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8ª aula

aula
1- Fase 2 - Escolha de peças em bruto – critérios e
necessidades

2- Classificação das peças em bruto

3- Peças em bruto não assimiláveis a sólidos de revolução

4- Peças em bruto fundidas

5 –peças em bruto soldadas

6- Peças em bruto forjadas

7- Peças em bruto estampadas


Engenharia de Fabricação Mecanica

Seleção de peças em bruto


1ª parte
Peças não assimiláveis a sólidos de
revolução

Oswaldo Luiz Agostinho


2020
Seleção de peças em bruto
8ª aula
Neste aula discute-se a necessidade escolha de peças em bruto
adequadas ,para propiciar um roteiro de fabricação otimizado . A
peça em bruto é colocada no inicio do roteiro de fabricação geral ,
e , em roteiros de fabricação com operações de usinagem e
tratamentos térmicos e superficiais , é considerada como uma peça
desenvolvida por uma empresa externa .
É discutido também a classificação de peças em bruto como não
assimiláveis a sólidos de revolução e assimiláveis a sólidos de
revolução .
Desenvolve-se os principais tipos de peças em bruto não de
revolução, assim como seus processos de obtenção.
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
A Fase 2 da metodologia de estruturação do roteiro de fabricação
especifica, para o planejamento dos processos de fabricação, a seleção da
peça em bruto a partir da qual será o inicio das operações do roteiro de
fabricação.
Utiliza-se grande número de processos de fabricação e suas combinações na
obtenção de peças em bruto. Os principais são:
• Processos de fundição (areia, moldes permanentes, shell molding , vácuo
etc.) .
• Processos de forjamento (forjamento a quente com matrizes abertas,
matrizes fechadas, forjamento a frio, em martelos e prensas, extrusão a
quente e a frio,forjamento a frio, entre outros).
• Processos de estampagem;
• Processos de laminação e trefilação;
• Processos de soldagem;
• Processos de sinterização;
• Processos de metalurgia do pó.
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
• Fator importante no desenvolvimento adequado do roteiro de
fabricação é a utilização de peças em bruto com formas projetadas
economicamente que viabilizem a sua fabricação de forma a possibilitar
máxima capacidade de produção com a menor remoção de cavaco.

• A seleção correta das peças em bruto proporciona aumento de


produtividade, sem aumento do espaço útil necessário da fábrica,
máquinas e ferramental de usinagem.

• Quando o lote de peças a serem fabricadas é relativamente grande e


constante por um período de tempo longo, são viáveis investimentos
maiores para a fabricação das peças em bruto, não sendo justificaveis
para pequenos lotes ou peças com constantes alterações dimensionais
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
• A seleção da peça em bruto e o projeto das operações do processo de
fabricação para convertê-la na peça pronta oferece benefícios
tecnológicos e econômicos quando sua escolha é feita em conjunto e
simultaneamente ao projeto do produto e suas respectivas peças.

• Como resultado dessa interação entre o projeto do produto e o processo


de fabricação, e também do conhecimento tácito do pessoal do chão de
fábrica, determina-se a melhor opção para cada peça.

• Em processos de acabamento das peças por usinagem e tratamentos


térmicos, as peças em bruto são usualmente consideradas como itens
comprados de empresas que têm os processos de conformação,
fundição,estampagem, laminação etc., como o seu negócio
principal ,consideradas fornecedoras de materiais em bruto,
Composição do processo de fabricação a partir da peça em bruto,
com peça no seu estado em bruto, antes das operações que geram a
peça física.
Operações
matéria-prima intermediárias
peça em bruto
operações Operações finais
iniciais
forjamento
torneamento retificação
laminação
fresamento tratamentos Brunimento peça final
sinterização
Furação Térmicos lapidação
fundição
Faceamento e tratamento
extrusão
centragem superficial
mandrilamento

forma forma características acabamento


primária secundária mecânicas e formas finais

operações 7
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Classificação de Peças em Bruto
As peças em bruto são classificadas considerando a
geometria das peças finais obtidas pela fabricação de cada
uma das operações do roteiro de fabricação.

Genericamente, pode-se dividi-las em dois grandes grupos:

• peças não assimiláveis a sólidos de revolução

• peças assimiláveis a sólidos de revolução.


Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Classificação de Peças em Bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução

• Caracterizadas por uma grande variação de formas estruturais,


tamanhos, pesos e materiais utilizados na sua fabricação.
• Processos mais utilizados : fundição, e em menor escala, corte e
dobra, soldagem, e combinações como fundição e soldagem.
• Enquadram-se nesta categoria peças cujas formas são complexas,
não tendo linhas de centro que possam caracterizar a sua
similitude com sólidos de revolução.
• Exemplos: carcaças de redutores de engrenagem, bases, carcaças
componentes de máquinas, peças de movimentação como garfos,
setores etc.
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Exemplos: Carcaças, tampas, garfos.
Carcaças:
a) Fundição:
• Complexidade nas formas .
• Fator Econômico – aplicável para médias e altas
séries .

b) Soldagem
• Complexidade nas formas .
• Fator econômico – aplicável em produção individual
ou baixas séries .
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Peças não similares a sólidos de revolução
Fundidos
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição
• Fundição em areia manual
Utilizada para a fabricação de peças de grandes dimensões, tais
como bases de máquinas, carcaças, cabeçotes etc.

• Fundição em areia automatizada


Utilizada para peças de pequenas dimensões e fabricadas em
grandes séries, tais como peças de automóveis, conexões de ferro
fundido ou aço para transporte de líquidos, peças de
eletrodomésticos ,etc

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

• Fundição em casca, ou shell-molding


aplicado para peças fundidas com maior precisão dimensional.
O processo é baseado no emprego de resinas fenólicas que
servem como aglomerantes para a areia de
moldagem,permitindo a obtenção de formas precisas e
resistência mecânica aos moldes.
Processo destinado a peças pequenas e médias dimensões (até
2kg), de formas complexas e acabamentos superficiais de boa
qualidade.

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

• Fundição em moldes permantes


Foi considerado durante algum tempo como um passo
intermediário entre a fundição em areia e em coquilha. É
bastante utilizado como um processo que permite a fundição de
peças que seriam inviáveis por outros processos devido a sua
complexidade.
Porém, devido ao custo do modelo e do equipamento, este tipo de
fundição é utilizado para programas de fundição com altos
volumes de peças em ferro fundido e ligas leves.
É o método normalmente utilizado para a fabricação de
casquilhos de bronze.
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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

• Fundição em coquilha
A fundição em coquilha consiste na fabricação em série de peças
se injetando, a elevada pressão, metal líquido em moldes
metálicos permanentes denominados coquilhas. A fundição em
coquilha é, por si mesmo, um processo de produção em massa,
que se desenvolveu na indústria automobilística. Este processo se
aplica para a fusão de peças metálicas de materiais não ferrosos
de baixo ponto de fusão.
• Os metais mais empregados para fundição em coquilha são
chumbo, estanho,e principalmente ligas de alumínio, zinco,
magnésio e latão.
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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

• Fundição em cera perdida


É um dos processos mais antigos de fundição, no qual se constrói
um modelo de cera ou de plástico reproduzindo a peça desejada.
• A precisão do processo de fundição com cera perdida é alta,
sendo que as superfícies obtidas são de qualidade bastante
superior às conseguidas por fundição em areia, e para peças
pequenas, as tolerâncias de fabricação podem se manter dentro
de 0,1 mm.
• Este processo é empregado frequentemente para se obter peças
especiais, tais como ferramentas cortantes, impossíveis de serem
fabricadas por forjamento ou usinagem
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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

Metalurgia do pó
Utilizada para a fabricação de mancais deslizantes com
propriedades antifricção, discos de freio, buchas
autolubrificantes ,contactores, magnetos e outras peças
similares.
A vantagem da metalurgia do pó é a possibilidade de fabricação
de peças sem usinagem posterior, sendo aplicada na obtenção de
pequenas peças de formato muito complexo.
A aplicação mais largamente difundida é a produção de insertos
de metal duro para a operações de usinagem

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

• Metalurgia do pó
As peças são construídas a partir da sinterização de pó de vários
metais ou misturas de metais com materiais não metálicos
pulverizados tais como grafite, sílica, asbesto etc.
A metalurgia do pó é utilizada para a fabricação de peças que
não podem ser fabricadas por outros métodos, de elementos
refratários (tungstênio, molibdênio etc.), ou de metais que não
formam ligas, ou ainda de mistura de metais e não metais (cobre
e grafite).

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Principais processos de fundição

Metalurgia do pó
Utilizada para a fabricação de mancais deslizantes com
propriedades antifricção, discos de freio, buchas
autolubrificantes ,contactores, magnetos e outras peças
similares.
A vantagem da metalurgia do pó é a possibilidade de fabricação
de peças sem usinagem posterior, sendo aplicada na obtenção de
pequenas peças de formato muito complexo.
A aplicação mais largamente difundida é a produção de insertos
de metal duro para a operações de usinagem

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças soldadas
• Peças fabricadas somente uma vez, advindas de projetos
especiais
– carcaças de redutores para aplicações especiais,
– carcaças de grande porte, tais como estatores de turbina, etc.
• Estruturas de grande porte
– solução mista de fundir peças pequenas, que depois irão compor o
conjunto soldado, através de ligação com outro as peças menores com
barras ou chapas cortadas e soldadas.

