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ELETIVA

CORDEL ENCANTADO

LITERATURA DE CORDEL
Literatura de cordel é um tipo de poema popular,
originalmente oral, e depois impressa em folhetos
rústicos ou outra qualidade de papel, expostos para
venda pendurados em cordas ou cordéis.
Os folhetos são escritos em forma
rimada e alguns poemas são
ilustrados com xilogravuras, o
mesmo estilo de gravura usado nas
capas.
As estrofes mais comuns são
as de dez, oito ou seis versos.
Os autores, ou cordelistas, recitam
esses versos de forma melodiosa e
cadenciada, acompanhados de
viola.
Os temas dos poemas de cordel incluem fatos do
cotidiano, episódios históricos, lendas , temas
religiosos, entre muitos outros. Não há limite
para a criação de temas dos folhetos.
Praticamente todo e qualquer assunto pode virar
cordel nas mãos de um poeta competente.
No Brasil, a literatura de cordel
é produção típica do Nordeste,
sobretudo nos estados de
Pernambuco, da Paraíba, do
Rio Grande do Norte e do
Ceará. Costumava ser vendida
em mercados e feiras pelos
próprios autores. Hoje também
se faz presente em outros
Estados, como Rio de Janeiro,
Minas Gerais e São Paulo. O
cordel hoje é vendido em feiras
culturais, casas de cultura,
livrarias e nas apresentações
dos cordelistas.
Carlos Drummond de Andrade, reconhecido como um dos
maiores poetas brasileiros do século XX, assim definiu, a
literatura de cordel:

"A poesia de cordel é uma das manifestações


mais puras do espírito inventivo, do senso
de humor e da capacidade crítica do povo
brasileiro, em suas camadas modestas
do interior. O poeta cordelista exprime
com felicidade aquilo que seus companheiros de vida
e de classe econômica sentem realmente. A espontaneidade e
graça dessas criações fazem com que o leitor urbano, mais
sofisticado, lhes dedique interesse, despertando ainda a
pesquisa e análise de eruditos universitários. É esta, pois, uma
poesia de confraternização social que alcança uma grande área
de sensibilidade".
Organização poética dos cordéis
Quadra
Estrofe de quatro versos. A quadra iniciou o cordel, mas
hoje não é mais utilizada pelos cordelistas. Porém as
estrofes de quatro versos ainda são muito utilizadas em
outros estilos de poesia sertaneja, como a matuta, a
caipira, a embolada, entre outros.
A quadra é mais usada com sete sílabas. Obrigatoriamente
tem que haver rima em dois versos (linhas). Cada poeta
tem seu estilo. Um usa rimar a segunda com a quarta.
Exemplo:
A quadra é mais usada com sete sílabas. Obrigatoriamente
tem que haver rima em dois versos (linhas). Cada poeta
tem seu estilo. Um usa rimar a segunda com a quarta.
Exemplo:

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá (2)
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá (4).
Sextilha
É a mais conhecida. Estrofe ou estância de seis versos. Estrofe de
seis versos de sete sílabas, com o segundo, o quarto e o sexto
rimados; verso de seis pés, colcheia, repente. Estilo muito usado
nas cantorias, onde os cantadores fazem alusão a qualquer tema
ou evento e usando o ritmo de baião. Exemplo:
Quem inventou esse "S"
Com que se escreve saudade
Foi o mesmo que inventou
O "F" da falsidade
E o mesmo que fez o "I"
Da minha infelicidade
Septilha
Estrofe (rara) de sete versos; setena (de sete em sete). Estilo muito usado por Zé
Limeira, o Poeta do Absurdo.
Eu me chamo Zé Limeira
Da Paraiba falada
Cantando nas escrituras
Saudando o pai da coaiada
A lua branca alumia
Jesus, Jose e Maria
Três anjos na farinhada.
Napoleão era um
Bom capitão de navio
Sofria de tosse braba
No tempo que era sadio,
Foi poeta e demagogo
Numa coivara de fogo
Morreu tremendo de frio.
Na septilha usa-se o estilo de rimar os segundo, quarto e sétimo versos e o
quinto com o sexto, podendo deixar livres o primeiro e o terceiro.
Xilogravura é a técnica de gravura na
qual se utiliza madeira como matriz e
possibilita a reprodução da imagem
gravada sobre papel ou outro suporte
adequado. É um processo muito
parecido com um carimbo.
É uma técnica em que se entalha na
madeira, com ajuda de instrumento
cortante, a figura ou forma (matriz) que
se pretende imprimir. Em seguida usa-
se um rolo de borracha embebecida
em tinta, tocando só as partes elevadas
do entalhe. O final do processo é a
impressão em alto relevo em papel ou
pano especial, que fica impregnado
com a tinta, revelando a figura.
Vinhetas em xilogravura da novela Cordel Encantado

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