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 DIREITO NATURAL
• A transição do período medieval para o período
FILOSOFIA moderno é chamada de Renascimento. 

DO DIREITO • Embora, muitas vezes, seja apresentado apenas em


função do seu legado cultural para a humanidade,
nas obras de arte de artistas como Leonardo da
NA IDADE Vinci ou de escritores como William Shakespeare,
isso é apenas uma parte da história. 
MODERNA • Esse legado cultural é sobretudo o produto, e não a
causa, de uma verdadeira transformação da
concepção filosófica na visão de mundo do homem
e seu papel no contexto da existência, com
implicações para diversos campos do
conhecimento, inclusive para o Direito
• É o período da História europeia
em que houve a retomada de
temas, ideais e técnicas
utilizadas durante a Antiguidade
O QUE FOI O greco-rom

RENASCIMENT • As principais
características foram o
O? humanismo, o antropocentrismo,
o individualismo, o
universalismo, o racionalismo, o
cientificismo e a valorização da
Antiguidade Clássica, nos
campos da arte, da ciência e da
filosofia.
Características
• O humanismo foi uma das características do
Renascimento de maior destaque. De maneira geral,
do Renascimento
ele representa a valorização do ser humano e a sua
condição acima de tudo, logo, a teoria está
relacionada com a compaixão, a generosidade, e a
preocupação em valorizar os atributos humanos.
• o individualismo é a que coloca o homem em
“posição central”, pois a teoria está relacionada com
o conhecimento íntimo do ser humano, que sabe
reconhecer a sua própria personalidade, talentos e
busca satisfazer as próprias ambições, com base no
princípio de que o direito individual está acima do
direito coletivo. 
• o racionalismo foi a que mais valorizou a razão
humana, colocando a razão com a base do
conhecimento. A teoria revela o saber como
fruto da observação e da experiência das leis
que governam o mundo. 
Características do • O antropocentrismo foi uma das
Renascimento características mais marcantes
Renascimento, pois ela colocava o homem
do

como centro do universo e a mais perfeita obra


de criação da natureza, em detrimento do
pensamento medieval, no qual a religião era o
centro de tudo. 
Características  do
Renascimento

• Cientificismo Entre as características do Renascimento essa é


reconhecida por colocar a ciência em posição de superioridade com
as demais formas de compreensão humana (religião, metafísica,
filosofia, etc.).
• O universalismo foi desenvolvido durante o início da educação
renascentista, cujo período foi marcado pela expansão de escolas,
faculdades e universidades, bem como do surgimento de novas
disciplinas como língua portuguesa, filosofia, literatura, entre outras.
• No período renascentista, o estudo da Antiguidade Clássica foi
retomado para tentar romper com as regras e os pensamentos da era
medieval. Os estudos realizados pelos humanistas valorizou a figura
humana e os seus pensamentos, além de acrescentar conhecimento
par a artes e a filosofia.

 
DIREITO
NATURAL
• A disputa acerca da existência do Direito
Natural constitui um dos grandes temas de
CONCEITO reflexão filosófica acerca do Direito. Pois é
impossível responder questões centrais,
como, por exemplo, “o que é o Direito?”,
“qual é a origem do Direito?” e “qual o
fundamento de validade das normas
jurídicas?”, sem se posicionar acerca da
questão “existe o Direito Natural?”
CONCEITO • O direito natural, ou jusnaturalismo, supõe a
existência de um direito universal,
estabelecido pela natureza. Seu fundamento
é o da lei natural, e não o da lei humana,
que rege os acordos e contratos sociais.
• São a estabilidade e imutabilidade. Ou seja,
não sofre alterações ao longo da história e
do desenvolvimento da sociedade, diferente
das teorias do direito posteriores.
• Direito Natural é superior ao Estado, ligado
a princípios e nasce da própria natureza
humana, como por exemplo, o direito à
CARACTERÍSTICAS vida, à liberdade, à reprodução e
corresponde à ideia de justiça.
DO DIREITO
• Enquanto o Direito Natural trata
NATURAL  do direito como algo abstrato, divino, de
valores que estão presentes em cada ser
dotado de racionalidade. O Direito
Positivo se baseia em um
ordenamento jurídico. Ele passa a
determinar o direito como um fato, e não
como valor.
DIREITO
POSITIVO
DIREITO POSITIVO
• O direito positivo é geralmente apresentado
como sendo o conjunto de leis que constituem o
ordenamento jurídico vigente de um dado
Estado.
• Já o juspositivismo é a concepção filosófica acerca
do direito que identifica o direito com a lei. 
• Segundo tal posição, o direito deve ser
radicalmente distinguido de disciplinas como a
ética, por exemplo, que tratam de valores,
restando nele apenas aquilo que é estritamente
jurídico, pois só assim é possível desenvolver algo
que pode efetivamente ser considerado ciência
jurídica.
• É aquele que serve como disciplina para o
ordenamento de uma sociedade. A
Constituição Federal é
um exemplo de direito positivo.
• Para o positivistas, a lei é um produto
DIREITO do Direito que age como um mecanismo de
POSITIVO organização social, firmada a partir de um
"Contrato Social".
• Possui como características: o caráter
temporal, territorial, formal (tem origem nas
fontes formais), revogável, variável e
mutável.
        OBJETIVO DO
DIREITO POSITIVO

