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Estratégias para avaliar o potencial de implementação de

Sistemas Agroflorestais no Estado do Rio de Janeiro

Orientador: Luiz Fernando Duarte de Moraes Linha de Pesquisa : Restauração Ecológica


Co-orientadora: Renata Evangelista de Oliveira 1
Mestranda: Gabriela Rodrigues Moreira de Souza
Introdução

Palavras-chave: Sistemas Agroflorestais.


Percepção Ambiental. Unidade de
Conservação. Biodiversidade.
Agricultura

A
convencional
Baixa sustentabilidade

Novo modelo

Sistemas Agroflorestais
(SAF)

Alternativa revolucionária

Título da apresentação 3
Introdução
De acordo com o INEA (2016), o Estado do Rio de Janeiro possui significativo
potencial para o desenvolvimento de práticas agroflorestais sustentáveis. É o
estado da Região Sudeste com maior percentual de Mata Atlântica ainda
preservada e os maiores remanescentes se localizam em área de unidades de
conservação e o restante fragmentado nas propriedades rurais. A Resolução INEA
n° 134 de 14 de janeiro de 2016, de forma a reorganizar os procedimentos,
simplificar o acesso pelos produtores rurais e regularização das atividades
existentes..

Título da apresentação 4
Introdução
Este trabalho pretende apontar possíveis soluções para a problemática, a partir da
identificação de regiões em que há potencial dos SAF serem implantados no
entorno de Unidades de Conservação e assim contribuírem para a conservação da
biodiversidade no Estado do Rio de Janeiro.

Título da apresentação 5
Introdução
A problemática apontada é o possível desconhecimento das oportunidades e
demais informações a respeito dos procedimentos de regularização de SAF
fornecidos pela Resolução nº 134/2016 como também a possível ausência de
ações de extensão e assistência técnica e segurança jurídica dos agricultores do
Estado do Rio de Janeiro que tem interesse em práticas de agricultura
sustentáveis, como os sistemas agroflorestais. Nesse sentido, tal problemática se
intensifica com a ausência da difusão da resolução nº 134/2016 do INEA.

Título da apresentação 6
Introdução
A adoção de Sistemas Agroflorestais em propriedades rurais no entorno de
Unidades de Conservação do Estado do Rio de Janeiro tende a mitigar os
eventuais problemas causados pela agricultura convencional. Dessa maneira, os
SAF desempenham um papel de forma que a sociedade consiga equilibrar suas
demandas de consumo e a produção de alimentos, com menos pressões sobre os
recursos naturais e este trabalho pretende contribuir para diminuição da distância
entre a legislação e os agentes interessados.

Título da apresentação 7
Potencial inovação
Identificar lacunas e apontar soluções que ampliem a adoção de sistemas
agroflorestais no entorno de unidades de conservação no Estado do Rio de Janeiro
baseado na Resolução nº 134/2016 do INEA

Título da apresentação 8
Objetivo Geral
Avaliar o potencial dos Sistemas Agroflorestais no Rio de Janeiro na proposição de usos do
solo mais adequados à conservação da biodiversidade, a partir da resolução 134/2016 do
INEA.
Objetivos específicos
4.2.1 Selecionar as áreas de Unidade de Conservação no estado do Rio de Janeiro que podem
orientar a adoção de Sistema Agroflorestais.

4.2.2 Relacionar os Princípios Agroflorestais e a definição de Agrofloresta com os Princípios de


Restauração de Ecossistemas 2021-2030.

4.2.3 Analisar a compreensão do Núcleos de Gestão Integrada de Unidade de Conservação no


Estado do Rio de Janeiro sobre a resolução nº 134/2016 do INEA.
Referencial teórico
SAF e a Conservação da Biodiversidade

• Moura (2013), Peneireiro (1999), e Götsch (1995,1996) apresentam os


Sistemas Agroflorestais (SAF) sintrópicos como uma alternativa ao
modelo atual de produção de alimentos, sendo apontado como um
modelo agrícola revolucionário, por criar um ambiente mais
semelhante possível de uma floresta.

