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Estudos Doutrinários

Confissão de Fé de Westminster

Capítulo III
Dos Eternos Decretos de Deus
Introdução
Neste presente estudo veremos assuntos difíceis para a nossa
compreensão, mas, que, estão revelados na Palavra de Deus, e,
portanto, devemos reportar a eles com reverência e zelo. Veremos
sobre os eternos decretos de Deus. A doutrina dos eternos decretos
de Deus diz respeito à vontade soberana de Deus, que, antes da
fundação do mundo decretou, ordenou e estabeleceu tudo quanto
passaria a existir e acontecer.
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§I. Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo


conselho da sua própria vontade, ordenou livre e
inalteravelmente tudo quanto acontece (Ef 1.11; At 4.27,28;
Mt 10.29,30; Ef 2.10), porém de modo que nem Deus é o
autor do pecado (Tg 1.13; 1Jo 1.5), nem violentada é a
vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou
contingência das causas secundárias, antes estabelecidas (At
3.23; Mt 17.12; At 4.27,28; Jo 19.11; Pv 16.33; At
27.23,24,34,44).
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Uma heresia que foi condenada pelos pais da Igreja Cristã, o Maniqueísmo,
afirmava que o Bem (Deus) e o Mal (Diabo) são duas forças antagônicas e
opostas entre si. Até aqui tudo bem. O problema é que o Maniqueísmo dizia
que elas eram iguais em sua intensidade e poder. Quando dizendo que o mal
encontra sua origem em Satanás como seu criador, estamos abraçando o
Maniqueísmo, pois:
1. Somente Deus tem poder para criar;
2. Satanás sempre será um oponente de Deus, mas, nunca, jamais, com a
mesma intensidade de poder. Como disse Lutero: “O Diabo é Diabo Deus”, ou
seja, ele presta obediência a Deus, e tem por Ele cerceado seu campo de ação.
Ele é um capacho de Deus.
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§II. Ainda que Deus sabe tudo quanto pode ou há


de acontecer em todas as circunstâncias
imagináveis (1Sm 23.11,12; Mt 11.21-23; Sl 139.1-
4), ele não decreta coisa alguma por havê-la
previsto como futura, ou como coisa que havia de
acontecer em tais e tais condições (Rm
9.11,13,16,18; 2Tm 1.9; Ef 1.4,5).
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§III. Pelo decreto de Deus e para


manifestação da sua glória, alguns homens e
alguns anjos são predestinados para a vida
eterna (1Tm 5.21; At 13.48; Rm 8.29,30) e
outros preordenados para a morte eterna (Mt
25.41; Rm 9.22,23; Jd 4).
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• §IV. Esses homens e esses anjos, assim


predestinados e preordenados, são particular e
imutavelmente designados; o seu número é tão
certo e definido, que não pode ser nem
aumentado nem diminuído (Jo 10.14-16,27-29;
Jo6.37-39; Jo 13.18; 2Tm 2.19; Ap 6.11;
• Ap 7.4).
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§V. Segundo o seu eterno e imutável propósito (Ef 1.11) e segundo


o santo conselho e beneplácito da sua vontade (Ef 1.9), Deus antes
que fosse o mundo criado (Ef 1.4), escolheu em Cristo (2Tm 1.9)
para a glória eterna (Rm 8.30; 1Pe 5.10) os homens que são
predestinados para a vida; para o louvor da sua gloriosa graça,
ele os escolheu de sua mera e livre graça e amor (Ef 1.5,6,12), e
não por previsão de fé, ou de boas obras e perseverança nelas, ou
de qualquer outra coisa na criatura que a isso o movesse, como
condição ou causa (2Tm 1.9; Ef 1.6).
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§VI. Assim como Deus destinou os eleitos para a glória, assim também,
pelo eterno e mui livre propósito da sua vontade, preordenou todos os
meios conducentes a esse fim (Ef 2.10; 2Te 2.13; 1Pe 1.2;Ef 1.4); os que,
portanto, são eleitos, achando-se caídos em Adão, são remidos por Cristo
(Rm 5.19; 1Te 5.9,10; Tt 2.14), são eficazmente chamados para a fé em
Cristo pelo seu Espírito, que opera no tempo devido (Rm 9.11; 2Te 2.13,14;
1Co1.9), são justificados (Rm 8.30), adotados (Ef 1.5), santificados (Ef 1.4;
1Te 4.3; 2Te 2.13) e guardados pelo seu poder por meio da fé salvadora
(1Pe 1.5; Jo 10.28). Além dos eleitos não há nenhum outro que seja remido
por Cristo, eficazmente chamado, justificado, adotado, santificado e salvo
(Jo17.9; Jo 6.64,65; Jo 8.47; Jo 10.26; At 13.48; 1Jo 2.19).
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Remissão em Cristo: “remir” significa “comprar de novo”.


