Você está na página 1de 4

UNIFESP Campus Diadema - 2022

Programa de Pós-Graduação em Química: Ciência e Tecnologia da Sustentabilidade Disciplina


Ciência da Sustentabilidade
Lista de exercícios sobre Contaminação atmosférica
MILENA PATRICIA SALGADO RIVERO

1) a). Discorra sobre os efeitos prejudiciais à saúde humana e de outros animais e plantas dos
seguintes poluentes: ozônio, óxidos de enxofre (SOx), hidrocarbonetos (HC), óxidos de
nitrogênio (NOx), monóxido de carbono, materiais particulados (MP).
O Ozônio encontrado na troposfera origina-se a partir de poluentes lançados na camada
inferior da atmosfera e é considerado pelos cientistas como o “ozônio mau”, em razão dos
seus efeitos negativos quando em contato com plantas e animais. O contato com esse gás
pode afetar o crescimento das plantas, o que pode diminuir a produtividade agrícola, gerar
prejuízos econômicos e impactar a quantidade de alimentos disponíveis. Além disso, provoca
irritação nos olhos e vias respiratórias do ser humano e outros animais, causando o
comprometimento do sistema respiratório e intensificando problemas cardiovasculares.
Ele é responsável pelo smog nas cidades e participa ativamente do efeito estufa.

Óxidos de enxofre (SOx): Entre os efeitos a saúde, podem ser citados o agravamento dos
sintomas da asma e aumento de internações hospitalares, decorrentes de problemas
respiratórios. São precursores da formação de material particulado secundário. No ambiente,
podem reagir com a água na atmosfera formando chuva ácida. Essa chuva, devido ao pH
reduzido, afeta diretamente as plantas, reduzindo a taxa de fotossíntese e atrapalhando seu
crescimento.
Além disso, também aumenta a acidez do solo, rios e lagos, prejudicando a vida aquática,
causando a morte de espécies

Hidrocarbonetos (HC) são precursores para a formação do ozônio troposférico e apresentam


potencial causador de efeito estufa (metano). Combustíveis não queimados ou parcialmente
queimados formam o smog e os compostos cancerígenos.
Óxidos de nitrogênio (NOx). Altas concentrações de NO2 podem levar ao aumento de
internações hospitalares, decorrente de problemas respiratórios, problemas pulmonares e
agravamento à resposta das pessoas sensíveis a alérgenos.

Podem participar de reações fotoquímicas produzindo ozônio troposférico e/ou nitrato


peroxiacético, que são dois oxidantes altamente fitotóxicos, mais uma vez afetando a
vegetação. Além disso, a presença de NO2 em excesso na atmosfera pode promover a
formação de SMOG que é a presença de uma fumaça+neblina que recai sobre as cidades,
tornando-a levemente amarelada.

Monóxido de carbono. Este gás tem alta afinidade com a hemoglobina no sangue,
substituindo o oxigênio e reduzindo a alimentação deste ao cérebro, coração e para o resto do
corpo, durante o processo de respiração. Em baixa concentração causa fadiga e dor no peito,
em alta concentração pode levar a asfixia e morte.

Materiais particulados (MP). Estudos indicam que os efeitos do material particulado sobre a
saúde incluem: câncer respiratório, arteriosclerose, inflamação de pulmão, agravamento de
sintomas de asma, aumento de internações hospitalares e podem levar à morte. Sujeira e
degradação de imóveis próximos aos corredores de transporte.
B). Segundo um boletim do IPEA
(repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5574/1/BRU_n05_emissões.pdf) com dados de
2005, na Região Metropolina de São Paulo, quais são as principais fontes que contribuem para
a emissão dos poluentes: CO, NOx, HC, MP, SOx?

Os automóveis, motocicletas, aerossóis, veículos a diesel, bem como a ressuspensão de


material particulado são algumas das fontes que contribuem para a emissão dos diferentes
poluentes supracitados, além é claro, do principal agente emissor que é o setor industrial.

