- Solução das EEFC (para as duas Barras)

 u 1   PG1 
u   Q 
u =  2  =  G1 
 u 3   PG 2 
   
 u 4  Q G 2 
1.6.3- Solução das EEFC (para as duas Barras)

a) Método ideal:

Etapa 1: Admite-se conhecida a demanda do consumidor, isto é, os 4


parâmetros p

Etapa 2: Especifica-se as 4 potências geradas nas barras, isto é, as 4


variáveis de controle u
Etapa 3: As variáveis x podem ser determinadas: 4 equações, 4
incógnitas

Esta maneira IDEAL não pode ser praticada! Por quê?


Por dois motivos:
1.6.3- Solução das EEFC (para as duas Barras)

I) Devido às perdas, nem todas as potências geradas podem ser


especificadas:
Potência gerada = Demanda + Perdas

não são conhecidas

II) Uma tensão deve ser especificada como sendo a referência em


graus:
1 = 0o ou 2 = 0o

Assim a etapa 3 do método ideal de solução não poderá ser cumprida da maneira como se pretendia (determinação
das 4 variáveis do tipo “x” – de estado), pois uma delas, normalmente, é especificada ( 1 = 0o ou  2 = 0o)
1.6.3- Solução das EEFC (para as duas Barras)

b) Método real:

Etapa 1: Repete-se a Etapa 1 anterior: os 4 parâmetros p são


conhecidos (PD1, QD1, PD2, QD2).

Etapa 2: Especifica-se duas das quatro potências geradas. Por exemplo:


PG2 e QG2 são especificadas e PG1 e QG1 deixadas como incógnitas
Etapa 3: Especifica-se duas das quatro variáveis de estado x.
Normalmente |V1| é especificada, 1 especificada em 0o com |V2| e 2
sendo incógnitas

Etapa 4: As 4 EEFC devem ser resolvidas para as 4 incógnitas: |V2|, 2,


PG1 e QG1

A desvantagem deste procedimento é que |V2| é uma incógnita


1.6.4- Um Sistema com n Barras

As quatro equações ESTÁTICAS DE FLUXO DE CARGA podem ser


expressas, simplificadamente, como:
fi(x, u, p) = 0 para i = 1, 2, 3, 4 → 4 equações

Estas quatro equações podem ser reescritas, também, como uma única
equação vetorial:

f(x, u, p) = 0 → forma vetorial das EEFC

Esta equação teria como componentes:


 f1   x1   u1   p1 
f  x  u  p 
f =  2 x =  2 u =  2 p =  2
f 3  x 3  u 3  p 3 
       
f 4  x 4  u 4  p 4 
1.6.4- Um Sistema com n Barras

Resumindo: até este ponto o estudo envolveu 2 barras. Foram 4


equações (2 x 2 barras), 12 variáveis (6 x 2 barras).

Para n barras tem-se portanto 2 x n equações e 6 x n variáveis. As


6 x n variáveis são:
n módulos de tensões |V1|,

n fases de tensão de barra 1,

n potências ativas geradas PGi,

n potências reativas geradas QGi,

n demandas de potência ativa PDi,

n demandas de potência reativa QDi.


1.6.4- Um Sistema com n Barras

A forma vetorial da equação (1.22) será de 2n

  1  PG1   PD1 
V  Q  Q 
 x1     G1   D1 
1

 x   2   PG 2   PD 2 
 2  V   u1     p1   
•  2 u   G 2 
Q p   D 2 
Q
x= = •  u =  2 =  •  p =  2 =  •  (1.22)
•  •  u3     p3   
   •    •
•    4  • 
u 
 4  • 
p 
  •
 xn   n     
   PGn   PDn 
V  Q  Q 
 n  Gn   Dn 
As equações estáticas de fluxo de potência:

2
V1 V1 . V2
PG1 − PD1 − . sen  + . sen  - (1 −  2 ) = 0
XL XL
2
V2 V1 . V2
PG 2 − PD 2 − . sen  + . sen  + (1 −  2 )  = 0
XL XL
2 2
V1 V1 V1 . V2
Q G1 − Q D1 + - . cos  + . cos − (1 −  2 ) = 0
XC XL XL
2 2
V2 V2 V1 . V2
Q G 2 − Q D2 + - . cos  + . cos + (1 −  2 ) = 0
XC XL XL

