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ESPAÇOS CONFINADOS

Riscos Ambientais
RISCOS AMBIENTAIS
É a atmosfera a que estão expostos os trabalhadores, com
riscos à saúde, à vida gerando incapacitação física ou
psicológica, e ao meio ambiente e às propriedades, por uma
ou mais das seguintes causas:
 Concentração de O2 (oxigênio) abaixo de 19,5% ou acima
de 23%;
 Concentração de qualquer substância acima do limite de
tolerância;
 Qualquer condição reconhecida como imediatamente
perigosa à vida ou à saúde.
CLASSIFICAÇÃO DOS GASES PERIGOSOS
EM ESPAÇOS CONFINADOS
A presença de gases é o maior risco para a
segurança do trabalhador em ambientes fechados. E
para garantir que os colaboradores possam
desempenhar seu trabalho dentro desses locais,
deve-se conhecer os riscos que eles poderão correr.
No caso dos gases, é necessário saber quais tipos de
gases oferecem quais riscos dentro do espaço
confinado. Então separamos aqui uma tabela com a
classificação dos riscos dos gases e quais são os
mais perigosos.
Podemos classificar os gases que podem estar
presentes em espaços confinados em três diferentes
grupos:

 Gases Tóxicos, Gases


 Inflamáveis e
 Gases Asfixiantes
Gases Tóxicos

Os gases tóxicos são aqueles que mesmo em pequenas


quantidades fazem mal ao ser humano. Esse tipo de gases
perigosos podem estar presentes no espaço, porém em
quantidades muito pequenas (pare se ter uma ideia, a
medida utilizada é PPM, ou seja, partes por milhão), É
possível consultar o LT de um gás dentro da NR15, anexo
11. Lá existe uma tabela com as informações sobre as
substancias e o limite de exposição. Monóxido de carbono
e gás sulfídrico são alguns dos gases tóxicos mais comuns
em ambientes confinados.
Asfixiantes simples:

Asfixiantes Simples são aqueles que em pequenas


quantidades não reagem no organismo, mas ao ganhar
volume deslocam o ar, causando a asfixia, ou seja, o
nível da presença deles no espaço que os determinam
se são gases perigosos à vida humana ou não. Os
gases mais comuns por essa reação são o Nitrogênio
(N2) e Argônio (Ar).
Gases Inflamáveis
Os gases inflamáveis são àqueles que quando atingem a
mistura ideal entre oxigênio, gás e temperatura de ignição
entram em combustão, existem vários fatores a serem
considerados como Limite Inferior de inflamabilidade do
gás, ponto de fulgor, ponto de ignição…. Cada gás tem suas
características próprias, como por exemplo:
Acetileno, amoníaco, hidrogénio, propano, propileno e
metano são todos gases inflamáveis, também
conhecidos como gases combustíveis. Estes ardem
quando misturados com um oxidante e aproximados
de uma fonte de ignição.
O diagrama ao lado
apresenta os limites de
concentração de
inflamabilidade para
uma atmosfera de ar.
A barra azul escuro
apresenta o intervalo
em percentagem
dentro do qual os
gases combustíveis
constituem um perigo
particular de ignição
ou explosão.
Misturas inflamáveis

Misturas cujas concentrações estejam entre o limite


inferior de explosividade (L.I.E.) E o limite
superior de explosividade (L.S.E.);
CURVA DE EXPLOSIVIDADE

% Vol
MISTURA RICA
LSE

MISTURA EXPLOSIVA

100
MISTURA POBRE LIE
0

t
LEI DE LE CHATELIER

Quando na atmosfera se encontrar a presença de mais


de um gás inflamável.
LIE = P1 + P2 + P3 (% Vol)
P1 + P2 + P3
LIE1 LIE2 LIE3

LSE = P1 + P2 + P3 (% Vol) Sendo:


