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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

CADÊ A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA INDÍGENA EM


DIAMANTINO-MT?

Componentes do grupo:
Bruna Soares Chaves, Darildo da Silva Santana, Fabiana Grela Massarolo, Ryan
Mateus Nonato de Almeida, Sisllayne Soares Ortega e Vinicius Keneth da Costa Belini
Orientadora: Bruna Maria de Oliveira
INTRODUÇÃO
O tema do trabalho partiu por meio de uma roda de conversa com nossa orientadora Bruna Maria, na
qual estávamos em orientação da Prática Curricular I. Nessa ocasião, foi sugerido a temática da História
dos povos indígenas em Diamantino, considerando a presença de um aluno indígena na turma de Educação
Física – UNEMAT Campus Diamantino (1º semestre).
Além disso, Diamantino é uma cidade de 294 anos e o estado de Mato Grosso possui muitas etnias,
devido isso, surgiu o interesse de conhecer sobre os povos indígenas.
Ao buscarmos descortinar a história dos povos indígenas em Diamantino – MT, entendemos que seja
deveras importante, visto que, falar em prol a memória e tradição indígena estamos reconhecendo a
história do nosso País e de práticas culturais que permanecem em nossa sociedade até o momento, sendo
de extrema importância mantê-las vivas e valorizá-las.

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OBJETIVOS

Os objetivos específicos se delineiam em reconhecer quais etnias viviam em Diamantino;


• Compreender quais as relações de poder e/ou conflito vivenciados pelos indígenas;
• Conhecer as práticas corporais dos povos indígenas em Diamantino.

Para tanto, buscamos responder as seguintes questões:


• Já existiram povos indígenas em Diamantino?
• Quais eram as etnias?
• Quais as práticas corporais que tinham?

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METODOLOGIA
A presente pesquisa se assenta na qualitativa, pois seu estudo visa apresentar dados qualitativos sobre a
história dos povos indígenas em Diamantino-MT. Quanto ao método de procedimento, esta pesquisa foi a
exploratória.
Foi realizado uma entrevista com Joel Praxedes Capistrano, nascido em Diamantino, onde vive até
hoje. A entrevista é baseada em algumas perguntas abertas feitas para entender de uma forma mais
especifica o conhecimento do entrevistado sobre o decorrer da história indígena da cidade de Diamantino-
MT.
Para acrescentar nosso repertório, também foi visitado o Museu de Diamantino – MT, no qual
analisamos documentos históricos e registros fotográficos, em busca de encontrar qualquer fato que
contribua para recontar a história indígena

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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quando perguntado sobre quais etnias viviam em Diamantino, Joel, a partir da suas vivencias
e estudos historiográficos, nos diz:
Os povos das diversas etnias indígenas que permeavam o Município de Diamantino
(o maior município do mundo de 1850 a 1988); eram os Paresi, Apiaká,
Nambikuára, Iránxe, Canoeiro de Mato Grosso, Barbados, Kaiabí, Beiço-de-pau e
Bacairi.

Nota-se que o professor Joel possuiu muito conhecimento a respeito, destacamos que ele
evidencia que Diamantino entre 1850 a 1988 foi um dos maiores municípios do mundo, devido a
extensão territorial do município, podemos considerar que as etnias são diversas, visto que o
Brasil, é um país indígena

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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Num momento curioso, o Praxedes ainda revela que sua tia e mãe nasceram em terras
Paresi. Ele ainda relata que a localidade das etnias que se encontravam na região de
Diamantino, se estende para as cidades circunvizinhas, vejamos sua resposta:
Os Paresis (Diamantino, Mato Grosso: A única população indígena que
pertence ao Município de Diamantino; na estação Telegráfica
Rondon de 1908, localizado na Rodovia BR 364, KM 270)
Os Apiakás (Baixo Juruena e no Teles Pires)
Os Nambikuáras (Rios Juruena e Guaporé)
Os Iránxes (Juína e Brasnorte)
Os Rikbatitsas (Juína, Juara e Brasnorte)
Os Umutinas (Barras dos Bugres)
Os Kaiabís ou os Kawaiwete (residem na região do rio do Arinos e Rio dos
Peixes)
Os Tapayunas (na região do Rio Arinos na divisa do Município de
Diamantino e São José do Rio Claro)
Os Bakaris (Nobres e Paranatinga).
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Um importante dado encontrado no Museu de Diamantino – MT, foi a imagem de um dos
primeiros habitantes da cidade: Indio Nambikwara do Juruena. Primeiras tribos em território
Diamantinense entre 5.000 e 8.000 anos atrás.
Figura 1 - Índio Nambikwara do Juruena. Um dos primeiros habitantes da cidade de
Diamantino-MT.