Estas são as equações estáticas do fluxo de carga (EEFC)


1.6.5- Restrições Práticas das Variáveis de Estado e de Controle
a) Variáveis de Estado

1. |Vi min| < |Vi| < |Vi max| (i = 1, 2, ..., n). Isto significa que o módulo de
qualquer tensão deve estar dentro de uma faixa. Em geral, admite-
se Vi + 5 ou 10%

2. O ângulo de potência máximo para uma linha ij é especificado:


|i - j| < |i - j max|
1.6.5- Restrições Práticas das Variáveis de Estado e de Controle
b) Variáveis de Controle

As fontes de P e Q possuem limitações de projeto, que podem levar às


seguintes restrições:

PGi,min < PGi < PGi,max


QGi,min < QGi < QGi,max

Como exemplo, em algumas barras do sistema pode-se ter restrições do tipo:

PGi = 0 e/ou QGi = 0


1.6.6- Classificação das Barras

Barra tipo 1: (PQ)

Na barra tipo 1 conhece-se PDi e QDi e especifica-se PGi e QGi. Assim


pode-se dizer que as Potências de Barra, Pi e Qi foram especificadas,
esta é denominada uma Barra de Carga

Solução das EEFC: |Vi| e 


1.6.6- Classificação das Barras

Barra tipo 2: (PV)

Na barra tipo 2 conhece-se PDi e QDi e especifica-se |Vi| e PGi. Assim


pode-se dizer que a Potência de Barra, foi especificada, esta é
denominada uma Barra de Tensão Controlada, pois a tensão pode ser
especificada

Solução das EEFC: QGi e  i


1.6.6- Classificação das Barras

Barra tipo 3: (Barra de referência)

Na barra tipo 3 conhece-se PDi e QDi e especifica-se |Vi| e i  0.


Assim pode-se dizer que a Tensão de Barra, Vi foi especificada, esta é
denominada uma Barra de Referência (ou Barra Oscilante), pois as
potências ativa e reativa mudam para cada modo de carregamento do
sistema

Solução das EEFC: PGi e QGi


1.6.6- Classificação das Barras
RESUMO:

Barra tipo 1: (PQ)


conhece-se PDi e QDi e especifica-se PGi e QGi
Solução das EEFC: |Vi| e 

Barra tipo 2: (PV)

conhece-se PDi e QDi e especifica-se |Vi| e PGi


Solução das EEFC: QGi e  i

Barra tipo 3: (Barra de referência)


conhece-se PDi e QDi e especifica-se |Vi| e i  0
Solução das EEFC: PGi e QGi
1.7- AS EQUAÇÕES DE FLUXO DE POTÊNCIA NA FORMA GENÉRICA:

1. Considerações gerais

Um sistema de potência, para atender a um conjunto finito de


demandas em suas várias barras, pode funcionar em infinitas condições

É, pois, tarefa do engenheiro, selecionar a(s) melhor(es)


condição(ões). Esta escolha é feita após o estudo do fluxo de potência
2. Considerações importantes na ocasião da seleção das melhores
condições:

a) Em cada instante, a potência gerada deve ser igual à potência


consumida (incluindo perdas)

No tempo t1: PG1 + PG2 + ... + PGn = D

PG1 PG1 + PG1 PG1 PG1 + PG1


No tempo t1 + t: = = =
PG 2 PG 2 + PG 2 PGn PGn + PGn
2. Considerações importantes na ocasião da seleção das melhores
condições:

b) As linhas de transmissão não devem operar próximas de seus limites de


estabilidade

c) As tensões nas barras devem estar dentro de limites estreitos:


Vi + Vi  Vi  Vi - Vi  Vi  5%

d) No sistema em estudo, Si deve atender à exigências contratuais e técnicas


do sistema interligado

e) Deve-se prever as faltas, tentando-se minimizar seus efeitos no sistema


1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Na barra 1 existe geração e carga,


se constituindo portanto em uma
barra mista
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Na barra 1 existe geração e carga,


se constituindo portanto em uma
barra mista

A barra 2 possui somente geração,


ou seja, é uma barra de geração
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Na barra 1 existe geração e carga,


se constituindo portanto em uma
barra mista

A barra 2 possui somente geração,


ou seja, é uma barra de geração

A barra 3 contém somente carga.