• Estruturas de dispositivos de usinagem, onde a forma e


dimensões mudam de acordo com a necessidade do projeto.
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças soldadas

A fabricação de peças em bruto a partir de estruturas soldadas


tem larga aplicação em casos especiais, tais como:

a) Peças fabricadas somente uma vez, advindas de projetos


especiais - carcaças de redutores para aplicações especiais,
carcaças de grande porte, estatores de turbina, etc.
Para estruturas de grande porte, pode-se utilizar a solução mista
de fundir peças pequenas, que depois irão compor o conjunto
soldado, através de ligação com outro as peças menores com
barras ou chapas cortadas e soldadas .
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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças soldadas

b) Estruturas de dispositivos de usinagem, onde a forma e


dimensões mudam de acordo com a necessidade do projeto.

Para os dois casos, a solução da estrutura soldada é mais barata,


tanto em mão de obra quanto em consumo de matéria
prima.Toda estrutura soldada deverá ser recozida antes de ser
usinada para evitar deformações posteriores devido às
tensões residuais de solda.

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças forjadas
• Peças forjadas não assimiláveis a sólidos de revolução, tais como
alavancas, setores de engate etc., utilizados em caixas de
mudança de velocidade, cruzetas,virabrequins etc., podem ser
obtidas por forjamento através de martelos de impacto,
hidráulicos ou mecãnicos para pequenas séries.
• Sendo processo mais rudimentar de forjamento, dependendo em
grande parte da habilidade manual do operador, as peças
obtidas aproximam-se de maneira bastante grosseira das peças
usinadas correspondentes. Isto implica em usinagem posterior
ao forjamento com grande remoção de material,razão pela qual
não são indicadas para séries médias e grandes.

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças forjadas
• Alavancas, setores de engate, cruzetas, virabrequins, através de
forjamento por martelos de impacto, para pequenas séries.

• Implica em usinagem posterior ao forjamento com grande remoção


de material,

• Não são indicadas para séries são médias e grandes.

• Matrizes fechadas são utilizadas, para produção de forjados em altas


series em martelos de queda livre e prensas.

• Devido ao seu alto custo de fabricação, as matrizes fechadas não são


empregadas em baixa produção
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças forjadas

• Para se obter a peça forjada mais próxima da usinada, adota-se


forjamento com matrizes abertas. Neste caso, na parte inferior do
martelo,aloja-se a matriz em alto relevo, que, com a matriz
superior, irá proporcionar a forma adequada na operação de
forjamento.
• Forjamento em matrizes fechadas é utilizado para a produção de
forjados em grandes quantidades em martelos de queda livre e
prensas. Devido ao seu alto custo de fabricação, o forjamento
com matrizes fechadas não é empregado para baixos volumes de
produção.

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças forjadas
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças Estampadas

• A estampagem de chapas finais e baixo carbono utilizada


para produção de peças em bruto de formas simples ou
complexas :
– arruelas, buchas, anel suporte de retentores, latarias de
veículos automotores, ou ainda carcaças em geral.

• A característica comum a essas peças é espessura de parede


constante que difere muito pouco da chapa antes de
estampada.
Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças estampadas

• As peças podem ser produzidas por estampagem a frio a partir


de aços de baixo carbono, aços liga duteis, cobre, bronze, latão,
alumínio, além de ligas especiais de todos os materiais citados.

• A precisão obtida pela estampagem a frio é bastante grande,


sendo que em vários casos, não há necessidade de usinagem
posterior, sendo consideradas peças já em condição de
montagem.

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Fase 2 - Seleção de peças em bruto
Peças não assimiláveis a sólidos de revolução
Peças estampadas
Conclusões- 8ª aula

• Definiu-se o conceito de utilização de peças em bruto.

• Desenvolveu-se a necessidade das peças em bruto no roteiro de


fabricação.
• Caracterizou-se os tipos principais de peças em bruto e suas
implicações economicas e tecnológicas .
• Caracterizou-se as peças em bruto para peças não assimiláveis a
sólidos de revolução, como fundidos , forjados , estampados,
soldados , etc
Engenharia de Fabricação Mecanica

Referencias bibliográficas – 8ª aula

Abaixo os textos a serem estudados :

1- Livro : Engenharia de Fabricação Mecânica :


Capitulo 4 – páginas 117 a 127

2- Livro : Sistemas de Manufatura


Capitulo 4 – páginas 147 a 156

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