O direito positivo equivale
ao direito objetivo, ou seja, quando
se faz referência ao conjunto de
Assim, quando se faz alusão à
normas jurídicas que regem o
norma positiva ou objetiva trata-se
comportamento humano num
de uma norma coerciva.
determinado tempo e espaço está
se falando em direito
positivo e objetivo.
RELAÇÃO ENTRE
DIREITO E LEI
•  DIREITO: complexo orgânico, de que
se derivam todas as normas e
obrigações, para serem cumpridas
pelos homens, compondo o conjunto
de deveres, aos quais não podem fugir,
sem que sintam a ação coercitiva da
força social organizada. 
• É a lei, que institui a ordem jurídica,
em que se funda a regulamentação,
evolutivamente estabelecida, para
manter o
equilíbrio entre as relações do homem
na sociedade, no tocante a seus
direitos e a seus deveres.
Diferença entre o positivismo ou
juspositivismo do jusnaturalismo.
POSITIVISMO/JUSPOSITIVISMO

• leis impostas, leis como produto da


ação humana (empírico-cultural), o
próprio ordenamento positivo como
pressuposto e existência de leis
formais.
• Uma das teorias
do juspositivismo determina que,
para se solucionar lides seja
utilizados textos legais que julguem
casos iguais ou idênticos.
•  Pela teoria do jusnaturalismo nem
sempre necessita-se recorrer a leis
escritas, pois é possível transcender,
através da utilização da
Jurisprudência.
JUSNATURALISMO
O jusnaturalismo é um movimento que
se desenvolve a partir do século XVI,
com o objetivo de aproximar a lei da
razão. 

O movimento busca um Direito mais


justo, mais perfeito. 

Ele defende que o direito é


independente da do ser humano, que
ele existe antes mesmo do homem.

Que o direito é natural, imutável,


inviolável e universal.
• “O direito natural, ou jusnaturalismo, supõe a existência
de um direito universal, estabelecido pela natureza. Seu
fundamento é o da lei natural, e não o da lei humana,
que rege os acordos e contratos sociais.”
• É de ambos os conceitos que resulta a ideia de direito
natural, que é o conjunto dos primeiros princípios do
que é justo e do que é injusto, inspirados na natureza.
JUSNATURALIS • Os direitos naturais são universais e inalienáveis: não
MO podemos renunciar a eles nem ninguém pode impedir
quem quer que seja de gozar destes direitos. 
• É por esse mesmo motivo que, hoje em dia, a noção de
direito natural está prevista na Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão. 
• Nenhum dos órgãos do Estado está habilitado para
minar esses direitos, já que são próprios e naturais de
cada pessoa.
THOMAS JOHN
HOBBES  LOCKE

FILOSOFOS DO
JUSNATURALIS JEAN-
MO E JACQUES HANS
JUSPOSITIVISM ROUSSEA KELSEN 
O U
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DIREITO E RAZÃO
O Racionalismo é uma corrente filosófica que traz como argumento
a noção de que a razão é a única forma que o ser humano tem de
alcançar o verdadeiro conhecimento por completo.