Não há geração de ativo (mas há de
reativo), Portanto é uma barra de
carga
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

O sistema pode ser


redesenhado da
seguinte forma

As admitâncias foram reduzidas ao mínimo

As barras são denominadas de nós


1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

• As admitâncias foram reduzidas ao mínimo

• As barras são denominadas de nós

• J1, J2 e J3 são correntes que saem dos nós

• As tensões V1, V2 e V3 são tensões de nós


1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

J1 = V1 Y1 + (V1 – V2) Y5 + (V1 – V3) Y4

J2 = V2 Y2 + (V2 – V1) Y5 + (V2 – V3) Y6 (1.21)

J3 = V3 Y3 + (V3 – V1) Y4 + (V3 – V2) Y6


1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Vamos agora analisar a equação relativa à fase “1”:


Aplicando a propriedade distributiva: J1 = V1 Y1 + V1 Y5– V2 Y5 + V1 Y4– V3 Y4

Colocando as tensões em evidência: J1= V1 (Y1 + Y4 + Y5) + V2 (-Y5) + V3 (–Y4)

Façamos agora as seguintes substituições:

Y1 + Y4 + Y5 =Y11

Y12 = -Y5
Y13 = -Y4
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Assim, a equação relativa à fase “1” ficará:


J1 = Y11 V1 + Y12 V2 + Y13 V3

Repetindo os mesmos procedimentos para as outras duas fases, teremos:


J1 = Y11 V1 + Y12 V2 + Y13 V3

J2 = Y21 V1 + Y22 V2 + Y23 V3 (1.22)

J3 = Y31 V1 + Y32 V2 + Y33 V3


1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Onde: Assim as equações ficam:


Y11 = Y1 + Y4 + Y5
Y22 = Y2 + Y5 + Y6 J1 = Y11 V1 + Y12 V2 + Y13 V3
Y33 = Y3 + Y4 + Y6
J2 = Y21 V1 + Y22 V2 + Y23 V3
Y23 = Y32 = -Y6

Y13 = Y31 = -Y4


J3 = Y31 V1 + Y32 V2 + Y33 V3
Y12 = Y21 = -Y5
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Reescrevendo essas 3 equações Onde:


sob a forma matricial
 J1   Y11 Y12  Y1n   V1  Jbus é o vetor das correntes de barra;
 J  Y Y  Y  V 
 2   21 22 2n   2
  =          Ybus é a matriz das admitâncias
      nodais de barra;

          
J n  Yn1 Yn 2  Ynn  Vn 
Vbus é o vetor das tensões de barra.
Jbus = Ybus . Vbus
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Na prática, as potências de barra Si é que são usadas, ao invés das correntes


de barra. Para tal:

Pi − jQ i
Ji = = y i1 . V1 + y i 2 . V2 +  + y in . Vn
Vi*

para i = 1, 2, ... , n
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Esta equação é melhor representada pela equação:

Pi – jQi = yi1 . V1 . V*i + yi2 . V2 . V*i + ... + yn . Vn . V*i


(1.24)
para i = 1, 2, ... , n
Equação geral das EEFC
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Pi – jQi – (yi1 . V1 . V*i + yi2 . V2 . V*i + ... + yn . Vn . V*i ) = 0 (1.24)

É uma equação complexa, que representa duas equações reais

NOTAS:
I) As equações (1.24) para n = 2 são idênticas às 4 equações (1.13)
2
V1 V1 . V2
PG1 − PD1 − . sen  + . sen  - (1 −  2 ) = 0
XL XL

2
V V . V2
PG 2 − PD 2 − 2 . sen  + 1 . sen  + (1 −  2 )  = 0
XL XL

2 2
V1 V1 V1 . V2
Q G1 − Q D1 + - . cos  + . cos − (1 −  2 ) = 0
XC XL XL

2 2
V2 V2 V1 . V2
Q G 2 − Q D2 + - . cos  + . cos + (1 −  2 ) = 0
XC XL XL
1.7.1- As EEFC na Forma Genérica