Título da apresentação 11
Referencial teórico
SAF e a Conservação da Biodiversidade

• Portanto, o SAF pode ser considerado uma solução de uso do solo


viável não somente pelas características acima apresentadas, como
também pela capacidade de recuperação de Áreas de Preservação
Permanente por meio da capacidade de recuperar solo degradado
através da cobertura florestal, da fixação do solo e prevenindo o
assoreamento do manancial hídrico, e sucessivamente poderá ser
calculada como Reserva Legal, podendo assim mitigar os passivos
ambientais. 12
Referencial teórico
SAF e os benefícios econômicos e sociais

• Nesse sentido, vale ressaltar a comparação entre a desvalorização dos


produtos de horticultivo e que os produtos do SAF em contraposição,
agregam valor significativo aos produtos por sua forma de cultivo,
como inúmeras opções de vendas permitindo o produtor escolher o
que vender e o momento mais lucrativo e os produtos de
biodiversidade, que ainda apresentam diversas frentes de mercado
para os agricultores como as geleias, as compotas, entre outros.

13
Referencial teórico
SAF e os benefícios econômicos e sociais

• Os benefícios dos SAF estão para além da questão econômica, os


benefícios sociais são amplamente difundidos a partir desta prática de
agricultura sustentável, como por exemplo a Segurança alimentar da
população. De acordo com o conceito de segurança Alimentar e
Nutricional (SAN) entende-se como o direito de todos os indivíduos
terem acesso adequado e estável à alimentos com qualidade, sem
afetar a realização de outras necessidades humanas.

14
Referencial teórico
SAF e Restauração Ecológica

• Há diversos tipos de SAFs, desde sistemas simplificados, com poucas


espécies e baixa intensidade de manejo, até sistemas altamente
complexos, com alta biodiversidade e alta intensidade de manejo, e
entre esses, vários tipos intermediários. Para cada um deles existem
denominações distintas que variam de acordo com os principais
produtos gerados em cada sistema.

15
Referencial teórico
SAF e Restauração Ecológica

• Vale ressaltar a importância do componente animal para as estratégias


de meios de vida e adaptação a mudanças climáticas dos agricultores
familiares, principalmente na região semiárida, portanto, no contexto
de recomposição de APPs e RLs, é preciso encontrar meios para
conciliar a criação de animais com a recomposição da vegetação.

16
Referencial teórico
Restauração Ecológica

• A definição amplamente reconhecida de restauração ecológica é a da


Sociedade de Restauração Ecológica (SER), que define essa prática
como “o processo de auxiliar a recuperação de um ecossistema que
foi degradado, danificado ou destruído”. Neste conceito, o
ecossistema restaurado contém um conjunto de espécies que ocorrem
no ecossistema de referência.

17
Referencial teórico
Restauração de ecossistemas

• O fator econômico é hoje uma mola propulsora que incentiva ou freia


as ações em qualquer esfera, e precisa ser levado como real interesse
para que a restauração do que já foi degradado e a parada e
transformação de atividades degradantes realmente ocorram. Nesta
perspectiva, os sistemas agroflorestais conseguem cumprir um papel
inovador, conciliando restauração, conservação e produção
(ARMADOS 2003).

18
OS PRINCÍPIOS DA
DÉCADA DE
RESTAURAÇÃO DA
ONU E OS SISTEMAS
AGROFLORESTAIS

Título da apresentação 19
Os princípios da década de
restauração da ONU e os Sistemas
Agroflorestais

Esta sessão se dedicará a conceitos que perpassam


pelo nosso tema, assim como os Sistemas
Agroflorestais, os princípios da restauração definidos
pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2021),
além de uma revisão de como os sistemas
agroflorestais e a sua adoção atendem ou estão
relacionados com os princípios da restauração
definidos pela ONU. Vale ressaltar que, a pesquisa foi
realizada a partir das plataformas Scielo e Google
Acadêmico, e para cada princípios foram atribuídas
duas ou três palavras-chaves (Tabela 1).

