Você está na página 1de 15

 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

 CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS


 DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA

 Núcleo de Estudos e Pesquisa Mulher, Cidadania e Relações de


Gênero – NIEPEM
 GERAMUS
 NEGESF
 CURSOS DE EXTENSÃO:

 VIOLÊNCIA DE GÊNERO E EDUCAÇÃO: Metodologia e práticas políticas


de socialização de informações
 VIOLÊNCIA DE GÊNERO E NTERSECCIONALIDADE: classe e
raça e etnia

 PROFa. Dra. Silvane Magali Vale Nascimento (UFMA)


 INTERSECCIONALIDADE: DO QUE FALAMOS ?

 CONCEITO COMPLEXO COM INÚMERAS ABORDAGENS

 SURGE NO CONTEXTO DA LUTA DAS MULHERES NEGRAS


PELO DIREITO ÀS ESPECIFICIDADES NOS ANOS DE 1970
POR MEIO DAS MULHERES AFROAMERICANAS.

 KIBERLÉ CRENSHAW – ATIVISTA NEGRA NORTE AMERICANA


 CRENSHAW – BUSCAVA COMPREENDER OS PROBLEMAS SOCIAIS
AMPLOS NAS SUAS DINÂMICAS, E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
ESTRUTURAIS A PARTIR DE DOIS OU MAIS EIXOS DE OPRESSÃO
E AS SUAS DINÂMICAS. AI ELA TOMA MÚLTIPLOS EIXOS QUE SE
ARTICULAM E GERAM A OPRESSÃO. INICIALMENTE CRENSHAW
CONSIDERA INTERSECCIONALIDADE UM CONCEITO.
POSTERIORMENTE, A ACADEMIA E PARTE DOS MOVIMENTOS
SOCIAIS PASSAM A COMPREENDER A INTERSECCIONALIDADE
COMO UMA FERRAMENTA ANALITICA.


 CONFORME AKOTORENE:
 INTERSECCIONALIDADE: Surge da crítica feminista negra às
leis antidiscriminação subscrita às vítimas do racismo
patriarcal. Como conceito da teoria crítica de raça, foi
cunhado pela intelectual afro-estadunidense Kimberlé
Crenshaw, mas, após a Conferência Mundial contra o
Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Formas
Conexas de Intolerância, em Durban, na África do Sul, em
2001, conquistou popularidade acadêmica, passando do
significado originalmente proposto aos perigos do
esvaziamento.
 A interseccionalidade visa dar instrumentalidade teórico-
metodológica à inseparabilidade estrutural do racismo,
capitalismo e cisheteropatriarcado 3 – produtores de avenidas
identitárias em que mulheres negras são repetidas vezes
atingidas pelo cruzamento e sobreposição de gênero, raça e
classe, modernos aparatos coloniais.

 Segundo Kimberlé Crenshaw, a interseccionalidade permite-nos


enxergar a colisão das estruturas, a interação simultânea das
avenidas identitárias, além do fracasso do feminismo em
contemplar mulheres negras, já que reproduz o racismo.
Igualmente, o movimento negro falha pelo caráter machista,
oferece ferramentas metodológicas reservadas às experiências
apenas do homem negro.
 DIZ AKOTIRENE: [...] atravessamos séculos articulando raça,
classe, gênero e nação

