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SUMÁRIO

UNIDADE 1 - H2S ....................................................................................................... 3

1.1 NOMES COMUNS E OCORRÊNCIA DO H2S ............................................... 3

1.2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DO H2S ...................................... 4

1.3 UNIDADES DE MEDIDA E LIMITES OPERACIONAIS DE EXPOSIÇÃO .... 5

1.4 MEDIDAS E LIMITES DE EXPOSIÇÃO (LEO) DO H2S ................................ 5

1.5 EFEITOS FISIOLÓGICOS DE EXPOSIÇÃO AO H2S ................................... 6

1.6 DETECÇÃO DO H2S E UTILIZAÇÃO DOS DETECTORES FIXOS E


MÓVEIS ............................................................................................................... 7

1.7 AÇÕES A SEREM TOMADAS EM CASO DE ALARME DE DETECÇÃO DO


H2S ..................................................................................................................... 10

1.8 EQUIPAMENTOS RESPIRATÓRIOS DE EMERGÊNCIA, COMO


APARELHO RESPIRATÓRIO ISOLANTE DE CIRCUITO ABERTO E A
IMPORTÂNCIA DA ACOPLAGEM CORRETA DA MÁSCARA DE PROTEÇÃO
........................................................................................................................... 10

1.9 PLANO DE EMERGÊNCIA EM H2S E USO DO APARELHO


RESPIRATÓRIO ISOLANTE DE CIRCUITO ABERTO..................................... 12
UNIDADE 1 - H2S

Objetivo:

 Discorrer sobre os nomes comuns e ocorrência do H2S;

 Explicar sobre as propriedades e características do H2S;

 Expor as unidades de medida e limites operacionais de exposição;

 Falar sobre as medidas e limites de exposição (LEO) do H2S;

 Salientar os efeitos fisiológicos de exposição ao H2S;

 Falar sobre a detecção do H2S e utilização dos detectores fixos e móveis;

 Enfatizar as ações a serem tomadas em caso de alarme de detecção do H2S;

 Falar sobre os equipamentos respiratórios de emergência, como aparelho


respiratório isolante de circuito aberto e a importância da acoplagem correta
da máscara de proteção;

 Orientar sobre o plano de emergência em H2S e uso do aparelho respiratório


isolante de circuito aberto.

Conteúdo abordado:

 Nomes comuns e ocorrência do H2S;

 Propriedades e características do H2S;

 Unidades de medida e limites operacionais de exposição;

 Medidas e limites de exposição (LEO) do H2S;

 Efeitos fisiológicos de exposição ao H2S;

 Detecção do H2S e utilização dos detectores fixos e móveis;

 Ações a serem tomadas em caso de alarme de detecção do H2S;

 Equipamentos respiratórios de emergência, como aparelho respiratório


isolante de circuito aberto e a importância da acoplagem correta da máscara
de proteção;

 Plano de emergência em H2S e uso do aparelho respiratório isolante de


circuito aberto.

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UNIDADE 1 - H2S

1.1 NOMES COMUNS E OCORRÊNCIA DO H2S

O sulfeto de hidrogênio (H2S) é também conhecido como ácido sulfídrico (quando o


H2S é diluído em água), gás sulfídrico, gás sulfidreto, ácido hidrosulfúrico, sulfureto
de hidrogênio, hidrogênio sulfurado, gás do ovo podre, sulfurated hydrogen e sour
crude. É um gás incolor, um pouco mais denso do que o ar, com odor desagradável
característico de ovos podres e carne em putrefação, e altamente tóxico, corrosivo e
inflamável. O H2S é utilizado na produção de diversos sulfetos inorgânicos, ácido
sulfúrico, compostos orgânicos sulfurosos, e como desinfetante para agricultura.

É encontrado, normalmente, em jazidas de petróleo e gás natural, na extração de


cloreto de sódio (sal), gases vulcânicos, em dejetos de animais e humanos, em
esgotos sanitários e em águas subterrâneas. Esse gás está presente na indústria
petroquímica, como no refino do petróleo, perfuração de poços de gás e óleo e no
transporte e armazenamento do petróleo. Outras fontes do H2S ocorrem através da
degradação de matéria orgânica em condições anaeróbicas (sem a presença de
oxigênio), nos processos de remoção de gases ácidos, processos fermentativos, no
tratamento de efluentes, na fabricação de papel, em coquerias, curtumes, entre
outros. Em tanques, vasos ou recipientes que possuam água estagnada sem
cloração por um tempo prolongado também são fontes de gás sulfídrico, sendo
válido também para águas produzidas e água do mar. Os seres humanos também
produzem esse gás, estando presente na respiração e no trato intestinal.

