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Ricardo Alves Moreira Mazzeo, graduado em História pela Universidade Federal do estado do Rio de Janeiro – UNIRIO, mestre em Ciência da Religião pela
Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Bolsista CAPES, doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.
WVS - WORLD VALUES SURVEY
Um projeto de pesquisa global que propõe compreender as noções relacionadas aos valores e crenças
em diversos países.
A proposta inicial seria usar WVS para comparação entre o perfil dos BRICS a partir dos dados do WVS
e comparação com dados dos handbooks
Nessa proposta inicial, especificamente, a busca estaria na procura por dados que possam colaborar para
análise sobre sentido religioso dessas sociedades.
CULTURAL MAPS
No caso dos BRICS o desenvolvimento econômico das ultimas décadas sinalizou alguma uma
mudança significativa nessas sociedades?;
O perfil brasileiro de transição para um cenário mais secularizado se confirma
comparativamente em relação a dados e análises do censo?;
O perfil majoritariamente secular se confirma em relação as descrições da sociedade chinesa?
As questões formuladas pelo WVS traduziriam com efetividade expressões ou práticas de
religiosidade não Ocidental, como no caso chinês ou indiano?
SECULARIZAÇÃO E A CHINA
A PARTIR DOS DADOS A
PERGUNTA É SE PODERÍAMOS
PENSAR NA CHINA COMO UMA
SOCIEDADE SECULAR?
A SECULARIZAÇÃO
O ponto inicial é discutir sobre qual conceito de secularização deve-se firmar para
construir uma interpretação sobre a China:
Assim, na China, mesmo frente a uma centralidade e uma racionalidade estatal, haveria
espaço para construção de uma religiosidade que é local, popular e sincrética (ainda que
não atomizada ou individualizada). O ponto central a partir de Weber que Pierucci
aponta é que a ideia de secularização não é conflituosa com a construção ou crescimento
da religiosidade. A secularização seria a construção de um estado não regido pela norma
da lógica religiosa, seja ela mágica (mago) ou dogmática (sacerdote).
CONCLUSÕES
No contexto chines, a dimensão local formularia essa nova dinâmica entre o local e central,
entre a vila e o imperador, que a partir da descrição de Fei Xiaotong (1992), não seguiria a
risca a formalizações do estado, mas sinalizaria para formação de forças de organização e
de direito locais (clãs), ligadas com elementos que não seguiriam a mesma racionalização
imposta/elaborada pelo estado, mas sim uma racionalidade ligada as tradições, a
hereditariedade e a rede relações locais.
Assim na esfera da religião ou das tradições, a discussão a frente seria sobre a construção
de duas esferas de religiosidade, uma estatal/erudita e uma popular/descentralizada. E se
essa hipótese for válida também para o contexto do Império, haveria esferas onde essas
expressões dialogariam, formulando movimentos de resistência e sincretismos.
REFERÊNCIAS:
BERGER, Peter L. Os múltiplos altares da modernidade: rumo a um paradigma da religião numa época pluralista. Editora Vozes
Limitada, 2017.
BOURDIEU, Pierre. Gênese e estrutura do campo religioso. In.: BOURDIEU, Pierre. A economia das formas simbólicas. São Paulo:
Perspectiva, 1974.
BRUCE, Steve. Secularização e a impotência da religião individualizada. Religião & Sociedade, v. 36, p. 178-190, 2016.
CAMURÇA, Marcelo Ayres. Secularização e reencantamento: a emergência dos novos movimentos religiosos. BIB, São Paulo, v. 56, n. 2,
p. 55-69, 2003.
FEI, Xiaotong. From the soil. university of California Press, 1992.
FLORENTINO, Antonio Neto. Predicação e relação como fundamentos da Filosofia da Escola de Kyoto. S/L, S/D. Disponível em:
<https://www.academia.edu/36808349/Predica%C3%A7%C3%A3o_e_rela
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NISBETT, Richard. The geography of thought: How Asians and Westerners think differently... and why. Simon and Schuster, 2004.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Secularização em Max Weber: da contemporânea serventia de voltarmos a acessar aquele velho sentido. Revista
brasileira de ciências sociais, v. 13, p. 43-73, 1998.
PORTELLA, Rodrigo. A religião na sociedade secularizada: urdindo as tramas de um debate. Numen, v. 11, n. 1 e 2, 2008.
Weber, Max. Religião da China: Confucionismo e Taoísmo . Edição do Kindle.
WVS, World Values Survey. Disponivel em: <https://www.worldvaluessurvey.org/wvs.jsp> acesso em 18/11/2021 .