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LEGISLAÇÃO, SEGURANÇA DO TRABALHO E MEIO AMBIENTE

PROF. EDUARDO NOGUEIRA


O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

O conceito prevencionista de acidente de trabalho diz


respeito a qualquer ocorrência não programada, inesperada
ou não, que interfira ou interrompa o processo normal de
uma atividade, trazendo como consequência isolada ou
simultaneamente perda de tempo, dano material ou lesões
ao homem.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Imagine uma situação em que uma ferramenta cai de um


posto de trabalho que está a uma certa altura, porém sem
prejudicar ou influenciar a saúde e a segurança do
trabalhador. No conceito legal esse fato, ou seja, a queda da
ferramenta, não é tratado como um acidente. Porém,
considerando essa mesma situação dentro do conceito
prevencionista, devemos tratar como um acidente de
trabalho, por ser um evento inesperado e indesejado, uma
vez que ninguém desejava que a ferramenta caísse nem
esperava a queda.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

A NBR 14.280 (ABNT, 2001) é uma norma visa identificar e


registrar ocorrências relacionadas aos acidentes do trabalho,
com o objetivo de fornecer meios de orientação para
preveni-los, porém sem indicar medidas de correção ou
referenciar falhas ou circunstâncias que causaram o
acidente.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

De acordo com a NBR 14.280 (ABNT, 2001):

• Acidente de trabalho: evento não previsto e não desejável,


instantâneo ou não, relacionado ao trabalho, que resulte ou possa
resultar lesão pessoal.

• Acidente sem lesão: evento no qual não há lesão pessoal, mas


deve ser considerado para fins de prevenção. Nesses eventos
ocorrem somente danos à propriedade.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

De acordo com a NBR 14.280 (ABNT, 2001):

• Acidente de trajeto: evento sofrido pelo trabalhador no trajeto


casa-trabalho-casa, qualquer que seja o meio de transporte,
desde que não haja mudança no percurso por motivo que não
esteja relacionado ao trabalho.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

De acordo com a NBR 14.280 (ABNT, 2001):

• Acidente impessoal: evento que se caracteriza por não existir


acidentado, não podendo ser considerado como a causa direta da
lesão pessoal.
• Acidente pessoal: evento que se caracteriza por existir
acidentado.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Qualquer acidente, independentemente do seu tipo, pode causar,


além de danos pessoais, danos materiais. Além disso, também
pode gerar os denominados quase-acidentes, que são
ocasionados por eventos com o potencial de resultar danos.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Estudo de Heinrich

O estudo de Heinrich foi desenvolvido pelo engenheiro Herbert


William Heinrich em 1931 e teve como objetivo mostrar que
todos os acidentes, com ou sem lesões, são causados por atos
inseguros ou condições inseguras. Sendo assim, esses eventos
são de total responsabilidade do acidentado ou do empregador e
nunca ocorrem a menos que tenham sido provocados.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Estudo de Bird

O estudo de Bird foi desenvolvido pelo engenheiro Frank Bird Jr.


em 1966. Ele estudou 90 mil acidentes ocorridos na metalúrgica
americana Lukens Steel Company durante um período maior que
sete anos. Com esse estudo, a relação entre os acidentes
estabelecida por Heinrich foi atualizada e chegou-se à seguinte
conclusão, apresentada na Figura 1.4.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Estudo Insurance Company of North American (ICNA)

Apresentado pelo Insurance Company of North American em


1969, esse estudo difere dos dois primeiros com relação à
quantidade maior de casos analisados. Foram estudados
1.753.498 acidentes comunicados por 297 empresas em um
período de um ano, o que o caracterizou como um estudo mais
completo, com uma amostra de dados mais representativa que
os estudos anteriores, além da inclusão nas estatísticas de
quase-acidentes.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Horas-homem de exposição ao risco

Somatório das horas em que os trabalhadores ficam à disposição


da empresa, em determinado período. O cálculo é feito
considerando cada trabalhador que executa determinada
função.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Dias perdidos

São os dias corridos de afastamento do trabalho por motivo de


lesão pessoal, com exceção do dia do acidente e do dia do retorno
ao trabalho.