P1 + P2 + P3 Pn a fração
LSE1 LSE2 LSE3 de uma mistura
Exemplo:
Se numa análise por cromatografia os valores de:
1) Benzeno 60% , LIE = 1,2
2) Propano 20% , LIE = 2,0
3) Butano 20% , LIE = 1,5
Então, aplicando-se a fórmula, teremos o novo LIE na
atmosfera acima:
LIE = 60 + 20 + 20 = 1,36
60/1,2 + 20/2,0 + 20/1,5
Gás Ponto de Ponto de LIE LSE Densidade
ignição (oC) flash (oC)
Acetona 535 -19 2,15 13 2,02
Amônia 630 Gás 15,0 28 0,53
CO 605 Gás 12,5 74 0,97
Etanol 425 12 3,3 19 1,59
Etano 515 Gás 3,0 15,5 1,04
Etileno 425 Gás 2,7 34 0,97
Tolueno 535 6 1,2 7 3,18
Butano 365 Gás 1,5 8,5 2,05
Propano 470 Gás 2,0 9,5 1,56
Hexano 233 -21 1,2 7,4 2,79
Benzeno 555 -11 1,2 8 2,70
Metano 537 Gás 5,0 15 0,55
OS RISCOS ATMOSFÉRICOS
Ventilação deficiente propicia além da
deficiência de Oxigênio, o acúmulo de
gases nocivos como principalmente o H2S
(gás sulfídrico) e o CO (monóxido de
carbono), que são responsáveis por 60%
das vítimas dos acidentes em ambientes
confinados.
OXIGÊNIO
OS EFEITOS DA DEFICIÊNCIA DE OXIGÊNIO
O mínimo permissível para a respiração segura gira em
torno de 19,5% de O2. Teores abaixo deste podem causar
problemas de:
• descoordenação (15 a 19%),
• respiração difícil (12 a 14%),
•respiração bem fraca (10 a 12%),
• falhas mentais, inconsciência, náuseas e vômitos (8 a
10%),
• morte após 8 minutos (6 a 8%) e
•coma em 40 segundos (4 a 6%).
PROCESSOS DE LIMPEZA PODEM CRIAR
ATMOSFERAS PERIGOSAS EM ESPAÇOS
CONFINADOS
Sempre durante os trabalhos de drenagem, limpeza,
lavagem e purga de um tanque, gases nocivos aparecem
tornando o ambiente insustentável da vida e da saúde. Os
teores de oxigênio, normalmente diminuem pelo
deslocamento deste, pelos gases oriundos das atividades
de limpeza. Os gases combustíveis são liberados das
superfícies sob as incrustações orgânicas ( flanges e
demais conexões ou válvulas). Da mesma forma os gases
tóxicos pela ação de solventes ou produzidos pela reação
química entre estes e outros materiais utilizados na
limpeza.
OUTRAS ATIVIDADES AGRAVANTES

Os trabalhos de solda, cortes a quente, tratamento


térmico, funcionamento de motores a combustão no
interior de espaços confinados, pode criar atmosferas de
alto risco ou perigosas. A deficiência de oxigênio é
causada pelo seu consumo, nas reações de combustão ou
nos processos de oxidação, ou ainda deslocado pelos
produtos de combustão.
Exemplos...

Metanol

LIE - 6% LSE - 36%


Faixa de explosividade

Região onde a Mistura é Região onde Mistura é


POBRE em Combustível POBRE em COMBURENTE ( O2 )
Exemplos...

Hidrogênio

LIE - 4% LSE - 75%


Faixa de explosividade

Região onde a Mistura é Região onde Mistura é


POBRE em Combustív POBRE em COMBURENTE ( O2 )
PÓS E POEIRAS INFLAMÁVEIS

• Produtos como o açúcar, trigo, celulose, fibras,


plásticos em partículas finamente divididas,
criam atmosferas explosivas no interior de
ambientes confinados.
• Nota 1: Misturas de pós combustíveis com o ar
podem sofrem ignição dentro de suas faixas
explosivas as quais são definidas pelo LIE e
LSE
• Nota 2: As camadas de poeiras,diferentemente
dos gases e vapores, não são diluídas por
ventilação ou difusão após o vazamento ter
cessado; a ventilação pode aumentar o risco,
criando nuvens de poeira, resultando num
aumento da extensão.
Ações de preparação para entrada
• Retirada de Operação:
• Drenagem e Despressurização
• Para os casos em que a drenagem seja necessária, os
“vents” devem ser mantidos abertos, de modo a evitar
danos estruturais e implosões geradas por pressões
negativas.
• Isolamento
Todas as tubulações que convergem para o espaço
confinado devem ser isoladas com flange cego ou
raquete, o mais próximo possível do espaço confinado,
para evitar o retorno de produtos ou entrada indevida de
outras substâncias.
Ações de preparação para entrada
• Eliminação de Gases e Vapores
Uma vez isolado o espaço confinado, deve ser processada a sua
purga por lavagem com água, injeção de ar, injeção de vapor d’água
ou inertização,
• Exaustão e ventilação
A exaustão/ventilação forçada, quando aplicável, deve ser mantida
para o exterior/interior do espaço confinado, de forma ininterrupta
durante a execução dos serviços.
Em casos de paralisação, o trabalho deve ser suspenso e com a
conseqüente retirada dos trabalhadores.
• Uso de equipamentos elétricos
Os equipamentos elétricos usados na execução de trabalhos em
espaços confinados devem atender a norma regulamentadora nº 10
(NR-10).
Acidentes
ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS
ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS

