Faculdade de Engenharia

Departamento de Engenharia Electrotécnica

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E
ERGONOMIA

Chimoio, Março de 2021

1
Introdução
A prevenção é certamente o melhor processo de reduzir ou eliminar
as possibilidades de ocorrência de problemas de segurança com o
trabalhador.
Esta consiste na adoção de um conjunto de medidas de proteção, na
previsão de que a segurança física do trabalhador assim como da
área de servico possa ser colocada em risco durante a realização do
seu trabalho.

Assim sendo, o objectivo principal deste tópico consiste em fazer

conhecer aos trabalhadores dos equipamentos de proteção existentes
como recurso que ampliam a segurança do trabalhador.

2
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
O equipamento de proteção é todo e qualquer dispositivo individual e/ou
colectivo destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador,
protegendo conforme os riscos levantados e os tempos de exposição
observado.

Princípios de proteção na área de HST

Qualquer local de trabalho representa um ponto onde se juntam diversos

meios de produção (Homem, Máquina, Energia, Matéria prima entre
outros), para que a actividade de um trabalhador decorra com o minimo de
risco, devem ser criadas diferentes condições passivas e activas para a
sua seguranca.

3
Como princípios de proteção na área de HST pode-se apresentar os
seguintes:
 Realizar o dimensionamento e/ou a concepção das instalações da
actividade e dos processos de trabalho;
 Procurar meios de trabalho que ofereçam menos riscos
operacionais;

 Quando se torna impossivel instalar um meio de trabalho

(equipamentos) que ofereçam menos riscos aos trabalhadores, deve-
se recorrer a medidas complementares caso dos equipamentos de
protecção colectiva que em certos casos podem comportar a redução
do tempo de exposição ao risco.

 Quando aos medidas técnicas coletivas não são suficientes para reduzir
a exposição ao risco num nível aceitavel, deve-se fornecer aos
trabalhadores equipamentos de proteção individual especifico para a
actividade em particular.

4
Equipamentos de proteção individual (EPI)

Chama-se EPI a recursos utilizados pelo trabalhador para ampliar o seu

nível de segurança, assumindo um papel de grande importância, tanto
por parte da empresa no tocante a seleção e treinamento dos usuários,
como também do próprio empregado em dele fazer uso para o bem da
sua própria integridade física durante a existência de variados riscos aos
quais se expõe no ambiente de trabalho.

Quando se trata de proteção individual o princípio é:

“Proteger tão pouco quanto possível, mas tanto quanto necessário”.

5
Os diferentes tipos de EPI΄s podem ser divididos de acordo com a zona do
corpo a proteger.

Zona do Corpo Perigo Grupo de EPI

Equipamentos, materiais ou Capacete de
substancias com temperaturas protecção
extremas
Equipamentos ou matérias em queda Boné de protecção
Cabeça Objetos cortantes ou pontiagudos Capuz
Agentes químicos e biológicos Touca

Salpicos de produtos químicos e Óculos de protecção

projeção de partículas metálicas
Olhos Poeira, gases e vapores Viseiras
Radiações ionizantes e não ionizantes
Mascaras

6
Zona do Corpo Perigo Grupo de EPI
Tampões auditivos
Ouvido Ruido Protetores auriculares

Vias Atmosfera com ausências ou carência Aparelho de

Respiratórias de oxigénio protecção respiratória
Poeiras, gases e vapores

Temperaturas extremas de Luvas e Maguintos

equipamentos, materiais e produtos
químicos e biológicos
Mãos e Elementos cortantes, perfurantes e
antebraços abrasivos
Colisão com objetos
Corrente eléctrica

7
Zona do Corpo Perigo Grupo de EPI
Temperaturas extremas (baixas/elevadas) Botas de segurança
Pés Elementos cortantes, perfurantes e Galochas, Sapatos
abrasivos, colisão com objetos, agentes de segurança
químicos e biológicos, corrente eléctrica,
veículos ou objetos em movimento,
manuseio de objetos pesados.

