HUMANISMO CRISTÃO

Origens (importância da Pessoa humana)

Consequências (práxis cristã)

Victor Villavicencio
 Na perspectiva religiosa
• O conceito de humanidade revelado em Jesus exige novos conceitos para
entender a Divindade, a partir da experiência do Sagrado no contexto cultural,
linguístico da mentalidade semita da qual faz parte o povo de Jesus.
• A humanidade de Jesus não é uma forma humana (antropomorfismo) anexa a
natureza divina de Cristo, mas a única natureza humana que é sua própria
natureza divina. E isso é compreendido no conceito de Ressurreição, que indica
que a história humana de Jesus, desde que nasce até a morte, é a única e atual
história real do Pai, Deus, “quem vê o Filho vê o Pai” (Cfr. João 14:9).
• A humanidade de Jesus exige uma concepção diferenciada que permita
entender a Santíssima Trindade, como uma “economia de salvação” presente
nas aproximação compassiva e misericordiosa de Jesus para com as pessoas
necessitadas.
• Que Jesus está presente onde dois ou três estão reunidos no seu nome. A
presença real de Jesus Cristo na eucaristia como a) Povo reunido em nome de
Jesus, b) que proclamação da Palavra de Deus viva nos evangelhos e c) Partilha
do Pão e o Vinho.
 Na perspectiva da pessoa humana
• O cristianismo não é uma teoria, uma doutrina, nem um dogma. O
cristianismo é a adesão e seguimento à pessoa humana de Jesus.
As formas religiosas do cristianismo são intentos de estabelecer
dogmas e doutrinas em vistas dos desvios de compreensão do
sentido da vida de Jesus como o Cristo, em especial desvios
provocados pelas fronteiras culturais intransponíveis do ocidente
diante da tradição semita de Jesus e seu povo.
• O seguimento à pessoa de Jesus acontece depois do impacto
provocado pela pessoa de Jesus na vida do crente. Por isso se pode
falar de conversão, não no sentido de conversão doutrinal ou
religiosa, mas no sentido de reorientação do sentido da vida para a
descoberta da humanidade como presença sagrada de Deus.
 Na perspectiva da pessoa humana
• Ver na humanidade de Jesus a única forma de compreender a
divindade do Pai como um “Deus” todo misericordioso, que
promove a felicidade de forma gratuita.
• Entender que o projeto de vida proposto por Jesus está
guiado pela:
– Gratuidade: Jesus ama porque gosta de amar, incondicionalmente,
desinteressadamente (contra a meritocracia)
– Misericórdia: Não sacrifícios (contra obrigações – religiosas,
econômicas, etc. – que não aceitam o ser humano em primeiro
lugar).
– Felicidade: conceito profundo que indica Salvação.
• Novo conceito de pessoa humana (Cfr. Apostila), repensando
a tradição ocidental na perspectiva do judaísmo.
 Na perspectiva da sociedade
• Comprometimento responsável pelo bem- estar do próximo: o
ser humano como prioridade das ações sociais.
• Evitar ideologização / polarização política quando está em jogo
a vida humana.
• Manter o vínculo com a tradição evangélica: cuidado do pobre,
a viúva, o migrante estrangeiro.
• Campos de ação estratégica:
– Trabalho
– Economia
– Ecologia
– Política ... Etc.
• Sinais dos tempos: Revolução 4.0 / Renda universal /
Redistribuição de tributos e riquezas / Nova ordem ecológica.
 Sínteses na perspectiva do seguimento à
pessoa de Jesus: em relação à humanidade
• Que a humanidade é essencial para definir a
divindade na tradição semita (do povo de Jesus)
• Por isso, a humanidade da pessoa de Jesus é a
única forma de entender a divindade revelada
por Jesus, o Cristo.
• O cuidado do humano é uma atitude que brota
do encontro com a pessoa humana de Jesus,
não como uma atitude de uma convicção (seja
religiosa, doutrinal, filosófica, política, etc. )
 Sínteses na perspectiva do seguimento à
pessoa de Jesus: em relação à consequências
• Que o cristianismo é mais que uma religião: é uma forma de vida
caracterizada pelo amor ao próximo apenas porque brota do
coração (não da imposição nem da convicção).
• Por isso a presença do cristão se destaca no cuidado do humano
(não do cuidado de uma doutrina de uma ideia religiosa, mas da
produção de humanidade)
• Que o cristianismo é sobretudo um olhar compassivo e
misericordioso para o outro, porque o outro é a presença mais
sagrada (imagem e semelhança do próprio Deus)
• Daí que o cristianismo pode ser apreciado quando se cuida dos
mais pequenos e abandonados... nos hospitais, casas de cuidado
e acolhida ... “órfão, viúva e estrangeiro” .