Figura 01: O H2S está presente em vários processos da indústria petroquímica.

O sulfeto de hidrogênio é originário, de forma natural, por processos geológicos


através de mecanismos físico-químicos ou microbiológicos. Nos campos de petróleo
e gás natural, sua geração é dada por mecanismo bacteriano, pela oxidação de
hidrocarbonetos e pela decomposição térmica da matéria orgânica com compostos
ricos em sulfetos.

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Para geração do H2S é necessário haver a presença de uma fonte de enxofre, como

os sulfatos solúveis (SO ) de sedimentos marinhos, sulfato de cálcio (CaSO4)


ou sulfato de bário (BaSO4), de um agente mediador, como as bactérias ou elevadas
temperaturas, e um agente catalisador para o aumento da velocidade de reação de
oxirredução.

As bactérias redutoras de sulfato ou BRS precisam de outros parâmetros para a


geração do gás, como o pH, a quantidade de matéria orgânica, a salinidade, a
temperatura e a ausência do gás oxigênio no meio. As plantas de processo, tanques
e oleodutos estão sujeitos à contaminação pelas BRS gerando o H2S, devido à
presença de nutrientes (sulfato presente na água produzida e do mar), temperatura
adequada e pelas condições anaeróbicas.

1.2 PROPRIEDADES E CARACTERÍSTICAS DO H2S

O H2S é solúvel em água e em certos solventes orgânicos (metanol, gasolina,


petróleo bruto, por exemplo), mais denso (pesado) do que o ar, tendendo a se
acumular no fundo dos espaços com pouca ventilação, como em espaços
confinados, e condensa na forma líquida a -62ºC. O sulfeto de hidrogênio pode ter
origem na natureza e nos segmentos industriais. O H2S ao ser dissolvido na água
comporta-se como um ácido inorgânico fraco e com bases fortes, forma sais,
denominado de sulfetos.

É um gás irritante, queima facilmente produzindo o dióxido de enxofre (SO4), forma


uma mistura explosiva em contato com o ar, é corrosivo e durante o processo de
corrosão cria uma camada de sulfeto ferroso (FeS), frequentemente encontrado em
superfícies internas de tanques, torres, vasos e tubulações. As propriedades e
características do sulfeto de hidrogênio estão descritas na Tabela 1 a seguir.

Figura 02: O sulfeto de hidrogênio queima facilmente com uma coloração da chama em azul.

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Tabela 01: Propriedades e características do sulfeto de hidrogênio.

Peso Molecular 34,08 g/mol


Peso específico 1,189 N/m³
Densidade 1,5392 g/L a 25, 5 ºC e 760mmHg
Pressão de vapor 15.600mm Hg a 25 ºC
Temperatura de autoignição 260 ºC
Temperatura de ebulição - 60, 2 ºC
Limite inferior de explosividade (LIE) 4,3%
Limite superior de explosividade (LSE) 45 %
Solubilidade na água 3980 mg/L a 20 ºC
Perigo imediato para a saúde (IDLH) 100m

1.3 UNIDADES DE MEDIDA E LIMITES OPERACIONAIS DE EXPOSIÇÃO

A unidade de medida para H2S é em partes por milhão (ppm). Para os gases, ppm é
normalmente expresso em base de volume/volume ou moles/moles. O cálculo de
ppm é semelhante aos cálculos percentuais conhecidos, sendo que para o cálculo
de ppm nós multiplicamos por 1.000.000 e no por cento multiplicamos por 100. No
cálculo abaixo, a relação volumétrica é estabelecida pela quantidade de sulfeto de
hidrogênio sobre o volume total de gases no meio, essa razão é multiplicada por um
milhão, resultando na concentração final em ppm de H2S no ambiente.

