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Processamento da Bauxita

Discentes: Arlete
Edilson
Eduardo
Emildo
Nayra
Introdução
• A bauxita foi descoberta em 1821 por Berthier, na localidade de Les Baux, no sul
da França. Trata-se de uma rocha de coloração avermelhada, rica em alumínio,
com mais de 40% de alumina (Al2O3).

• A bauxita é a fonte natural do alumínio, o terceiro elemento em abundância na


crosta terrestre, depois do oxigênio e do silício. Mesmo com sua elevada
abundância, não há notícias acerca da ocorrência de alumínio metálico na natureza.
Constata-se sua maior ocorrência na forma combinada com outros elementos,
principalmente o oxigênio, com o qual forma alumina.
Bauxita
• A bauxita forma se em regiões tropicais e subtropicais por ação do
intemperismo sobre aluminossilicatos. Apesar de ser freqüentemente descrita
como o minério de alumínio, a bauxita não é uma espécie mineral propriamente
dita mas um material heterogêneo formado de uma mistura de hidróxidos de
alumínio hidratados contendo impurezas. Os principais constituintes deste
material são a gibbsita, щ-Al(OH)3, e os polimorfos boehmita, щ-AlO(OH), e
diaspório, α-AlO(OH), sendo que as proporções das três formas variam
dependendo da localização geográfica do minério.
As impurezas presentes na bauxita são óxidos de ferro (hematita, magnetita e
goetita, entre outros), sílica, óxido de titânio e aluminossilicatos, em quantidades
que variam com a região de origem, causando alterações no aspecto físico do
minério que pode variar de um sólido marrom-escuro ferruginoso até um sólido
de cor creme, duro e cristalino. A cor e a composição do sólido podem variar em
um mesmo depósito de bauxita. A composição típica da bauxita de uso industrial
é:
• 40-60% de Al2O3; 12-30% de H2O combinada; 1-15% de SiO2 livre e
combinada; 1-30% de Fe2O3; 3-4% de TiO ; 0,05-0,2% de outros elementos e
óxidos
Ocorrência da Bauxita em Moçambique
Em Moçambique, a bauxita ocorre apenas algumas localidades e esta situada em
altas altitudes (mais de 1.600 m acima do nível do mar), que foi originado por uma
alteração de rochas alcalinas.

O único depósito em produção é Serra de Moriangane, também conhecido como


Alumen ou Monte Snuta na Província de Manica e foi descoberto em 1911.

Sabe-se também que a bauxita ocorre nas outras áreas e localidades da província de
Manica, por exemplo, na Serra de Moriangane do Rio Inhamucarara, na Serra de
Vumba e na área de Chimanimani - Rotanda, Serra Suira (Zuira) e perto Catingica.
 As reservas totais da Província de Manica foram estimadas em 3,5
milhões de 1 de minério bauxítica (Cilek, 1989).

Outras áreas com alguma ocorrência de bauxita são:

 Monte Salambidua e outros na província de Tete,

 Monte Mauzo e outros na província da Zambézia.


Processamento da Bauxita
• O processo de produção de alumínio inicia-se na mineração com a lavra do
minério. Em seguida têm-se duas etapas distintas. A primeira, conhecida como
processo Bayer, consiste em produzir o óxido de alumínio anidro a partir da
bauxita e a segunda denominada redução, consiste em reduzir o alumínio do
óxido por eletrólise em célula eletrolítica para obtenção do alumínio metálico.

• O processo Bayer é um dos mais importantes métodos utilizados para produção


de alumina metalúrgica, consistindo em três etapas principais: a digestão, a
precipitação e a calcinação.
Processo de Bayer
• O processo de Bayer, tem início com a cominuição da bauxita, em geral, abaixo de
208 microns e uma razão mássica (Al2O3/SiO2) maior que 10, é misturada a uma
solução de hidróxido de sódio, com a qual reage sob pressão e temperatura, em
reatores (digestores). Nestas condições, a bauxita dissolve-se formando uma solução
de aluminato de sódio Na(Al(OH)4, enquanto as impurezas permanecem na fase
sólida e são conhecidas como “lama vermelha”. Outras impurezas consistem na
presença de certos minerais nos concentrados de bauxita, mesmo em concentrações
pequenas, que ainda afetam a operação do processo Bayer e a qualidade da alumina.
Disgestão
• O objetivo do processo de digestão é solubilizar a alumina total extraível, contida na
bauxita, através da reação com NaOH (licor pobre) e proporcionar um tempo adequado
de retenção para a efetiva dessilicação do licor, ou seja, após a cominuição a polpa é
aquecida em tanques digestores acima 100°C que são adicionados com soda cáustica e
por vezes com cal para solubilizar toda a alumina e retirar as impurezas por precipitação.

• A dissolução da espécie de alumínio presente na bauxita pode ser representada pela


seguinte equação química: 

Al(OH)3(s) + NaOH(aq) → NaAl(OH)4(aq)


• As condições de digestão podem fazer variar amplamente o processo.