20
Princípios ONU Palavras-chave

1 Contribuição global:
Agrofloresta
ODS
Metas

2 Engajamento amplo:
Agrofloresta

Comunidades tradicionais
Inclusiva

3 Vários tipos de atividade:


Agrofloresta
Continuum
Restauração

4 Benefícios para a natureza e para as pessoas:

Agrofloresta

Restauração

Bem estar

5 Aborda causas de degradação:


Degradação
restauração
Agrofloresta

Fonte: Autoral
21
6 Integração de conhecimento:
Agrofloresta
Integração
Conhecimentos (saberes)

7 Metas mensuráveis: Metas


restauração
objetivos

8 Contextos locais e de paisagens terrestres/marítimas Contexto


restauração
sistemas agroflorestais

9 Monitoramento e Gestão Monitoramento, Gestão e Sistemas Agroflorestais

10 Integração de Políticas Integração, políticas e Sistemas Agroflorestais

Fonte: Autoral
22
Princípio 1 –
Contribuição Global:

1
Neste sentido, a restauração com SAF
contribui nas metas globais com o combate à
desertificação, a conservação do solo,
restauração da fertilidade e estrutura do solo, a
sombra e criação de microclimas, o aumento de
produtividade animal por bem-estar(sombra) e
qualidade nutricional das pastagens, os
corredores ecológicos e favorece a
biodiversidade de forma geral, incluindo a
preservação de polinizadores (MICCOLIS 2016).

23
Princípio 2 –
engajamento amplo :

2
Dessa maneira, as partes interessadas são: 1) os
próprios agentes comunitários, representados por
algumas de suas lideranças locais, pertencentes às
populações, produtores familiares agroecológicos, ,
quilombolas, parteiras, benzedeiras, mestre de
saberes entre outros; 2) pesquisadores acadêmicos;
3) alguns agentes públicos municipais, tais como
secretarias de agricultura, de saúde, de assistência
social; 5) organizações sociais não governamentais;
além de 4) representantes do poder público, como
por Ministério Público Estadual (FLORIANI e
FLORIANI 2020).

24
Princípio 3 –Várias tipos de atividades: A
restauração de ecossistemas inclui um continuum
de atividades

3
Os Safs contribuem para a atividade restaurativa
e gera ganhos para a sociedade como um todo, no
entanto, a parcela rural da população do Estado
do Rio de Janeiro como também experimentos de
SAFs na parte urbana da cidade, constituem a
parcela que seria mais beneficiada se adotassem
esse modelo agroflorestal. Além dos benefícios
ambientais, mencionados no princípio um.

25
Figura 1: Diferentes ações de manejo podem ser consideradas como parte do continuum restaurativo, desde ações de
26
reabilitação até a restauração ecológica stricto sensu. Fonte: McDonald et al. (2016).
Princípio 3 –Várias tipos de atividades: A
restauração de ecossistemas inclui um continuum
de atividades

3
Como apontado anteriormente, o termo SAF engloba
uma ampla gama de significados, e por isto, se faz
necessário definir e caracterizar os diferentes tipos de
SAF para buscar estratégias de melhor posicioná-los ao
longo do continuum restaurativo, identificando o
potencial desses para a RPF. Ou seja, quais tipos de
SAFs podem ser classificados como atividade
restaurativa, e quais desses podem ser considerados
como uma ação de restauração ecológica
(TUBENCHLAK, 2018)

Título da apresentação 27
Princípio 4 –Benefícios para a natureza
e as pessoas

4
Neste sentido, de acordo com o Órgão das Nações
Unidas (2021) ressalta que:

“[...] Deve valorizar e não substituir a conservação da


natureza, especialmente em áreas de alta integridade
ecológica e alto valor para a garantia da conectividade
ecológica, bem como em outras áreas prioritárias para
conservação, incluindo aquelas dentro de territórios de
povos indígenas e comunidades tradicionais. As
práticas de manejo destinadas a serem restaurativas
devem apoiar e auxiliar os processos de recuperação
natural e não causar mais degradação. O uso de
germoplasma de espécies nativas geneticamente
apropriadas deve ser privilegiado, enquanto espécies
não nativas ou já comprovadamente invasoras devem
Título da apresentação
ser evitadas.” (ONU, 2021). 28
Princípio 4 –Benefícios para a natureza
e as pessoas

4
Em seu estudo, Santos (2017) investigou o potencial
dos Sistemas Agroflorestais (SAFs) para incrementar a
biodiversidade e a provisão de serviços ecossistêmicos
na Mata Atlântica. O autor afirma que os sistemas
agroflorestais biodiversos, têm a eficácia de ampliar os
níveis de biodiversidade e de provisão de serviços
ecossistêmicos no que se refere aos sistemas
agroflorestais simples e aos sistemas convencionais no
bioma Mata Atlântica.