( ) 1 000 000 = ppm H2S (v/v)

Devido a sua elevada toxicidade aos seres humanos é extremamente importante


que todos os trabalhadores, envolvidos em processos industriais que envolvam a
presença de sulfeto de hidrogênio, estejam informados e treinados sobre os riscos
da sua exposição. Para isso, é necessário o conhecimento da concentração do gás
contido no meio. Na tabela de limites de tolerância para os agentes químicos,
exposta no anexo 11 da NR 15, para o H2S o limite de tolerância em uma jornada de
48 horas semanais deve ser de 8 ppm ou 12 mg/m³. Na detecção de sua presença
no ambiente de trabalho acima do limite previsto pela norma é garantida ao
empregado a insalubridade de grau máximo (40% sobre o salário mínimo).

1.4 MEDIDAS E LIMITES DE EXPOSIÇÃO (LEO) DO H2S

De acordo com a sua concentração, duração e frequência de exposição, o sulfeto de


hidrogênio pode ser capaz de causar sérios problemas à saúde humana, com danos
permanentes.

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A legislação brasileira através da NR 15, estabelece o limite de tolerância para o H2S
de 8 ppm para uma jornada de 48 horas semanais. A ACGIH estabelece em seus
limites de exposição/ tolerância (TLV), para uma jornada de 40 horas semanais, os
seguintes valores:

 TLV - TWA: 10 ppm;


 TLV - STEL: 15 ppm (15 minutos);
 IDLH: 300 ppm.

Nos ambientes sujeitos à presença e contaminação pelo gás sulfídrico é preciso


uma correta detecção dos níveis aos quais os trabalhadores estão expostos, uma
otimização dos processos com a adoção de uma política de redução e segurança
operacional na remoção de sulfetos solúveis e do próprio gás, o treinamento e
conscientização dos trabalhadores quanto aos riscos e aos procedimentos de
segurança e, ainda, procedimentos de segurança para prevenção, contenção e
emergência, no caso de vazamentos ou elevadas concentrações do H2S.

Os trabalhadores de unidades industriais geradores desse gás precisam estar


conscientes dos riscos e para caso haja um vazamento, estes saibam se defender e
prestar assistência aos demais colegas de trabalho.

A unidade de medida para H2S é em partes por


milhão (ppm). Para os gases, ppm é normalmente
expresso em base de volume/volume ou
moles/moles. O cálculo de ppm é semelhante aos
cálculos percentuais conhecidos, sendo que para o
Saiba Mais cálculo de ppm nós multiplicamos por 1.000.000 e
no por cento multiplicamos por 100.

1.5 EFEITOS FISIOLÓGICOS DE EXPOSIÇÃO AO H2S

Os efeitos da exposição do H2S aos seres humanos podem causar paralisia do


sistema nervoso ocasionando asfixia seguida de morte. Sua absorção é dada
fundamentalmente pelas vias respiratórias e a detecção pelo olfato pode variar de
acordo com o indivíduo, geralmente varia entre 0,5 a 5 ppm. Os seres humanos
perdem a capacidade de sentir o seu odor em concentrações acima de 100 ppm.
Uma pessoa quando exposta a um ambiente que possua H2S no ar e que não sinta
seu cheiro característico tem uma falsa sensação de que o gás não está presente,
descuidando-se da sua segurança e levando a sérios problemas a sua saúde.

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A exposição em baixas concentrações do gás sulfídrico causa irritação no aparelho
respiratório e nos olhos, já em concentrações elevadas, o indivíduo apresenta uma
dificuldade respiratória, seguida de desmaio, coma e morte.

Outros efeitos podem ser causados pela intoxicação ao sulfeto de hidrogênio, como:
fraqueza, dores de cabeça, inflamação da garganta, náuseas, vômito, excitação,
alucinação e delírios, irritação, sonolência, convulsões, problemas oculares e
respiratórios, hipotensão e arritmias cardíacas. Os efeitos da concentração de H2S
com o tempo de exposição estão descritos na Tabela 2 abaixo.
Tabela 02: Concentrações e tempos de exposição de risco ao H2S.

