Editor: evolução histórica e semântica

Docentes: Mestre Narciso Montanha e Arsénio Adriano

Chimoio, 25.Março. 2024

Conceito: evolução histórica e semântica

O editor do, do latim editor, é aquilo que edita. O verbo editar, por sua
vez, refere-se ao acto de publicar uma obra através de algum suporte ou
de corrigir e adaptar uma obra de acordo com certas regras ou normas.
Além disso, tem o sentido de "dar luz" e "publicar".

Na antiga Roma indicava aqueles que assumiam a responsabilidade de

multiplicar e de cuidar das cópias dos manuscritos originais dos
autores, zelando para que fosse correcta a sua reprodução.

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Cont.
Emanuel Araujo (1982, p. 35ss) considera ser básico o sentido de editor
conservado no uso em inglês, como a pessoa encarregada de organizar,
isto é, seleccionar, normalizar, rever e supervisionar, para publicação,
os originais de uma obra e, às vezes, prefaciar e anotar os textos de um
ou mais autores, ficando, desse modo restrito, à acção de preparar, dar
o feiçoamento do texto, aprontá-lo, dá-lo à luz, fazê-lo nascer.

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Houaiss (1983, p. 3), compreende a perspectiva de Araújo e estende o
conceito à pessoa que tem a responsabilidade comercial, começando pelo
lançamento, distribuição e venda do livro. Deste modo, o editor incluem
actividades de dar à luz e de publicar.

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O editor é uma pessoa que actualmente se encontra dividida em múltiplas
tarefas: trabalha com a produção, desin (estética do livro), revisor, tradutor,
publicitar, saber gerir a editora, etc.

O editor deve analisar o impacto junto do público-alvo dos textos; deve

enquadrar os textos, obras no contexto social, económico, cultural e editorial.

Editar: é uma forma de construir o livro; imprimir e dar à luz o livro.

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Um editor, por conseguinte, pode ser uma pessoa que se dedica a
publicar um jornal, uma revista, um livro, etc., por meio de uma
impressora ou outro procedimento com a intenção de multiplicar os
exemplares. Exemplos: “Já entreguei o manuscrito ao meu editor”, “O
escritor de Córdoba mantém uma relação tensa com o seu ex-editor”,
“O meu pai escreveu dois romances, mas não encontra um editor que
queira promover o seu trabalho”.

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O editor também pode ser o sujeito que se dedica a adaptar e a
corrigir um texto: “Envia os conteúdos ao editor para podermos enviar
tudo para a gráfica o quanto antes”, “O editor está contente porque
não precisa de fazer grandes alterações às minhas notas”, “Dou
muitos erros ortográficos, nunca poderia trabalhar como editor numa
revista”.

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No âmbito da informática, um editor é um programa (software) que
permite corrigir, criar, armazenar, etc. algum tipo de arquivo. Um
editor de imagens, neste sentido, é o programa que possibilita
modificar fotografias, imagens e conteúdos semelhantes: “A foto que
fizemos na porta do teatro saiu bastante escura: teremos que acertar
detalhes com o editor”, “Não gosto que alterem o corpo das modelos
com editores de imagem”.

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2. Editor vs Autor

Em muitos casos, o editor se confunde com autor.

De acordo com Houaiss A figura plena do editor poderia ser inclusa no

conceito amplo de autor. Poe exemplo, em obras como dicionários e
enciclopédias que envolve equipes são, em princípio, idealizados e
concretizados pelos editores, dando-lhes a autoria dos mesmos.

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Cont.
Mesmo em situações em que o editor não tem a intenção de co-autoria, são
inúmeros exemplos da sua intervenção da obra. Muitas vezes, a sua
intervenção começa de se a concepção da obra, passa pela incisões,
revisões até a organização do título.

Portanto, há aqui uma espécie de parceria entre o editor e o autor. Aliás,

aquele, para além de dar à luz, dá forma, corpo e roupa à obra que faz
nascer e finalmente chegará às livrarias. E que, só por isso, já faz dele
também, de alguma forma, seu autor.

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 Uma das fórmulas para buscar o sucesso editorial é apostar numa relação
profíncua dos editores de livros e seus autores.

Autor e editor estabelecem uma relação de confiança mútua, fundamental

para a edição e gestação da obra. Autor que não simpatiza com o editor ou
vice-versa, dificilmente seguirá com o processo de gestação. Estes dois actores
devem estar em sintonia. Esta situação é, em certe forma, análoga à de uma
futura mãe, que precisa escolher o médico cirurgião que fará o seu parto. Uma
escolha que não é fácil: decidir quem terá a responsabilidade de trazer ao
mundo o que há de mais importante para alguns. Um filho, um livro.

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De acordo com Oliveira (2011), como a publicação de um livro envolve
questões emocionais, é importante que o editor seja a figura mais
centrada. O autor pode agir de forma implulsiva, passional, ter crises
de insegurança, mas o editor não tem o direito de agir da mesma
forma. Para o autor, o momento é único. Para o editor, é o trabalho
quotidiano. Se alguém pode ser frágil em algum momento durante o
processo, é o autor.

O editor e o autor são dois actores que, em última medida, devem estar
em sintonia constante até ao lançamento da obra.

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3. Do Original ao Livro
O percurso transformacional do original ao livro, há naturalmente o
envolvimento do editor, de elementos humanos e técnicos. Destes, Houaiss
destaca os seguintes: máquinas e tintas, o chefe de oficina, revisor,
impressor, costurador, capeador, artistas e técnicos gráficos, desenhistas,
ilustradores, indiciadores, entre outros.

Enfim, os editores é que decidem se os textos serão transformados em livro

ou não, pela sua capacidade e responsabilidade de escolher, fabricar e
distribuir.

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Leituras complementares:

 Bragança, A. (2005). Sobre o Editor: Notas para sua história. Em

Questão. Porto Alegre.
 Silva, J. P. (s/d) . Como se faz a edição de um livro. Cadernos do CNLF,
Vol. XVI, Nº 03 – Livro de Minicursos e Oficinas.

 Depois deste apontamento, os alunos devem elaborar uma ficha de

leitura do texto da LUCIANA FELIX MARCELO no qual a autora faz
uma reflexão em torno do papel do edito no cenário actual.

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Obrigado pela atenção!

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