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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

SEMINÁRIO DIRIGIDO

EFETIVIDADE DE PROGRAMA DE
CONTROLE DE QUALIDADE EM
MAMOGRAFIA PARA O SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE
Grupo:
Bárbara Márcia Souza Lopes
Laura Cardoso Takahashi
Luciana Braga dos Santos
Renato Caldeira de Souza
Junho de 2017
Sumário
Referência bibliográficas

Siglas

Autores

Objetivo

Introdução

Metodologia

Métodos e discussões

Conclusão

2
Referências bibliográficas
• Corrêa. R.S et al “Efetividade de programa de controle de qualidade em mamografia para o
Sistema Único de Saúde. Revista Saúde Pública 2012; 46 (5): 769 -76
• Portaria SVS/MS n° 453, de 1 de junho de 1998.
• Furquim, T.A.C; “Programa de garantia de controle de qualidade em mamografia”.
• Oliveira. B.B et al; “Dosimetria e avaliação da qualidade da imagem em um sistema de
radiografia direta”, Radiol Bras vol.47 no.6 São Paulo Nov./Dec. 2014.
• Corrêa. R.S.; “Mamografia: Infraestrutura, cobertura, qualidade e risco do câncer Radioinduzido
em rastreamento oportunístico no estado de Goiás”. Tese de doutorado, Goiânia, 2012.
• http://www.cesio137goiania.go.gov.br, acesso no dia 02 de junho de 2017.
• www2.inca.gov.br, acesso no dia 07 de junho de 2017.
• http://atalanta.cdtn.br/ , acesso no dia 07 de junho de 2017.

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Siglas
• CAE – Controle Automático de Exposição
• CBR – Colégio brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por imagem
• CDTN – Centro de Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear
• INCA – Instituto Nacional de Câncer
• SUS – Sistema Único de Saúde
•SVS/MS – Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde

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Autores
• Rosangela da Silveira Corrêa 1
• Ruffo Freitas-Junior 2
• João Emílio Peixoto 3
• Danielle Cristina Netto Rodrigues 2
• Maria Eugênia Fonesca Lemos 1
• Cíntia Melazo Dias 4
• Rubemar de Souza Ferreira 5
• Rosemar Macedo Souza Rahal 2

5
Autores
1. Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia. Centro Regional de Ciências
Nucleares do Centro-Oeste. Comissão Nacional de Energia Nuclear. Abadia de
Goiás, GO, Brasil.
2. Rede de Goiana de Pesquisa em Mastologia. Programas de Mastologia.
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
3. Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia. Instituto Nacional de Câncer. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
4. Rede Goiana de Pesquisa em Mastologia. Diretoria de Radioproteção e
Segurança. Comissão Nacional de Energia Nuclear, Brasília, DF, Brasil.
5. Diretoria de Radioproteção e Segurança. Comissão Nacional de Energia
Nuclear. Rio de Janeiro, Brasil.
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Autores
Rosangela da Silveira Côrrea
• Graduação em Arquitetura pela FAUSS (1984);
• Especialização em Proteção Radiológica pela CNEN;
• Mestrado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (2002);
• Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Goiás
(2012).

Informações retiradas do Currículo Lattes, acesso 29/5/2017.

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Revista de Saúde Pública 2012; 46 (5): 769 -76

Fonte: https://www.yumpu.com

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Reconhece a importância do controle social da pesquisa,
dentro de um contexto histórico da ética em pesquisas
envolvendo seres humanos.

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em


Pesquisa Dr. Henrique Santillo, da Secretaria de Estado
de Saúde de Goiás (Protocolo n° 0007.1.177.00-5).

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Introdução
MAMOGRAFIA

Rastreamento do câncer de mama.

Redução da taxa de mortalidade em função do aumento de casos detectados


em estágios iniciais do câncer de mama.

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Problematização
MAMOGRAFIA

Rastreamento do câncer de mama.

Qualidade não desejável Limites (dose, Normatização


da imagem compressão...) excedidos inadequada

Redução da taxa de mortalidade em função do aumento de casos detectados


em estágios iniciais do câncer de mama.

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Problematização

Variação do coeficiente de
atenuação linear em função da
energia dos fótons empregados em
mamografia

Fonte: Adaptação de Cohen e colaboradores (2010) pela Corrêa, R.A.

12
Introdução
Efetividade do rastreamento.

Qualidade e desempenho de equipamentos, materiais e


procedimentos empregados na mamografia.

