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SIL ou não SIL? Eis a questão

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As condições de segurança devem ser sempre seguidas e adotadas em plantas e as melhores práticas
operacionais e de instalação são deveres dos empregadores e empregados. O que se busca é reduzir a
probabilidade de ocorrência de falhas. Este artigo nos esclarece alguns pontos sobre o uso de segurança
instrumentada
Tenho visto na prática, em muitas aplicações, a especificação de equipamentos certificados SIL para executar
funções de controle. Existe uma confusão no mercado levando à compra de equipamentos mais caros,
desenvolvidos para funções de segurança, onde na realidade serão aplicados em funções de controle de processo.

Além disso, os usuários acreditam que têm um sistema de controle seguro certificado, mas, na verdade, eles
possuem um controlador com funções de segurança certificado.

Neste artigo, veremos quais as diferenças básicas que ajudarão nestas especificações e em um melhor
entendimento.

A implantação de um SIS é uma medida de segurança que constitui uma das camadas de proteção independentes,
previstas na norma IEC 61508, para manter a operação de uma planta ou processo em um nível aceitável de risco,
garantindo assim a integridade de pessoas, da planta, patrimônios, evitando impactos ambientais. Veja a figura 1.
Por que necessitamos de um SIS?

Os Sistemas de Seguranças Instrumentados (SIS) são utilizados para monitorar a condição de valores e parâmetros
de uma planta dentro dos limites operacionais e, quando houver condições de riscos, devem gerar alarmes e colocar
a planta em uma condição segura ou mesmo na condição de shutdown.

As condições de segurança devem ser sempre seguidas e adotadas em plantas e as melhores práticas
operacionais e de instalação são deveres dos empregadores e empregados. Vale lembrar ainda que o primeiro
conceito em relação à legislação de segurança é garantir que todos os sistemas sejam instalados e operados de
forma segura, e o segundo é que instrumentos e alarmes envolvidos com segurança sejam operados com
confiabilidade e eficiência.

Os Sistemas Instrumentados de Segurança (SIS) são os sistemas responsáveis pela segurança operacional e que
garantem a parada de emergência dentro dos limites considerados seguros, sempre que a operação ultrapassar
estes limites. O objetivo principal é se evitar acidentes dentro e fora das fábricas, como incêndios, explosões, danos
aos equipamentos, proteção da produção e da propriedade e mais do que isso, evitar riscos de vidas ou danos à
saúde pessoal e impactos catastróficos para a comunidade. Deve-se ter de forma clara que nenhum sistema é
totalmente imune a falhas e sempre deve proporcionar mesmo em caso de falha, uma condição segura.

SIS x BPCS (Sistema de Controle de Processo Básico)

Tal como ilustrado na figura 2, é geralmente preferível que qualquer sistema de proteção (incluindo um SIS) seja
mantido funcionalmente separado do sistema BPCS em termos da sua capacidade de operar independente.
Quando a separação não é possível porque as funções de segurança são integradas com o sistema de controle de
processo (cada vez mais comum em modernos sistemas complexos), todas as partes do sistema de segurança
que têm funções relacionadas devem ser consideradas como um SIS para efeitos de avaliação da integridade de
segurança.

Saiba mais sobre SIS e SIL no artigo “Confiabilidade nos Sistemas de Medições e Sistemas Instrumentados de
Segurança (SIS)” na Mecatrônica Atual nº 56.

Posicionadores de Válvulas Certificados

Alguns usuários usam os posicionadores de válvulas fazendo o teste de stroke parcial (partial stroke
testing/movimento parcial) com a finalidade de mostrar que a válvula está apta a atender uma solicitação do sistema
de segurança. Esta função não é certificada. Na verdade, não se certifica a posição em si da válvula. O que se
certifica é a habilidade de fechar a válvula todas as vezes que for necessário, isto é, a função de segurança. Por
exemplo, se durante um partial stroke o equipamento for colocado em demanda, a certificação garante que ele vai
parar o teste e fechará a válvula.

O que você ainda precisa saber sobre equipamentos SIL?

Nenhuma mudança de configuração, simulação, multidrop ou teste de loop pode ser feita com o equipamento em
operação normal (isto é, exigindo segurança). Ao comunicar, faz com que a saída não esteja em condição de ser
avaliada seguramente:

• Na condição segura deve estar com a proteção de escrita habilitada;

• Nenhum ajuste local pode ser realizado (Ajuste local deve ser desabilitado);

• Equipamento SIL para reparo deve ser enviado ao fabricante para que este garanta o certificado SIL. Qualquer
intervenção do usuário descaracteriza o certificado SIL (mais um motivo para se atentar quando especificar SIL para
uso em função de controle!!).

Conclusão

Vimos, neste artigo, que um sistema seguro de controle faz uma função de controle e não de segurança. Além
disso, está claro que nada é totalmente seguro. O que se busca é reduzir a probabilidade de ocorrência de falhas.

Vale lembrar que a principal preocupação das normas é garantir ao máximo a segurança e isto tem seu custo.
Equipamentos aplicáveis em Sistemas de Seguranças Instrumentados custam mais que os usados em Sistemas
Regulatórios de Controle. Um PLC de segurança pode custar muito mais que um convencional.

Equipes precisam estar treinadas e todo processo documentado, desde o início do projeto, análises,
startup/comissionamento, manutenção e ciclos de vida de segurança, planos de emergências, etc. Verifique
também preços de sobressalentes e custos com atendimentos e manutenções. Em plantas que já estão em
operação os custos podem ser maiores. Quanto mais se aumenta a disponibilidade da planta, na maioria das
vezes, se diminui a segurança e vice-versa.

* Matéria originalmente publicada na revista Mecatrônica Atual; Ano:11; N° 58; Set/ Out – 2012

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