Dos principais poluentes atmosféricos lançados pelos veículos motorizados, a concentração de


dois deles na atmosfera da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), em 2005, foi
fortemente influenciada pela circulação de veículos pesados a diesel (MP e NOx) enquanto as
concentrações de monóxido de carbono e dos hidrocarbonetos foram afetadas principalmente
pelos veículos de ciclo Otto (automóveis e motocicletas). Os óxidos de enxofre tiveram como
fontes importantes as emissões de automóveis e veículos a diesel, mas o principal agente
emissor foi o setor industrial, com cerca de 60% das emissões totais. Os sistemas com
propulsão elétrica, como os trólebus, metrôs e trens urbanos, não emitem esses tipos de
poluentes locais.

2). No gráfico de variação de concentração de gases ao longo do dia (slide 21 da aula de


Contaminação Atmosférica) na cidade de Los Angeles, nos anos 1960, explique o
comportamento das curvas de concentração de: hidrocarbonetos, de aldeídos e do ozônio. As
curvas de hidrocarbonetos e de aldeídos correspondem às duas curvas que estão mais para
cima no gráfico

O gráfico de variação de concentração de gases durante as horas do dia monitorado na cidade


de Los Angeles nos anos de 1960, presente no slide 21, nos permite relacionar e verificar como
variam as concentrações das espécies envolvidas no fenômeno do SMOG fotoquímico:

A concentração de ozônio: Na parte da manhã é baixa, mas depois das 10 da manhã começa a
aumentar, atingindo um valor máximo ao meio-dia, já depois de duas da tarde começa a decair
novamente. É possível visualizar que essa é a curva mais tardia, e isso se dá, justamente pela
dependência de radicais livres para que a reação fotoquímica responsável por sua formação
aconteça.

A concentração de aldeídos: Começa a aumentar a partir das seis da manhã e atinge o seu
valor máximo ao meio-dia e começa a decair gradualmente e depois das três da tarde
mantém-se constante, não há variações muito significativas.

Os hidrocarbonetos liberados na atmosfera acabam por reagir com algumas espécies (O2, NO,
radicais livres), e levam à formação de aldeídos, que também acabam por se degradar
liberando mais radicais livres, o que justifica o comportamento de sua curva presente no
gráfico, sendo um pouco mais tardia que a dos hidrocarbonetos, uma vez que essa
dependência existe.

A concentração de hidrocarbonatos é elevada de manhã, atingindo o seu valor máximo às


nove da manhã, e a partir dessa hora começa a baixar gradualmente o resto do dia.

3) a) confirme que o pH da água saturada com CO2 a 250 C é 5.6, dado que a concentração do
CO2 no ar é 390 ppm. Para o CO2 a constante da lei de Henry KH = 3.4 x 10-2 mol.L-1 .atm-1 a
250 C. O Ka para o H2CO3 é 4.5 x 10-7 a 250 C.
Teoria da Dissolução de Gases em Água

A solubilidade de gases em água é descrita pela Lei de Henry segundo a qual, em soluções
ideais diluídas e a uma temperatura constante, a solubilidade de um gás em um líquido é
proporcional à pressão parcial do gás em contato com o líquido.

KH (cte. De Henry) = 3,4 x 10 -2 mol x L-1 x atm-1 (25 °C) e pCO2 = pressão parcial de dióxido de
carbono.

CO2 no ar é 390 ppm

mg 1 g 1 mol
390 =0,00886 mol/l
l 1000 mg 44 g CO 2

0.00886
PCO2 = 3.4∗10
−2 = 0,2605

Quando a fase de dispersão, ou solvente, é um líquido, a solubilidade do gás é governada pela


lei de Henry, proposta em 1801 pelo químico inglês William Henry:

SG = kH PG

SG = (3.4∗10−2)(0,2605)= 0.008857
Em que sG é a solubilidade do gás, kH a constante de Henry e pG a pressão parcial do gás.

Pka= -logKa

Pka= -log (4.5*10-7) = 6.3467

PH= 6.3467 + log ¿ ¿

PH= 6.3467 + log ¿ ¿

4). Converter em unidades de ppb o padrão de ozônio da União Europeia de 120 g.m-3 e o
padrão da OM S de 100 g.m -3, assumindo temperatura do ar de 27°C.

1 g/m3 = 1000 ppb

Para 27ºC

Padrão União Europeia = 61,58 ppb


Padrão OMS = 51,32 ppb

Você também pode gostar