Fonte: Museu de Diamantino 7


RESULTADOS E DISCUSSÕES
Além da entrevista com o professor Joel, fizemos uma visita ao Museu de Diamantino, em
que pudemos entender que os registros dispostos no Museu se assemelham com a
historiografia que Praxedes nos relatou.
As danças, os jogos; com bola confeccionada do leite da seringueira,
jogado com os pés e cabeças, a corrida com toras ao ombro, o treinamento
com seus armamentos de caça, pesca e defesa pessoal.

O mesmo podemos ver na imagem o registro de uma criança indígena praticando arco e
Figura 2 - Indígena praticando arco e flecha
flecha.

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Fonte: Museu de Diamantino
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para além das práticas, as imagens revelam os artefatos indígenas, como Armas indígenas
de ataque, defesa ou caça, Ex: arcos, flecha, lança e borduna. Feitos com materiais encontrados
na natureza como, madeira, ossos e pedras, entre outros objetos como esculturas de barro.

Figura 3 – Artefatos indígenas

Fonte: Museu de Diamantino

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CONCLUSÃO

Os resultados apontam que existiram e ainda existem povos indígenas em Diamantino-MT, destacando-se
as principais etnias: Paresi, Apiaká, Nambikuára, Iránxe, Kaiabi entre outros. As práticas corporais
evidenciadas nos resultados são: dança, jogos, caminhada, caça, remo, entre outros. Os conflitos aparecem
na história de forma violenta e colonial.

A história indigena é parte da história da educação física no mundo; entendemos que a cultura
indígena foi e é de grande importância para essa área de conhecimento, pouco valorizados e
reconhecidos os indígenas deram início a práticas corporais que influenciaram por exemplo, das
danças, da ginástica, dos esportes, atos e práticas geradas por seus costumes culturais e históricos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, A. S. Política de inclusão escolar e Educação Física: uma abordagem antropológica. UFG. 2003.
CAPISTRANO, Joel Praxedes. Apostila “Glossário da Etnia Paresi de Diamantino, Mato Grosso. O modo de falar Mato.
2004.
CAPISTRANO, Joel Praxedes. Apostila “Dados Históricos, Geográficos, Culturais e Turísticos de Diamantino.” Edição
experimental, Editora GSJ, Cuiabá, 2007.
CAPISTRANO, Joel Praxedes. Diamantino. História e Cultura Popular. Em processo de publicação digital, 2023.
EFDEPORTES. Educação Física escolar: principais formas de preconceito. Revista digital · Ano 12 · N° 117. Disponível
em <Educação Física escolar: principais formas de preconceito (efdeportes.com) >
NORMAS ABNT. Citação direta longa: O que é, como fazer e exemplos. Última atualização em 27 de maio de 2022.
Disponível em <https://www.normasabnt.org/sobre-nos/>. Acesso em 13 jun. 2023.
PÓVOAS, Lenine C. História da Cultura Mato-grossense. 2ª Edição, Cuiabá, 1994.
SILVA, Adelino Dias da, Dados Históricos e Biográficos Diamantinenses, 1ª edição, Cuiabá, 1992.

SOUSA, E. S. & ALTMANN, H. Meninos e meninas: Expectativas corporais e implicações na educação física escolar.
Cadernos Cedes, ano XIX, nº 48, agosto, 1999.
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AGRADECIMENTOS
A Deus em primeiro lugar, que nos guarda e nos conduz com as devidas lições de amor, paciência,
fraternidade e compaixão.
A Universidade Estadual de Mato Grosso que abre tantos caminhos e em especial a nossa professora,
Jaqueline Escarabelo, que esteve a frente da matéria de Prática Curricular I, sempre atenciosa e disposta a
nos ajudar e ensinar.
A nossa orientadora, Professora Bruna Maria de Oliveira, por importantes contribuições ao
desenvolvimento do trabalho e por ser razão de intensa motivação, paciência e inspiração.
Ao nosso entrevistado Joel Praxedes, que se disponibilizou a nos ajudar; e ao nosso colega Mailton
Pereira, que nos ajudou para que a entrevista com seu tio pudesse acontecer.
Nossos familiares, que nos dão a força e sustentação para seguirmos firmes na caminhada até o final desse
nosso sonho.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram com o sucesso dessa pesquisa, em especial a
todos que estão presentes aqui.

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