Concentração Tempo de
Efeitos
(ppm) exposição
0,05 a 5 1 min Detecção de odor
10 a 30 6a8h Irritação dos olhos
Problemas oculares, como conjuntivite e dificuldades
50 a 100 30 min a 1 h
de respiração
100 a 200 2 a 15 min Perda de olfato
250 a 350 2 a 15 min Irritação dos olhos, possibilidade de edema pulmonar
350 a 450 2 a 15 min Inconsciência, respiração acelerada e convulsão
500 a 600 2 a 15 min Distúrbios respiratórios e circulatórios
800 5 min Concentração letal para 50% dos humanos (LC50)
800 a 1500 0 a 2 min Colapso imediato com perda de respiração e morte

1.6 DETECÇÃO DO H2S E UTILIZAÇÃO DOS DETECTORES FIXOS E MÓVEIS

O monitoramento atmosférico é necessário para a verificação dos níveis de H2S nos


ambientes de trabalhos suscetíveis a sua presença. Medidas administrativas
preventivas de uma empresa que detectem, eliminem ou reduzam a exposição dos
empregados em ambientes sujeitos as substâncias perigosas devem ser
empregadas. Entre os equipamentos de monitoramentos existem os detectores fixos
e móveis, esse último pode ser do tipo pessoal ou portátil.

Os detectores são utilizados para o fornecimento de dados que devem ser


comparados pelo avaliador com os limites de exposição e quando estes limites são
ultrapassados eles alertam os presentes por meio de alarmes sonoros e visuais. Os
fixos são empregados em locais estratégicos que possuem maior possibilidade de
incidência desse gás, já os portáteis são utilizados em determinadas operações ou
locais que estejam sujeitos à presença, sendo de fácil manuseio e operação. Os
sensores fixos geralmente são posicionados nos locais mais próximos dos pontos
sujeitos a vazamento e os níveis de alarme são de 8 ppm, para o primeiro alarme
(baixo), e de 50 ppm, para o segundo alarme (elevado).

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Figura 03: Detector de H2S fixo.

Os detectores de gás portáteis, frequentemente usados por trabalhadores da


indústria petroquímica e espaços confinados, são configurados para emissão de
alarmes baixos no nível de 8 ppm, e o segundo alarme em 15 ppm. Na detecção
portátil, o monitoramento deve ser constante, durante toda a realização da atividade.

A detecção atmosférica de H2S é realizada por meio de:

 Papel embebido em acetato de chumbo: o ar contendo o H2S é aspirado do


ambiente e projetado sobre uma fita de papel contendo o acetato de chumbo
que reage provocando o escurecimento da fita. A presença é detectada pelo
sistema ótico do fotodiodo e comparada com uma fonte clara de um emissor
de luz, o sinal produzido é avaliado por um microprocessador que fornece o
teor de H2S presente no meio;

Figura 04: Papel embebido em acetato de chumbo.

 Tubos colorimétricos (bombas multigás): os tubos detectores verificam a


exposição no local, por meio de tubos de vidro preenchidos com
componentes químicos específicos que reagem quando expostos ao gás,
alterando a coloração. Através do tamanho da mancha ou da intensidade da
cor, a concentração é indicada pelo volume de ar coletado;

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Figura 05: Tubos colorimétricos.

 Equipamentos portáteis de detecção: os detectores podem ser do tipo


monogás ou multigás;

Figura 06: Detector portátil multigás.

 Sistemas fixos de detecção: são equipamentos distribuídos


estrategicamente em locais onde há possibilidade de ocorrência de H2S.

Figura 07: Detector fixo.

Outros métodos de detecção e monitoramento do H2S são baseados em técnicas


eletroquímicas, cromatográficas e quimiluminescência (reação química que emite
uma luz) do enxofre.

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Figura 08: Reação de quimiluminescência.

1.7 AÇÕES A SEREM TOMADAS EM CASO DE ALARME DE DETECÇÃO DO


H2S

É fundamental a existência de uma equipe de emergência treinada e equipada com


equipamentos de respiração autônoma, para os procedimentos de primeiros
socorros, nos casos de vazamento de H2S.

