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Mitologia

Portuguesa

Por Henrique Dores


Introdução

• A mitologia portuguesa é herdeira de um caldeirão de povos e


culturas, com mitologias bastante diversas entre si, que deixaram
um fértil legado imaginário.
• Engloba o conjunto de narrativas maravilhosas e lendas sobre
personagens e suas façanhas, fenómenos naturais e objectos
extraordinários ou regiões fantásticas, com características
sobrenaturais, transmitidas de geração em geração, no decorrer
dos séculos, tanto no campo literário como no da tradição oral.

29/07/20XX Orientação de Colaboradores 2


Origens Pré-Romanas
• A mitologia portuguesa tem como base a mitologia dos povos autóctones da Lusitânia pré-romana, legado
este que não sobreviveu à conversão para o cristianismo.
• A mitologia lusitana, sob a forma de testemunhos esculpidos na pedra, revela a existência de uma miríade
de divindades das quais se destacam Atégina, Bandua e Endovélico.

• Estrabão, nos raros relatos sobre os costumes nativos, diz que no cabo Sagrado, o lugar onde os deuses
reuniam-se de noite, havia diversas pedras, amontoadas em grupos de três ou quatro, que eram viradas ao
contrário pelos visitantes e que, após um ritual em que estes ofereciam uma libação, as pedras tornavam a
ser reviradas na sua posição anterior.
• Este seria um dos relatos mais antigos de um culto das pedras, penedos e montanhas que a tradição
preserva ao longo do tempo em crenças como a da procissão infantil para pedir chuva, nos moledros
dispersos pelas paisagens, nos Fiéis de Deus venerados nas beiras dos caminhos, na pedra de raio que
Solino comenta ser objecto de culto pelos lusitanos, ou mesmo na lenda da pedra-moura. Associada a um
culto solar ou ritual de fecundidade, a Nossa Senhora d'Antime, também chamada Senhora do sol, uma
pedra tosca de granito metamórfico, apenas com o rosto esculpido; é a sobreposição de um culto cristão a
um ritual pagão.
• Os frades de pedra são associados a um culto fálico pré-romano, também identificado nas estátuas-menir
da idade do bronze, assim como a tradição do levantamento do mastro de Fonte Arcada e o cortejo do
Pinheiro das Festas Nicolinas.
Origens Pré-Romanas
• O culto das cabeças cortadas representado nas esculturas e
artefactos galaico-lusitanos que supõe-se ser um ritual religioso
de origem celta, relacionado a divindades associadas a cultos
agrários, funerários e guerreiros ao qual Rafael Loureiro indica
haver uma continuidade na tradição das caveiras iluminadas, que
chamam-se em Portugal de coca ou coco. Um ser que Gil Vicente
chama de demo no Auto da Barca do Purgatório e que foi ao
longo dos séculos representado nas festas do Corpo de Deus por
um dragão e nas procissões pelo faricoco e que deu o nome a um
traje ainda em uso no início do século XX, a coca.

• Aos rituais do solstício de inverno e mesmo os que se celebram


no equinócio da primavera, segundo Hélder Ferreira que lhes
atribui uma origem celta, estão associadas as máscaras ibéricas. E
a esta tradição associa-se uma outra também milenar a dos
Madeiros, fogueiras da Páscoa e galheiros ou cambeiros.
Contributo Romano

• Após a conquista romana da península Ibérica e subsequente romanização,


fruto de um lento processo de aculturação mais evidente a partir do século II
d.c, os nomes das divindades indígenas são frequentemente latinizados pela sua
similitude fonética ou simplesmente associados, pela similitude das funções e
qualidades, aos deuses greco-romanos como por exemplo se verifica com o
Ares Lusitani ou o Mars Cariocecus.

• Outras fontes importantes foram os autores greco-romanos que registaram


algumas lendas como a do rei Luso fundador da Lusitânia, a lenda da fundação
de Olissipo por Ulisses, ou a presença de nereidas e tritões na margem do rio
Tejo.

• A tolerância religiosa, irá deixar de existir ainda durante o Império Romano.


Os cultos pagãos acabaram por ser proibidos motivados por interesses de
ordem político-religiososa por parte do clero cristão a partir do momento em
que o Império Romano assumiu o cristianismo como sua religião.
Contributo Romano

• No contacto entre o paganismo e o cristianismo supõe-se que haja indícios de


ter havido em alguns casos uma sobreposição de cultos, nomeadamente no
culto à deusa Atégina, que parece ter sido substituído pelo culto a Santa Eulália
de Mérida, perseguida no período de Deocleciano, pela similitude dos epitáfios
dedicados a ambas.

• Também os locais de culto pagão são identificados nos topónimos de santos


arcaicos, de mártires ou outra figura sacra dos primeiros séculos da Era cristã,
venerados por comunidades cristãs primitivas, quando estes locais sagrados
teriam sido cristianizados.
Suevos e Visigodos

• No século VI é evidente a existência de deidades pagãs


uns adoravam o sol, outros a lua ou as estrelas, outros o
fogo, outros a água profunda ou os mananciais,
acreditando que todas estas coisas não tinham sido
criadas por Deus para uso dos homens, mas que tendo
nascido por si mesmas eram deuses.
• Diversos mitos e lendas foram criados durante a época
histórica da criação da nacionalidade e a sua elaboração
foi ganhando contornos mais elaborados ao longo das
gerações.
Suevos e Visigodos

• Os mitos portugueses integram diversos tipos de


narrativas, que nos revelam os aspectos da imaginação
nacional portuguesa concentrada em torno do ciclo da
vida e da morte e das forças da natureza, com origem em
diversas fontes:

• O corpus mítico português continua a constituir-se e


densificar-se. Desde o século XIX que importantes
contribuições foram feitas na recolha de contos, lendas e
folclore.
Principais Lendas Portuguesas

https://www.mitologia.pt/todas-as-lendas-de-portugal-435108
Muito Henrique Dores
henriquecnndores@gmai
Obrigado l.com

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