Pi – jQi = yi1 . V1 . V*i + yi2 . V2 . V*i + ... + yn . Vn . V*i = 0 (1.24)

É uma equação complexa, que representa duas equações reais

NOTAS:

II) A matriz Ybus(Z-1bus) constitui a representação das partes passivas do


sistema, em forma sistemática, onde:

yii = soma algébrica de todas admitâncias incidentes no nó i

yij = admitâncias que ligam os nós i e j com sinal negativo


Exemplo no 1:
a) Simplificações adotadas
a.1) R = 0
a.2) sen    radianos (os ângulos de potência são pequenos, já que as
linhas transportarão pouca carga)

b) Dados da rede: UB = 120 kV; MB = 50 MVA

c) Especificações das tensões de barra: |V1| = |V2| = |V3| = 1,0

d) Especificações das potências de barra:


BARRA DEMANDA DEMANDA GERAÇÃO GERAÇÃO
ATIVA REATIVA ATIVA REATIVA
1 PD1 = 1 QD1 = 0,5 PG1 = 0,5 QG1 = não esp.

2 PD2 = 0 QD2 = 0 PG2 = 1,5 QG2 = não esp.

3 PD3 = 1 QD3 = 1 PG3 = 0 QG3 = não esp.


PV  1 = 0º PV
e de referência 2 = ?

jQG1 jQG2

PV
3 = ?
jQG3
PV
PV
e de referência
2 = ?

1 = 0º

Matriz Admitância correspondente:


jQG1 jQG2

− j20 j10 j10 


Ybus =  j10 − j20 j10 
 j10 j10 − j20 PV
3 = ?
jQG3

NOTAS:

1) Como se pode observar, todas as tensões de barra foram especificadas.


Portanto, deverá haver então, em cada barra, fontes de reativo suficientes para
suprir as eventuais necessidades das tensões serem, efetivamente, 1,0 pu

No presente caso, pode-se afirmar que as barras 1 e 2 receberão reativo dos


geradores ali presentes, enquanto que a barra 3 será servida por capacitores (ou
compensadores estáticos de reativos).
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º
NOTAS:
jQG1 jQG2

2) Sendo 3 barras,

Serão 6 n = 6 . 3 = 18 incógnitas

PV
3 = ?

Como 1 = 0o, elas serão reduzidas para 5,


jQG3

 2 ,  3 , Q 1 , Q2 e Q 3

3) As 3 variáveis de geração ativa puderam ser especificadas neste exercício,


pois as perdas ativas são nulas (R = 0).

O mesmo não ocorre com a geração reativa


2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º
NOTAS:
jQ1 jQ2

4) Finalmente, as potências de barra na sua


forma usual, são:
S1 = P1 + jQ1 = PG1 – PD1 + j(QG1 – QD1)
S1 = 0,5 – 1,0 + j(QG1 – 0,5) PV
3 = ?
jQ3
S1 = -0,5 + j(QG1 – 0,5)
jQ1

S2 = P2 + jQ2 = PG2 – PD2 + j(QG2 – QD2) = 1,5 – 0 + j(QG2 – 0)


S2 = 1,5 + jQ2

S3 = P3 + jQ3 = PG3 – PD3 + j(QG3 – QD3) = 0 – 1,0 + j(QG3 – 1,0)


S3 = - 1,0 + j(QG3 – 1,0)
jQ3
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

Será utilizada a equação (1.24), genérica das


EEFC:

Pi – jQi – yi1 . V1 . V*i – yi2 . V2 . V*i - ... – yin . Vn . V*i = 0 PV


3 = ?
para i = 1, 2, ... , n. jQ3

Para i = 1 e n = 3:
P1 – jQ1 = y11 . V1 . V*1 + y12 . V2 . V*1 + y13 . V3 . V*1

Para i = 2 e n = 3:
P2 – jQ2 = y21 . V1 . V*2 + y22 . V2 . V*2 + y23 . V3 . V*2

Para i = 3 e n = 3:
P3 – jQ3 = y31 . V1 . V*3 + y32 . V2 . V*3 + y33 . V3 . V*3
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