Quando os alarmes forem detectados, se possível deve haver o controle do


vazamento e respeitar os seguintes procedimentos:

 Estar ciente das rotas de fuga existentes no ambiente e efetuar uma rápida
evacuação para um local seguro e bem ventilado;
 Utilização dos equipamentos de proteção respiratória;
 Comunicar aos demais presentes, superiores, equipes de emergência e os
bombeiros;
 Respeitar os procedimentos de emergência e as instruções que forem dadas
pelos responsáveis;
 Manter a calma;
 Não entrar em locais com suspeita de contaminação e sem a utilização dos
equipamentos de proteção, até que haja a inspeção e liberação do mesmo;
 Na detecção do odor mesmo com a utilização da máscara, deverá evacuar a
área imediatamente e inutilizar o equipamento danificado;
 Um profissional designado pela empresa e responsável pela detecção deverá
monitorar e avaliar o ambiente, para determinação de um plano de ação para
o local atingido.

1.8 EQUIPAMENTOS RESPIRATÓRIOS DE EMERGÊNCIA, COMO APARELHO


RESPIRATÓRIO ISOLANTE DE CIRCUITO ABERTO E A IMPORTÂNCIA DA
ACOPLAGEM CORRETA DA MÁSCARA DE PROTEÇÃO

Na atmosfera que contém o gás sulfídrico, caso a concentração ultrapasse o limite


de tolerância estabelecido pela NR 15, de 8 ppm, durante uma jornada de 8 horas

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diárias e 48 horas semanais, a atmosfera é dita IPVS, e o equipamento de proteção
respiratória deve ser uma máscara autônoma de demanda com pressão positiva,
com peça facial inteira, ou um respirador de linha de ar comprimido de demanda
com pressão positiva, com peça facial inteira, combinada com cilindro auxiliar para
fuga.

O EPR deve estar disponível quando houver exposição acima do LT e em


emergências, a FUNDACENTRO cita que no mínimo uma pessoa deve estar
disponível, fora do ambiente contaminado, com um equipamento adequado e de
prontidão para o resgate, caso necessário. O sistema de ar mandado deve ser
instalado para o fornecimento do ar respirável com os compressores de ar, que
devem estar prontos para a utilização de recarga dos cilindros e do sistema.

É importante que os usuários estejam confortáveis quanto ao uso dos respiradores,


os mesmos não devem afetar seu campo de visão, não dificultar a comunicação e
não afetar a sua locomoção (peso do respirador).

O Aparelho Respiratório Isolante de Circuito Aberto - ARICA é um equipamento


respiratório de uso dos bombeiros e de algumas indústrias para a ação em
atmosferas altamente tóxicas, com baixa concentração de oxigênio. O usuário, ao
utilizá-lo, respira um ar proveniente de uma garrafa de alta pressão (ar comprimido).
É composto por uma peça facial, garrafa(s), cintas de fixação do aparelho ao
utilizador, suporte dorsal, manômetro e um avisador sonoro de segurança. O ARICA
é fundamental no combate a fogos com algum perigo de toxicidade, como é o caso
do sulfeto de hidrogênio, que é uma substância altamente inflamável e tóxica.

Figura 09: Bombeiro utilizando o ARICA.

A vedação é essencial para um aparelho de proteção respiratória e deve ser


realizado um teste de vedação antes do seu uso para verificação se o respirador se
ajusta bem ao rosto do usuário. O EPR somente proporcionará a proteção adequada
se o equipamento for aprovado no ensaio de vedação.

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Os ensaios de vedação em respiradores com pressão positiva e das máscaras
autônomas são necessários para a verificação de possíveis vazamentos que
possam ocasionar danos aos usuários.

Os trabalhadores devem possuir treinamento quanto à utilização e para o ensaio de


vedação, para que possam inspecionar, colocar e ajustar o respirador antes do seu
uso, realizando previamente uma verificação quanto a sua vedação.

Para a acoplagem eficaz e a devida proteção dos trabalhadores, os usuários não


podem apresentar irregularidades na face para a devida selagem do respirador
(cicatrizes, rugas ou dobras profundas, por exemplo), os de peça facial inteira não
podem ser usados por pessoas com pelos no rosto (barba, bigode, costeleta e
cabelos) e também, outros EPIs não devem interferir na vedação do EPR. Por isso,
o teste de vedação é necessário para a adoção de novas medidas em casos de
reprovação do equipamento.