Dias a debitar

São dias não realmente perdidos que devem ser debitados por
morte ou incapacidade permanente, total ou parcial, de acordo
com o estabelecido na Tabela 1.1
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

É importante ressaltar que todos os acidentes devem ser


investigados, mesmo os que não geraram lesões, que são os
chamados quase-acidentes. Essa investigação deve ser iniciada
assim que o acidente aconteceu. Para isso, deve-se ter informações
precisas a respeito do posto de trabalho e atividade real do
momento, as condições em que o trabalho era realizado, as
rotinas e as práticas laborais, equipamentos e maquinários
envolvidos, dados pessoais do acidentado, entre outros (VIEIRA,
2005).
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Ainda de acordo com Vieira (2005), outros itens relevantes são: o


ritmo de trabalho, a rotatividade na função, o arranjo físico, as
condições do sistema eletromecânico de segurança, os agentes
agressores no ambiente – tais como ruído, temperatura, químicos,
biológicos, entre outros –, a forma de seleção do trabalhador, a
inexistência ou ineficácia de EPIs e EPCs, os treinamentos
realizados, o tempo de empresa do trabalhador, a forma como
máquinas e equipamentos são utilizados, a hora do acidente, o
horário da última refeição, entre outros.
O acidente
do trabalho:
prevencionist
a,
estatísticas,
análise e
investigação
de acidentes
O acidente
do trabalho:
prevencionist
a,
estatísticas,
análise e
investigação
de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Método da árvore de causas

Esse método se baseia na construção de diagramas que relacionam


o acidente aos riscos que contribuíram para que ele acontecesse.
Na investigação de um acidente utilizando esse método, são
considerados quatro componentes que formam a atividade
investigativa: indivíduo (I), tarefa (T), material (M) e meio de
trabalho (MT).
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Método de causa-efeito
Esse método, conforme pode ser visto na Figura 1.8, baseia-se na
análise das causas mediante a construção de um diagrama também
denominado espinha de peixe ou diagrama de Ishikawa. Parte da
teoria de que o acidente não é provocado por uma única causa.
Nesse método são analisadas seis causas, também conhecidas
como 6Ms: mão de obra, máquina, meio-ambiente, método,
materiais e medidas.
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes
O acidente do trabalho:
prevencionista, estatísticas, análise e
investigação de acidentes

Seja qual for o método adotado na análise e investigação de


acidentes, será necessário, ao final do processo, descrever todos os
fatos em um relatório, que é de fundamental importância na
documentação de programa de gerenciamento de riscos.
EXERCÍCIO 1
Qualquer acidente, independentemente do seu tipo, pode causar, além de danos pessoais,
danos materiais. Além disso, também pode gerar os denominados quase-acidentes, que
são ocasionados por eventos com o potencial de resultar danos. Sendo assim, do ponto de
vista prevencionista, todo acidente deve ser analisado e investigado. Essa afirmação pode
ser comprovada por estudos realizados sobre o tema, dois dos quais são de Heinrich e de
Bird.
O estudo de Heinrich foi desenvolvido pelo engenheiro Herbert William Heinrich em 1931 e
teve como objetivo mostrar que todos os acidentes, com ou sem lesões, são causados por
atos inseguros ou condições inseguras. Sendo assim, esses eventos são de total
responsabilidade do acidentado ou do empregador e nunca ocorrem a menos que tenham
sido provocados.
No estudo de Heinrich, para cada acidente que causava lesão incapacitante, aconteciam
outros 29 que provocavam lesões não incapacitantes e 300 que não causavam lesão.
O estudo de Bird foi desenvolvido pelo engenheiro Frank Bird Jr. em 1966. Ele estudou 90
mil acidentes ocorridos na metalúrgica americana Lukens Steel Company durante um
período maior que sete anos. A análise do estudo de Bird mostra que, para cada acidente
com lesão incapacitante, ocorriam 100 acidentes com lesões não incapacitantes e 500
acidentes sem lesão. Com esse estudo, a relação entre os acidentes estabelecida por
Heinrich foi atualizada.
EXERCÍCIO 1

Os estudos de Heinrich e Bird mostram a relação existente entre acidentes com lesões
incapacitantes, não incapacitantes e sem lesões. De acordo com os resultados obtidos é
possível concluir que:

a) A relação entre os acidentes sem lesão e com lesão incapacitante mostra que não há
necessidade de prevenção.
b) A relação entre os acidentes sem lesão e com lesão não incapacitante mostra que não há
necessidade de prevenção.
c) O fato de estarem ocorrendo muitos acidentes sem lesões e com lesões não incapacitantes
mostra que há necessidade de prevenção, para se evitar os acidentes com lesões
incapacitantes.
d) A prevenção só é necessária quando a empresa passa a registrar muitos acidentes.
e) A prevenção só é necessária quando os gastos com os acidentes passam a serem maiores
que os gastos para preveni-los.
Obrigado!

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