Título da apresentação 29
Princípio 5 – Causas da degradação

5
Dessa maneira, quais seriam as causas indiretas da
degradação dos ecossistemas, aquecimento global, e
porque não até mesmo a falta de informação e a atual
consciência coletiva que culminam nesses problemas,
sendo assim podemos considerar a educação ambiental
uma causa indireta que deve ser promovida segundo a
este princípio com “ ... o propósito de prevenir, deter
ou reverter a degradação do ecossistema e devem
incorporar fatores ecológicas, culturais” (ONU, 2021).

Título da apresentação 30
Princípio 6 – Integração do Conhecimento

Neste sentido, isto posto também permitirá a

6
identificação de hiatos de conhecimento, pesquisa
estratégica e prioridades de desenvolvimento de
capacidade. A admissão de conhecimento indígena,
local e tradicional deve acatar aos princípios do
consentimento livre, prévio e informado. (ONU 2021).

31
Princípio 7 – Metas Mensuráveis

A inclusão de objetivos e metas mensuráveis facilitará

7
a comunicação clara dos resultados esperados,
estabelecerá as bases para o co-desenvolvimento de um
plano de implementação e concederá o monitoramento,
avaliação e gestão adaptativa.
As compensações entre objetivos e metas ecológicas,
culturais e socioeconômicas necessitam ser abordadas e
aliadas por meio de negociações justas e transparentes,
e de uma forma que não comprometa a recuperação do
ecossistema (ONU 2021).

Título da apresentação 32
Princípio 8 – Contexto locais e de paisagens
terrestres/marítimas

A estima, o respeito e um olhar integrado pelo contexto

8
local descomplica o alinhamento dos objetivos e metas
do projeto com as necessidades locais. Outrossim, a
restauração bem-sucedida necessita de uma abordagem
adequada dos fatores do nível da paisagem terrestre e
marítima, abrangendo ameaças da paisagem terrestre
ou marinha mais ampla, trocas de energia e organismos
através dos limites do ecossistema, conectividade
ecológica e hidrológica e efeitos transfronteiriços
(ONU, 2021).

Título da apresentação 33
Princípio 9 – Monitoramento e
Gestão
No Brasil, existe a real perspectiva das agroflorestas

9
suprirem inclusive as exigências da Lei de Proteção
da Vegetação Nativa (LPVN) – Lei 12.651 de 25 de
maio de 2012, como um caminho adaptado às
normas vigentes no seu uso para a restauração de
Área de Preservação Permanente - APP e Reserva
Legal - RL (MICCOLIS et al., 2016), no entanto é
fundamental maior aprofundamento para assim
encontrar indicadores de monitoramento de
restauração ecológica para SAF que ponderem o
valor cultural, social, humano e ancestral, integrados
aos indicadores de monitoramento já conhecidos,
aceitos pela comunidade científica e pelos atores da
Título da apresentação 34
restauração.
Princípio 9 – Monitoramento e
Gestão
SANSEVERO et al. (2017) ressaltam que a inclusão

9
de abordagens sociais e econômicas é extremamente
recomendada, de acordo com o impacto de projetos de
restauração ecológica no bem-estar humano, geração
de renda e o compromisso de conciliar a conservação e
produção. Para compreender de forma adequada os
saberes tradicionais se faz necessário entender a
sabedoria local, que é construída em uma complexa
inter-relação entre as crenças, os conhecimentos e as
práticas (STANISK, 2015).

Título da apresentação 35
Princípio 10 – Integração de
políticas
Neste sentido, a escolha do melhor mecanismo de

10
comercialização deve levar em a importância a oferta,
condições climáticas e comportamento sazonal do
produto. Colla et al. ( 2008) indicam as feiras-livres
como um canal de distribuição relevante na
comercialização de produtos provenientes da
agricultura familiar, devido a apresentarem uma
relação mais próxima com o consumidor e uma melhor
lucratividade dos produtos comercializados.

Título da apresentação 36
METODOLOGIA

Quando o homem compreende a sua realidade, pode levantar
hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções.

