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SIMULACROS E SIMULAÇÕES

Jean Baudrillard

In: BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e simulações. Lisboa: Relógio d’Água,1991:. (1ª


edição em francês: Éditions Galilée , 1981).
CONTEXTO
- Final da Segunda Guerra Mundial - lançado na França, pelo
governo, o ‘Plano Monnet’, para modernização da França, de
autoria de Jean Monnet (economista político).
- Dividido e implantado em quatro etapas:

1) – reconstrução das industrias de base - estabilidade e


crescimento na economia;
2) - agricultura (1953- 1961);
3) - (1958-1961) e 4)- (1962-1965) – estruturas sociais
maiores, como bem estar social, habitação e
desenvolvimento regional.
CONTEXTO
• Planos criados mais para mapear futuras
possibilidades no país, que para consagrar-se em lei,
isto é, os negócios foram encorajados a basear suas
previsões, projetos e planejamentos nas políticas do
Plano Monnet.

- Divisão entre o Oficial e a Política insinuada pelo


Governo, ou mudança política e estrutural, teve
implicações nos escritos de Baudrillard, a partir de
sua Tese.
CONTEXTO
- 1968 – a estrutura do ensino superior na França
necessitava mudanças, que permitissem seu
acesso a mais universitários.
- Bacharelado – a grande questão era que por ser
muito exigente sua obtenção, se transformara
em um passaporte para o ensino acadêmico e,
por consequência, para melhores empregos .
- Com a Reforma, aumentou-se não apenas o
número de alunos, mas o número de
Universidades, ou o incremento das existentes.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
- Publicação dos primeiros textos no jornal de Jean Paul
Sartre, ‘Les temps modernes’.

- Influenciado, como muitos, pela leitura do Marxismo


feita por Sartre, teve interesse pessoal pelo ensino de
Sociologia e Literatura germânicas.

- Seu conhecimento sobre a cultura germânica o levou a


uma releitura do Marxismo, menos influenciada por
Sarte e seu círculo.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
- Em entrevista, comentou conhecer profundamente a cultura
germânica, para firmar sua posição como teórico, à margem do
pensamento intelectual francês.

- Sem treinamento filosófico tradicional e sistemático, percorreu


caminho mais tortuoso para ter sucesso.

- Aprendeu alemão para ler e traduzir alguns dos principais textos de


autores alemães românticos e filósofos: Arthur Schopenhauer (1788-
1860), Friederich Nietzcshe (1844-1900) e Martin Heidegger (1899 –
1976).

- Sua existência à margem do institucional se repetiu nas publicações


mais tardias - atuava às margens do pensamento dominante.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)

- 1956 – 1966 –professor de sociologia no ensino secundário (médio), até 1966,


quando de sua Defesa da Tese , Le Système des objects, na Universidade de Paris X –
Nanterre.

- Seus primeiros trabalhos, principalmente os textos literários e críticos, eram


conhecidos principalmente nas regiões de fala francesa.

- Nos anos 1960, traduziu, entre outros, as peças de Peter Weiss (1916-1982) e de
Bertold Brecht (1898-19546). Influenciado pelo pensamento de Weiss após traduzir 4
de suas peças.

-Estes textos traziam declarações políticas afiadas, que minavam as idéias vigentes na
época. Estas podem ser consideradas precursoras de sua abordagem sobre o mundo
em seus escritos.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
- Baudrillard explorou caminhos para proceder a análises marxistas – pode-se ligar a
tradução da peça Marat/Sade, de Weiss, com seu interesse pelo pensamento do francês
Georges Bataille (1897-1962).

- Bataille - teoria baseada no “excessivo’, que denominava‘matéria heterogênea,’ isto é, o


desperdício, o excesso, o ilógico, e o exorbitante, o desproposital. O foco eram os
segmentos sociais ignorados pelas grandes filosofias, que buscavam ficar acima da vida
cotidiana. Seu pensamento só foi aceito com a redescoberta de seus textos teóricos, dos
anos 1960 em diante.