O trabalhador foi visto


andando ao redor de um
queimador. Ele
aparentemente abriu uma
pequena porta na parte de
trás do queimador para
verificar se estava muito cheio
o local de cinzas. Quando
olhou no seu interior foi
engolfado por uma grande
quantidade de cinzas e
aparas. Seu corpo foi
descoberto aproximadamente
24 horas após o acidente.
ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS
Um trabalhador morreu e outro ficou
seriamente ferido em razão de
explosão e incêndio dentro de um
espaço confinado. Um dos
trabalhadores estava dentro de uma
cisterna aplicando um
impermeabilizante inflamável, por
meio de um bico spray. O único
acesso à área era por meio do vent no
alto da cisterna. O outro trabalhador
estava próximo do vent quando
ocorreu a explosão, arremessando-o
no teto. Ele sofreu queimadura de 3º
grau no rosto, ouvidos e mãos e o que
estava dentro sofreu queimaduras em
80% do corpo e morreu em seguida.
ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS
Um trabalhador num depósito de
bebidas estava preparando o tanque
para ser re-limpo. O tanque havia
sido previamente limpo e purgado
com nitrogênio. Ele rastejou através
de uma entrada de 45cm x 30cm, no
centro do tanque. Como o tanque
havia sido purgado, encontrava-se
com deficiência de O2, mas não foi
feito teste de concentração de O2
antes da entrada no tanque. Não
havia luz no interior do tanque. Após
5 min ele foi encontrado inconsciente
e não pode ser revivido.
ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS

1983: um engenheiro com experiência em entrada dentro de ambientes


confinados entrou dentro de uma grande caldeira para verificar o estado
da câmara de combustão e desmaiou. Três colegas seus tentaram
resgatá-lo e conforme cada um entrava na câmara também desmaiava.
Todos os quatro morreram.

1984: 44 pessoas, incluindo 8 empregados e 36 altos visitantes


entraram dentro de uma casa de bombas de um esquema de
transferência de água. Como parte da apresentação, a água seria
bombeada do alto da represa para um rio, de modo a regular o volume.
Logo após a bomba começar a funcionar ocorreu uma chama intensa e
seguiu-se uma explosão que foi causada pelo acúmulo de metano
misturado com o ar, que foi empurrado quando o bombeamento começõu.
Dezesseis pessoas morreram e as 28 restantes foram feridas pela
explosão.
O MONITORAMENTO CITADO PODE SER FEITO
POR DIFERENTES MANEIRAS
• Através de instrumentos portáteis de detecção/alarme, medição e
registro de substâncias inflamáveis e/ou tóxicas;
• através de aparelhos/equipamentos, para captação do ar contaminado
para posterior análise em laboratório;
• Através de sistemas fixos de detecção/alarme, medição e/ou registro de
substâncias inflamáveis e/ou tóxicas;
• Tubos colorimétricos, etc.
CONHEÇA EM DETALHES O SEU APARELHO DE
MONITORAMENTO OU TESTES:
• Garanta que seu aparelho esteja funcionando corretamente;
• Siga as recomendações do fabricante;
• Zere o seu instrumento em atmosfera de ar fresco e isento de gases ou
vapores;
• Antes de abrir a boca de visita totalmente, para monitorar o interior de
um espaço confinado, faça a ventilação através de uma pequena
abertura, com a ajuda da extensão que acompanha o aparelho. Isto pode
ser a diferença entre a vida e a morte.
O que se opõe ao descuido e ao descaso é o
cuidado. Cuidar é mais que um ato: é uma
atitude. Portanto, abrange mais que um
momento de atenção, de zelo e de desvelo.
Representa uma atitude de ocupação,
preocupação, de responsabilização e de
envolvimento afetivo com o outro.”
(Leonardo Boff)

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