Corrente tradicional ou medida velha
Cantiga Alheia
Mote
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
 TEMA

A «coita de amor» pelas saudades do amigo.

 ASSUNTO

. O poeta desenvolve esta temática colocando Lianor no centro de

todo o sofrimento amoroso.
. Ao longo do poema o poeta apresenta esta figura feminina
sofredora, capaz de transformar o canto em suspiros "Cantava, mas
a cantiga eram «suspiros por ele» e quanto mais saudades mais
mágoa e dor.

Lianor com o pensamento e o desejo
enganados vai perguntando às amigas se
viram o seu amor por quem o seu coração
suspira.
amor..
Lianor com os olhos pregados no chão,
cansados de tanto chorar, suspende a sua
dor mas quando consciente sente essa dor
ainda mais pesada.
Lianor em grande mágoa recusa abrandar a
dor. Esta mágoa só terá abrandamento
quando souber novas do seu amor..
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
 Voltas
ESTRUTURA INTERNA
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
1ª Parte Cantava, mas a cantiga
apresentação de Lianor a cantar de dor pela Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
ausência do seu amado O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?

O rosto sobre ua mão,

2ª Parte
descrição do estado de espírito de Lianor
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.

Não deita dos olhos água,

Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
 ESTRUTURA EXTERNA
Ou
FORMA
Mote
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
. Estrutura estrófica – CANTIGA
. Rima - emparelhada e interpolada
. Métrica – versos de 7 sílabas métrica
(redondilha maior)
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor; e, em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!