• A primeira consideração é a forma presente da bauxita. A taxa de dissolução


das três variações é bastante diferente e as adições de soda são escolhidas a
partir do composto menos solúvel. A tabela apresenta as condições de
temperatura e concentração de NaOH e Al2O3 para as três formas de bauxita.
Clarificação
• A produção de alumina via processo Bayer resulta na geração de uma grande quantidade
de resíduo de bauxita (óxidos) conhecido como "lama vermelha", que é o resíduo gerado
após a solubilização da alumina contida na bauxita. Uma das etapas chaves do processo
de produção da alumina é a etapa de clarificação. Na etapa de clarificação ocorre a
separação sólido-líquido, onde o resíduo de bauxita é separado do licor rico que contém
alumina solubilizada a qual deve ser direcionada às etapas posteriores.

• Normalmente, as refinarias de alumina utilizam duas técnicas de separação sólido-


líquido combinadas, que são: decantação seguido de filtragem.
• A decantação do resíduo misturado com o licor rico em aluminato
dissolvido, proveniente da etapa de separação de areia é realizada em
tanques denominados decantadores/lavadores, estes tem por objetivo
decantar e posteriormente lavar o resíduo de bauxita, através de um circuito
de lavagem em contracorrente, nessa etapa é recuperada o máximo de
hidróxido de sódio, consequentemente, fornecendo um overflow para a
etapa de filtração contendo uma concentração baixa de resíduos.
• O objetivo da filtração é remover sólidos residuais do licor rico oriundo da
decantação e lavagem da lama, dessa forma, prover um licor filtrado. Nesse
processo de filtração, entre outros, são usados os filtros de pressão compostos
por telas metálicas recobertas por um meio filtrante apropriado para essas
condições. O meio filtrante consiste de um tecido de fibra sintética resistente ao
meio cáustico, com boas propriedades de reter a lama. Para auxiliar o processo
de filtração é adicionado leite de cal juntamente com o licor rico, formando o
tricalcio aluminato de sódio, por meio do qual é formada uma camada com alta e
suficiente permeabilidade para proporcionar uma taxa de filtração aceitável.
Precipitação
• Nessa etapa, o licor rico, livre dos sólidos não solúveis, deve ser reconvertido ao
hidróxido de alumínio (hidrato). Para tanto, deseja-se que ocorra uma reação inversa à
digestão. A reação química da etapa de precipitação do processo Bayer é:

Na[Al(OH)4]↔ Al(OH)3 + NaOH

• A precipitação inicia com a redução da temperatura do licor rico para aproximadamente


60ºC, por meio da passagem por trocadores de placas. Em seguida, são adicionadas
sementes de hidrato que atuam como agentes nucleantes, facilitando a nucleação e o
crescimento dos cristais de hidróxido, que anteriormente estavam em solução.
• A precipitação é conduzida com dois fundamentos principais: a
recuperação da máxima quantidade de hidrato do licor e a obtenção de um
produto cristalino com tamanho apropriado de partícula.

• Por outro lado, alta temperatura e concentração cáustica, favorecem a


dissolução enquanto o resfriamento do licor rico fornece a supersaturação
essencial para a precipitação ocorrer.
Calcinação
• Neste estágio a alumina tri-hidratada (hidrato) é desidratada e convertida em
cristais de várias formas, os quais foram lavados e separados do licor pobre
durante a precipitação e, após serem calcinados produzem essencialmente
alumina anidra isenta de água. Nesse processo são comumente utilizados
calcinadores de leito fluidizado. A uma temperatura de aproximadamente
970ºC há formação de cristais de alumina gama e também formação de alumina
alfa.
 
Processo Hall-Héroult
• O alumínio metálico é produzido, em escala comercial, por meio de eletrólise da
alumina obtida, praticamente, pelo processo Bayer. A redução direta do óxido de
alumínio para alumínio metálico até hoje não é um processo competitivo. O
processo eletroquímico utilizado na obtenção desse metal consiste na eletrólise
da alumina dissolvida em criolita (3NaF.AlF3) fundida (p.f. 1.010ºC), com
baixas concentrações de aditivos não decompostos (ex. fluoretos de alumínio,
cálcio, magnésio e lítio). A mistura atua como fundente da alumina.
• Com a passagem da corrente contínua através da solução, o oxigênio
migra para o ânodo de carbono com o qual reage, gerando dióxido de
carbono na superfície anódica. Ao mesmo tempo ocorre a redução do
alumínio na superfície do cátodo, conforme as equações seguinte:
Aplicações
• O metal representa uma contribuição chave à eficiência de veículos automotores,
bem como nos trens de alta velocidade e finalmente na indústria naval, dentre
outras. Há, também, a produção de ligas metálicas e/ou equipamentos resistentes
à corrosão. O alumínio encontra aplicação com sucesso na produção de
embalagens para gêneros alimentícios de qualidade, eliminando desperdícios,
reduzindo peso e economizando combustível no transporte, além de minimizar a
emissão de efluentes. Em todo o mundo, a transmissão aérea de energia elétrica a
grandes distâncias é feita por meio de cabos de alumínio.
• . No tratamento da água, não deve ser omitido o uso do sulfato de alumínio
como coagulante, proporcionando a remoção do material indesejável ou
mesmo ofensivo, na maioria das vezes presentes no líquido. A bauxita para
usos não metalúrgicos tem restrições específicas com respeito aos teores
de: alumina, sílica, ferro e titânio.

• Essas bauxitas são usadas com maior frequência na produção de:


abrasivos, refratários, produtos químicos e cimento.

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