"
Assim, pode transformá-la e o seu trabalho pode criar um
mundo próprio, seu Eu e as suas circunstâncias.
Paulo Freire 2013 p 16
ETAPAS

1ª Etapa 2º Etapa 3ª Etapa

Aplicação dos questionários em


Elaboração dos questionários sobre 4 Núcleos de Gestão Integrada e Analisar e avaliar a percepção
percepção ambiental dos gestores parques estaduais no Rio de ambiental dos Gestores de
dos núcleos de gestão integradas Janeiro. Unidades de Conservação.
(NGI), seleção das áreas

Título da apresentação 39
Área de estudo

• Núcleos de Gestão Integrada (NGI) que abrangem as Unidades de


Conservação de Proteção Integral do Estado do Rio de Janeiro. Dentro
deste recorte de pesquisa estão os quatro NGIs selecionados foram: (i)
NGI Paraty, (ii) NGI Teresópolis, (iii) NGI Mico-Leão-Dourado e (iv)
NGI Paraíba do Sul.
40
Área de estudo

• Cada núcleo abrange um conjunto de Unidades de Conservação, (i) NGI Paraty abrange: Área de
Proteção Ambiental de Cairuçu, o Parque Nacional da Serra da Bocaína e a Estação Ecológica de
Tamoios, o (ii) NGI Teresópolis abrange: Parque Nacional da Serra dos Órgãos de Petrópolis, Reserva
Biológica Tinguá, Área de Proteção Ambiental e a ESEC Guanabara, o (iii) NGI Mico-Leão-Dourado é
composto pela Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-Dourado, a Reserva
Biológica Poço das Antas e a Reserva Biológica da União, e no último NGI selecionado, (iv) NGI
Paraíba do Sul é composto pela Área de Proteção Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do
Sul e pela Área de Relevante Interesse Ecológico da Floresta Cicuta.
41
Área de estudo - Justificativa

Este recorte de pesquisa será realizado nos Núcleos de Gestão Integrados, ou seja,
conjunto de Gestores de UC’s afim de obter um diagnóstico de percepção ambiental mais
coerente e representativo. Na segunda etapa será realizada uma na análise e descrição do
material de campo (MC), dados oriundos tanto do questionário semiestruturado aplicado
nos NGIs sobre esta temática, para avaliação do potencial mercado de produtos
agroflorestais.

42
Segundo Faggionato (2002) a percepção ambiental
pode ser definida como:

“... uma tomada de consciência do ambiente pelo homem,


ou seja, o ato de perceber o ambiente que se está
inserido, aprendendo a proteger e a cuidar do mesmo.
Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente
às ações sobre o ambiente em que vive. As respostas ou
manifestações daí decorrentes são resultado das
percepções (individuais e coletivas), dos processos
cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa.”

Título da apresentação 43
De acordo com Melazo (2005), a percepção se desenvolve de forma constante na mente aliada aos sentidos, que são
instigados por experiências, valores e expectativas do indivíduo. Esse esquema pretende elucidar o processo de
percepção (FIGURA 1).

Figura 1: Esquema teórico do processo perceptivo. Fonte: Rio (1996 apud Melazo 2005) 44
Desta maneira, Penna (1969), a percepção é construída através
dos sentidos, situações e símbolos. Desse modo, esses dados
sensoriais esculpem a percepção, e demonstram de que forma
as ações serão realizadas com o assunto percebido. O que
corrobora que a vivência de forma geral é determinante para
que a percepção possa ser amplamente contemplada.
Resultados esperados:
• 6. RESULTADOS ESPERADOS

• 6.1 Um Diagnóstico da compreensão de o Núcleos de Gestão Integradas das UC’s que abrangem o
Estado do Rio de Janeiro, sobre a resolução nº 134/2016 do INEA.
6.2 A identificação de benefícios ecológicos, econômicos e sociais, incluindo mercados e produtos
oriundos, de Sistemas Agroflorestais no entorno de Unidades de Conservação de Proteção Integral no estado
do Rio de Janeiro.

Título da apresentação 46
Resultados Parciais:
Foram enviados 15 questionários para avaliar a percepção ambiental dos Gestores de Unidades de Conservação
no estado do Rio de Janeiro, no entanto, até o presente momento só foram obtidas 7 repostas com diversos tipos
de atuação como o Chefe de UC’s, servidora pública, Analista Ambiental, Gestor de UC.

Os entrevistados que responderam correspondem cinquenta porcento a Unidades de Conservação e a outra


metade ao Núcleo de Gestão Integrada (NGI) assim como demonstra a figura 2.

47
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
48
Com qual UC você está vinculada(o)?