Temperaturas extremas (Baixas e Vestuário de

elevadas) de equipamentos, materiais e proteção mecânica,
produtos químicos, agentes químicos e fatos químicos,
Corpo inteiro biológicos, objetos cortantes e equipamentos de
perfurantes, vestuário inadequado em trabalho em altura
dimensão, trabalhos em altura, corrente
eléctrica e cargas electroestáticas

8
Zona do corpo a proteger e o seu respectivo EPI

Proteção da Cabeça
Proteção da Ouvidos

Proteção de vias respiratórias

Proteção de Olhos e Face

Proteção de Joelhos

Proteção das mãos

Proteção de pés

9
 Proteção contra
atropelamento

Proteção
múltipla

Proteção contra
quedas
Proteção contra queimaduras

10
Equipamentos de proteção colectiva
São equipamentos instalados no local de trabalho que servem para
proteger mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Exemplos: biombos, exaustores, ventiladores, paredes acústicas e
térmicas, iluminação de emergência, alarmes, extintores entre outros.

Os EPC são importantes como medidas de controle perante a ação de

agentes potencialmente insalubres, tendo como objetivo a neutralização
ou eliminação da insalubridade, consequentemente a preservação da
saúde e integridade física do trabalhador

11
12
Seleção, utilização e manutenção dos equipamentos de
protecção

A decisão de recorrer a utilização de um EP enquanto medida de controlo

do risco deve ser devidamente fundamentada pela avaliação dos riscos
profissionais uma vez que este, enquanto ferramenta de suporte e decisão
que esta na base de um sistema de gestão de riscos profissionais.

Avaliação de riscos profissionais

 O que representa e em que situação;
 Quem esta exposto e durante quanto tempo;
 Quando esta exposto e qual tipo de exposição.

13
Ė importante que a gestão de risco profissional tenha um caracter
dinâmico com nível periódicos consoante as alterações, quer no local
de trabalho a nível da actividade em questão quer no que respeita ao
desenvolvimento de novas tecnologias conhecimento na area de
segurança e saúde no trabalho, em concordância com os princípios
de melhora continua conforme mostra o diagrama abaixo.

14
Seleção dos equipamentos de protecção adequados a
exposição, a tarefa e ao trabalhador

Na seleção de um EP devem ser considerados aspectos como

 Selecionar equipamentos com certificação;
 Garantir a existência de manuais de utilização;
 Ter em consideração o local a implementar se for EPC, e as características
do individuo que ira utilizar se for EPI de modo a garantir especificações
adequadas as condições físicas do trabalhador;
 Ter em conta as exigências e limitações especificas da tarefa em causa,
como a sensibilidade das mãos;
 Identificar a necessidade de compatibilizar diferentes tipos de EP, sempre
que os riscos evidenciem a necessidade de utilizar diferentes tipos de EP
(equipamentos de protecção) em simultâneo;
 Entre outros

15
Aquisição do equipamento de protecção
Aquando da aquisição de equipamento de proteção devera ainda ser
considerada a evolução técnica dos equipamentos disponíveis no mercado
através da realização da avaliação de custo-benefício que possam levar a
melhoria do nível de protecção e conforto dos trabalhadores.

Informação, formação e distribuição do EP

Com a entrega do EP, o trabalhador deve ser informado e formado sobre a
correta utilização.
O empregador deve, por isso previdência informação e formação aos
trabalhadores sobre os procedimentos de segurança e ter em consideração a
correta utilização e manutenção do equipamento de protecção.

16
Informação, formação e distribuição do EP
A formação e informação devera abordar aspectos como꞉
 Perigos e efeito para a saúde;
 Fundamentação da necessidade do uso do EP para determinada
area;
 Utilização e manutenção correta;
 Critérios de seleção;
 Riscos de utilização incorreta do EP;
 Método de funcionamento do EP, suas limitações, cuidados
especiais;
 Verificação do bom estado antes da utilização, identificação dos
defeitos ou limitações do EP;
 Higienização, desinfestação e inspeção dos EP apos a utilização
 Armazenamento correto
 Detenção da necessidade de manutenção
 Entre outros.

