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AVE-MARIAS – CESÁRIO VERDE

Trabalho de: Sharon Oliveira, Fátima Carvalho e Eveline Veiga


Disciplina: Português
Profª: Isabel Arrobas
Turma: 572
Curso: TCMRPP
Introdução
Neste trabalho escrito sobre o poema
“Avé Marias” de Cesário Verde, iremos
falar da biografia do autor,
apresentaremos o poema e iremos
interpretá-lo, de seguida apresentaremos
os recursos expressivos visíveis no
poema e por fim citaremos o esquema
rimático.
Biografia de Cesário Verde
José Joaquim Cesário Verde nasceu no dia 25 de
fevereiro de 1855, Madalena, Lisboa, Portugal e faleceu
no dia 19 de julho de 1886, Lumiar, Lisboa, Portugal.
José foi um poeta português sendo considerado um dos
pioneiros, precursores da poesia que foi feita em Portugal
no século XX.

Filho do lavrador e abastado comerciante e ferrageiro


José Anastácio Verde (1813-1898) e de sua mulher Maria
da Piedade David dos Santos (1821-1890), aos 18 anos
de idade Cesário matriculou se no Curso Superior de
Letras, mas frequentou durante alguns meses
José conheceu Silva Pinto, que ficou seu amigo para o resto
da sua vida, dividia se entre a produção de poesias publicadas
em jornais, destacando se o semanário Branco e Negro (1896-
1898), as revistas O ocidente (1878-1915), Renascença
(1878-1879), o Azeitonense (1919- 1922), e as atividades
comerciais na rua dos Franqueiros herdadas do pai,
descendente de comerciantes genoveses de nome Verdi,
sobrinho-neto de João Baptista Verde e de D. Mariana
Benedita Victoria Verde, que foi casada com o pintor
Domingos Sequeira.
Poema

Nas nossas ruas, ao anoitecer, Batem os carros de aluguer, ao fundo,


Há tal soturnidade, há tal melancolia, Levando à via-férrea os que se vão. Felizes!
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Ocorrem-me em revista, exposições, países:
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. Madrid, Paris, Berlim, Sampetersburgo, o mundo!

O céu parece baixo e de neblina, Semelham-se a gaiolas, com viveiros,


O gás extravasado enjoa-me, perturba-me; As edificações somente emadeiradas:
E os edifícios, com as chaminés, e a turba Como morcegos, ao cair das badaladas,
Toldam-se duma cor monótona e londrina. Saltam de viga em viga, os mestres carpinteiros
Voltam os calafates, aos magotes, E o fim da tarde inspira-me; e incomoda!

De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos, De um couraçado inglês vogam os escaleres;

Embrenho-me a cismar, por boqueirões, por becos, E em terra num tinido de louças e talheres
Ou erro pelos cais a que se atracam botes. Flamejam, ao jantar, alguns hotéis da moda.

E evoco, então, as crónicas navais: Num trem de praça arengam dois dentistas;

Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado Um trôpego arlequim braceja numas andas;

Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Os querubins do lar flutuam nas varandas;

Singram soberbas naus que eu não verei jamais! Às portas, em cabelo, enfadam-se os lojistas!
Vazam-se os arsenais e as oficinas; Descalças! Nas descargas de carvão,
Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; Desde manhã à noite, a bordo das fragatas;
E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, E apinham-se num bairro aonde miam gatas,
Correndo com firmeza, assomam as varinas. E o peixe podre gera os focos de infeção!

Vêm sacudindo as ancas opulentas!


Seus troncos varonis recordam-me pilastras;
E algumas, à cabeça, embalam nas canastras
Os filhos que depois naufragam nas tormentas.
Interpretação do poema
• No início deste poema, o sujeito poético encontra-se "na nossa
rua, ao anoitecer", e através do uso do recurso expressivo
gradação, ele percebe que no escuro, " Há tal soturnidade, há tal
melancolia" despertando“um desejo absurdo de sofrer”.
• Na segunda estrofe, o poeta condena a realidade de Lisboa e
compara-a com Londres, pelo seu aspeto e pelas “cor monótona e
londrinas” provocadas pela falta de luz, enfraquecem a frustração
do aparecimento de Lisboa. A cidade de Lisboa já o teve há muitos
anos.
• Cesário Verde despreza Portugal, ao dizer que só quem sai do
país é feliz. Ele usou enumerações para designar “o mundo" na
sua opinião: "Madrid, Paris, Berlim, São Petersburgo".
• Na quarta estrofe, o poeta compara os edifícios a “gaiolas,
com viveiros", e compara os carpinteiros a morcegos, pelo
facto de sairem tarde do trabalho quando já não há sol.
• Na quinta quadra, observamos o sujeito poético a continuar
o seu passeio enquanto presta atenção aos trabalhadores
que se atrasam para sair do trabalho, usando a dupla
adjetivação para retratar os trabalhadores e, por fim,
enumera os lugares por onde passou.
• Podemos concluir que, na primeira estrofe deste poema, o
autor iniciou a sua viagem pela cidade de Lisboa ao
entardecer, utilizando recursos expressivos para retratá-la de
forma realista, ao mesmo tempo que comparava Portugal
com outros países.
Recursos expressivos

Dupla adjetivação:
Comparação: Tripla adjetivação:
• Estrofe 9- hercúleas, galhofeiras
• Estrofe 10- seus troncos • Estrofe 5- de jaquetão ao
varonis recordam-me pilastras; ombro, enfarruscados, secos
• Estrofe 4- semelha-se a
gaiolas, com viveiros;
• Estrofe 4- as edificações
somente emadeiras.
ENUMERAÇÃO:
• ESTROFE 1- QUE AS SOMBRAS, O BULÍCIO, O
TEJO, A MARESIA
• ESTROFE 3- MADRID, PARIS, BERLIM,
SAMPETERSBURGO, O MUNDO!

METÁFORA:
• ESTROFE 10- E ALGUMAS, Á CABEÇA, EMBALAM NAS
CANASTRAS/ OS FILHOS QUE DEPOIS NAUFRAGAM
NAS TORMENTAS
Esquema rimático
Neste esquema rimático podemos observar que existem dois tipos de
rimas: a interpolada e a emparelhada.
Este poema é constituído por 11 estrofes de 4 versos (quadras)

interpolada
emparelhada

A BB A // C E F C // G HH G // I JJ I
Conclusão
Com este trabalho adquirimos mais conhecimento acerca do poeta Cesário Verde e
sobre a sua vida, conhecemos mais um poema desconhecido pra nós e gostamos
muito de o ter analisado. Esperamos ter aponderado as expectativas da professora.
Web grafia
• "Ave-Marias", de Cesário Verde (rtp.pt)
• Cesário Verde - Biografia do escritor - InfoEscola

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