O Aparelho Respiratório Isolante de Circuito Aberto


- ARICA é um equipamento respiratório de uso dos
bombeiros e de algumas indústrias para a ação em
atmosferas altamente tóxicas, com baixa
concentração de oxigênio. O usuário, ao utilizá-lo, Importante
respira um ar proveniente de uma garrafa de alta
pressão (ar comprimido).

1.9 PLANO DE EMERGÊNCIA EM H2S E USO DO APARELHO RESPIRATÓRIO


ISOLANTE DE CIRCUITO ABERTO

O plano de emergência nos ambientes de trabalho é imprescindível para que todos


estejam cientes dos riscos do sulfeto de hidrogênio e dos procedimentos seguros
quando houver situações de exposição desse gás em níveis acima dos limites de
exposição seguros, como em caso de vazamentos.

A análise dos riscos potenciais permite que os procedimentos de segurança sejam


adequados a cada situação em específico e na escolha correta dos respiradores. No
caso de emergência, devem-se definir os prováveis respiradores a serem utilizados,
verificar se esses respiradores fornecem a proteção adequada aos usuários em
situações de riscos, distribuir os EPR em quantidades adequadas para as
emergências e resgate e indicar como eles devem ser mantidos, inspecionados,
higienizados e guardados, estando disponíveis para o uso imediato.

A prevenção é fundamental para a redução dos riscos envolvidos em ambientes


perigosos. Nas refinarias de petróleo, uma série de medidas é adotada para a

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redução dos riscos em casos de vazamentos acidentais de H2S e algumas
ferramentas de análise de riscos, como a APR e o Estudo de Identificação de
Perigos e Operabilidade (HAZOP), são utilizadas para investigação dos possíveis
cenários de vazamentos e das suas consequências. Através da análise de riscos,
avalia-se a integridade dos equipamentos que armazenam as substâncias perigosas
e o controle dos riscos existentes e possíveis, estabelecendo ações preventivas e de
respostas à emergência.

O plano de emergência deve estabelecer as medidas de resposta à emergência


visando à proteção das pessoas que podem ser afetadas pela exposição ao sulfeto
de hidrogênio. É preciso uma notificação rápida da emergência e do conhecimento
do papel de cada colaborador da empresa, a fim de proteção à vida e minimização
dos efeitos causados pelo gás. Nos procedimentos de emergência devem-se
identificar os objetivos e a descrição das técnicas adequadas de implantação de
cada ação e os recursos materiais que devem ser utilizados.

No plano deverá prever:

I. Evacuação da planta, como uma resposta rápida para a fuga para uma área
protegida, até que seja realizada a limpeza e ventilação do local contaminado;

II. Ações de limpeza pessoal, na retirada da roupa contaminada (quando


possível) e lavagem da área, como por exemplo, a utilização de chuveiro de
segurança para a lavagem do corpo que tenha sido exposto à substância;

III. Monitoramento e detecção contínua de todos os gases presentes e possíveis,


e os sistemas de alarme em perfeito funcionamento;

IV. Equipamentos de Proteção Individual e EPRs adequados;

V. Equipamentos e equipe adequada para a operação de combate a incêndio;

VI. Sistemas de comunicação interna e externa para as emergências;

VII. Primeiros socorros e assistência médica imediata, equipes de resgate e


equipamentos para a remoção das vítimas;

VIII. Treinamento do pessoal quanto aos EPIs e EPRs, funcionamento dos


equipamentos de segurança e de simulação de abandono de área;

IX. Realização de auditorias e vistorias de segurança para uma correta aplicação


do plano de emergência;

X. Em instalações offshore, deve haver a previsão de embarcações de


salvamento, apoio e helicópteros.

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Na evacuação da área, deve-se deixar a área rapidamente, evitando a locomoção
na direção da fonte da exposição e o local seguro deve ser a favor do vento, ao ar
livre ou devidamente ventilado. No acionamento do alarme, todos os trabalhadores
devem se deslocar até os pontos fora de perigo.

Nas refinarias de petróleo, as unidades de segurança são os locais para uma curta
permanência, até a dissipação da nuvem de gás sulfídrico, geralmente são
projetadas e equipadas para se tornarem abrigos no caso de vazamentos acidentais
deste gás. Precisam apresentar vedação especial com borracha ou silicone em
todas as portas e janelas e possuir os equipamentos de respiração autônoma, de
emergência e de primeiros socorros, detectores de H2S, sistema contra entrada de
ar e sistemas de exaustão e ventilação.