17
Monitorização꞉ Utilização e Manutenção
Utilização
Recomenda-se que regularmente seja verificado a utilização do EP nos
locais de trabalho, através de observação directa dos trabalhadores,
designadamente das suas praticas de utilização do EP.
Caso seja identificado más práticas na utilização do EP, nomeadamente a
não utilização associados para aplicação de ações preventivas e corretivas

Manutenção

Os EPI΄s são pessoais, cabendo a responsabilidade de manutenção e

conservação ao próprio trabalhador. Ė ainda recomendável que cada EPI seja
devidamente identificado com o nome ou iniciais do seu proprietário de modo
a evitar a troca de equipamentos entre trabalhadores e a garantia de utilização
exclusiva, salvaguardando assim regras básicas de higiene.

18
Categoria dos equipamentos de protecção
Os equipamentos de protecção não pertencem todos a mesma categoria,
assim de acordo com as diferentes categorias e processos de emissão os
equipamentos de proteção agrupam-se da seguinte forma꞉

Categoria I (Equipamentos de protecção simples)

Representa equipamentos de protecção contra riscos mínimos, cujos efeitos, a
medida que forem aumentando serão capazes de ser observados pelo utilizador
do equipamentos de proteção, ocorrendo uma observação em tempo útil.
São exemplos os riscos de acção mecânica, pequenos choques e vibrações
que não atingem zonas vitais do corpo cujos efeitos são superficiais.

19
Categoria II (Equipamentos de protecção nem simples
nem complexas)

Inseridos em casos que não sejam abrangidos os equipamentos de

proteção da categoria I e nem para equipamentos da categoria III

Categoria III (Equipamentos complexos)

Visa proteger quem utiliza estes equipamentos contra os perigos de

morte ou contra perigos que acarretam uma grande gravidade, onde
os efeitos para a saúde do trabalhador podem ser irreversíveis.

20
ERGONOMIA
A ergonomia é a ciencia que procura alcançar o ajustamento mútua
ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho, visando
estabelecer parâmetros que permitem adequar as condições de
trabalho às condições psicofisiologicas dos trabalhadores de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempemho
eficiente.

A adequação da tarefe à pessoa, constitui o princípio básico de

ergonomia e é um pré-requisito dos sistemas de trabalho seguros e
de combate ao stress laboral. Neste sentido a abordagem ergonomica
do posto de trabalho procupa-se com a satisfação e o conforto das
pessoas, cuidando da eficiência e segurança da interface homem-
máquina (actividade desenvolvida) enquadradas no ambiente de
trabalho.

21
A ergonomia contribui para a higiene e segurança no trabalho porque
quando aplicada permite evitar꞉
 Ausências dos trabalhadores por motivos de saúde;
 Acidentes de trabalho;
 Necessidade e recolocação profissional devido ao desgaste
físico.

22
ERGONOMIA
Factores a ter em conta na concepção e análise do posto de trabalho.

 Caracteristicas humanas: Dimensões do corpo, força, limitações

físicas e psicologicas, aprendizegem, precepção;
 Interface homem-Máquina (Actividade desenvolvida): Visores,
comandos e comunicação e automatização;
 Factores ambientais: temperatura, humidade, iluminação,
ventilação, ruido e vibração;
 Sistema de trabalho total: Fadiga, taxa de trabalho, postura,
productividade, acidentes, aspectos de segurança e saúde e
doença profissional;

23
ERGONOMIA
Factores a ter em conta na concepção e análise do posto de trabalho.
Segundo o conseito de ergonomia, a execução de tarefeas deve ser feita
com o mínimo de consumo energético de modo a sobrar atenção para o
controlo das tarefas e dos produtos, assim como para a proteção do
proprio trabalhador.

Os agentes ergonómicos presentes no ambiente de trabalho estão

relacionados com:
 Exigência de esforço físico intenso;
 Levantamento e transporte manual de peso;
 Exigências rigorosas de productividade;
 Períodos de trabalhos prolongados ou em turnos;
 Actividades monotonas ou repetitivas.

24
ERGONOMIA
A ergonomica é assim uma forma de associar o meio envolvente às
dimensões humanas onde maquinas, dispositivos, utencilios e o
ambiente fisco sejam utilizados com o maximo de conforto, segurança e
eficacia.

Vantagens de intervenção ergonômicas

 Melhores condições de trabalho;
 Menores riscos de incidentes e acidentes;
 Menores custos humanos;
 Formação com objectivo de prevenir
 Maior produtividade.

25