Documentos referenciais para implantação de


programas para controle de qualidade em
mamografia.

13
Introdução
1992 1998 2004
• Criação do Programa de • As diretrizes de proteção • O INCA recomendou o
Certificação da Qualidade radiológica em SUS a criação de
em Mamografia pelo radiodiagnóstico médico mecanismos de controle
Colégio Brasileiros de e odontológico foram de qualidade como parte
Radiologia. estabelecidas pelo dos critérios para
Ministério da Saúde. credenciamento e
• Objetivo: Iniciar as ações monitoramento dos
voltadas para a qualidade • Portaria SVS/ MS nº 453, serviços de mamografia.
da imagem em de 1 de junho de 1998.
mamografia no Brasil.

Assim, serviços passaram a ser responsáveis pela realização periódica dos testes de
desempenho dos mamógrafos, processadoras e demais materiais.
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Introdução
PROGRAMA DE GARANTIA DE QUALIDADE: instruções detalhadas para se
realizar as ações de garantia de qualidade para cada componente do
equipamento, sistemas de equipamentos ou instalações, incluindo elementos de
gestão da qualidade e técnicas de controle de qualidade.

CONTROLE DE QUALIDADE: técnicas operacionais e atividades que são utilizadas


para atender a exigências de qualidade.

15
Introdução
Os programas de rastreamento de câncer de mama visam:
• Melhoria da saúde pública;
• Ações de controle de qualidade direcionadas à obtenção de imagens
satisfatória e
• Exposição do paciente a doses de radiação aceitáveis.

Assim, o objetivo do estudo foi avaliar a efetividade do programa


de controle de qualidade em mamografia para o monitoramento
contínuo dos serviços que integram a rede do SUS.

16
Métodos
Estudo prospectivo, com análise temporal do tipo “ANTES E DEPOIS”
de uma ação de vigilância sanitária.

UNIDADE DE PESQUISA: Serviço de mamografia.

LEVANTAMENTO DE DADOS: Visitas in loco.

PERÍODO: 2007, 2008 e 2009.

17
Métodos
Participaram os estabelecimentos de saúde que possuíam

Equipamentos com sistema de Realizavam mamografia para o SUS de


processamento convencional (tela/filme). julho de 2007 a março de 2009 em Goiás.

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Métodos
45 serviços foram selecionados inicialmente
2 serviços foram descredenciados para realizar mamografia para o SUS;
4 foram interditados ou paralisados;
2 não participaram de todas as etapas;
2 substituíram o sistema de processamento convencional para o digital.

35 serviços participaram da pesquisa.


19
Métodos
ETAPAS

Cadastramento dos serviços.

Avaliação do desempenho dos mamógrafos, processamento,


qualidade da imagem, doses aplicadas e demais materiais.
20
Métodos
• Após cada visita, um relatório com os resultados das avaliações realizadas,
o qual constava o valor medido e o valor (ou faixa de valores) da aceitação
da cada parâmetro, foi encaminhado ao serviço.

• O serviço recebia do órgão de vigilância sanitária um prazo para o


cumprimento das não conformidades encontradas.

Portaria SVS / MS n° 453, de 1 de junho de 1998, item 1.8.

21
Métodos
 A identificação dos serviços foi realizada a partir dos dados do Cadastro
Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES/DATASUS/MS). Foram
levantadas informações sobre os equipamentos e os materiais empregados
na realização da mamografia.

 As unidades participantes foram codificadas pela sigla GO (estado de


Goiás), seguida por três dígitos numéricos sequenciais, com início no código
GO001, visando preservar a identidade dos serviços.

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Métodos
 A avaliação dos parâmetros de desempenho dos equipamentos e materiais,
da qualidade da imagem e da dose foi realizada de acordo com:

• Regulamento técnico do MS/SVS,

• Diretrizes Europeias para Garantia da Qualidade no Rastreamento e


Diagnóstico do Câncer de Mama

• Protocolo de Internacional de Energia Atômica (AIEA)

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Métodos

A dose e a qualidade da imagem foram


avaliadas por meio de simulador
radiográfico de mama.

Fonte: Brasil (2007b, pg 78).


Simula uma mama de 5,3 cm de espessura quando comprimida e com 50 % de
tecido adiposo e 50 % de tecido fibroglandular.
24
Métodos
No corpo de cera:

4 grades metálicas Avaliação da resolução espacial da imagem.

