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PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE E GESTÃO DE ATIVOS

IEC PUC MINAS

SISTEMA INSTRUMENTADO DE SEGURANÇA - SIS

Fabio Fonseca
Lorena Costa de Alencar
Luiz Saint-Clair Campos Souza
Lucas Mikaell Vitório da Silveira
Lucas Marques Fournier

Prof. Orientador: Robson


Introdução
Os sistemas instrumentados de segurança são
sistemas críticos projetados para monitorar e
controlar processos industriais, assegurando
operações seguras ao detectar condições anormais e
executar funções de segurança pré-determinadas.

Eles são compostos por sensores, lógica de controle


e atuadores, trabalhando em conjunto para prevenir
incidentes como incêndios, explosões e liberações
de substâncias perigosas.
Introdução
O principal objetivo dos SIS é evitar acidentes e minimizar riscos para a saúde humana e o meio
ambiente. Eles são configurados para responder automaticamente a condições de perigo, realizando
ações como paradas de emergência e colocando a planta em um estado seguro.

Um SIS típico é composto por três elementos principais:


• Dispositivos de campo que detectam variáveis de processo
• Lógica de sistema que processa os sinais
• Atuadores que executam as ações corretivas.

A arquitetura do SIS deve garantir redundância e tolerância à falhas para manter a segurança
operacional.
Histórico - Desenvolvimento inicial
O conceito de sistemas instrumentados de segurança (SIS) evoluiu ao longo do tempo em resposta à
necessidade de lidar com os riscos associados a processos industriais.

o Início de século XX, indústrias químicas, petroquímicas e de processamento de petróleos


começam a se expandir, também cresceu a consciência dos riscos associados a essas operações.

o Inicialmente criaram-se procedimentos operacionais e medidas de segurança mecânica, como


válvulas de alívio de pressão.
Histórico - Avanços da eletrônica e automação
o Século XX, surgem oportunidades para sistemas mais sofisticados.

o Uso de sensores eletrônicos, controladores lógicos programáveis (PLC) e sistemas de controle


distribuído (DCS).
Histórico - Desastres notáveis
o Acidente de Bhopal em 1984 e Usina Nuclear de Chernobyl em 1986, destacaram a importância
crítica da segurança e operações industriais.

o Estes desastres demonstram as limitações dos sistemas de segurança existentes e a necessidade


de abordagens mais robustas.
Histórico – Normatização e padrões
o IEC 61508, lançada em 1998, estabeleceu os princípios gerais para o projeto de sistemas de
segurança instrumentados.

o IEC 61511-2, lançada em 2003, forneceu diretrizes para a indústria de processos.


Conceitos
Ao nos deparar com o SIS dentro do
ambiente industrial, acabamos entrando
em contato com diversas siglas que
fazem parte deste universo e trazem
conceitos muito importantes, portanto,
costuma-se brincar que o SIS na verdade
é uma sopa de letrinhas. E no dia a dia à
medida em que nos familiarizamos com
os conceitos a sopa de letrinhas começa
a desembaralhar e se torna rotina.
Conceitos
SIS - “Sistema Instrumentado de segurança”: é definido dentro da norma IEC 65511 como a
instrumentação e controles instalados com o objetivo de trazer o processo, ou equipamento
específico no processo, para um estado seguro.
É um conjunto de SIFs, pode ter uma ou mais SIFs. Inclui todos os dispositivos necessários para
executar cada SIF, desde os sensores até os elementos finais, incluindo o solucionador lógico. Pode
ser um SIS de prevenção ou de mitigação.

SIF – “Função instrumentada de segurança”: deve atingir e manter o estado seguro do processo em
respeito a um único evento perigoso específico. Se dividem em sensores, lógica e elemento final.

SIL – “Nível de integridade de segurança”: representa a probabilidade de falha desse SIF. É a


probabilidade de falha do sistema quando ele for demandado.
Conceitos
Conceitos
Ciclo de vida do Sistema Instrumentado de Segurança
Conceitos
Modos de operação de uma SIF

A definição do modo de operação está


ligada com a frequência com que a
função de segurança será solicitada
para atuação (ação para manter o
processo seguro).

Essa definição é realizada na etapa de


análise de riscos e será um dos
principais requisitos para o cálculo do
SIL requerido e posterior
desenvolvimento do projeto de
arquitetura do equipamento.
Conceitos
Cálculo da probabilidade de falha do LOPA
Conceitos
Cálculo da probabilidade de falha do LOPA
Conceitos
Cálculo da probabilidade de falha do LOPA
Conceitos
Cálculo da probabilidade de falha do LOPA
Conceitos
SRS – Especificação de requisitos de segurança
Conceitos
SRS – Especificação de requisitos de segurança

Principais itens que compõem a SRS:


• O SIL requerido;
• Modo de operação;
• As fontes de demanda e taxa de
demanda;
• Intervalos de teste de prova;
• Definição do estado seguro do
processo para cada SIF;
• Tempo de resposta;
• Requisitos para rearme;
• Requisitos para by-passes;
Conceitos
SRS – Especificação de requisitos de segurança
Conceitos
HFT – “Tolerância para falha de hardware”
Conceitos
SC – CAPABILIDADE SISTEMÁTICA
A SC é uma informação fornecida nas certificações de
cada instrumento utilizado na arquitetura. Ela indica
qual é o nível máximo de SIL que o dispositivo pode
proporcionar à SIF (não garante que será).