Nas emergências, os bombeiros ou os responsáveis da empresa que efetuarão o


resgate das vítimas e controle das emissões de H2S, deverão estar munidos do
aparelho respiratório isolante de circuito aberto para a sua segurança.

No atendimento a emergências, em locais com atmosferas altamente tóxicas e com


baixo teor de oxigênio, como é o caso dos espaços confinados, os bombeiros devem
fazer uso desses equipamentos. O ARICA é utilizado nas costas do usuário,
colocado por cima de sua cabeça, conforme o procedimento descrito a seguir:

1. O aparelho deve ser colocado no chão ou qualquer outra superfície que seja
mais elevada com a válvula da garrafa para frente;

2. A peça facial deve ser suspensa para o pescoço pela alça;

3. Deve-se agarrar com as mãos o suporte dorsal, ou no meio da garrafa, a cada


lado;

Figura 10: Procedimento de apoio para utilização do ARICA.

4. Levanta-se o aparelho por cima da cabeça, deixando que os cotovelos


passem pelo interior das precintas do arnês;

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Figura 11: Método de colocação do aparelho nas costas.

5. Agarram-se as precintas com o apoio dorsal e deixa que o aparelho


escorregue-se pelas costas;

Figura 12: Colocação do aparelho nas costas.

6. Puxam-se para baixo as precintas, até que a parte superior do apoio dorsal
fique em contato com os ombros, bem ajustado;

Figura 13: Ajuste do ARICA no corpo

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7. Aperta-se o cinto para que o ARICA fique bem ajustado à cintura do usuário.

Figura 14: Ajuste final do aparelho ao corpo.

8. Fazer o reajuste da válvula de chamada;

Figura 15: Reajusta da válvula

9. Deve-se abrir a válvula da garrafa, segurando o manômetro na outra mão;

Figura 16: Abertura da válvula da garrafa.

10. Verifica-se o ar contido na garrafa, devendo estar com no mínimo 80% da


sua capacidade total;

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11. Fecha-se completamente a válvula da garrafa, verificando para que a
pressão não baixe para mais do que 10 bar em um minuto;

Figura 17: Verificação da pressão do gás contido na garrafa.

12. Reabre-se completamente a válvula da garrafa;

13. Abrem-se bem as precintas elásticas de fixação da peça facial;

Figura 18: Abertura das precintas

14. Aplica-se a peça facial, passando as precintas por cima da cabeça;

Figura 19: Colocação da peça facial.

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15. Encaixa-se o queixo na concavidade inferior da peça;

16. Ajustam-se bem as precintas, puxando-as para trás, sempre começando


pelas de baixo, depois as de cima, e, por último, a central;

Figura 20: Ajuste das precintas.

17. Deve-se garantir que a máscara esteja bem ajustada ao rosto;

18. Fecha-se completamente a válvula da garrafa com a mão direita, segurando


o manômetro com a outra mão;

Figura 21: Fechamento da válvula e verificação do manômetro.

19. Observa-se o manômetro, respirando lentamente até que se consuma o ar do


sistema, até que o manômetro marque 0 (zero) bar, assim os bordos da peça
estarão colados na face do usuário;

20. Abre-se a válvula da garrafa completamente;

21. Inspira-se e expira-se 3 vezes e retém-se a respiração para verificação de


alguma fuga de ar.

Esse equipamento deve estar disponível e os seus operadores devem estar bem
treinados quanto ao seu uso para uma maior rapidez nas situações de emergência.
Deve ainda verificar antes do seu uso se as garrafas estão carregadas, se o aviso
sonoro está em perfeito funcionamento e a correta vedação da peça facial.

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A análise dos riscos potenciais permite que os
procedimentos de segurança sejam adequados
a cada situação em específico e na escolha
correta dos respiradores. No caso de
emergência, devem-se definir os prováveis
Dicas respiradores a serem utilizados, verificar se
esses respiradores fornecem a proteção
adequada aos usuários em situações de riscos e
distribuir os EPR em quantidades adequadas
para as emergências e resgate.

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