No Racionalismo acredita-se que a razão é o centro do


conhecimento. Os filósofos que representam essa corrente
argumentam que a mente do ser humano é responsável pela
percepção e organização das informações já existentes.
RACIONALIS
MO
René Descartes defendia a ideia de que a razão absoluta é a única
forma possível para o desenvolvimento da vida humana. 

O Empirismo é a corrente filosófica oposta ao Racionalismo. Os


empiristas acreditam que os conhecimentos dos seres humanos
surgem das experiências vividas ao longo do tempo. 
• Kant nasceu na cidade de Königsberg,
na Prússia Oriental, em 22 de abril de
1724.
• Aos 16 anos de idade, Immanuel Kant

Immanu entrou para o curso de Teologia da


Universidade de Königsberg, onde
começou a aprofundar os seus estudos

el Kant em Filosofia.
• Em 1754, o filósofo retornou para a
universidade, onde se doutorou em
Filosofia e passou a lecionar como livre
docente. 
• Immanuel Kant ficou conhecido por ter formulado o
que ele denominou ser uma “revolução copernicana
na Filosofia”. 
• O idealismo transcendental kantiano construiu uma
complexa teia de conceitos para explicar que nem

FILOSOFIA o empirismo estava certo e nem o racionalismo


explicava plenamente o conhecimento humano. Para

DE KANT Kant, o conhecimento é obtido com base


na percepção do que ele chamou de “coisa em si”,
que é o objeto.
• Esse processo dá-se pelo que o pensador denominou
intuição, e é a racionalidade, por meio das faculdades
mentais, que proporciona ao ser humano o
conhecimento, pois a nossa mente é capaz de
relacionar conceitos puros aos dados da percepção.
CONTRIBUIÇÕES DE KANT
No campo moral, Kant formulou uma teoria chamada Metafísica dos costumes,
baseada no imperativo categórico, que tenta desfazer qualquer relativismo
moral empregando forças para descobrir as máximas ou leis morais universais. 

Para Kant, existe um dever universal baseado em leis morais e esse dever está
submetido ao estrito cumprimento das leis morais em qualquer situação racional. 

O ser humano ou qualquer outro ser racional deve cumprir aquilo que é
estabelecido pela lei moral.
• No campo político, Kant escreveu o
livro A paz perpétua, em que ele
elabora um tratado de paz e
cooperação universal imaginário
entre os Estados. 
• Esse tratado, de
inspiração iluminista e republicana,
CONTRIBUIÇ visava a garantir a paz entre as
ÕES DE KANT nações, o respeito aos Direitos
Humanos e à vida. 
• A obra kantiana, publicada em 1795,
influenciou fortemente a
consolidação da Organização das
Nações Unidas (ONU), mais de 150
anos depois.
• Criticismo: filosofia voltada para estabelecer

PRINCIPAIS IDEIAS
os limites do conhecimento humano com
base em um intenso exercício filosófico,
estabelecendo uma crítica revisionista da
Filosofia.
• Idealismo transcendental: doutrina filosófica
voltada para entender como ocorre o
conhecimento humano, com base em noções
como juízo analítico, juízo sintético e juízo
estético.
• Iluminismo: a indicação de uma iluminação
por meio do conhecimento é o requisito para
a formação de uma mente autônoma.
PRINCIPAIS IDEIAS

• Imperativo categórico: é a formulação de uma lei moral, máxima da


ação ética em qualquer situação. 
• O imperativo kantiano pode ser formulado da seguinte maneira: age de
tal maneira a tornar a sua ação uma lei universal. Isso significa que a
ação deve ser universalmente correta ou estar, em qualquer situação,
em correspondência com o dever. 
• Há também a máxima: age de tal modo a utilizar a natureza e as
pessoas como fim e nunca como meio. Isso significa que há
uma obrigação moral de não usar as pessoas como meio para que se
consiga algo.
• DIREITO E JUSTIÇA
• O modo como compreendemos a justiça é constitutivo
da nossa própria visão sobre como a sociedade
deveria funcionar. 

INTRODUÇ • Assim, o grau de reflexão que temos acerca


do conceito de justiça é diretamente proporcional
ÃO à nossa capacidade de entender a realidade social,
bem como o direito e a política. 
• Além disso, se pretendemos utilizar o direito para
promover a justiça e tornar o mundo um lugar melhor,
é necessário compreender de antemão o que ela
significa.
Direito e Justiça são conceitos que se
entrelaçam, a tal ponto de serem considerados
uma só coisa pela consciência social.