 Notemos que mulheres negras, na condição de Outro,


propuseram ação, pensamento e sensibilidade interpretativa
contra a ordem patriarcal racista, capitalista, sem nenhuma
conivência subjetiva com a dominação masculina. As mulheres
negras escolheram lutar pelo sufrágio e pela abolição,
defenderam os homens negros e as companheiras brancas,
reconhecendo que, quer seja descrito, quer seja analítico,
isolado de outras categorias de análise, o marcador gênero
explica as violências sofridas por mulheres brancas, bem como
a categoria raça explica o racismo imposto aos homens negros
 Os Estados Unidos patrocinam clínicas de esterilização em
países não brancos, especialmente na Índia, onde cerca de 3
milhões de jovens homens e meninos em Nova Déli e arredores
foram esterilizados em salas de cirurgia improvisadas,
montadas pelos trabalhadores americanos da força de paz.
Nestas circunstâncias, é compreensível que certos países
considerem o Corpo da Paz não como um projeto benevolente,
não como evidência da preocupação da América com áreas
subdesenvolvidas, mas como uma ameaça à sua própria
existência.
 Com efeito, a interseccionalidade exige orientação geopolítica
 (AKOTIRENE, 2019).
 DESTACA AKOTIRENE: Dr. Carlos Moore, na obra Racismo e
Sociedade: novas bases epistemológicas para entender o
racismo, censura atuações neoidentitárias, quando inobservam
as estruturas do racismo e sexismo. Na perspectiva do autor,
tentarmos equiparar racismo a opressões emergentes como
gordofobia, preconceitos contra feios ou bullying, significa
desconsiderar o racismo como uma estrutura de dominação
documentada em pelo menos 4 mil anos de existência. Estou de
acordo que “tanto os homossexuais brancos quanto os negros
são estigmatizados pela homofobia de negros, mulheres ou
homens, a despeito de esses últimos serem o alvo principal do
racismo”.
 De nada adianta intelectuais defenderem a descolonização do
feminismo sem legitimar negrura perspectivista em nível
psíquico, cognitivo e espiritual das epistemes. Sem afastar
modelos ocidentais do tipo materialismo histórico, junto com
a “consubstancialidade” recomendada por Daniele Kergoart,
socióloga francesa, que recusa o pioneirismo feminista negro
que propôs interseccionalidade. Ela, inadvertidamente, escolhe
ler tripla dimensão da realidade histórica: divisão sexual do
trabalho, controle sexual reprodutivo das mulheres e
racismo.

 MINHA DISCORDÂNCIA COM AKOTIRENE: não aborda o


materialismo histórico em uma perspectiva mais
contemporânea.
PATRICIA COLLINS E SILMA BERGE: CONSIDERAMOS QUE AS AFRO-
AMERICANAS ERAM TAMBÉM NEGRAS, MULHERES E
TRABALHADORAS, O USO DE LENTES MONOFOCAIS PARA ABORDAR
A DESIGUALDADE SOCIAL DEIXOU POUCO ESPAÇO PARA OS
COMPLEXOS PROBLEMAS SOCIAIS QUE ELAS ENFRENTAM.

O USO DA INTERSECCIONALIDADE COMO FERRAMENTA ANALITICA


APONTA VÁRIAS DIMENSÕES IMPORTANTES DO CRESCIMENTO DA
DESIGUALDADE GLOBAL.
 AO SUGERIR QUE A DESIGUALDADE ECONOMICA NÃO PODE SER
AVALIADA NEM EFETIVAMENTE RESOLVIDA APENAS POR MEIO DA
CATEGORIA DE CLASE, AS ANÁLISES INTERSECCIONAIS PROPÕEM UM
MAPA MAIS SOFISTICADO DA DESIGUALDADE SOCIAL QUE VAI ALÉM
APENAS DA CLASSE. (COLINS E BILGE)

 QUANDO ATIVISTAS DOS DIREITOS CIVIS FALAM SOBRE RAÇA, APRENDEM


QUE PRECISAM PENSAR TAMBÉM EM CLASSE. QUANDO AS FEMINISTAS
ANTIRRACISTAS TRATAM DOS PROBLEMAS RELATIVOS AO RACISMO DE
GÊNERO, TAMBÉM DEVEM INCLUIR CLASSE. PORTANTO [...] AO
FORMULAR A DESIGUALDADE DE CLASSE, DEVEMOS TER EM VISTA
TAMBÉM RAÇA E GÊNERO. O CAPITAL É INTERSECCIONAL. ELE SEMPRE
INTERSECCIONA OS CORPOS QUE PRODUZEM O TRABALHO. LOGO, O
ACUMULO DE RIQUEZA ESTÁ INCORPORADO NAS ESTRUTURAS
RACIALIZADAS E ENGENDRADA QUE O ALIMENTAM. (COLINS E BILGE)
 DANIELE KERGOAT: CONSUBSTANCIALIDADE E
COEXTENSIVIDADE NAS RELAÇÕES SOCIAIS.

 HELENA HIRATA: EM CONCORDÂNCIA COM KERGOAT


APONTA A CRITICIDADE NA HIERARQUI QUE KERGOAT
SINALIZA DE CERTA FORMA EM RELAÇÃO À CLASSE

 LELIA GONZALEZ: ARTICULAÇÃO ENTRE RAÇA, CLASSE E


GÊNERO -
 LÉLIA GONZALEZ, CONFIRMANDO A ANTECIPAÇÃO
CONCEITUAL DE INTERSECCIONALIDADE NA PENSADORA
“QUE, MILITANTE ACADÊMICA, ARTICULAVA O RACISMO, O
SEXISMO E A EXPLORAÇÃO CAPITALISTA
 OBRIGADA !

Você também pode gostar