- Bataille - trabalho útil, não apenas para os pensadores franceses que buscavam escapar do
domínio das grandes teorias e filosofias na França da época, mas também para Baudrillard
que usou a energia gerada pelas discussões geradas por Bataille, para preencher caminhos
de seu próprio pensamento.

- Baudrillard - 1968 - após a publicação de sua Tese na França, passa a ser conhecido no
mundo acadêmico de língua inglesa que acompanhava o desenvolvimento da Teoria
Francesa.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
Influências

Karl Marx
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
Influências
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
Influências

Friedrich
Nietzsche
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
Influências

Peter
Weiss
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
Influências

Georges Bataille
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
- Sua fama decorreu da publicação de seus textos provocativos e críticos, em
ingles, na série Foreign Agent Series, da revista novaiorquina Semiotext(e),
nos anos 1970 e 1980.

- Os mais lidos , Simulations (1981) e In the silent majorities: or, The End of Social
(1978), foram ambos publicados pela Semiotext(e) em 1983.

- O mundo Ocidental passou a ser, então, bombardeado por expressões


baudrillardianas, como: Simulação, Simulacro, Hiperreal, e Implosão do
Sentido.

- Seu trabalho foi ficando cada vez mais jocoso, evasivo e provocativo. Embora
fosse ainda uma força à disposição, também era cada vez mais difícil de ser
definido.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
- 1975 – convidado a lecionar na Universidade da California.
- Entre os anos 1980 e 1990, viajou pelo mundo fazendo
palestras e colocando a maioria de suas energias no lado
‘não acadêmico’ de seu trabalho.
- Suas viagens foram registradas nos textos America e Cool
memories enquanto um conteúdo mais escandaloso
continuava em sua coleção de ensaios publicada como The
gulf war did not take place.
JEAN BAUDRILLARD (1929-2007)
A precessão dos simulacros
- Precessão = ato ou efeito de preceder; precedência.
- Alegoria = modo de expressão ou interpretação que
consiste em representar pensamentos, ideias, qualidades
sob forma figurada; sequência logicamente ordenada de
metáforas que exprimem ideias diferentes das enunciadas.
- Metáfora = designação de um objeto ou qualidade
mediante uma palavra que designa outro objeto ou
qualidade que tem com o primeiro uma relação de
semelhança (ex:- ter uma vontade de ferro, designa uma
vontade forte,como o ferro).
- (assistir filme: O carteiro e o poeta)

(Houaiss eletrônico).
A precessão dos simulacros
- Metafísica = qualquer sistema filosófico voltado para uma
compreensão ontológica, teológica ou suprassensível da
Realidade.

- Ontologia= a investigação teórica do ser.

-Suprassensível=que está acima da realidade sensível,


do que pode ser captado pelos sentidos.

- O duplo = imagem
A precessão dos simulacros
• Hoje, a abstração é a geração de modelos de
um real sem origem nem realidade: Hiperreal
• Tentativas de fazer do seu real, todo o real, com
os seus modelos de simulação
• O imaginário da representação desaparece na
simulação – operação = nuclear e genética.
• Toda a metafísica desaparece.
• O racional já não é o real pois não supõe
nenhum imaginário. É operacional. É um hiper-
real, produto de síntese.
A precessão dos simulacros
• Dissimular = fingir não ter o que se tem.
• Dissimulação= quebra os aspectos da simulação
(conceito semelhante a desmitificação).
• Simular= fingir ter o que não se tem – é ausência,
não é fingir; nada é real. Põe em causa o
verdadeiro ou falso, do real e do imaginário.
• Simulação= resultado da ação (próximo ao
• mito)
• Simulacro = imagem produzida.
• Ex:as sombras da caverna de Platão
A precessão dos simulacros
• Baudrillard trabalhou com 3 graus de simulação:
• 1) – uma cópia óbvia da realidade; (pré-moderno)
• 2) - uma cópia tão boa, que esgarça as fronteiras
entre a realidade e a representação (moderno,
processo de industrialização avançado)
• 3) – produz realidade por si própria, não baseada
em parte do mundo real (ex:realidade virtual).
• Hiper-Real= o modelo vem antes do mundo
construído. (pós-moderno)
Continuem a ler o livro pois é
muito interessante!

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