Fala-se no Direito com o sentido de Justiça e


vice-versa.
CONCEITOS
Sabemos todos, entretanto, que nem sempre
eles andam juntos.

Nem tudo que é direito é justo e nem tudo que


é justo é direito.
DIREITO E JUSTIÇA
• Justiça princípio moral pelo qual o respeito
ao direito é observado. Também é justiça o
reconhecimento o reconhecimento do mérito de
alguém ou de algo. 
• A justiça também expressa a conformidade dos
fatos com o direito. 
• Justiça é o poder de fazer valer o direito de alguém
ou de cada um.
• Direito, conforme Paulo Dourado de Gusmão,  é um
"conjunto de normas executáveis coercitivamente,
reconhecidas ou estabelecidas e aplicadas por
órgãos institucionalizados". Hans Kelsen,
define Direito como "um conjunto de regras que
possui o tipo de unidade que entendemos por
sistema".
• O Direito surge na sociedade, justamente, como o
conjunto de normas que regulam a vida social.
Sua função básica, portanto, é garantir a segurança
da organização social.
RELAÇÃO ENTRE
DIREITO E JUSTIÇA
• A questão da relação entre o Direito e a
justiça é muito mais elaborada do que o
senso comum pode fazer parecer. 
• Para compreender a complexidade do
assunto, basta perceber que, muitas
vezes, o Direito é visto como
fundamentalmente idêntico à justiça;
outras vezes a justiça é vista como razão
de ser ou finalidade do Direito.
• Também não é raro pensar que a justiça
é o fundamento de validade das leis do
ordenamento jurídico. 
•  A literatura nos apresenta 3 relações
entre Direito e justiça.
RELAÇÃO DE IDENTIDADE

Direito e justiça como sinônimos pode significar duas coisas radicalmente


distintas. 

1º: é um modo de expressar literalmente a ideia segundo a qual as duas


palavras significam a mesma coisa. 

2º: de modo mais sofisticado, a defesa da equivalência entre Direito e


justiça pode ser extraída como uma conclusão da posição juspositivista. 
Estabelecida por meio da ideia segundo a qual a primeira é um meio para se
obter a segunda. 

Ou seja, o Direito tem um caráter instrumental e tem como finalidade


justamente a concretização da justiça. 
RELAÇÃO DE
FINALIDADE
Em geral, é basicamente isso que temos em mente quando dizemos que a
justiça é a razão de ser do Direito. 

Nesse caso, há, ainda que implicitamente, uma correlação da ideia de


justiça com a noção de Direito Natural, do que resulta a ideia segundo a
qual, se tomamos a justiça como a finalidade do Direito, estamos de algum
modo comprometidos com a existência de uma justiça substantiva.
Vinculada à ideia de que a justiça é a finalidade do
Direito, também temos a ideia de que a justiça se
relaciona com o Direito na medida em que serve como o
seu fundamento de validade.

Nesse caso, mais do que dizer que o Direito tem por


objetivo a concretização da justiça, temos que ela garante
a própria validade das leis do ordenamento jurídico.
RELAÇÃO DE
FUNDAMENTA
ÇÃO Assim, se uma norma qualquer não está de acordo com a
justiça, então ela sequer pode ser considerada uma lei.