• 7 respostas
• APA da Bacia do Rio São João, Rebio Poço das Antas e Rebio União
• Área de Proteção Ambietal da Bacia do Rio São João/Mico-Leão-
Dourado
• Rebio União
• Refúgio de Vida Silvestre Estadual da Serra da Estrela
• Parque Estadual Cunhambebe
• Reserva Ecológica Estadual da Juatinga
• APA de Tamoios
Fonte: respostas coletadas do Google forms .
49
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
50
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
51
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
52
Existe um mapa de caracterização do Uso do Solo da Zona de Amortecimento? Qual a principal
atividade (pecuária, agricultura familiar, grandes culturas, turismo, outra) predominante no interior
ou na Zona de Amortecimento da UC?

• Sim, considerando a APA como ZA das duas rebio. Predomina agricultura familiar e pecuária de pequeno a
grande porte.

• Existe mapa de uso do solo no plano de manejo da APA, item 2.2.4..Segundo informação contida no plano de

manejo, as pastagens constituem a classe de uso dominante na APA, com cerca de 30% da área da APA. Já a

agricultura representa menos de 4% da área da UC. Porém, estes dados possuem pequenas variações ao longo

dos anos, pois é comum o uso para fins agrícolas por alguns anos, deixando depois virar pastagem e depois

retornando a área agrícola.


• A uc não possui ZA formalizada
• Agricultura Familiar e Turismo
• Não.
• Sim, turismo
• Como somos UC de uso sustentável, não temos zona de amortecimento.
Fonte: respostas coletadas do Google forms .
53
Está previsto no Plano de Manejo ou no plano de gestão da UC o fomento a atividades de base
sustentável ou o apoio à adoção de boas práticas agropecuárias na Zona de Amortecimento? Quais?

• Sim, no PM da APA São João.


• O item 2.5 do plano de manejo fala das alternativas de desenvolvimento econômico sustentáveis existentes na região
abrangida pela unidade de conservação: artesanato, SAFs, plantio de pupunha e turismo. No Programa Alternativas
de Desenvolvimento (item 3.7.1, p. 255 a 257) está previsto que deve-se divulgar e estimular a adoção de técnicas e
métodos de utilização dos recursos naturais de forma sustentável visando a geração de renda e promoção da
qualidade de vida para as comunidades existentes na região. Estão previstas como atividades desse programa:
estimular e apoiar a implantação de projetos municipais e regionais de conservação e uso sustentável; incentivar a
agricultura sustentável na região; incentivar e apoiar o associativismo e cooperativismo; promover parcerias para o
desenvolvimento da agroecologia na região; incentivar a criação de hortos e banco de sementes; dentre outros..
• Sim
• Sem Plano de Manejo por enquanto
• Sim. Estímulo ao TBC, turismo de base comunitária e turismo rural; estímulo à implantação de práticas
agroecológicas.
• não
• Não especificamente, no entanto, a gestão da UC objetiva tratar e apoiar essa temática dentro do processo de revisão
do Plano de Manejo.

Fonte: respostas coletadas do Google forms .


54
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
55
Em caso de haver um Conselho, com que
frequência ele se reúne?
• A frequência de reuniões do conselho deverá ser estabelecida no novo
regimento, visto que está em curso o processo de integração dos
conselhos das 3 UC, por comporem território contínuo.
• conselho não se reúne há mais de dez anos
• 4 em 4 meses
• de 2 em 2 meses
• Bimestralmente.
• Bimensal

Fonte: respostas coletadas do Google forms .


56
O Conselho já propôs atividades de base sustentável para a gestão
do território da UC? De que tipo?

• O conselho da APA não se reúne há 13 anos e os das 2 rebio quase não


se reuniu na época da pandemia.
• não tenho informação a respeito.
• A UC é de proteção integral.
• Sim, Ações de Reflorestamento, Trabalhos de Educação Ambiental
com Escolas, Manejo de Trila etc...
• Sim. Existiu uma câmara temática de fomento ao turismo de base
comunitária, focado no turismo rural.

Fonte: respostas coletadas do Google forms .


57
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
58
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
59
Na sua opinião quais os potenciais impactos da adoção de SAF na zona de amortecimento da UC?