De acordo com a HFT e o modo de operação a


capabilidade sistemática define o nível máximo de SIL
que uma SIF pode atingir.
Aplicação
o Indústria Química: Em plantas químicas, os SIS são usados para proteger contra vazamentos, explosões e
outros incidentes que possam ocorrer durante a produção, armazenamento ou transporte de produtos
químicos perigosos.

o Indústria Petroquímica: Nas instalações de refinarias e plantas petroquímicas, os SIS são empregados para
monitorar e controlar processos críticos, como a pressurização de equipamentos, o controle de temperaturas e
a prevenção de vazamentos de produtos inflamáveis.

o Indústria de Energia: Em usinas de energia, sejam elas nucleares, térmicas ou de fontes renováveis, os SIS
desempenham um papel fundamental na proteção contra falhas que possam resultar em acidentes graves,
como o superaquecimento de reatores nucleares ou a explosão de caldeiras.

o Mineração: Os SIS são utilizados para monitorar a estabilidade das estruturas de mineração, como paredes de
contenção, pilares e tetos de minas subterrâneas. Sensores instalados em pontos críticos podem detectar
movimentos ou deformações anormais, permitindo intervenções preventivas para evitar desabamentos ou
colapsos.
Aplicação – Forno de Aquecimento
o PRINCIPAIS CENÁRIOS:
• Excesso de gás natural
• Falta de ar para combustão
• Falta de combustão de gás natural nos queimadores
• Entrada de gás natural indevida
• Acúmulo de gás natural na câmara antes da partida (falha no sistema de purga)

o CONSEQUÊNCIA: Gás natural que não foi queimado, encontra fonte de ignição (ex.: temperatura, faísca etc.)
provocando explosões.

o EXEMPLO DE CAMADA DE PROTEÇÃO SIS:


• Chama apagada → Fecha válvulas de bloqueio automático de gás natural do queimador e abre válvula de vent,
para evitar acúmulo de gás natural não queimado no equipamento.
• Sensor: Detector de Chama
• Controlador: BMS ou PLC de Segurança
• Elemento final: Válvulas de Bloqueio Automático e Vent
Aplicação – Forno de Aquecimento
Dificuldades
Implementações de um Sistema Instrumentado Segurança
o Complexidade Técnica: Projetar, instalar e integrar os diversos componentes do SIS (sensores, CLPs, válvulas, etc.) requer
conhecimento especializado em automação, eletrônica e engenharia de segurança.

o Avaliação de Risco: Determinar quais partes do processo exigem proteção por meio do SIS requer uma análise detalhada de riscos.
Identificar cenários de falha e calcular a probabilidade de ocorrência e as consequências é um desafio.

o Normas e Regulamentações: Existem normas e regulamentos específicos para SIS em diferentes setores (como a IEC 61511).
Garantir a conformidade com essas diretrizes pode ser complicado.

o Integração com o Processo: O SIS deve ser integrado ao sistema de controle de processo existente. Isso envolve sincronização de
alarmes, lógica de segurança e comunicação com outros sistemas.

o Manutenção e Testes: Manter o SIS operacional requer testes regulares, calibração e manutenção. Isso pode ser desafiador,
especialmente em ambientes industriais hostis.

o Custos: A implementação do SIS envolve investimentos em hardware, software, treinamento e pessoal especializado. Gerenciar os
custos é uma dificuldade comum.
Benefícios
Implementações de um Sistema Instrumentado Segurança
o Redução de Riscos: O SIS detecta e responde rapidamente a situações perigosas, como vazamentos, incêndios ou falhas críticas.
Isso minimiza o risco de acidentes graves e protege vidas, o meio ambiente e os ativos.

o Conformidade com Normas: Como a IEC 61511, fundamental para evitar penalidades e garantir a segurança operacional.

o Melhoria da Confiabilidade: aumento na confiabilidade dos processos, reduzindo o tempos de parada. Ele atua como uma camada
adicional de proteção, garantindo que o sistema continue funcionando mesmo em caso de falhas.

o Resposta Rápida a Alarmes: O SIS é projetado para responder instantaneamente a alarmes críticos. Isso permite ações preventivas
imediatas, como fechamento de válvulas ou desligamento de equipamentos.

o Monitoramento Contínuo: Variáveis importantes, como pressão, temperatura e nível. Isso permite a detecção precoce de
anomalias e ações corretivas.

o Proteção de Ativos: O SIS protege ativos valiosos, como equipamentos, instalações e produtos.

o Integração com Sistemas de Controle: Integração de sistemas de controle de processo existentes, proporcionando uma abordagem
holística para a segurança.
Conclusão

O SIS é uma parte crucial da estratégia de segurança industrial, garantindo operações seguras, confiáveis
e eficientes

•Proteger vidas;
•Proteger o meio ambiente;
•Proteger ativos industriais.

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Bibliografia
o VALE. Fundamentos em Sistemas Instrumentados de Segurança (SIS – Safety Instrumented
System). ARQUIVO TÉCNICO, 2024.

o ISA - International Society of Automation: https://www.isa.org

o IEC - International Electrotechnical Commission: https://www.iec.ch

o AIChE - American Institute of Chemical Engineers: https://www.aiche.org

o Center for Chemical Process Safety (CCPS): https://www.aiche.org/ccps

o Control Global: https://www.controlglobal.com

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