Quanto a isso, não é difícil compreender que, ao tomar a


justiça como critério de validade do Direito, estamos
necessariamente assumindo uma posição jusnaturalista
acerca do Direito. 
ACEPÇÕES DA
PALAVRA JUSTIÇA
• Com o objetivo de lançar luz sobre a questão da
definição da justiça, a primeira coisa que precisa ficar
assentada é que ela é um conceito polissêmico, isto
é, possui uma série de significados. 
• A segunda coisa é saber algumas das acepções mais
importantes da palavra em questão. 
• Para tal, propõe-se a análise das seguintes acepções: 
• justiça substantiva; 
• justiça legal;  
• justiça distributiva; 
• justiça social;  
• justiça corretiva;  
• justiça punitiva.
JUSTIÇA
SUBSTANTIVA
• Está intimamente ligada à ideia de Direito Natural. 
• Em tal acepção, ela é entendida fundamentalmente
como algo que possui valor absoluto. 
• Nesse contexto, entre as suas marcas distintivas, é
possível citar a ideia de que ela é universal e
independente de qualquer determinação legal
expressa, servindo inclusive como critério de
avaliação das normas jurídicas. 
• É importante deixar claro que a justiça substantiva
independe de avaliações subjetivas e particulares,
sendo, portanto, completamente objetiva.
• A justiça substantiva não é especificamente
identificada com aquilo que cada um pensa no seu
íntimo sobre justiça, mas com aquilo que todos
necessariamente deveríamos pensar que a justiça é
em si mesma. 
• Assim, quando dizemos que uma lei X ou Y é injusta,
se nos valemos da ideia de que todo e qualquer ser
humano deveria considerá-la injusta, estamos nos
valendo da ideia de justiça substantiva para justificar
nossa posição.
JUSTIÇA LEGAL
• É aquela que decorre do ordenamento jurídico do
Estado, de modo que, enquanto a justiça substantiva
é independente de deliberação legislativa, a marca
distintiva da justiça legal é justamente ser
dependente de um ato legislativo que a estipula ou
convenciona.
• Considera-se que a justiça é realizada no contexto da
aplicação das leis ao caso concreto. 
• Dessa forma, torna-se possível compreender que a
ideia de justiça está intimamente ligada à noção de
legalidade. 
• Nesse contexto, se uma ação é permitida pelo
ordenamento jurídico, ela é considerada justa, ao
passo que, se ela é proibida pelo ordenamento
jurídico, ela é considerada injusta. 
JUSTIÇA DISTRIBUTIVA
• A justiça distributiva entra em cena no contexto da distribuição de ônus e bônus
para aqueles que fazem parte do Estado. 
• Ou seja, se estamos lidando com a questão sobre como os bens, honrarias,
encargos ou obrigações serão distribuídos entre os indivíduos, estamos falando
de justiça distributiva.
• Tendo isso em mente, torna-se possível compreender que tal acepção de justiça
depende da existência de uma relação hierárquica ou de subordinação entre
aqueles que distribuem os encargos ou os benefícios e aqueles que os recebem.
• Portanto, a justiça distributiva não é apenas vertical, mas também trata de uma
relação de cima para baixo.
• Além de algo para ser distribuído, alguém
que distribua e alguém que receba, para
que tal justiça possa ser efetivada, é
necessário adotar também algum critério
de distribuição. 
• É justamente em função da aplicação do
critério ao caso concreto que a justiça
distributiva é realizada. 
• Quanto a isso, é possível encontrar na
literatura acerca do tema pelo menos
três: 
• o critério baseado na igualdade formal; 
• o critério baseado na distribuição
proporcional; 
• o critério baseado no mérito.
• Com base no critério da igualdade formal, a distribuição é feita de modo
fundamentalmente aritmético, de forma que todos os membros da sociedade
devem possuir encargos e benefícios equivalentes. 
• EX.: todos deveriam pagar a mesma quantidade de impostos,
independentemente de diferenças nas suas rendas. 
• No caso do critério da distribuição proporcional, o fundamento último da
distribuição é a necessidade. 
• Nesse contexto, tendo em vista a ideia de igualdade material, considera-se que
os iguais devem receber igualmente e os desiguais devem receber
desigualmente, na medida da sua desigualdade. 
• EX.: os indivíduos deverão pagar impostos de modo proporcional às suas rendas. 
• Por fim, com base no critério do mérito, o fundamento da distribuição é
inteiramente dependente do esforço. 
• Tendo isso em mente, aqueles que produzem mais devem receber mais do que
aqueles que produzem menos. 
JUSTIÇA SOCIAL
• Contemporaneamente, muito se discute acerca da justiça social.
• Embora tal acepção de justiça parta da noção de justiça distributiva
vinculada ao critério da distribuição proporcional, é correto dizer que ela
não se resume apenas a isso. 
• Além da busca pela redução das desigualdades no campo econômico, ela
também abrange a ideia de inclusão social de grupos desfavorecidos,
como, por exemplo, as mulheres, os negros ou os homossexuais. 
• Para promover a justiça social, o Estado seria responsável por editar uma
série de leis com o objetivo de proteger tais grupos, tendo em vista a
redução de tais desigualdades. 
• Sua significação está intimamente ligada à
igualdade, entra em cena no contexto da
reparação de abusos nas relações entre
indivíduos, ou seja, ela diz respeito ao
restabelecimento de um estado de igualdade
JUSTIÇA infringido em função de algo injusto (por
exemplo, uma quebra de contrato). 
CORRETIV • Se a justiça distributiva se caracteriza em função
A de uma relação assimétrica ou vertical entre os
seus polos, a justiça corretiva tem como marca
distintiva a horizontalidade, isto é, a ideia de
que os polos da relação estão em uma relação
de coordenação entre si, sendo de ordem
tipicamente civil. 
• Além disso, a justiça corretiva é
basicamente objetiva e formal. 
• Isto é, via de regra, ela não leva em
consideração as peculiaridades ou
aspectos subjetivos dos indivíduos — ela
parte do princípio que eles são
formalmente idênticos. 
• Assim, por exemplo, de modo
simplificado, se alguém viola as cláusulas
estipuladas em um contrato de compra e
venda, e não paga o valor acertado, a
justiça corretiva viria com o seu
pagamento.
• Na base da justiça punitiva, cuja ordem é
penal, está a simples ideia de que as
infrações devem ser punidas de algum
modo. Se, no contexto da justiça distributiva,
existe uma divergência a respeito de qual
critério de distribuição deve ser seguido, no
JUSTIÇA caso da justiça punitiva, a questão gira em
PUNITIVA torno do seu conteúdo, bem como da sua
finalidade.
• Nesse contexto, é possível apresentar pelo
menos duas concepções da justiça punitiva:
a justiça retributiva e a justiça como
maximização do bem-estar.
Se a justiça punitiva carrega a ideia de retribuição, o objetivo é fazer com que o
infrator seja punido de modo proporcional ao dano que ele causou.

