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“AS MINHAS AVENTURAS NO PAÍS

de DOS SOVIETES”
José Manuel Milhazes Pinto

Curso Profissional Técnico de Apoio à Gestão


Português
Luís Henrique Adriano Miranda
José Manuel Milhazes
Pinto

Fonte:
Observador
José Manuel Milhazes
Pinto

Fonte: SIC
José Manuel Milhazes
Pinto

Fonte: O
Amarense
Editoras dos livros de José
Milhazes
Blogue de José Milhazes “Da
Rússia”
Prémios de José Milhazes

Fonte:
Observador
Aspetos Paratextuais do
Livro

Fonte:
Bertrand
Excerto

Rapidamente também aprendi que não era seguro falar português nos lugares públicos de
Moscovo. Num dia de Inverno, regressava eu das aulas de ginástica com outros portugueses,
quando, não sei se descontente com o frio, me dirigi para um dos assentos do elétrico
pronunciando-me em alta voz num português excessivamente vernáculo. Mal me sentei, ouvi uma
voz feminina atrás de mim: «Você é português?» Olhei para trás e corei de vergonha, não sabia
onde esconder-me. «Sim, somos, peço desculpa», balbuciei. Tratava-se de uma senhora idosa, toda
vestida de negro, com um ar aristocrático e refinado, como que saída de algum romance clássico, e
falava um português irrepreensível. Contou-me que era soviética, mas que, na sua vida anterior,
tinha sido estudante de Coimbra e que gostaria de visitar um dia essa cidade e Portugal. A
dimensão da vergonha inicialmente sentida correspondeu ao espanto provocado em nós pelas
palavras da senhora de negro. Nessa altura, eu já era ateu e não podia acreditar em reencarnações,
por isso pensei que se tratava de alguma provocação política.
Excerto

Saímos do elétrico muito intrigados com este encontro, que serviu de aviso no que respeita ao
carácter universal da língua de Camões. Mais tarde vim a saber que aquela senhora tinha sido uma
das primeiras professoras de português num instituto de línguas estrangeiras de Moscovo. Aliás,
naquela altura, o ensino da nossa língua era muito popular na URSS devido ao facto de todas as
ex-colónias portuguesas em África terem ficado na órbita soviética. Moscovo precisava de enviar
centenas de conselheiros militares, tradutores e outros especialistas, principalmente para Angola.
Como o dinheiro que aí ganhavam era muito mais do que os ordenados soviéticos, não faltavam
candidatos. E o «internacionalismo proletário» não passava de propaganda para encobrir a política
externa hegemónica do Kremlin. Pelo menos, não conheci nenhum soviético que tivesse ido para
África ajudar os habitantes desse continente a construir o socialismo por amor à causa. Por essa
razão, muitos estudantes soviéticos entravam em contacto connosco para praticar português, mas o
problema é que nós também queríamos praticar russo. A solução era o meio-termo.
Resumo da Obra

Fonte: Sábado
Resumo da Obra

Fonte:
Observador
Resumo da Obra

Fonte: Livro “As minhas aventuras no país dos


sovietes”
Resumo da Obra

Fonte: Sábado
Resumo da Obra

Fonte: Jornal de Negócios


Reflexão Crítica

Fonte: Site da Livraria “Bertrand”

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