Chamado eficaz: é quando Deus executa a nossa salvação que por Ele foi planejada
desde a eternidade e determinado o seu dia.
Justificação: é o ato de Deus em transferir a nossa culpa para Cristo, e imputar a justiça
Dele (de Jesus) para nós, e isto resulta no cancelamento da nossa culpa e consequente
condenação diante de Deus.
Adoção: enquanto condenados não poderíamos fazer parte da Família de Deus; somente
depois que Cristo nos substituísse lá na cruz é que poderíamos ser aceitos por Deus.
Santificação: é o ato de Deus em separar para Si aqueles que foram eleitos, chamados,
justificados e adotados em Sua Família.
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Preservação dos santos: ou “perseverança dos santos”, como


dizem os cânones de Dort. Aqueles a quem Ele redimiu, chamou,
justificou, adotou e santificou, preserva- os por Sua graça e poder
de sorte que jamais perecerão.
Glorificação: é o ato de Deus em nós que será executado quando
partirmos com ele para a eternidade.
Um eleito de Deus não é eleito somente para morar no céu.
Ele é também um eleito para viver em santidade de vida.
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§VII. Segundo o inescrutável conselho da sua própria


vontade, pela qual ele concede ou recusa misericórdia,
como lhe apraz, para a glória do seu soberano poder
sobre as suas criaturas (Mt 11.25,26), o resto dos
homens, para louvor da sua gloriosa justiça (Ap 15.3,4),
foi Deus servido não contemplar e ordená-los para a
desonra e ira por causa dos seus pecados (Rm 2.8,9; 2Te
2.10-12; Rm 9.14-22).
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§VIII. A doutrina deste alto mistério de predestinação deve


ser tratada com especial prudência e cuidado, a fim de que os
homens, atendendo à vontade revelada em sua Palavra e
prestando obediência a ela, possam, pela evidência da sua
vocação eficaz, certificar-se da sua eterna eleição. Assim, a
todos os que sinceramente obedecem ao Evangelho, esta
doutrina fornece motivo de louvor, reverência e admiração de
Deus, bem como de humildade diligência e abundante
consolação (Rm 9.20; Rm 11.23; Dt 29.29; 2Pe 1.10; Ef 1.6;Lc
10.20; Rm 8.33; Rm 11.5,6).
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• Conclusão
•A doutrina dos eternos decretos de Deus trazem ao nosso coração preciosas verdades

1. Tudo o que nos acontece, acontece com a permissão de Deus com o propósito de
nos levar a sermos cada vez mais conformados à imagem de Cristo, Rm 8.28,29;
2. Nada pega Deus de surpresa, portanto, aconteça o que acontecer Ele jamais
perderá o controle da situação – isso nos dá segurança;
3. Deus é soberano sobre tudo, e nós devemos nos submeter à Sua soberania com
amor, alegria, gratidão e reverência, pois, jamais mereceríamos tanta honra se Ele
não nos quisesse dá-la.
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• Conhecendo o Catecismo Maior


• Pergunta 12: Que são os decretos de Deus?
• Resposta: Os decretos de Deus são os atos sábios, livres
e santos do conselho de sua vontade, pelos quais, desde
toda a eternidade, ele, para sua própria glória,
imutavelmente predestinou tudo o que acontece (Is
45.6,7; Ef 1.4,5,11; At 4.28; Sl 33.11; Rm 11.33; Rm
9.22,23) especialmente com referência aos anjos e aos
homens.
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Pergunta 13. Que decretou Deus especialmente com referência aos


anjos e aos homens? Resposta: Deus, por um decreto eterno e imutável,
unicamente do seu amor e para patentear a sua gloriosa graça, que tinha de
ser manifestada em tempo devido, elegeu alguns anjos para a glória (1Tm
5.21), e, em Cristo, escolheu alguns homens para a vida eterna, e os meios
para consegui-la (Ef 1.4-6; 2Ts 2.13,14; 1Pe 1.2), e também, segundo o seu
soberano poder e o conselho inescrutável de sua própria vontade (pela qual
ele concede, ou não, os seus favores conforme lhe apraz), deixou e
predestinou os mais à desonra e à ira, que lhes serão infligidos por causa
dos seus pecados, para patentear a glória da sua justiça (Rm 9.17,18,21,22;
Jd 4; Mt 11.25,26; 2Tm 2. 20).
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• Pergunta 14: Como executa Deus os seus decretos?


• Resposta: Deus executa os seus decretos nas obras
da criação e da providência, segundo a sua
presciência infalível e o livre e imutável conselho
de sua vontade (Dn 4.35; Ef 1.11; 1Pe 1.1,2).

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