A título de exemplo de tal concepção, temos a famosa lei do talião, cuja


formulação original é “olho por olho, dente por dente”. 

Do que resulta uma ideia da justiça punitiva como algo que tem por finalidade
algo muito próximo da vingança, pois ela seria realizada com base no sofrimento
proporcional ao dano cometido pelo infrator.

Se, contemporaneamente, a ideia do talião foi abandonada em nome de questões


ligadas aos direitos humanos, a própria noção de justiça punitiva como
retribuição passou a ser traduzida em termos de penas privativas de liberdade.
Por outro lado, se a justiça punitiva tem como ideia a
maximização do bem-estar, no lugar de buscar o
sofrimento proporcional do infrator, ela busca tanto modos
alternativos para que o infrator compense os seus delitos
quanto educá-lo para que não os cometa novamente.

Nesse contexto, a ideia é que um crime está muito mais


ligado à ignorância ou à falta de oportunidades do infrator
do que à sua vontade propriamente dita de cometer
delitos. 

Assim, o que se visa é, sobretudo, à reabilitação dos


infratores, para que eles possam compreender as leis e
receber oportunidades para que não venham a infringi- -las
novamente.
• John Rawls foi um professor de
filosofia política na Universidade de
Harvard, autor de Uma Teoria da
Justiça, Liberalismo Político e O Direito
dos Povos.
A JUSTIÇA • A justiça equitativa de Rawls surge da
busca por um ideal de justiça que de
EQUITATIVA certa forma neutralize o modo de ser,
POR JOHN social e biológico (no que diz respeito
as habilidades naturais que dão
RAWLS vantagens aos indivíduos) que de
algum modo pode ser arbitrário.
HERMENÊUTICA FILOSÓFICA
• O Direito sem atividade interpretativa seria algo
completamente vazio e vão, pois todos os
dispositivos legais sequer poderiam ser
considerados um ordenamento
jurídico propriamente dito, não passando de um
conjunto de sinais sem o menor sentido. 
HERMENÊUTI
• Além disso, dado que um dispositivo legal
CA qualquer suscita uma multiplicidade de
FILOSÓFICA interpretações possíveis, faz-se necessário
encontrar critérios e métodos para se
estabelecer, dentre elas, quais são boas e quais
não são.
• E é justamente nesse contexto que entra em
cena a questão da hermenêutica.
É importante destacar que uma das questões mais
importantes no contexto da hermenêutica jurídica diz respeito
à relação entre a interpretação e a aplicação do Direito.