5 grupos de microesferas de Al2O3 Simulam microcalcificações.


8 discos de poliéster Simulam áreas de baixo contraste.

6 fios de náilon Simulam tecidos fibrosos.

5 calotas esféricas de náilon Simulam massas tumorais.


25
Métodos

26
Métodos
As imagens foram geradas nas mesmas condições em cada equipamento.

• Simulador posicionado sobre a bandeja de


suporte de mama.

• Alinhado com o chassi na borda da parede


torácica.
A: Bandeja de compressão. 
B:Espaçadores de PMMA. 
C: Placas de PMMA. 
Oliveira. B.B et al, 2014.
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Métodos
 Sensor do dispositivo do mamógrafo para o CAE, ativado e

posicionado sob o corpo central do simulador;

 A tensão foi de 28 kV em todos os serviços;

 Após a exposição, o filme foi revelado na processadora do serviço

em condições normais de uso.


28
Métodos
O índice de contraste e a Presença de artefatos
densidade ótica de fundo
também foram medidos na Uniformidade da imagem
imagem do simulador

A leitura das imagens foi feita por pelo menos dois avaliadores em sala com luminosidade
reduzida, utilizando máscara para cobrir a área clara não usada do negatoscópio.

29
Métodos
O desempenho dos dispositivos e acessórios que influenciam direta e
indiretamente a qualidade da imagem mamográfica foi testado por
• Sistema de colimação;

• Desempenho do CAE;

• Força de compressão;

• Alinhamento da bandeja de compressão;

•Integridade dos chassis e

•Sistema de processamento.
30
Métodos
A dose de radiação na superfície de entrada do simulador

Foi determinada pela medida da grandeza dosimétrica kerma no ar,


estabelecida pelo MS/SVS, realizada com o dosímetro clínico com
detector de estado sólido calibrado para mamografia.

As medidas foram realizadas com as mesmas técnicas radiográficas


selecionadas para a tomada da imagem do simulador radiográfico.

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Métodos
• Foi atribuído um ponto para a conformidade e zero para a
não conformidade de cada parâmetro avaliação.
• Assim, para 16 parâmetros, a pontuação total do serviço
variou de zero a 16.
• Foram calculados os percentuais de conformidade de cada
serviço e o percentual médio de todos em três momentos
(2006, 2008, 2009).

32
Resultados
Mamógrafos
Intituições públicas Intituições filantrópicas Serviços privados

20%

11%
69%

33
Resultados
Fabricantes dos mamógrafos
Equipamentos importados Equipamentos de fabricação nacional

20%

80%

Foram identificados mamógrafos de oito fabricantes diferentes.

34
Resultados
Processadoras
Importadas Fabricação nacional
Outros fabricantes nacionais e estrangeiros

11%

20%

69%

69% das processadores eram de uso exclusivo para mamografias.

35
Resultados

36
Resultados

37
Resultados
 Embora a densidade ótica da imagem e a dose não tenham
apresentado diferenças com significância estatística, os dados
mostraram aumento do número de serviços que se apresentam
em conformidade para esses parâmetros.

 Em relação à resolução especial e à visibilização das estruturas


que simulam massas tumorais e fibras, os serviços apresentavam
conformidade na avaliação de 2007, resultado que se manteve
nas avaliações de 2008 e 2009.

38
Resultados

Os demais parâmetros de qualidade de imagem (visibilização de


microcalcificações e índice de contraste) apresentaram diferenças da
ordem de 5% entre os percentuais, enquanto para os discos de
baixo contraste a diferença foi de 14%.

Nesses casos, não houve aumento numérico de serviços que se


apresentavam em conformidade com os padrões

39
Resultados

40
Resultados

41
Discussão
• A avaliação da qualidade das ações e dos serviços de saúde é
fundamental para o controle da assistência à saúde oferecida à
população.
• Os equipamentos emissores de radiações ionizantes podem operar
com alto grau de qualidade na área de saúde.
As normas e os procedimentos de proteção radiológica e
controle da qualidade devem ser seguidos.

42
Discussão

A implantação do programa de controle de qualidade nos serviços


de mamografia que compõem a rede SUS em Goiás mostrou-se mais
efetiva com os resultados 2007-2009, com duas intervenções.

Com a continuidade do programa, será possível maior controle da


qualidade e do risco na realização das mamografias.