Introduzindo os valores numéricos as equações


precedentes ficam:
PV
P1 – jQ1 = y11 . V1 . V*1 + y12 . V2 . V*1 + y13 . V3 . V*1 3 = ?
jQ3
-0,5 – jQ1 = -j20 . V1 . V*1 + j10 . V2 . V*1 + j10 . V3 . V*1

P2 – jQ2 = y21 . V1 . V*2 + y22 . V2 . V*2 + y23 . V3 . V*2


1,5 – jQ2 = j10 . V1 . V*2 – j20 . V2 . V*2 + j10 . V3 . V*2
− j20 j10 j10 
Ybus =  j10 − j20 j10 
 j10 j10 − j20
P3 – jQ3 = y31 . V1 . V*3 + y32 . V2 . V*3 + y33 . V3 . V*3
-1,0 – jQ3 = j10 . V1 . V*3 + j10 . V2 . V*3 – j20 . V3 . V*3
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

Fazendo V1 = 10o ; V2 = 12 e V3 = 13:

PV
-0,5 – jQ1 = -j20 . V1 . V*1 + j10 . V2 . V*1 + j10 . V3 . V*1 3 = ?
jQ3
-0,5 – jQ1 = -j20 + j10 (cos2 + jsen2) + j10(cos3 + jsen3)

V2 . V*1
12 . 10o
1 . 1 (2+0o)
1 . [cos(2+0o)+ jsen(2+0o)]

(cos2 + jsen2)
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

Fazendo V1 = 10o ; V2 = 12 e V3 = 13:

PV
-0,5 – jQ1 = -j20 . V1 . V*1 + j10 . V2 . V*1 + j10 . V3 . V*1 3 = ?
jQ3
-0,5 – jQ1 = -j20 + j10 (cos2 + jsen2) + j10(cos3 + jsen3)

1,5 – jQ2 = j10 . V1 . V*2 – j20 . V2 . V*2 + j10 . V3 . V*2


1,5 – jQ2 = j10 (cos2 - jsen2) – j20 + j10[cos(3 - 2) + jsen(3 - 2)]

-1,0 – jQ3 = j10 . V1 . V*3 – j10 . V2 . V*3 - j20 . V3 . V*3


-1,0 – jQ3 = j10 (cos3 - jsen3) + j10 [cos(2 - 3) + jsen(2 - 3)] – j20
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

-0,5 – jQ1 = -j20 + j10 (cos 2 + jsen 2) + j10(cos 3 + jsen 3)

1,5 – jQ2 = j10 (cos 2 - jsen 2) – j20 + j10[cos( 3 -  2) + jsen( 3 -  2)] PV


3 = ?
-1,0 – jQ3 = j10 (cos 3 - jsen 3) + j10 [cos( 2 -  3) + jsen( 2 -  3)] – j20 jQ3

Separando as partes real e imaginária:


-0,5 = -10sen2 – 10sen3
1,5 = 10 sen2 – 10sen(3 - 2) Parte real
-1,0 = 10sen3 – 10sem(2 - 3)

-Q1 = -20 + 10cos2 + 10cos3


-Q2 = 10cos2 – 20 + 10cos(3 - 2) Parte imaginária
-Q3 = 10cos3 + 10cos(2 - 3) – 20
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

-0,5 – jQ1 = -j20 + j10 (cos 2 + jsen 2) + j10(cos 3 + jsen 3)

1,5 – jQ2 = j10 (cos 2 - jsen 2) – j20 + j10[cos( 3 -  2) + jsen( 3 -  2)] PV


3 = ?
-1,0 – jQ3 = j10 (cos 3 - jsen 3) + j10 [cos( 2 -  3) + jsen( 2 -  3)] – j20 jQ3

Separando as partes real e imaginária:


-0,5 = -10sen2 – 10sen3
1,5 = 10 sen2 – 10sen(3 - 2) Parte real
-1,0 = 10sen3 – 10sem(2 - 3)

-Q1 = -20 + 10cos2 + 10cos3


-Q2 = 10cos2 – 20 + 10cos(3 - 2) Parte imaginária
-Q3 = 10cos3 + 10cos(2 - 3) – 20
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Montagem das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

-0,5 – jQ1 = -j20 + j10 (cos 2 + jsen 2) + j10(cos 3 + jsen 3)