Tendo isso em mente, enquanto a interpretação visa elucidar 


a norma jurídica que abstratamente pode ser extraída de um
determinado texto legal qualquer, a aplicação visa justamente
adequar a norma ao caso concreto.
• Hans-Georg Gadamer foi um filósofo alemão
considerado como um dos maiores

HANS-GEORG
expoentes da hermenêutica.
• Sua obra de maior impacto foi Verdade e
Método, de 1960, onde elabora uma filosofia
GADAMER propriamente hermenêutica, que trata da
natureza do fenômeno da compreensão.
O CÍRCULO
HERMENÊUTICO
• Gadamer chamou de círculo hermenêutico: o ato de
interpretar se inicia com conceito prévios carregados
pelo intérprete ao longo de sua história, que são
substituídos paulatinamente por conceitos diversos
com maior grau de adequação.
• Refere a lógica interna da compreensão
hermenêutica, isto é, a regra segundo a qual é
necessário compreender o todo de um texto a partir
das suas partes e estas a partir do todo.
• De origem etimológica grega, hermeneuein,
é percebida modernamente como a teoria
ou a filosofia da interpretação viabilizando a
percepção do texto além de suas palavras,
de sua simples aparência. Sua origem grega
HERMENÊU expressa à compreensão do fato não
TICA perceptível.
FILOSÓFICA • A tarefa da hermenêutica é debruçar-se,
pesquisar e tentar sistematizar esse
processo interpretativo. 
• Para cumprir essa tarefa, pode-se trabalhar
a partir de três paradigmas diferentes: a
“filosofia da linguagem”, a “metafísica do
objeto” e a “metafísica do sujeito”.
HERMENÊUTICA JURÍDICA
• É  a disciplina que tem por objetivo refletir sobre a questão da
interpretação no contexto jurídico. 
• Nesse caso, ela estabelece as bases e os métodos por meio dos quais
os textos legais podem se transformar em normas jurídicas, bem
como trata da questão da aplicação delas ao caso concreto. Quanto a
isso, Carlos Maximiliano afirma que “a hermenêutica jurídica tem por
objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para
determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito”
(MAXIMILIANO, 1997, p. 17).
• O próximo passo é compreender como a hermenêutica filosófica
influenciou a questão da interpretação do Direito. 
• Quanto a isso, é fundamental que você saiba que a hermenêutica
filosófica teve grande impacto tanto na prática da interpretação
jurídica quanto na questão teórica sobre o que alguém está
fazendo ao interpretar o Direito. 
• Com relação a esse último ponto, graças aos avanços e
desenvolvimentos de reflexões de filósofos como Gadamer,
tornou-se possível compreender que a atividade interpretativa,
mais do que um mero método para desvelar o sentido dos textos
jurídicos, consiste em um modo de compreender o próprio fazer
jurídico.
• Outra consideração importante no que tange à influência da
hermenêutica filosófica para o Direito vem da ideia de círculo
hermenêutico. 
• Graças a ela, tornou-se possível superar a ideia de que a
interpretação e a aplicação do Direito são atividades
absolutamente distintas, bem como a ideia de que a interpretação
tem prioridade sobre a aplicação do Direito. 
• Nesse contexto, além do fato de que a interpretação e a aplicação
são indispensáveis para a compreensão do Direito, também
temos a ideia de que o intérprete é alguém que, ao executar tal
atividade, possui uma série de preconcepções e ideologias que
não são facilmente abandonáveis. 
• https://duduhvanin.jusbrasil.com.br/artigos/190252298/
um-breve-resumo-do-direito-natural
• https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/10/
Conceito-de-Direito
• https://suellany.jusbrasil.com.br/artigos/423364094/
jusnaturalismo-e-juspositivismo-qual-a-diferenca
• https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=juspositivismo
REFERÊN • https://slideplayer.com.br/slide/10254793/
• https://www.passeidireto.com/arquivo/37314425/direito
CIAS • https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/kant---
teoria-do-conhecimento-a-sintese-entre-racionalismo-e-
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• https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/immanuel-
kant.htm. Acesso em 27 de janeiro de 2021.
• https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-94/a-justica-
como-equidade-em-jonh-rawls/
• https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/41608/
hermeneutica-e-pre-compreensao-o-circulo-hermeneutico

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