43
Discussão
O único parâmetro de desempenho do mamógrafo que não
apresentou melhoria no período da pesquisa foi o alinhamento do
campo de raios-X com o sistema de registro da imagem composto
pelo chassi e o filme.

Contudo, houve aumento progressivo do percentual de


conformidade desse parâmetro, resultado que mostra a
necessidade de continuidade desse tipo de intervenção nos
próximos anos.

44
Discussão
Estudos apontam a revelação dos filmes radiográficos como o
processo que mais afeta a qualidade da imagem em mamografia.

Os parâmetros de qualidade da imagem que apresentaram melhoria


decorrente da ação de controle de qualidade entre 2007 e 2009
foram os relativos à uniformidade e à redução do número de
artefatos da imagem.

45
Discussão
Foi avaliada a qualidade dos serviços em relação a equipamentos e
acessórios.

Contudo, é necessária a realização de pesquisas com enfoque:

Qualidade da imagem para a Risco carcinogênico para o


detecção precoce do câncer Profissionais SUS e para o sistema de
de mama saúde suplementar.

46
Discussão
Embora o percentual de serviços classificados como inaceitáveis em relação aos
critérios técnicos avaliados tenha diminuído:
77,1% em 2007
40,0% em 2009 na última avaliação

Os médicos interpretadores
dos exames continuavam a Diagnósticos
dispor de mamografias de incorretos
qualidade inferior
É necessário dar continuidade às ações de controle de qualidade, inclusive nos serviços que não atendem ao SUS.

47
Conclusão

As intervenções no Programa de Controle de Qualidade da Mamografia, com


base na metodologia aplicada neste estudo, foram efetivas para a melhoria da
qualidade do exame e do monitoramento dos serviços que compõem a rede
SUS em Goiás.

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Programa de Qualidade em Mamografia
O INCA desenvolveu, em 2006, um Programa de Qualidade em Mamografia
(PQM) com a finalidade de assessorar os estados e municípios na implantação
de ações de controle de qualidade das mamografias.
Objetivo avaliar o desempenho da prestação dos serviços de diagnóstico por
imagem que realizam mamografia, com base em critérios e parâmetros
referentes à:
• Qualidade da estrutura
• Processo
• Resultados
• Imagem clínica
• Laudo
 
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Programa de Qualidade em Mamografia
O programa tem abrangência nacional e se aplica a todos os
estabelecimentos de saúde públicos e privados que realizam
mamografia e que sejam vinculados ou não ao Sistema Único de
Saúde (SUS).
 

O PNQM é gerenciado pelo Ministério da Saúde é executado


pelas Vigilâncias Sanitárias locais e Anvisa, INCA e CBR.

50
Programa de Qualidade em Mamografia
Os 53 serviços de mamografia do SUS avaliados encontravam-se assim
distribuídos: 11 no estado da Paraíba, 18 em Belo Horizonte, 13 em Goiânia e
11 em Porto Alegre.

Os resultados das avaliações realizadas nesses serviços de mamografia


mostraram que a metodologia aplicada no âmbito do projeto Piloto, baseada
na avaliação de infraestrutura, processos e resultados, foi capaz de fornecer
informações importantes para a caracterização do grau de adequação dos
serviços em relação aos requisitos de qualidade e proteção radiológica desses
serviços.
 

51
Programa de Qualidade em Mamografia
 
Os resultados indicaram que aspectos relacionados à infraestrutura, dose de
radiação e qualidade da imagem precisam ser aprimorados em muitos
serviços.

É necessário também implantar:


• Ações de capacitação continuada de técnicos e radiologistas.
Objetivo de melhorar a qualidade dos exames (posicionamento da
paciente e técnica radiográfica).

• Interpretação radiológica.

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O Atalanta é um sistema criado e mantido pelo Centro de Desenvolvimento de
Tecnologia Nuclear (CDTN) em conjunto com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais,
através da Superintendência Estadual de Vigilância Sanitária, como parte do Programa
Estadual de Controle de Qualidade em Mamografia – PECQMamo.

O objetivo do sistema é monitorar instituições, tais como clínicas, consultórios,


hospitais e laboratórios, que realizam exame de mamografia na região metropolitana
de Belo Horizonte, bem como em todo o estado de Minas Gerais, e assim, verificar o
padrão de qualidade dos serviços prestados por cada clínica e demais instituições.

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