1,5 – jQ2 = j10 (cos 2 - jsen 2) – j20 + j10[cos( 3 -  2) + jsen( 3 -  2)] PV


3 = ?
-1,0 – jQ3 = j10 (cos 3 - jsen 3) + j10 [cos( 2 -  3) + jsen( 2 -  3)] – j20 jQ3

Separando as partes real e imaginária:


-0,5 = -10sen2 – 10sen3
1,5 = 10 sen2 – 10sen(3 - 2) Parte real
-1,0 = 10sen3 – 10sem(2 - 3)

-Q1 = -20 + 10cos2 + 10cos3


-Q2 = 10cos2 – 20 + 10cos(3 - 2) Parte imaginária
-Q3 = 10cos3 + 10cos(2 - 3) – 20
2 = ?
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
1 = 0º

Solução das equações de fluxo de carga: jQ1 jQ2

Tomando as duas primeiras equações e


linearizando-as (sen  2   2 e sen  3   3) pois 2
e 3 são pequenos: PV
3 = ?
jQ3
-0,5 = -102 - 103
resolvendo-as 2 = 0,0667 rad
1,5 = 102 – 10(3 - 2) 3 = -0,0167 rad

Substituindo os valores de 2 e 3
nas demais equações:
jQG1 jQG2

Q1 = 0,023 pu;

Q2 = 0,057 pu;
jQG3
Q3 = 0,036 pu
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA
Obtenção dos reativos gerados QG1,
QG2 e QG3:
Q1 = QG1 – QD1

QG1 = Q1 + QD1

QG1 = 0,023 + 0,5


QG1 = 0,523 pu

De maneira análoga:

QG3 = Q3 + QD3 = 0,036 + 1,0 = 1,036 pu

QG2 = Q2 + QD2 = 0,057 + 0 = 0,057 pu


1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA

Perdas:

Ativas: são nulas (não há resistência)

Reativas: (QG1 + QG2 + QG3) – (QD1 + QD2 + QD3) = 1,616 – 1,5 = 0,116 pu
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA

Potências fluindo nas linhas:


Tomando as equações (1.3) e fazendo R
= 0:
Vi . Vj
Pij = −Pji = sen 
X

sen(1 −  3 ) = 10(1 −  3 ) = 0,167 pu


1 .1
P13 = − P31 =
0,1

sen(1 −  2 ) = 10(1 −  2 ) = −0,667 pu


1 .1
P12 = − P21 =
0,1

sen ( 2 −  3 ) = 10( 2 −  3 ) = 0,833 pu


1 .1
P23 = −P23 =
0,1
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA

Potências fluindo nas linhas:


Tomando as equações (1.3) e fazendo R
= 0:
Vi . Vj
Pij = −Pji = sen 
X

sen (1 −  3 ) = 10(1 −  3 ) = 0,167 pu


1 .1
P13 = −P31 =
0,1

sen (1 −  2 ) = 10(1 −  2 ) = 0,667 pu


1 .1
P12 = −P21 =
0,1

sen ( 2 −  3 ) = 10( 2 −  3 ) = 0,833 pu


1 .1
P23 = −P23 =
0,1
1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA

Potências fluindo nas linhas:

Fazendo R = 0, as equações reativas


ficam:

Q ij =
X
(
1 2
Vi − Vi . V j cos ) Q ji =
X
(
1 2
Vj − Vi . V j cos )
Onde as potências reativas em trânsito nas linhas são:

1 2 2
Q13 = Q 31 = (1 − 1 cos(1 −  3 )) = 0,001 pu
0,1

1 2 2
Q12 = Q 21 = (1 − 1 cos( 2 − 1 )) = 0,022 pu
0,1

Q23 = Q32 = 0,035 pu


1.8. EXEMPLOS DE FLUXO DE CARGA

NOTA:

As perdas reativas em cada uma das linhas podem agora ser determinadas
de acordo com a tabela abaixo

Linha Pot. Reativa Pot. Reativa Total


x2
1-2 Q12 + Q21 0,022 pu x 2 0,044 pu
2-3 Q23 + Q32 0,035 pu x 2 0,070 pu
1-3 Q13 + Q31 0,001 pu x 2 0,002 pu
Perdas reativa total 0,116 pu

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