• A melhor qualidade ambiental, o aumento da cobertura vegetada. O ICMBio deve estimular e ser parceiro nessas
iniciativas.
• Recentemente tive conhecimento do resultado da pesquisa realizada por Paola Maia Lo Sardo sobre restauração ecológica
em sistemas agroflorestais na APA da Bacia do Rio São João. De acordo com o trabalho: Os resultados mostraram que os
SAFs permitiram a regeneração natural e que podem ser utilizados como uma estratégia de restauração ecológica,
principalmente para restabelecer processos e serviços ecossistêmicos, possuem potencial para a conservação da
biodiversidade, a partir da inclusão cada vez maior de espécies nativas, e como um importante componente no contexto das
paisagens multifuncionais. Portanto, os resultados aqui obtidos indicam o uso potencial dos SAFs como uma estratégia de
restauração ecológica, que concilia objetivos conservacionistas com as necessidades dos agricultores envolvidos.
• Melhoria na renda, proteção da biodiversidade, proteção do solo, nascentes etc
• impactos positivos a gestao da área protegida
• Seriam os impactos positivos, como: conservação do solo (na recuperação de áreas degradadas, por exemplo), presença de
espécies nativas do bioma Mata Atlântica no entorno da UC, favorece a conservação da fauna por meio da oferta de
alimentos propícios, produção de água, resultando da utilização de menos produtos químicos.
• melhora na regeneração de áreas degradas, aumento da conscientização ambiental dos moradores do entorno. Aproximação
entre moradores e UC
• Inúmeros. Acredito no potencial de variabilidade ecológica(agrobiodiversidade), geração de renda, apoio e incentivo a
restauração e recuperação ecológica, aumento e/ou manutenção da fauna.
Fonte: respostas coletadas do Google forms .
60
Os SAF são considerados uma possibilidade de ação para a recomposição de Áreas de Preservação
Permanente e Reserva Legal, de acordo com a Lei 12.651/2012. Você acredita que os SAF
contribuam efetivamente com a restauração florestal? Conhece alguma SAF aprovado para recompor
APP e RL no atendimento de passivos no contexto do Cadastro Ambiental Rural (CAR)?

• Acredito que sim, mas não conheço nenhum exemplo direto.


• Diante da pesquisa acima citada, há respaldo para acreditar que os SAF contribuam efetivamente
com a restauração florestal. Não conheço aprovação de SAF em APP ou RL em virtude de passivo
apontado no CAR
• Sim. Não conheço.
• sim
• Sim. Não.
• Acredito que contribua, desconheço SAF para recompor APP e RL
• Não

Fonte: respostas coletadas do Google forms .


61
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
62
Se você tem algum grau de conhecimento sobre a Res. 134/2016, o que
mais chama sua atenção no conteúdo desta resolução?

• Utilização de espécies exóticas e integração da pecuária com a produção vegetal.


• Não conheço a resolução do inea
• As diretrizes relacionadas às limitações de implantação de SAF para
recomposição de APP e RL.
• A adequação e sua aplicabilidade de acordo com cada caso e tipologia da UC.Seja
Zona de amortecimento ou não.

Fonte: Respostas coletadas do Google Forms 63


Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
64
Fonte: gráfico gerado pelo Google forms .
65
Se houver algo mais para comentar sobre a contribuição dos Sistemas
Agroflorestais para a gestão das UC, fique a vontade.2 respostas

Diminuição da introdução de espécies exóticas e invasoras no entorno da UC.


Sendo a REEJ uma unidade de conservação que apresenta entre seus objetivos a preservação da cultura caiçara, é
consentido no interior da Reserva o uso sustentável por parte das populações tradicionais do território para suas
atividades de subsistência, incluindo a plantação de pequenas toças no entorno de suas comunidades. Essas roças
mesmo que sem base teórica, utilizam-se de técnicas de agrofloresta e na paisagem tradicional preservada pela UC.

Fonte: respostas coletadas do Google Forms.


66
Cronograma
Ano 1 Ano 2

Objetivos Específicos

Atividades Trimestre Trimestre

1 Seleção das áreas

1,2,3 Revisão Bibliográfica

2 Elaboração do questionário

2 Aplicação do questionário 1

1,2,3 Redação de artigo

2e3 Descrição e análise do MC

1,2,3 Redação da dissertação


Gabriela Moreira
Obrigada rodrigues_gabriela@id.uff.b
r

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